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O índice da bolsa de valores de São Paulo, o Ibovespa (IBOV) voltou a operar em baixa, sendo a queda de 0,94% aos 114.325 pontos, nesta segunda-feira (21). O movimento ocorreu em paralelo à resposta semanal do Boletim Focus (relatório do Banco Central). Além disso, com as novas projeções do mercado de inflação para o Brasil e com investidores interessados na China, por causa da que passa por um momento de crescente desaceleração econômica.  

Os investidores também estão interessados na ida do presidente Lula à cúpula de líderes dos países do Brics (formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Na última sexta-feira (18), a estimativa de alta do Ibovespa fechou em alta de 0,37% aos 115.409 pontos, após presenciar uma série de 13 semanas apontando queda – considerada a maior sequência de baixas da história.

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Agora, as expectativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passaram de 4,84% para 4,90% e se distanciando da meta do BC, de 3,25% e podendo variar entre 1,75% e 4,75%. Já para o ano que vem, as projeções se mantiveram em 3,86%, enquanto a meta é de 3,00%, podendo oscilar entre 1,50% e 4,50%. Na última segunda-feira (14), a empresa UBS rebaixou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país asiático de 4,8% para 4,2%. Além disso, o banco visualiza a recessão imobiliária mais prolongada. 

De acordo com a agência de notícias chinesa Caixin, o Banco Popular da China resolveu cortar uma das principais taxas de juros do país em 0,10% na última segunda, com o objetivo de estimular o consumo dentro do país. Agora, a taxa de empréstimo de um ano está em 3,45% ao ano. O corte veio abaixo das expectativas do mercado, que esperavam uma redução de 0,15%, com a taxa chegando a 3,40% ao ano. No entanto, a agência também explicou que Pequim possui outras estratégias para tentar estimular mais a atividade na segunda maior economia do mundo.

O Banco Central (BC) postergou o calendário de divulgação do Boletim Focus nesta semana e as proeminências financeiras serão divulgadas nesta terça-feira (25) às 8h30. Normalmente, o boletim é publicado pelo BC semanalmente às segundas-feiras. A justificativa foi a estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo Feminina 2023. 

Na última semana, a mediana das expectativas dos economistas do BC apontou que o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) será de 4,95% neste ano e sem alteração em relação à semana passada. Para 2024, a projeção para a inflação foi mantida em 3,92%. Para 2026, também mantém a projeção para 3,5%. Apenas a estimativa para 2025 teve uma queda de 3,60% para 3,55%. Já para a projeção dos juros também ficou sem mudanças e em 12%. Nos três anos seguintes, as estimativas são de 9,5%, 9% e 8,75% ao ano, respectivamente. 

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Para o avanço econômico, há um otimismo nas projeções revisadas nesta semana. A mediana das projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) passa de 2,19% para 2,24% em 2023; de 1,28% para 1,30% em 2024; de 1,805 para 1,88% em 2025; e de 1,88% para 1,90% em 2026.

O rendimento bruto da poupança subirá de 0,44% para 0,5% ao mês agora que o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a taxa básica de juros a 9,25%. Apesar do rendimento mais alto, a poupança é uma das aplicações que trazem o menor retorno real ao investidor, ainda mais com a inflação projetada de 10,18% neste ano, segundo o Boletim Focus mais recente.

Conforme regra estabelecida pelo Banco Central (BC), a poupança rende 70% da Selic mais a taxa referencial (TR) quando a Selic está abaixo de 8,5% ao ano. Acima disso, o rendimento é de 0,5% ao mês mais a TR, que está zerada. "Se pegarmos 0,5% ao mês e levarmos a valor futuro daqui a 12 meses, a poupança vai apresentar uma rentabilidade de 6,17%", disse Rodrigo Beresca, analista de Soluções Financeiras da Ativa Investimentos.

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Nos cálculos do professor de Finanças da FGV Fabio Gallo, quem depositar R$ 1 mil hoje vai ter uma rentabilidade real negativa equivalente a R$ 43,64 daqui a 12 meses, considerando a inflação estimada. "Todos os investimentos em renda fixa terão retornos reais negativos porque o Banco Central ainda está correndo atrás da curva de inflação", disse.

Renda fixa

Os analistas preveem um ano muito volátil para a renda variável em 2022 por causa das eleições. Além disso, a alta da inflação estará presente tanto por fatores domésticos quanto internacionais. Não há perspectiva de melhora no câmbio também.

Nesse ambiente, os especialistas recomendam outras aplicações de renda fixa aos investidores que querem tirar proveito da alta da taxa básica de juros. Entre eles, estão especialmente os papéis atrelados a alguma taxa flutuante, como o CDI ou a Selic, para um prazo mais curto, ou ao IPCA+, para um prazo mais alongado. Já quem quer algo no curtíssimo prazo deve cogitar aplicações isentas de Imposto de Renda.

"É realmente um momento muito interessante para investir na renda fixa", diz Camilla Dolle, da XP. Apesar de ressaltar que o melhor investimento vai depender do perfil do investidor, ela aponta que, considerando a alta da Selic, o investimento mais indicado continua sendo nos títulos pós-fixados atrelados ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que acompanha o movimento da Selic.

Outra recomendação dos especialistas é investir em títulos indexados à inflação, que usam o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Esses papéis oferecem uma proteção contra a inflação para o investidor, desde que ele mantenha o papel até o prazo de vencimento.

"Um título indexado à inflação promete que, caso você leve até o vencimento, você terá essa proteção contra a inflação, mantendo seu poder de compra", diz João Beck, economista e sócio da BRA, escritório credenciado da XP Investimentos. "No entanto, se resgatar antes do vencimento, você pode sair pior do que entrou, em alguns casos até com rendimento negativo", afirma.

Renda variável

Ontem, o Ibovespa encerrou o dia com alta de 0,5%, a 108 mil pontos. As projeções de que a B3 fecharia o ano no nível dos 130 mil pontos não se concretizaram. A Bolsa acumula perdas de 9,18% em 2021 e de 5,01% em 12 meses. "Houve uma deterioração das expectativas na Bolsa, principalmente no segundo semestre. Tivemos a crise hídrica e o rompimento do teto de gastos", afirma Beck.

Já a carteira mensal recomendada pela Nova Futura Investimentos em renda variável aposta em ações de bancos, varejo, commodities e rodovias. "Até há uns meses, evitávamos setores elétricos, mas as chuvas provaram ser abundantes, o que melhorou o sistema energético. Ainda existe uma cautela, mas estamos voltando aos poucos", disse Bruno Tebaldi, analista de Risco da instituição.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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