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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou, por meio de nota, que tenha conversado com a presidente Dilma Rousseff sobre alterações nas medidas provisórias que restringem a concessão de benefícios trabalhistas. Conforme mostrou o jornal O Estado de S.Paulo, nesta terça-feira (24) a petista comunicou o antecessor e dirigentes do PT que está disposta a rever as novas regras.

As medidas integram o ajuste fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Dilma não detalhou quais pontos seriam alterados, mas a sinalização foi entendida como uma tentativa de reconstruir pontes com antecessor e com o partido, diante da queda de popularidade de seu governo.

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"O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi comunicado ou conversou com a presidenta Dilma Rousseff sobre alterações nas medidas provisórias 664 e 665", diz a nota.

As medidas provisórias restringem, respectivamente, o recebimento da pensão por morte e auxílio-doença, e a concessão do seguro-desemprego, do abono salarial e do seguro-defeso para pescadores artesanais. Se mantidas como estão, as MPs renderiam uma economia de R$ 18 bilhões ao ano para o governo.

As propostas são apontadas pelo PT como o principal motivo de desgaste da presidente neste início de segundo mandato, maior até do que as denúncias de corrupção na Petrobrás reveladas pela Operação Lava Jato.

A presidente Dilma Rousseff comunicou ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que está disposta a mudar as medidas provisórias 664 e 665, que restringem a concessão de benefícios trabalhistas e integram o ajuste fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Dilma não detalhou quais pontos estaria disposta a ceder, mas o comunicado é visto com otimismo pelo PT. As MPs 664 e 665 são apontadas pela sigla como o principal motivo de desgaste da presidente neste início de segundo mandato, maior até do que as denúncias de corrupção na Petrobras reveladas pela Operação Lava Jato. A disposição de Dilma em reduzir o corte é vista como indício de uma reação política. Se mantidas como estão, as MPs renderiam uma economia de R$ 18 bilhões ao ano para o governo.

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Um dirigente petista afirma reservadamente que as denúncias sobre a Petrobras já eram públicas durante a campanha eleitoral enquanto as medidas de ajuste fiscal pegaram de surpresa tanto o partido da presidente quanto os movimentos sociais, em especial sindicatos, que gravitam no entorno do partido. Pesquisas internas mostram que parte do eleitorado petista considerou as MPs um "estelionato eleitoral".

Em um evento da campanha de 2014 em Campinas (SP), Dilma foi questionada sobre a possibilidade de mudar direitos trabalhistas e respondeu: "nem que a vaca tussa". Nos protestos que levaram multidões às ruas no dia 15 de março, vários manifestantes abordaram o tema em cartazes com a frase: "a vaca tossiu".

Além disso, as medidas provocaram distanciamento entre Dilma e os movimentos historicamente ligados ao PT que também protestaram nas ruas contra as medidas, dois dias antes.

Acerto de ponteiros

Na noite desta segunda-feira, 23, mais de 20 parlamentares petistas participaram de um reunião com ministros da equipe econômica para discutir as MPs. O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), afirmou que defenderá na próxima reunião da bancada que as duas medidas provisórias sejam aprovadas tais quais editadas pelo Executivo, mas ponderou que ainda não existe posição fechada e que a legenda pode pedir alterações pontuais. "Os parlamentares estão mais tranquilos", disse Sibá.

A necessidade de Dilma recuar diante das MPs foi objeto de reuniões do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, e do senador Paulo Paim (PT-RS) com o presidente nacional do PT, Rui Falcão, e com Lula, ontem, em São Paulo. Lula está agindo para evitar que as medidas gerem uma debandada de aliados históricos e quadros políticos do PT.

Durante a conversa, que aconteceu na sede do Instituto Lula, na zona sul, a dupla falou da dificuldade de manter na base o apoio ao governo se não houver uma mudança significativa no projeto. Lula concordou com a análise e afirmou que o Planalto vai discutir esses temas.

Insatisfeito com o PT desde a campanha eleitoral, Paim tem sinalizado a possibilidade de deixar a legenda se as MPs forem aprovadas e deixou claro que não irá apoiá-las. Ao saber da insatisfação do parlamentar, PSB, Solidariedade, PMDB e PDT se ofereceram para abrigá-lo.

