Tópicos | Copom

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve a taxa básica de juros em 7,25% ao ano e interrompeu nesta quarta-feira o ciclo de cortes iniciado em agosto de 2011, quando a Selic estava em 12,50% ao ano. A instituição também indicou que não deve mexer tão cedo na taxa, que serve de referência para o custo do crédito e para a maioria das aplicações financeiras, pois a economia brasileira só agora começa a se recuperar e a crise nos países desenvolvidos segue sem solução. A decisão foi unânime e já era esperada pela maioria dos economistas.

A instituição também repetiu as afirmações feitas ao final da reunião anterior, em outubro, quando foi realizado o último corte de juros. Para o BC, a estabilidade dos juros "por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta, ainda que de forma não linear". Ao justificar a manutenção, a instituição citou ainda o balanço de riscos para a inflação, a recuperação da atividade doméstica e a complexidade que envolve o ambiente internacional, mesma avaliação feita no começo do mês passado.

##RECOMENDA##

Essa foi a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deste ano. Agora, os diretores do BC só voltam a se reunir nos dias 15 e 16 de janeiro. A expectativa da maior parte do mercado financeiro é de que os juros continuem no patamar atual pelo menos até o fim de 2013.

Entre agosto do ano passado e outubro de 2012, foram realizados dez cortes seguidos nos juros, que estão hoje no menor patamar da história recente. As taxas para consumidores e empresas também atingiram mínimos históricos. A inflação, por outro lado, está em 5,45% nos últimos 12 meses, acima do centro da meta de 4,5%. Já a atividade econômica só agora começa a se recuperar, o que deve fazer com que o crescimento nos dois primeiros anos do governo Dilma Rousseff registre a segunda pior média da história recente, atrás apenas do governo Collor.

As previsões oficiais de crescimento para este ano são de 1,6%, pelo BC, e de 2%, pelo Ministério da Fazenda. Para o próximo ano, analistas já começaram a reduzir suas estimativas, cuja média está agora abaixo de 4%.

O diretor de investimentos da Lecca, Samy Balassiano, projeta um crescimento em torno de 3,5%. Para o economista, esse patamar já deve puxar para cima a inflação e levar o BC a subir os juros no segundo semestre. Em relação aos cortes já realizados, Balassiano diz que alguns analistas ficaram assustados no começo, mas a decisão de reduzir os juros já em 2011 foi acertada. "A gente não conseguiu crescer, mesmo com juros baixos, mas não tivemos nenhuma disparada da inflação."

Na semana passada, o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que os juros estão hoje mais próximos do verificado no resto do mundo. Ele disse, no entanto, que a instituição não abandonou a política monetária e poderá fazer ajustes nos juros, para cima ou para baixo, quando necessário.

A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central (BC), mostra claramente que chegou ao fim o ciclo de queda da taxa básica de juros, a Selic, na economia brasileira. Ao destacar os votos dos diretores, o texto explicita que os cinco membros que votaram pela queda da taxa em 0,25pp, para 7,25% ao ano, enxergaram espaço para "um último ajuste nas condições monetárias".

Os outros três diretores, naquele momento, já avaliaram que o cenário prospectivo para a inflação não permitia mais continuar a trajetória de queda da Selic. A decisão de baixar os juros na semana passada não foi unânime. Na ocasião, cinco diretores votaram pela redução da taxa, enquanto outros três integrantes - Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo e Sidnei Corrêa Marques - votaram pela manutenção.

##RECOMENDA##

O Banco Central também admitiu na ata a possibilidade de o governo fazer um superávit fiscal este ano abatendo os gastos com investimentos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Minha Casa Minha Vida. A ata tira a expressão "sem ajustes" ao se referir a política fiscal deste ano.

"Considera-se geração de superávit primário em torno de 3,10% do PIB em 2012". Mas mantém a expressão ao se referir ao cenário do próximo ano. "Além disso, admite-se, como hipótese de trabalho, a geração de superávit primário de quase 3,10% do PIB, sem ajustes, em 2013, conforme parâmetros constantes da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) - 2013".

O Ministério da Fazenda tem encontrado dificuldades para fechar as contas deste ano, em função da baixa arrecadação. Por isso, já cogita a possibilidade de usar o abatimento dos investimentos para cumprir a meta deste ano.

Outra mudança na ata divulgada nesta quinta-feira, em relação ao documento divulgado em setembro, é a avaliação de que iniciativas recentes apontam o balanço do setor público se deslocando de uma posição de neutralidade para expansionista. Na ata anterior, a avaliação do Copom era de que havia uma neutralidade do balanço do setor público.

