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A presidente da Boeing Brasil, Donna Hrinak, disse nesta terça-feira que a empresa tem todo o interesse em vender os caças F-18 Super Hornet para a Força Aérea Brasileira (FÁB), mas que o momento atual é de espera por uma posição do governo Dilma Rousseff. "Adoraríamos vender os caças para o Brasil", disse a executiva, durante evento de anúncio de parceria com o Instituto Ayrton Senna para educação de jovens da rede pública.

A presidente Dilma disse, após reunião na semana passada com o seu colega francês, François Hollande, em Paris, que o processo de escolha dos 36 jatos de combate está suspenso até um arrefecimento da crise econômica. Três modelos estão concorrendo, o Rafale francês, o Grippen sueco e o F-18 norte-americano.

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A posição da Boeing é de confiança nas suas aeronaves. A empresa informou também que já tem garantias da Secretaria de Estado norte-americana e do Congresso dos Estados Unidos de transferência de tecnologia, exigência do governo brasileiro para a compra dos aviões.

A Boeing firmou nesta terça-feira parceria com o Instituto Ayrton Senna para investir R$ 500 mil em projeto de educação para jovens. A presidente da companhia disse que o projeto é considerado pela Boeing um investimento em seus negócios. "A base da Boeing é tecnologia e precisamos de engenheiros. Esse é um investimento de longo prazo nesse sentido", disse Donna. "Para ver o futuro de um país precisamos olhar para as salas de aula, e as nossas têm muitas deficiências básicas", completou a presidente do instituto, Viviane Senna.

Brasília – O Supremo Tribunal Federal (STF) calculou nesta segunda-feira (2) prejuízo de R$ 35 mil com o acidente ocorrido no domingo (1º) envolvendo dois caças Mirage da Força Aérea Brasileira (FAB). Os aviões faziam demonstrações com voos rasantes durante a troca da Bandeira Nacional e provocaram uma onda de choque nos vidros do STF, que fica ao lado do pavilhão na Praça dos Três Poderes.

Segundo o STF, 65 vidros grandes e vários pequenos quebraram após a manobra, totalizando 320 metros quadrados. Os reparos vão começar a partir desta terça-feira (3), realizados pela empresa que já presta serviço de manutenção para o STF e devem ser concluídos entre dez e 15 dias. A FAB irá arcar com as despesas.

O presidente do STF, Carlos Ayres Britto, está despachando em seu gabinete no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), orgão que também preside. O gabinete da Presidência do STF, situado no terceiro e último andar do prédio principal da Suprema Corte, ficou bastante danificado após o acidente.

O STF entrou em recesso na última sexta-feira (29) e, por isso, o dia a dia da Corte não deve ficar tão comprometido com a reposição dos vidros. O prédio do STF é considerado uma das obras-primas do arquiteto Oscar Niemeyer. Como todas as construções que formam a Praça dos Três Poderes, integra a lista de itens que fazem de Brasília Patrimônio Cultural da Humanidade desde 1987.

O Palácio do Planalto informou nesta segunda-feira que o sobrevoo de dois caças Mirage 2000 na Praça dos Três Poderes, durante a cerimônia de troca da bandeira nacional na manhã de domingo, provocou rachaduras em 28 vidros na lateral do prédio e também nas janelas do setor de transportes, que fica num edifício anexo. O abalo também derrubou uma luminária no andar térreo. O gabinete da presidente Dilma Rousseff fica no terceiro andar. Funcionários também relataram que encontraram uma camada de pó branco sobre as mesas, provavelmente devido ao abalo dos tetos de gesso.

O levantamento dos danos foi feito pela Secretaria Geral, que elaborou um relatório detalhado para enviar à Aeronáutica. A Força já informou que vai ressarcir os prejuízos.

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O maior estrago da manobra de exibição dos caças foi provocado no prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), que teve a fachada de vidro totalmente destruída pelo choque de ar causado pela passagem rasante das aeronaves. Também houve danos nas laterais e no fundo do edifício. O Supremo informou que ainda não tem um levantamento oficial sobre o prejuízo, mas engenheiros estiveram no local ainda no domingo para fazer uma avaliação.

Na reunião bilateral entre Brasil e Índia, na Hyderabad House, o governo indiano informou à presidente Dilma Rousseff que caso ela opte pela compra dos caças Rafale, a exemplo do que a Índia fez, os indianos estão interessados em estabelecer uma parceira tecnológica com os brasileiros, para montarem um projeto conjunto de transferência de tecnologia. De acordo com a oferta, a disposição do governo indiano é de transferir informações que eles recebam em relação ao Rafale, e os três países - Brasil, Índia e França (fabricante do avião), poderiam, então, trabalhar juntos em um projeto de parceria tecnológica.

O convite foi feito no momento em que a Índia apresentava várias ofertas de cooperação com o Brasil, em diferentes setores, por um dos ministros indianos, que participaram da reunião ampliada. A presidente Dilma, no entanto, não deu nenhuma resposta aos indianos, ou teceu qualquer comentário mais detalhado sobre o tema. "Nem cabia ela comentar. A oferta foi feita no momento em que a Índia apresentava proposta de parceria em várias áreas e esta seria apenas mais uma delas", contou um integrante da delegação brasileira que estava presente à reunião. "Eles ofereceram cooperação e o Brasil ainda vai analisar isso", confirmou outro interlocutor da presidente.