Ao deixar a sede do Instituto Lula, Paim disse que ficou "esperançoso" com a conversa. Segundo ele, o ex-presidente se comprometeu a colaborar na negociação com o governo e incluiu outra demanda histórica do movimento sindical, o fim do fator previdenciário, na relação de temas que o governo deveria renegociar.

A preocupação agora é que Dilma não repita no caso das MPs a "barbeiragem" cometida no anúncio do recuo da correção da tabela do Imposto de Renda, demanda histórica do movimento sindical cujo anúncio foi feito sem a presença de sindicalistas.

Em fevereiro, Dilma já havia sinalizado que o conteúdo das MPs não era estanque.

"Estamos aperfeiçoando a legislação (de benefícios trabalhistas) porque ela tem que ser aperfeiçoada. Assim como fizemos com o Bolsa Família. Acho que sempre há negociação. Ninguém acha que em um País democrático como o Brasil, que tem um Congresso livre, que tem movimentos sociais sendo ouvidos e com os quais você dialoga, seja algo fechado, que não há negociação", disse a presidente a jornalistas após uma cerimônia diplomática no Palácio do Planalto.

A disposição de recuar na questão dos benefícios ocorre no momento em que Dilma enfrenta uma rebelião da base no Congresso, manifestações que pedem sua saída e os piores índices de aprovação desde que assumiu o governo. Segundo levantamento CNT/MDA divulgado na segunda-feira, 65% dos eleitores consideram o governo ruim ou péssimo contra apenas 11% que avaliam a administração como ótima ou boa. (Colaborou Ricardo Della Colleta)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A senadora Marta Suplicy (PT-SP) voltou a fazer críticas, na manhã desta quinta-feira (12), às medidas provisórias apresentadas pelo governo Dilma Rousseff que alteram regras trabalhistas e previdenciárias. "Querer que trabalhadores paguem a conta, eu chamo de perversidade, crueldade e vai além da conta", disse.

Marta participou de reunião na Comissão de Direitos Humanos do Senado com representantes de entidades sindicais para debater as medidas provisórias. Ela defendeu as emendas apresentadas aos textos, nove delas de sua autoria.

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A petista fez críticas à atual estratégia de governo de seu partido. "Não tem sentido um governo do PT colocar essas medidas sem ter a sinceridade e o diálogo com quem é atingido, principalmente o trabalhador", afirmou.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, disse nesta noite de quarta-feira, 11, que o governo espera a instalação das duas comissões especiais que vão discutir as medidas provisórias que mudam regras trabalhistas e previdenciárias para posteriormente abrir negociações com as centrais sindicais. O ministro sinalizou que pode haver recuo nos textos.

Rossetto participou na tarde desta quarta-feira de uma reunião com sindicalistas para discutir as medidas provisórias que alteram regras de acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários. Estiveram no encontro também os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa; da Previdência Social, Carlos Gabas; e do Trabalho e Emprego, Manoel Dias.

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O ministro citou como um bom exemplo o acordo que vai possibilitar um reajuste da tabela do Imposto de Renda em taxas que variam de 4,5% a 6,5%. A proposta é uma flexibilização do reajuste único de 4,5% que era defendido pela presidente Dilma Rousseff.

"A experiência do Imposto de Renda foi muito positiva", explicando que o governo vai conseguir preservar a recuperação das receitas, ao mesmo tempo que beneficia os trabalhadores de menor renda. "É um exemplo que será seguido na apreciação das MPs a partir da semana que vem", disse.

"O acordo com as centrais é que o ambiente de negociações será tripartite", disse, se referindo ao governo, sindicalistas e parlamento. Segundo ele, essa é a melhor forma de manter um "ambiente positivo".

Questionado sobre as manifestações contra o ajuste fiscal e a favor da Petrobras programadas para esta semana, Rossetto disse que o Brasil vive uma plenitude democrática. "Vamos tratar com respeito democrático e respeito da lei", disse.