O Copom ainda incluiu um parágrafo sobre indicadores de condições de crédito, construídos pelo Banco Central com base em consulta trimestral realizada com instituições representativas de cada segmento do mercado de crédito. Segundo a ata, os indicadores evidenciam, em geral, condições mais flexíveis para concessão de crédito no quarto trimestre de 2012 em comparação ao trimestre anterior.

A análise sugere cenário moderadamente mais flexível no que se refere à aprovação de novas linhas de crédito para empresas. Em relação ao crédito voltado ao consumo, a expectativa para o quarto trimestre indica leve recuperação no porcentual de aprovação de crédito. Para o crédito habitacional, apesar da demanda em níveis superiores aos observados de julho a setembro de 2012, a expectativa de aprovação de novas linhas tende a ser similar à verificada no trimestre anterior.

A ata traz ainda a expectativa do Copom de não haver reajuste no preço da gasolina, para o acumulado em 2012, apesar das pressões da Petrobras. A presidente da estatal, Graça Foster, afirmou recentemente que o aumento dos preços "certamente virá", mas não falou em data.

Para 2013, a projeção de reajuste para o conjunto de preços administrados por contrato e monitorados reduziu-se para 2,4% ante 4,5% considerados na reunião do Copom de agosto. "Cabe destacar que, em grande parte, o recuo na projeção para 2013 se deve à redução estimada nas tarifas de energia elétrica", afirma a ata. Esta expectativa de reajustes menores dos preços administrados já constava no último Relatório Trimestral de Inflação.

A projeção do Banco Central para a inflação, pelo cenário de referência e de mercado, manteve-se estável para 2012, mas acima do centro da meta de 4,5% estipulado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A avaliação está na ata do Copom, divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central, e sua comparação é com o documento publicado após a reunião de agosto. O sistema de metas de inflação usa como referência o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O cenário de referência leva em conta as hipóteses de manutenção da taxa de câmbio em R$ 2,05 e da taxa Selic em 7,50% ao ano em todo o horizonte avaliado. O cenário de mercado considera as trajetórias de câmbio e de juros coletadas com analistas de mercado antes da reunião do Copom.

##RECOMENDA##

Para 2013, a projeção de inflação reduziu-se em ambos os cenários, mas ainda se posiciona, nos dois casos, acima do valor central da meta. Para o terceiro trimestre de 2014, segundo o documento, a projeção encontra-se acima do valor central da meta em ambos os cenários.

Recuperação econômica

Na ata desta quinta-feira foi retirada a "gradual" para definir a recuperação da economia doméstica. A expressão constava no documento da reunião anterior. Naquela ata, os diretores salientaram que "o Copom avalia que a recuperação da atividade econômica doméstica tem se materializado de forma gradual".

Agora, o grupo destacou apenas que o cenário central contempla um ritmo de atividade doméstica mais intenso neste semestre e no próximo ano. O colegiado identificou também agora um recuo na probabilidade de ocorrência de eventos extremos nos mercados financeiros internacionais.

Ao mesmo tempo ponderou que o ambiente externo permanece complexo, devido à ausência de solução definitiva para a crise financeira europeia e aos riscos associados ao processo de desalavancagem - de bancos, de famílias e de governos - que estão em curso nos principais blocos econômicos.

O Copom nota ainda que o cenário para importantes economias emergentes se apresenta "mais desafiador do que se antecipava". O cenário prospectivo para a inflação, segundo os diretores, embora tenha sido negativamente impactado por choques de oferta associados a eventos climáticos, domésticos e externos, para o curto prazo manteve sinais favoráveis em prazos mais longos. "Dessa forma, o Copom ressalta que, no cenário central com que trabalha, a inflação tende a se deslocar na direção da trajetória de metas."

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central ponderou, de acordo com a ata da reunião da semana passada - quando cortou a Selic para 7,25% ao ano, que as iniciativas recentes apontam o balanço do setor público se deslocando de uma posição de "neutralidade para expansionista".

"Por outro lado, o Comitê nota que se apresenta como importante fator de contenção da demanda agregada o frágil cenário internacional", trouxe o documento divulgado nesta quinta-feira pelo BC. De acordo com a ata, esses elementos e os desenvolvimentos no âmbito parafiscal são partes importantes do contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas. Isso, conforme o documento, tem como objetivo assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas.

##RECOMENDA##

O Copom avaliou também que a demanda doméstica tende a se apresentar robusta, especialmente o consumo das famílias. Na opinião do colegiado, isso deve ocorrer, em grande parte, devido aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a expansão moderada do crédito.