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O Brasil não quer discutir o tema compra de 36 caças para Força Aérea Brasileira antes do mês de maio. Oferta semelhante o governo indiano já havia feito para o ministro da Defesa, Celso Amorim, durante visita que ele fez à Índia, em fevereiro.

A presidente Dilma Rousseff, ao sair de uma reunião com empresários na tarde desta sexta-feira, questionada pelos jornalistas se tinha discutido a compra dos Rafale com a índia, preferiu ficar em silêncio.

Escândalo indiano

Um escândalo tomou conta da imprensa indiana, nos últimos dias, envolvendo a compra dos caças. O próprio comandante do Exército Indiano, general V.K. Singh, encaminhou uma carta diretamente ao ministro da defesa, ministro da Defesa da Índia A.K. Antony, denunciando que havia irregularidades na compra de diversos equipamentos de defesa, que iam de caminhões e chegavam aos caças e a situação crítica de falta de munição e outros meios para a força defender o País. A India sofre com graves problemas de corrupção. Ocorre que a carta do general vazou para a imprensa, o que irritou profundamente o ministro que prometeu "punição máxima" para quem vazou a carta, justificando que quem isso é "um traidor da Pátria", conforme relatou o jornal The Times of Índia.

O Wall Street Journal, informa que o ministro da defesa indiano afirmou que as negociações de preço do acordo do Rafale poderão levar ainda aproximadamente oito meses. Informou também que haverá "vários outros estágios de escrutínio" antes da finalização para a compra do caça francês.

A presidente Dilma Rousseff disse hoje, durante encontro com o primeiro-ministro francês, François Fillion, que poderá voltar a discutir a compra dos 36 caças, dentro do programa FX-2, no ano que vem.

Explicou ainda que o assunto precisou ser adiado em 2011, em função das fortes restrições orçamentárias, que levaram o governo a cortar R$ 50 bilhões em seu orçamento, no início do ano. A decisão de voltar a tratar da compra de caças, porém, estará na dependência da melhoria da situação econômica internacional - já que a prioridade do Brasil é de manter restrições nos gastos públicos, para o país se manter protegido da crise.

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O fato de Dilma ter dado uma satisfação ao primeiro-ministro francês, acenando com a retomada do processo de compra para a Força Aérea Brasileira, no ano que vem, é alentador para aquele país, já que, na semana passada, o ministro da Defesa francês, Gérard Longuet, admitiu que, se não houver compra do Rafale por outros países, a Dassault poderá deixar de fabricar o caça.

Em setembro de 2009, após reunião no Palácio da Alvorada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Sarkozy divulgaram nota conjunta apontando para a escolha do modelo francês, em detrimento do americano e o sueco. Só que o impasse sobre o alto preço cobrado pela Dassault pelo Rafale emperrou o negócio, que ficou parado desde então.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, ouviu da presidente Dilma Rousseff - desta vez pessoalmente - que a compra de caças para Força Aérea Brasileira continua suspensa. No encontro hoje à tarde, em Nova York, Sarkozy voltou ao assunto, tão caro ao governo francês, mas a resposta que recebeu é que o negócio pode voltar a ser tratado em 2012, se - sendo essa uma enorme condicional - a crise econômica mundial não se revelar tão grave como parece.

Dilma explicou ao colega francês as restrições orçamentárias enfrentadas pelo Brasil nesse momento para garantir o pagamento das contas em um momento de instabilidade internacional. Mas lembrou a Sarkozy que a cooperação em defesa entre os dois países não se resume a compra dos caças. "A presidente explicou que por constrangimentos orçamentários os investimentos foram postergados e lembrou a crise mundial", explicou o ministro das Relações Exteriores, Antonio de Aguiar Patriota.

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O negócio entre os dois países, de US$ 1 bilhão, estava praticamente fechado ainda no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2009, Sarkozy compareceu às cerimônias do sete de setembro, em Brasília, em uma quase comemoração de um negócio dado como certo. No entanto, com a eleição no ano seguinte e a pressão dos militares, que preferiam outro modelo - o Gripen Saab, da Suécia - a compra foi mais uma vez adiada. No final do ano passado, Lula passou oficialmente a decisão a Dilma.

Já no início de seu governo a presidente mandou suspender a decisão. Disse que queria analisar melhor todas as propostas - que além do Saab e do Rafale francês incluem o Super Hornet F-18 americano, fabricado pela Boeing. A notícia, divulgada por todos os jornais franceses, pegou Sarkozy de surpresa e desagradou profundamente os franceses. Em seguida, o agravamento da crise econômica suspendeu de vez a compra, pelo menos até 2012, e, provavelmente agora, indefinidamente.

O adiamento da compra, mais uma vez, atiçou os outros competidores, especialmente os americanos da Boeing. Há cerca de um mês, o CEO da Boeing Defesa, Dennis Muilenburg, passou uma semana no Brasil em diversas conversas com funcionários do governo. A empresa chegou a colocar um simular do Super Hornet no saguão do Congresso Nacional e participar de audiências públicas sobre os caças.

Em um momento de crise econômica, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, a encomenda brasileira ajudaria a movimentar o capital da empresa ganhadora. Dilma, no entanto, deixou claro que, mesmo a compra sendo necessária para a área militar, não é, nesse momento, prioridade para seu governo.

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