Começou na tarde desta quarta-feira (11) a reunião entre ministros do governo Dilma Rousseff e centrais sindicais para discutir as medidas provisórias que alteram regras de acesso a benefícios trabalhistas e previdenciárias. O encontro, no prédio do ministério da Previdência Social, é o quarto desde que o governo apresentou os projetos ao Congresso em dezembro.

Participam da reunião os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa; da Previdência Social, Carlos Gabas; da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto; e do Trabalho e Emprego, Manoel Dias. Pelas centrais, estão presentes a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical, a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), a Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e a Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST).

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Na pauta das discussões, estão as alterações na área da Previdência, como auxílio doença e pensão por morte. O governo também se comprometeu a dar um retorno sobre um estudo apresentado pelos sindicalistas que traz um retrato da rotatividade no Brasil. Os últimos encontros terminaram sem acordo, já que governo e centrais continuam sem ceder nas negociações.

Após cerca de duas horas e meia de reunião com ministros do governo Dilma Rousseff sobre as Medidas Provisórias que alteram regras de concessão de benefícios trabalhistas e previdenciários, sindicalistas voltaram a afirmar que só aceitam a revogação dos projetos.

Apesar de o ministro da Previdência Social, Carlos Gabas, dizer que há consenso em pontos, principalmente os que tratam de regras previdenciárias, os sindicalistas frisaram que não aceitam ajustes nos textos. "O governo abre a possibilidade de recuar no teor das medidas. As centrais não aceitam", disse Joílson Cardoso, em nome da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). A revogação também foi defendida pelo presidente da Força Sindical, Miguel Torres.

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No encontro da tarde desta quarta-feira, 25, os sindicalistas apresentaram um estudo do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre rotatividade no trabalho e pediram uma posição do governo sobre o tema. Entre as propostas das centrais está a cobrança de multa para empresas que apresentarem taxa de rotatividade maior que a média do setor.

De acordo com Gabas, o próprio Dieese afirmou que pode haver um equivoco no estudo, "feito com mecanismos que não são 100% confiáveis". O ministro informou que técnicos do órgão e dos ministérios continuarão avaliando as projeções para confirmar se estão corretas.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu nesta quarta-feira (25), durante café da manhã com dirigentes sindicais, a necessidade de apressar a análise das medidas provisórias (MPs) 664 e 665 que alteram as regras para o pagamento de benefícios como o seguro-desemprego, abono salarial e pensão por morte.

“Independente ou não de concordar com o conteúdo [das MPs], existe a necessidade do debate. Alguma medida tem que ser adotada isso já está lá [nas MPs]. É mais importante eles [sindicalistas] focarem no conteúdo, para ver o que pode ser aperfeiçoado, do que ficarem contra o processo”, disse Cunha.

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Já os sindicalistas defenderam, como condição para a negociação, a revogação das MPs, sob o argumento de que elas retiram direitos dos trabalhadores. “Queremos que suspendam as medidas, revoguem, pra gente poder começar com o pé no chão”, afirmou o presidente da Força Sindical, Miguel Torres.

Cunha disse que as comissões mistas – formadas por deputados e senadores – destinadas a analisar as medidas provisórias devem ser instaladas na próxima semana. Caso aprovadas nas comissões, seguirão para votação nos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. A partir do dia 19 de março, as MPs começam a trancar a pauta da Casa.

As medidas que, de acordo com o governo, devem gerar economia de R$ 18 bilhões em 2015, vêm sendo duramente criticadas pelas centrais sindicais, que acusam o governo de promover o ajuste fiscal (economia destinada a pagar juros da dívida pública) à custa da retirada de direitos trabalhistas. “O governo partiu da premissa que, por uma dor de cabeça em uma pessoa, corta-se a cabeça e depois vai ver o que faz. Nós queremos que dê um remédio, vamos trabalhar as questões com o pé no chão, pois com certeza a gente pode achar um caminho”, defendeu o presidente da Força Sindical Miguel Torres.

Segundo Torres, os sindicalistas apresentaram alternativas às propostas do governo que representam economia de até R$ 111 bilhões. “As centrais sindicais têm propostas para corrigir as distorções, têm propostas de fazer economia de caixa do governo. Deixei na mão do presidente da Câmara uma análise que dá, grosso modo, R$ 111 bilhões de economia, se quiser fazer desde taxação de grandes fortunas e de remessa de lucro [para o exterior], taxação de veículos aeronáuticos, aviões, navios e helicópteros” apontou o sindicalista.