"Esse ambiente tende a prevalecer neste e nos próximos semestres, quando a demanda doméstica será impactada pelos efeitos das ações de política recentemente implementadas, que, de resto, são defasados e cumulativos." Para o Comitê, esses efeitos, os programas de concessão de serviços públicos e a gradual recuperação da confiança dos empresários criam boas perspectivas para o investimento neste e nos próximos semestres.

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central, salientou que o colegiado entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta.

O documento faz a mesma observação vista no comunicado que se seguiu à decisão de corte da Selic de 0,25 ponto porcentual, para 7,25% ao ano: de que o movimento de convergência pode ocorrer ainda que de forma não linear.

##RECOMENDA##

Para chegar a essa avaliação o grupo considerou o balanço de riscos para a inflação, a recuperação da atividade doméstica e a complexidade que envolve o ambiente internacional.

Ajuste

Os cinco membros do Comitê de Política Monetária (Copom) que votaram pela redução da Selic para 7,25% ao ano avaliam que o cenário prospectivo para a inflação ainda comportava um último ajuste nas condições monetárias, segundo a ata divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central. Para esses cinco membros, restavam incertezas quanto à velocidade de recuperação da atividade.

Em grande parte, conforme o documento, essas dúvidas existiam em decorrência das perspectivas de que o período de fragilidade da economia global seja mais prolongado do que se antecipava, com repercussões desinflacionárias sobre a economia doméstica. Os cinco que fazem parte desse grupo são o presidente Alexandre Antonio Tombini e os diretores Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Luiz Awazu Pereira da Silva e Luiz Edson Feltrim.

Além disso, o grupo destacou que as recentes pressões de preços decorrem, principalmente, de choques de oferta, internos e externos, que tendem a reverter no médio prazo.

O dólar no mercado à vista de balcão abriu há pouco em estabilidade e na máxima até o momento, a R$ 2,040, mas logo depois testou o campo negativo. Até 9h37, a mínima foi de R$ 2,0380, baixa de 0,10%. O ajuste negativo acompanha o mercado futuro da BM&FBovespa, onde o contrato de dólar para novembro de 2012 opera em baixa desde o começo dos negócios. Às 9h37, o dólar para novembro caía 0,24%, a R$ 2,0440, após tocar mínima de R$ 2,0430 (-0,29%) e máxima em R$ 2,0470 (-0,10%).

Apesar dessas perdas iniciais, alguns operadores do mercado de câmbio consideram possível uma realização de lucros pontual durante a sessão, já que o dólar vem se mantendo acima do patamar de R$ 2,04 há alguns dias. "Isso dependerá de uma melhora do humor do mercado externo ao longo do dia", disse uma fonte de tesouraria de um banco.

##RECOMENDA##

Até agora, os principais fatores que estão pressionando o dólar para baixo no exterior e no Brasil são a alta dos preços futuros das commodities (petróleo e algumas agrícolas e metálicas) e a valorização do euro, após a agência Standard & Poor's rebaixar na quarta-feira (10) a Espanha e deixar o país à beira do grau especulativo.

No final da tarde de quarta-feira(10), a S&P reduziu o rating da Espanha em dois graus, para 'BBB-', e manteve a perspectiva negativa do país. A expectativa nos mercados é de que ação da S&P deve elevar a pressão para que o primeiro-ministro (Mariano Rajoy) procure assistência externa, talvez já na próxima cúpula da (União Europeia), nos dias 18 e 19 de outubro.

De imediato, as atenções dos agentes financeiros estão voltadas para as reuniões dos líderes do Fundo Monetário Internacional e do G-7 para discutir medidas para solucionar os problemas da dívida da zona do euro. Às 9h45, o euro estava em US$ 1,2925, de US$ 1,2875 no fim da tarde de quarta-feira (10). O dólar norte-americano recuava em relação ao dólar australiano (-0,47%), ao dólar canadense (-0,36%), à rupia indiana (-0,69%) e ao dólar neozelandês (-0,11%).

No Brasil, a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central de baixar a Selic de 7,50% para 7,25% colabora para reduzir o diferencial de taxas entre o Brasil e outros países no mundo, disse o Ministro da Fazenda, Guido Mantega. "A redução dos juros nos ajuda a diminuir a arbitragem e a impedir a valorização do real", afirmou ele na quarta-feira (10) à noite, depois de participar de uma reunião dos Brics, em Tóquio. Perguntado sobre o que ele espera para a próxima reunião do Copom, Mantega disse: "eu não espero nada."

