O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, atacou o Irã neste domingo, por ser palco de um concurso de cartoons sobre o Holocausto. Ele disse que a República Islâmica estava ocupada planejando outro.
O Irã há muito tempo tem apoiado grupos armados comprometidos com a destruição e de Israel e seus líderes tem pedido que o país seja varrido do mapa. Israel teme que o programa nuclear iraniano seja projetado para ameaçar sua própria existência.
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Netanyahu disse que Israel se opõe não apenas às políticas beligerantes do Irã, mas a seus valores. "Ele nega o Holocausto, zomba do Holocausto e também está preparando outro Holocausto", disse o primeiro-ministro em sua reunião semanal de gabinete. "Acho que todos os países do mundo devem se levantar e condenar isso."
O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Mark Toner, viajando com o secretário de Estado, John Kerry, à Arábia Saudita, disse que os Estados Unidos estavam preocupados que o concurso pudesse "ser usado como uma plataforma para a negação do Holocausto e o revisionismo e agravar o discurso antissemita, como ocorreu no passado".
"Esse discurso ofensivo deve ser condenado pelas autoridades e líderes da sociedade civil, em vez de encorajado. Denunciamos qualquer negação do Holocausto e a banalização como inflamatória e abominável. É um insulto à memória dos milhões de pessoas que morreram no Holocausto", disse Toner.
A negação ou questionamento do genocídio é generalizada no Oriente Médio,
onde muitos o consideram um pretexto usado por Israel para sua criação e para desculpar suas ações em relação aos palestinos.
"Holocausto significa assassinato em massa", disse o organizador do concurso, Masuod Shojai Tabatabaei. "Estamos testemunhando as maiores matanças pelo regime sionista em Gaza e na Palestina."
Ele disse que o objetivo do evento em Teerã não era negar o Holocausto, mas
criticar supostos duplos padrões ocidentais sobre liberdade de expressão, e, particularmente, uma resposta a representações do profeta Maomé pela revista satírica francesa Charlie Hebdo e outras publicações.
A exposição contou com cerca de 150 obras de 50 países, muitas retratando Israel como usando o Holocausto para se desviar do sofrimento dos palestinos. Outras representavam prisioneiros palestinos atrás do arame farpado no estilo das cercas dos campos de concentração, Netanyahu assemelhado ao líder nazista Adolf Hitler e uma mesquita de Jerusalém atrás de um portão mostrando o lema "Arbeit Macht Frei", colocado na entrada para o campo de extermínio de Auschwitz.
O concurso foi organizado por entidades não-governamentais com forte apoio do governo linha-dura do Irã. Um concurso anterior, de 2006, ganhou impulso do então presidente Mahmoud Ahmadinejad, um linha-dura que se refere ao Holocausto como um "mito" e que repetidamente previu a morte de Israel.
Fonte: Associated Press