Ainda de acordo com o sindicalista, centrais sindicais como a Central de Sindicatos Brasileiros (CSB), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brsail (CTB), Central Única de Trabalhadores (CUT), Nova Central e a União Geral dos Trabalhadores (UGT) vão realizar, na próxima segunda-feira (2), atos em frente às delegacias regionais do Trabalho (DRTs) contra as medidas. A data coincide com a entrada em vigor das alterações na concessão do seguro-desemprego. “Dia 2 de março estaremos nas DRTs fazendo manifestações e 23 de março uma paralisação em nível nacional, mostrando a insatisfação dos trabalhadores”, apontou.

Desde sua publicação no Diário Oficial, no final de 2014, as medidas têm gerado controvérsias. Até o momento, elas já receberam 750 emendas de deputados e senadores. O Congresso Nacional tem até o dia 2 de abril para votar as MPs. Se não forem votadas até lá, perdem a validade.

Para o oposicionista e líder do PPS, Rubens Bueno (PR) a demora na instalação das comissões mistas poe diminuir a possibilidade de busca de um consenso. “Quando o tempo passa, perde-se a oportunidade do diálogo, de buscar consensos e quando o consenso for atropelado em Plenário é evidente que não sai o melhor dispositivo legal”, avaliou.

Ainda nesta quarta-feira, os sindicalistas devem se reunir com os ministros Pepe Vargas, de Relações Institucionais; Manoel Dias, do Trabalho; Nelson Barbosa, do Planejamento; Carlos Gabas, da Previdência;  e Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência, para discutir as MPs.

O Palácio do Planalto apresentou a deputados da base aliada nesta terça-feira, 24, uma série de medidas para garantir no Congresso a aprovação do ajuste fiscal com mudanças nas regras de acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários. Além de admitir mudanças nas duas medidas provisórias, anunciou que, a partir da próxima semana, ministros irão à Câmara para expor à bancada de cada partido os motivos pelos quais o governo julga importante as alterações.

"Os ministros virão e é posição oficial nossa. Todos virão para debater qualquer assunto, seja ele indigesto ou não", afirmou o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), que disse que o único pedido dos líderes da base aliada foi de mais atenção do governo.

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As medidas provisórias (MPs) 664 e 665 foram apresentadas pelo governo federal no final do ano passado. O ajuste fiscal endurece as regras de acesso a benefícios previdenciários como seguro-desemprego e a pensão por morte. Uma série de emendas foi apresentada, inclusive por deputados do PT, partido da presidente Dilma Rousseff.

"Evidente que estamos abertos a melhorar as MPs", disse Guimarães. "O governo topa discutir tudo, dialogar tudo, sem posição pré-definida. Todo mundo está convencido de que as medidas são boas. Só precisa fazer ajustes", afirmou o líder.

Na reunião com o ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais), líderes aliados apresentaram propostas como a taxação de fortunas e a criação de "uma nova medida" para levar mais recursos para a saúde. Essas propostas, segundo Guimarães, também serão debatidas.

O governo também está preocupado em melhorar a imagem do governo ante a população e, por isso, tenta dar uma repaginada no pacote de medidas, que sofre críticas de vários setores da sociedade, como, por exemplo, as centrais sindicais. "Não são medidas de ajuste fiscal coisa nenhuma. São medidas que visam reposicionar os benefícios previdenciários dentro de uma lógica moralizadora, garantindo e mantendo os direitos trabalhistas", afirmou. "Não se tira direito trabalhista no nosso governo", defendeu o líder.

Mudança de postura

O PMDB, partido da base aliada que vinha impondo derrotas ao governo, se mostrou mais maleável nesta semana e defendeu o reajuste fiscal para evitar o rebaixamento da nota da economia do Brasil pelas agências internacionais de risco.

"Queremos a demonstração clara, por parte do governo, que esses ajustes são necessários e trarão benefícios para a população, para o País, no futuro. Uma vez demonstrados esses fundamentos, o PMDB tem toda intenção de apoiar o governo na aprovação dessas matérias", disse o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ).