Para o mesmo operador citado acima, a decisão do Copom deve mexer pouco com o mercado de câmbio, porque já tinha sido precificada pelos agentes financeiros e a decisão não foi unânime. "Como houve divisão no placar da reunião - cinco membros votaram a favor do corte e três pela manutenção -, o mercado passou a avaliar que o ciclo de afrouxamento monetário poderá ser interrompido em novembro. "Pode ser praticamente neutro hoje o impacto sobre o câmbio", afirmou a fonte.

A Força Sindical criticou nesta quinta-feira o ritmo de redução da taxa Selic, que teve mais um corte: de 7,50% para 7,25% ao ano. "O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC) chega neste final de ano praticando a política a conta-gotas, reduzindo aos poucos a taxa Selic", cita a nota, assinada pelo presidente da entidade, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força.

Para a Força Sindical, o Copom "levou muito tempo - 14 meses - para cortar a taxa básica de 12,5% para 7,25%, apesar de o País necessitar, urgentemente, de mecanismos que facilitem os investimentos, por exemplo, na produção e na infraestrutura". De acordo com a entidade, tal posição "mostra um governo conservador, embora faça um discurso de que está se empenhando para estimular o crescimento da economia".

##RECOMENDA##

A Força Sindical argumenta que o governo precisa agir com mais rapidez e cortar os juros ainda mais para facilitar o crescimento da economia e reduzir a dívida pública, estimular a produção industrial que se encontra estagnada, aumentar o consumo e gerar empregos de qualidade.

O conteúdo do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e o placar de votos demonstram que há uma parada no ciclo de queda da taxa Selic, mas não significa necessariamente um encerramento, na avaliação da professora da PUC-RJ e diretora da Casa das Garças, Monica Baumgarten de Bolle. "Acho provável que daqui a uns meses, dependendo do desdobramento do cenário externo, que (o Comitê) retome a queda", citou. "É mais provável retomada da queda do juro básico do que de alta", acrescentou.

Para esta avaliação, Monica enfatiza que o contexto internacional é difícil. "Há desaceleração grande no núcleo emergente, na China e na Índia em particular". Ela considera que o quadro externo é desinflacionário na margem para o Brasil. E avalia que, com cortes de tarifas de energia e possível desoneração da cesta básica, deve haver espaço na inflação em 2013, caso o governo deseje alcançar os 4,0% no crescimento no ano que vem.

##RECOMENDA##

Monica acrescenta que o trecho no comunicado do Copom citando que o "Comitê entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado" sinaliza que qualquer movimento futuro do juro básico tende mais a ser um movimento de queda do que de alta. "O que significa que o que ocorre agora é uma pausa", afirmou.

Os diretores do Banco Central ressaltaram em ata do Copom divulgada nesta quinta-feira que a inflação de serviços ainda segue em níveis elevados e há pressões localizadas no segmento de alimentos e bebidas. Eles registraram que a inflação medida pela variação mensal do IPCA avançou para 0,43% em julho (de 0,08% em junho). Dessa forma, a inflação acumulada em doze meses alcançou 5,20%, ante 6,87% em julho de 2011.

Os preços livres variaram 5,77% em doze meses até julho (7,38% em julho de 2011), e os preços administrados, 3,67% (5,67% em julho de 2011). Entre os preços livres, os dos bens comercializáveis aumentaram 3,08% em doze meses até julho (6,44% em julho de 2011).

##RECOMENDA##

Já os preços dos bens não comercializáveis, inflação de serviços, registraram alta de 8,24% no período (8,18% em julho de 2011). "O grupo de alimentos e bebidas, sensibilizado por fatores climáticos, externos e domésticos, apresentou alta de 0,91% nos preços em julho (-0,34% em julho de 2011) e atingiu variação de 8,68% em doze meses." Os preços dos serviços aumentaram 0,79% em julho (0,52% em junho) e 7,90% em doze meses (8,82% em julho de 2011).

Estoques de empresas

Os diretores do Banco Central salientaram também que aumentou a proporção de empresas que reportaram estoques em níveis normais desde a reunião anterior do comitê, em julho. Citando dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o colegiado ressaltou que a utilização da capacidade se intensificou no setor de bens de consumo e também mostrou recuperação no setor de bens de capital.

"Ainda de acordo com a FGV, o Índice de Confiança da Indústria continuou em trajetória de recuperação gradual, atingindo o maior valor desde julho de 2011 na série dessazonalizada, em razão de melhoras nas percepções tanto da situação atual quanto das expectativas", pontuaram.

