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A fisioterapeuta Jackeline Araújo é casada com Josemir Dutra - da mesma área de saúde - e, há cinco anos, eles decidiram montar um consultório e dividi-lo com a prima dela que é dentista, na galeria Capunga, localizada nas Graças, região central do Recife. No espaço, o marido atende Fisioterapia Desportiva, a Dermatofuncional fica com a esposa, além do pilates, desenvolvidos pelos dois. E a prima fica com parte do espaço para cuidar dos clientes que buscam tratamento ortodôntico . A junção deu tão certo que agora eles planejam se mudar para uma sala maior, no mesmo local, e ampliar a multifuncionalidade já obtida, com a adesão de profissionais como cardiologista, psicólogo, nutricionista, ortopedista e reumatologista, por exemplo.
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Sem saber o que faziam, estavam participando da "metamorfose escritorial" que acontece no mundo inteiro. Em 2005, Brad Neuberg usou pela primeira vez a palavra Coworking - termo criado por BernieDeKoven, em 1999 - para descrever um espaço físico compartilhado por profissionais autônomos. Essa nova forma de trabalhar e de obter um escritório a partir da divisão de custos e recursos vem revolucionando tanto os profissionais como o modo de trabalho e, atualmente, existem mais de 126 coworkings no Brasil, de acordo com o portal especializado em coworking, Deskmag.
Essa nova proposta vem se tornando cada vez mais comum, principalmente, pelos benefícios que promove a todos: Profissionais e clientes. O compartilhamento do espaço de trabalho vai além de divisões de contas e recursos. Ele possibilita o almejado Networking, ou seja, uma rede de contatos em que serão partilhados experiências e fregueses. Dependendo da área poderá ser realizado um estudo mais complexo do paciente, como no caso de Jackeline e Josemir, e ainda proporcionará mais satisfação para quem deseja obter os serviços, uma vez que é possível resolver várias questões em um mesmo lugar, facilitando a vida do cliente e ampliando o atendimento.
Outro fator relevante, que enche os olhos dos profissionais em busca dessa nova modalidade de ambiente profissional, é o lado social. Ainda segundo o Deskmag, mais de 50% das pessoas optam pelo coworking pela comunidade criada, interação e infraestrutura. Além disso, também foi constatado que depois de ter entrado num escritório compartilhado, 74% dos coworkers tiveram mais ideias para o trabalho e 64% completam as tarefas em um bom prazo. Todos os dados do portal foram estabelecidos a partir da pesquisa realizada entre 27 de outubro a 7 de novembro de 2012, com estatísticas mundiais.
"A grande questão desse modelo de consultório "são os horários, né?! Cada um vai numa hora e, assim, dá para se dividir as salas sem problemas", afirma Josemir, entusiasmado com seus projetos. Além dessa área de saúde, é comum e funcional coworkings de psicólogos com fonoaldiólogos e pedagogos, de profissionais da comunicação e do jurídico, dentre muitas outras alternativas.
COWORKING COMERCIAL
Outra forma de trabalhar em conjunto, porém, sem dividir o espaço é o coworking comercial. Quem começou com essa nova modalidade foi o empresário Ed Pereira, da B3 Soluções e Consultoria. "Nós começamos como o coworking normal e comercial, mas, Recife não nos deu a demanda necessária para a sustentação da empresa. Então, ficamos só com a segunda opção, em que prestamos serviços a diversos profissionais em todo o território nacional", conta o empresário.
Com concorrentes como a Contax, CSU e Provider, os clientes podem trabalhar em casa ou onde quiserem. "Tenho um freguês que montou seu escritório na garagem de casa. Niguém nem sabe e ele não perde credibilidade por isso", pontua Ed, ressaltando o fato de que a proposta da empresa é prestar serviço no Brasil, em vários estados, oferecendo números de telefone regionais nas áreas de atuação, mas a sede da empresa cliente fica na localização do profissional. Contratando vendedores e cobradores é, também, uma alternativa para os profissionais que precisam fazer cobranças mas não querem passar pelo constragimento. "Advogado não tem o menor jeito para cobrar. O acordo é que eles fazem o texto e ligamos para quem deve informando que compramos a dívida e, agora, ele deve a gente", acrescenta.