Picciani negou mudança de postura do partido. "O PMDB sempre teve boa vontade com a governabilidade", afirmou. "O governo também tem se esforçado, se aberto ao diálogo, sinalizado que a coalizão funcione como coalizão."

Presidentes de centrais sindicais estarão em Brasília, nesta quarta-feira (25), para uma nova rodada de negociações com o governo sobre as medidas provisórias que alteram regras de acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários.

Às 8h30, os sindicalistas participam de café da manhã com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, em sua residência oficial. Na parte da tarde, é a vez do poder Executivo. Diferentemente dos outros encontros com ministros da presidente Dilma Rousseff, que foram em São Paulo, este será em Brasília, no Ministério da Previdência Social. Está prevista a presença dos ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, da Previdência Social, Carlos Gabas, e da Secretaria Geral da Presidência, Miguel Rossetto.

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Na reunião de amanhã, segundo já afirmou o Ministro do Trabalho e Emprego, o governo espera que as centrais apresentem propostas que serão analisadas e discutidas. No último encontro com ministros, em janeiro, os sindicalistas afirmaram que não aceitariam ajustes nos textos das medidas provisórias, e sim a derrubada dos projetos.

O ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Pepe Vargas, vai conversar, na próxima semana, com parlamentares que apoiam o governo sobre as medidas propostas pelo Executivo para alterar o acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários. As medidas provisórias (MPs) 664 e 665 modificam regras da concessão do seguro-desemprego, seguro-defeso, pensão por morte, auxílio-doença e abono salarial, e enfrentam críticas dos partidos de oposição, de centrais sindicais e da própria base governista no Congresso Nacional.

Ao lado de outros ministros, Vargas se reunirá com lideranças da base política no Senado e na Câmara, com o objetivo de traçar estratégias para a apreciação das matérias. Na terça-feira (24), ele receberá, em café da manhã, líderes dos partidos de apoio ao governo no Senado, e almoça com lideranças de legendas na Câmara. Na quarta-feira (25), Pepe Vargas se reunirá, pela manhã, com senadores que compõem o bloco de apoio (PT, PCdoB e PDT).

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Da parte do governo participam, além de Pepe, os ministros Manoel Dias (Trabalho e Emprego), Carlos Gabas (Previdência Social), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral) e Nelson Barbosa (Planejamento, Orçamento e Gestão). Na semana passada, Manoel Dias havia anunciado que o governo aguardava uma proposta formal das centrais sindicais sobre o tema, e adiantou que nova reunião está marcada para o dia 25.

As entidades trabalhistas também negociam com os parlamentares, e solicitaram, também na semana passada, que as medidas sejam devolvidas ao Executivo.

As seis maiores centrais sindicais do País voltam a se reunir com o governo federal na tarde da próxima quarta-feira (25), em Brasília, para tentar negociar a revogação das Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665, que alteram regras de acesso ao seguro-desemprego, seguro defeso e pensão por morte.

Será a terceira rodada de negociações entre trabalhadores e representantes do governo. Além das centrais sindicais (CUT, UGT, Força Sindical, CSB, NCTS e CTB), participam do encontro os ministros Nelson Barbosa (Planejamento), Carlos Gabas (Previdência), Manoel Dias (Trabalho) e Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência).

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Os trabalhadores correm contra o tempo para tentar revogar as MPs. As propostas foram publicadas no Diário Oficial da União em 30 de dezembro do ano passado e, segundo o texto, devem entrar em vigor a partir do próximo dia 28 de fevereiro. Na prática, as mudanças só começam a valer a partir da segunda-feira, 2 de março.

Negociação

O governo já admitiu que deve promover algumas alterações no texto original enviado, mas pondera que vai manter o objetivo essencial da medida: de promover ajustes econômicos, por meio da correção de excessos. Até a semana passada, deputados e senadores já tinham apresentado mais de 600 emendas às duas propostas.

Diante do discurso do governo, as centrais sindicais estão apostando todas as fichas no Congresso para tentar derrubar as MPs, considerada por elas como perda de direitos. Os trabalhadores devem aproveitar a ida à capital federal para se reunir com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na manhã de quarta, para tratar do assunto.