O BC também enfatizou que o volume de vendas do comércio cresceu 12,3% em junho, em relação a junho de 2011, amparado, em parte, por estímulos fiscais. "Desde outubro de 2011, a FGV, em parceria com o Banco Central, vem divulgando o Índice de Confiança do Comércio (Icom). Esse indicador fornece informação adicional importante, à medida que retrata o estado atual e sinaliza a evolução da atividade comercial de forma mais tempestiva." Em julho, o índice recuou, após ter permanecido estável em junho.

Pela avaliação do BC contida na ata do Copom de agosto, nos próximos meses, a trajetória do comércio continuará a ser influenciada pelas transferências governamentais, pelo ritmo de crescimento da massa salarial real, pela redução nos custos de empréstimos e pela expansão moderada do crédito. No documento de julho, o colegiado também havia citado quatro itens, mas um deles era o "elevado nível de confiança dos consumidores", que deu lugar agora à "redução nos custos de empréstimos".

O Comitê de Política Monetária (Copom) avaliou, por meio da ata da reunião realizada na semana passada, na qual o Banco Central (BC) reduziu a Selic para 7,50% ao ano, que a demanda doméstica tende a se apresentar robusta, especialmente o consumo das famílias. Isso se dará, diz o documento, em grande parte devido aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a expansão moderada do crédito.

"Esse ambiente tende a prevalecer neste e nos próximos semestres, quando a demanda doméstica será impactada pelos efeitos das ações de política recentemente implementadas, que, de resto, são defasados e cumulativos", trouxe o documento. O colegiado ressaltou que, além desses efeitos, os programas de concessão de serviços públicos e a gradual recuperação da confiança criam boas perspectivas para o investimento neste e nos próximos semestres.

##RECOMENDA##

Na ata, os diretores do BC ponderaram que iniciativas recentes apontam um "cenário de neutralidade" do balanço do setor público. Ao mesmo tempo, o comitê avaliou que o "frágil cenário internacional" se apresenta como importante fator de contenção da demanda agregada. "Esses elementos e os desenvolvimentos no âmbito parafiscal são partes importantes do contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas."

O Copom salientou também que o recuo das taxas de juros em geral e, em particular, da taxa neutra foi determinado por "mudanças estruturais significativas" na economia brasileira. "Apoiam essa visão, entre outros fatores, a redução dos prêmios de risco, consequência direta do cumprimento da meta de inflação pelo oitavo ano consecutivo, da estabilidade macroeconômica e de avanços institucionais", enumerou.

Além disso, o processo de redução dos juros foi favorecido, conforme o colegiado, por mudanças na estrutura dos mercados financeiros e de capitais, pelo aprofundamento do mercado de crédito e pela geração de superávits primários "consistentes" com a manutenção de tendência decrescente para a relação entre dívida pública e Produto Interno Bruto (PIB).

Para o comitê, todas essas transformações caracterizam-se por elevado grau de perenidade e contribuem para que a economia brasileira hoje apresente sólidos indicadores de solvência e de liquidez, ainda que reversões pontuais e temporárias possam ocorrer em virtude dos próprios ciclos econômicos.

O documento também explica que o aumento na oferta de poupança externa e a redução no seu custo de captação têm contribuído para a redução das taxas de juros domésticas, inclusive da taxa neutra. O aumento da oferta de poupança e a redução do custo são em grande parte, na avaliação do comitê, desenvolvimentos de caráter permanente.

Cenário externo

O cenário internacional possui um viés inflacionário no curto prazo, mas se mostra desinflacionário no médio prazo, segundo avaliação dos diretores do BC, expressa na ata. "Desde a última reunião, surgiram evidências de pressões localizadas de preços, decorrentes de um choque desfavorável de oferta no segmento de commodities agrícolas", pontuaram. A análise do BC é a de que esse choque tende a ser menos intenso e menos duradouro do que o ocorrido em 2010/2011, bem como tende a se reverter no médio prazo.

O colegiado também considerou que, desde a reunião anterior, os riscos para a estabilidade financeira global permaneceram elevados. Em particular, os diretores do BC citaram os riscos decorrentes do processo de desalavancagem em curso nos principais blocos econômicos. "O Comitê entende que, de modo geral, mantiveram-se inalteradas as perspectivas de atividade global moderada, e pouco se alteraram as restrições às quais estavam expostas diversas economias maduras."

O diretores ressaltaram também que, nessas economias, o espaço para utilização de política monetária parece limitado e prevalece um cenário de restrição fiscal neste e nos próximos anos. "Além disso, em importantes economias emergentes, apesar da resiliência da demanda doméstica, o ritmo de atividade permaneceu moderado", consideraram.

 

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central (BC), repetiu a expressão "máxima parcimônia" em relação à possível continuidade da queda dos juros básico já usada no comunicado que se seguiu à decisão, da semana passada, de reduzir a Selic em 0,50 ponto porcentual, para 7,50% ao ano.

"Considerando os efeitos cumulativos e defasados das ações de política implementadas até o momento, que em parte se refletem na recuperação em curso da atividade econômica, o Copom entende que, se o cenário prospectivo vier a comportar um ajuste adicional nas condições monetárias, esse movimento deverá ser conduzido com máxima parcimônia", trouxe o documento.

##RECOMENDA##

O Bradesco anunciou na noite desta quarta-feira uma nova rodada de redução das taxas de juros de várias modalidades de crédito. A medida acompanha a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, que reduziu a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, para 7,5% ao ano. Diversas linhas de empréstimos e financiamentos, tanto para clientes pessoas físicas como para empresas, passam a ter taxas menores. As novas condições valem para todos os clientes.

Para os clientes pessoa física do Bradesco, a taxa de juros mínima do Crédito Pessoal, foi reduzida de 1,89% para 1,85% ao mês. Na modalidade CDC Veículos, a taxa mínima foi reduzida de 0,89% para 0,85% ao mês, e a máxima de 2,87% para 2,83% ao mês.

##RECOMENDA##

Na modalidade Leasing Veículos, a taxa mínima diminuiu de 1,59% para 1,55% ao mês, e a máxima de 2,92% para 2,88% ao mês. No Financiamento de Bens/Serviços, a taxa mínima caiu de 2,36% para 2,32% ao mês, e a máxima de 4,83% para 4,79% ao mês. No Cheque Especial, a taxa de juros mínima é de 3,95% ao mês.

Para empresas, no empréstimo de Capital de Giro, a taxa mínima caiu de 2,35% para 2,31% ao mês, e a máxima de 5,29% para 5,25% ao mês. Na modalidade Conta Garantida, a taxa mínima foi reduzida de 3,21% para 3,17% ao mês. Os juros da linha de Antecipação de Recebíveis de Duplicatas, Cheques e Cartão de Crédito foram reduzidos de 2,01% para 1,97% ao mês na mínima, e de 4,50% para 4,46% ao mês na máxima.

O novo patamar de juros passa a vigorar a partir de segunda-feira, dia 3 de setembro, em toda a rede de agências.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou nesta quarta-feira a taxa Selic em 0,5 ponto porcentual para 7,5% ao ano. Foi o nono corte consecutivo na taxa básica de juros, que se encontra no menor patamar da história.

A decisão confirmou a previsão da ampla maioria dos analistas financeiros. De acordo com levantamento do AE Projeções, serviço da Agência Estado, de 81 instituições financeiras consultadas, 80 esperavam uma queda de 0,5 ponto porcentual e uma apostava em redução de 0,25 ponto.

##RECOMENDA##

A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 9 e 10 de outubro. A ata da reunião desta quarta-feira será divulgada pelo BC na quinta-feira da próxima semana, dia 6 de setembro.

A previsão oficial do Banco Central para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2012 caiu em relação a maio e segue em torno de 4,5% no cenário de referência. "A projeção para a inflação de 2012 reduziu-se em relação ao valor considerado na reunião do Copom de maio e se encontra em torno do valor central de 4,5% para a meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)", cita a ata da reunião de julho do Comitê de Política Monetária (Copom).

No cenário de referência, o BC projeta a inflação com a hipótese de manutenção da taxa de câmbio em R$ 2,00 e da taxa Selic em 8,5% ao ano em todo o horizonte da previsão. Nesse mesmo cenário, para 2013, a estimativa para a inflação oficial caiu na comparação com maio, mas segue "acima do valor central de meta".

##RECOMENDA##

Já no cenário de mercado, que leva em conta a trajetória de câmbio e de juros prevista pelos analistas de mercado na pesquisa semanal Focus realizada pelo BC, a previsão para o IPCA em 2012 manteve-se estável "em torno do valor central da meta para a inflação". Para 2013, a projeção para a inflação no cenário de mercado caiu, mas está "acima do valor central da meta".