Caso a reunião seja confirmada, será o segundo encontro com Cunha. No último dia 10 de fevereiro, representantes das seis centrais já tinham se reunido com os presidentes da Câmara e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Na ocasião, ambos defenderam a criação de alternativas para que os trabalhadores não sejam prejudicados.

Validade

Apesar de terem efeitos práticos imediatos, as MPs precisam ser aprovadas pelo Congresso Nacional para que sejam transformadas definitivamente em lei. Para não perder a validade, elas devem ser aprovadas em até 120 dias. Até agora, contudo, as comissões mistas para analisar as propostas seguem sem previsão para serem instaladas.

Em meio ao bombardeio da oposição, de centrais sindicais e até mesmo da base aliada por conta das alterações em benefícios trabalhistas, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, disse nesta terça-feira, 10, que a presidente Dilma Rousseff apresentou à Central Única dos Trabalhadores (CUT) um conjunto de razões que levaram às modificações para concessão de abono salarial, seguro-desemprego, pensão por morte e auxílio-doença. Segundo Rossetto, a presidente reafirmou na ocasião seu compromisso com os direitos dos trabalhadores.

"A presidente, de forma clara informou dos limites fiscais que o País tem neste momento. Há uma situação de limite objetivo, fiscal, e há muito trabalho para sustentar um crescimento econômico ainda em 2015 e manter emprego e salário nos próximos anos", disse Rossetto, repetindo o tom de discurso que vem adotando nas últimas semanas.

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Principal responsável pela articulação do governo com movimentos sociais, o ministro acompanhou a audiência de Dilma com o presidente da CUT, Vagner Freitas, no Palácio do Planalto, na tarde desta terça-feira. Na ocasião, Dilma foi convidada para participar do congresso nacional da entidade, a ser realizado ainda neste ano.

"A presidente reafirma seu compromisso com os direitos dos trabalhadores. (Na reunião) Apresentou as medidas provisórias, repassou informações importantes em relação à situação fiscal do Brasil, repassamos um conjunto de informações em relação às correções necessárias por conta de situações que devem ser corrigidas e ficamos por aí", relatou o ministro, ressaltando que o governo tem confiança em uma recuperação econômica do País ainda em 2015.

Recuo

Questionado se o Planalto cogitava recuar de algumas mudanças nos benefícios trabalhistas, Rossetto disse que a audiência não foi uma reunião de negociação - e sim de cortesia.

"A negociação se dá no espaço adequado. Foi uma visita da CUT, um convite à presidente Dilma e houve espaço para a troca de opiniões. Houve uma série de sugestões, alternativas levantadas pela CUT", afirmou o ministro. "A negociação e o diálogo se dão no espaço que são as mesas de negociação, que estão em andamento."

Rossetto reiterou que o governo tem confiança na qualidade e na necessidade das medidas. "É necessário assegurar o seguro-defeso (assistência financeira temporária concedida ao pescador que exerça a atividade de forma artesanal) para os pescadores, mas há conjunto de desvios que devem ser atacados e temos de corrigir eventuais desvios nesse programa", ponderou o ministro.

Na avaliação do petista, o Palácio do Planalto está tomando medidas necessárias para sustentar uma agenda de crescimento já em 2015. "Todos os compromissos de campanha estão reafirmados e todos esses compromissos serão realizados ao longo desses quatro anos", assegurou.

De acordo com o ministro, o governo vai retomar a negociação com as centrais sindicais no dia 25 deste mês, com enfoque em temas referentes ao mercado de trabalho. "Vamos concentrar a agenda no diálogo sobre como enfrentar a informalidade, como avançar no sistema de emprego no nosso País", disse.

Os trabalhadores cuja data da dispensa seja a partir de 28 de fevereiro de 2015 vão enfrentar as novas "travas" no acesso ao seguro-desemprego. Essa data foi estabelecida pela Medida Provisória 665, publicada no Diário Oficial da União de 30 de dezembro do ano passado. Conforme a redação da MP 665, as novidades entrariam em vigor 60 dias depois da publicação da Medida Provisória, ou seja, 28 de fevereiro.