Cenário externo

O cenário externo teve piora desde maio, o que contribui para maior aversão ao risco entre investidores e piores estimativas para o desempenho da economia, avaliam os diretores do Copom na ata. "A economia mundial enfrenta período de incerteza acima da usual, com elevada aversão ao risco e perspectivas de baixo crescimento, as quais se intensificaram desde a última reunião", cita o documento no trecho 12. No parágrafo equivalente da ata de maio - o 11 - não havia menção à intensificação desse comportamento.

Entre os argumentos do BC, os diretores afirmam que dados "sugerem certo arrefecimento da atividade nos Estados Unidos, em ambiente de riscos associados ao quadro fiscal e ao recrudescimento da crise europeia". "Persistem riscos elevados para a estabilidade financeira global, devido ao nível ainda elevado de incerteza política e às dificuldades de implementação de medidas recentemente anunciadas", completam os diretores do BC.

Além de destacar o desempenho fraco da economia, o Copom nota que há pouca margem para reação. "Altas taxas de desemprego por longo período, aliadas a necessidades de ajustes fiscais, ao limitado espaço para ações de política anticíclicas e à incerteza política, traduzem-se em projeções de baixo crescimento em economias maduras", cita.

Entre os argumentos, os diretores do BC notam que indicador antecedente divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), referente a junho, "aponta atividade abaixo da tendência na zona do euro e nas principais economias emergentes, além de moderação na atividade no Japão e Estados Unidos". Em igual trajetória, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) "sugere moderação na atividade global, principalmente na atividade manufatureira" em junho.

Sobre a política monetária, o BC brasileiro nota que economias avançadas "persistem com posturas fortemente acomodatícias, sendo que o Banco Central Europeu reduziu a taxa básica de juros ao menor nível histórico, e o Banco da Inglaterra retomou medidas de estímulo quantitativo".

Nos emergentes, a estratégia é semelhante. "Nas economias emergentes, de modo geral, o viés da política monetária se apresenta expansionista, o que se conjuga, em alguns casos, com políticas anticíclicas adicionais", cita o documento. Entre os aspectos destacados, o BC nota que a China "promoveu, em junho e julho, dois cortes consecutivos nas taxas de juros de referência para depósitos e empréstimos".

Demanda doméstica

O Copom repetiu a avaliação de que a demanda doméstica tende a permanecer "robusta", "especialmente o consumo das famílias, em grande parte devido aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a expansão moderada do crédito", cita o trecho 32 da ata.

Para os diretores do BC, o quadro de demanda interna robusta "tende a prevalecer neste e nos próximos semestres, quando a demanda doméstica será impactada pelos efeitos das ações de política recentemente implementadas, que, de resto, são defasados e cumulativos".

Outro aspecto destacado sobre a demanda interna está no setor público. Até maio, os diretores do BC afirmavam que existiam iniciativas que reforçavam "cenário de contenção das despesas do setor público". Agora, o tom mudou e mostra reflexo do aumento das despesas do governo. Mesmo assim, a influência não chega a ser "inflacionária", é "neutra". "O Comitê pondera que iniciativas recentes apontam cenário de neutralidade do balanço do setor público".

"O Comitê nota que se apresenta como importante fator de contenção da demanda agregada o ainda frágil cenário internacional. Esses elementos e os desenvolvimentos no âmbito parafiscal são partes importantes do contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas", completa o trecho 32 do documento.

O Copom manteve a leitura de que os riscos para a inflação parecem ser "limitados", conforme diz o parágrafo 30 da ata. Nesse mesmo trecho, os diretores observam que "o Comitê nota ainda que, até agora, dada a fragilidade da economia global, a contribuição do setor externo tem sido desinflacionaria". A percepção é idêntica à divulgada em maio.

O Banco Central manteve a avaliação de que a recuperação do ritmo de crescimento da economia brasileira tem ocorrido de maneira "bastante gradual". "O Copom avalia que a recuperação da atividade econômica doméstica tem se materializado de forma bastante gradual", cita o parágrafo 29 da ata.

Apesar de reconhecer que a economia avança lentamente, os diretores do BC destacam que a velocidade deve ser maior no 2º semestre de 2012. "Por outro lado, menciona que o cenário central contempla ritmo de atividade mais intenso neste semestre".

Nesse trecho do documento, os diretores do BC afirmam que o grupo "identifica recuo na probabilidade de ocorrência de eventos extremos nos mercados financeiros internacionais".

Apesar disso, o BC "pondera que desenvolvimentos recentes indicam postergação de uma solução definitiva para a crise financeira europeia, e que continuam elevados os riscos associados ao processo de desalavancagem - de bancos, de famílias e de governos - ora em curso nos principais blocos econômicos".