Sobre as mudanças, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) informou nesta terça-feira (10), ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado que "as providências nesse sentido estão sendo tomadas" e que "o Sistema Mais Emprego está sendo adequado para atender às novas exigências da Medida Provisória, no prazo estabelecido pela MP 665/2014". Segundo o entendimento jurídico, explica o MTE, as novas regras para solicitação do seguro-desemprego exigidas pela Medida Provisória 665 passam a valer no prazo de 60 dias da data da publicação da MP. "Assim, todos os trabalhadores requerentes do benefício seguro-desemprego, cuja data da dispensa seja a partir de 28 de fevereiro de 2015, estarão sendo habilitados segundo as novas regras."

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A norma anterior exigia seis meses trabalhados nos últimos três anos para que o benefício fosse liberado. Com a nova regra, que valerá a partir de março, o desempregado deverá ter recebido salários por pelo menos 18 meses nos últimos dois anos para fazer a primeira solicitação. Para a segunda solicitação, serão 12 salários nos últimos 16 meses. Para a terceira, ele deverá ter recebido salários nos 6 meses imediatamente anteriores à data da dispensa. Na prática, as novas normas prejudicarão quem está há menos tempo no mercado de trabalho. O MTE destacou hoje, ainda, que as regras relacionadas ao seguro do pescador artesanal têm sua vigência, conforme texto da MP 665, para o "primeiro dia do quarto mês subsequente à data de sua publicação", ou seja, demorarão um pouco mais para entrar em vigor.

A mudança no acesso ao seguro-desemprego foi uma das medidas para o ajuste das contas públicas anunciado no final de 2014. Logo depois de sinalizado o aperto, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, disse que a mudança na regra de acesso ao seguro-desemprego geraria economia de R$ 9 bilhões.

Centrais sindicais e a oposição consideraram as mudanças um ataque aos benefícios trabalhistas. "Nós não retiramos nenhum direito", rebateu o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, logo após as críticas. O fato é que houve fortes polêmicas envolvendo o tema. No dia 19 de janeiro, por exemplo, foi realizada reunião entre líderes sindicais e os ministros da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto; da Previdência Social, Carlos Gabas; do Planejamento, Nelson Barbosa; e do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, em São Paulo. O clima da conversa foi tenso. Os sindicalistas pediram a revogação das Medidas Provisórias 664 e 665 relacionadas à Previdência Social, ao seguro-desemprego e ao seguro defeso.

Mudanças

A mudança nas regras no seguro-desemprego pode diminuir o acesso ao benefício em mais de 25%, conforme levantamento divulgado em 16 de janeiro pelo Ministério do Trabalho. O cálculo foi feito a partir de uma simulação de como seria a concessão de benefícios se as novas regras fossem aplicadas na base de dados de 2014.

No ano passado, o seguro foi solicitado por cerca de 8,5 milhões de pessoas. De acordo com os números apresentados, com a nova regra prevista na MP 665, mais de 2,2 milhões de pessoas desse total teriam o pedido recusado, ou 26,58% do total. O número é quase sete vezes maior que os 351 mil benefícios de fato recusados em 2014, ainda sob a regra antiga.

A novidade foi implantada por meio de uma Medida Provisória, que é um instrumento com força de lei, adotado pelo presidente da República, em casos de relevância e urgência. Depende de aprovação do Congresso Nacional para transformação definitiva em lei, mas tem efeitos práticos imediatos. A negociação para que a MP vire lei não será fácil. O líder do PT na Câmara dos Deputados, Sibá Machado (AC), admitiu nesta terça-feira, 10, que os textos das Medidas Provisórias (MP) que trazem mudanças na legislação trabalhista não serão aprovados como vieram do Executivo.

O petista lembrou que mais de 600 emendas já foram apresentadas pelas bancadas e que é preciso buscar um consenso para definir quais são as prioridades que devem ser introduzidas nas propostas. Segundo o líder, o espírito essencial das medidas - que é o de promover ajustes econômicos - não será alterado, mas ele concordou que é preciso preservar os direitos dos trabalhadores.

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