Ainda indefinido, o cenário compõe "um ambiente econômico em que prevalece nível de incerteza muito acima do usual". "Para o Comitê, o cenário prospectivo para a inflação, desde sua última reunião, manteve sinais favoráveis". O parágrafo termina com a observação de que "no cenário central com que trabalha, a taxa de inflação posiciona-se em torno da meta em 2012".

Commodities

O BC manteve a avaliação de que o atual quadro internacional sugere trajetória de queda para os preços das commodities. "É plausível afirmar que a redução nas metas de crescimento da China, aliada à fragilidade da economia mundial, tende a gerar pressões baixistas sobre os preços de commodities", cita a ata no trecho 13.

"O preço do barril de petróleo do tipo Brent tem oscilado em torno de US$ 100 desde a última reunião. Cabe ressaltar que a complexidade geopolítica que envolve o setor do petróleo tende a acentuar o comportamento volátil dos preços, que é reflexo, também, da baixa previsibilidade de alguns componentes da demanda global e do fato de o crescimento da oferta depender de projetos de investimentos de longa maturação e de elevado risco", cita o documento do BC.

A ata lembra ainda que a alta volatilidade recente dos preços das commodities "foi influenciada pela ampla liquidez global, em contexto no qual os mercados financeiros se ajustam às novas expectativas de crescimento e à volatilidade nos mercados de câmbio".

Salários

O Banco Central alterou o termo usado para falar sobre os riscos em relação ao aumento de salário em ritmo superior à alta da produtividade. No parágrafo 28 da ata, os diretores do BC afirmam que "um risco significativo reside na possibilidade de concessão de aumentos de salários incompatíveis com o crescimento da produtividade e suas repercussões negativas sobre a dinâmica da inflação".

Em maio, os diretores do BC diziam que tal descompasso gerava "um risco importante". Nesse trecho, a ata da reunião do Copom cita que são "decrescentes os riscos derivados da persistência do descompasso, em segmentos específicos, entre as taxas de crescimento da oferta e da demanda". O documento chama atenção, porém, que há "estreita margem de ociosidade no mercado de trabalho, apesar dos sinais de moderação nesse mercado".

Ainda sobre os fatores da economia, o BC nota que, por outro lado, "o nível de utilização da capacidade instalada tem se estabilizado e se encontra abaixo da tendência de longo prazo, ou seja, está contribuindo para a abertura do hiato do produto e para conter pressões de preços".

Crédito

O Banco Central manteve a avaliação de que o mercado de crédito segue com crescimento "moderado". Nesta ata, os diretores afirmam no parágrafo 27 que "o cenário central também contempla expansão moderada do crédito". Ainda sobre o mercado de empréstimos, os diretores repetem a avaliação de que são "oportunas iniciativas no sentido de moderar concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito".

Depois de o Comitê de Política Monetária (Copom) ter cortado a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, para 8% ao ano, na noite desta quarta-feira, o Bradesco diminuiu as taxas de juros em várias modalidades de crédito tanto para pessoa física como para empresas. As mudanças passam a valer a partir de segunda-feira, dia 16.

A taxa de juros mínima de crédito pessoal, por exemplo, passou de 1,93% para 1,89% ao mês, informa nota da instituição enviada à imprensa. Na modalidade CDC Veículos, a taxa mínima foi reduzida de 0,93% para 0,89% ao mês, e a máxima de 2,91% para 2,87% ao mês.

##RECOMENDA##

No Cheque Especial, a taxa de juros mínima está em 3,95% ao mês e máxima foi reduzida de 8,86% ao mês para 8,82% ao mês.

Para empresas, no empréstimo de capital de giro, a taxa mínima caiu de 2,39% para 2,35% ao mês, e a máxima de 5,33% para 5,29% ao mês, de acordo com o Bradesco.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera a redução de 0,5 ponto porcentual na taxa Selic, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na noite desta quarta-feira, como "uma decisão acertada e já amplamente antecipada". Em nota, a confederação afirma que a continuidade do processo de queda dos juros se faz necessária pela desaceleração da demanda e seus reflexos na atividade produtiva.

Para a CNI, as pressões deflacionárias da economia mundial confirmam uma trajetória de inflação dentro da meta e justificam a postura mais ativa da política monetária, com cortes adicionais na taxa de juros. "A política macroeconômica continua na direção correta", ressalta a entidade.

##RECOMENDA##

De acordo com a confederação, a diminuição dos juros conduz à manutenção de um patamar de taxa de câmbio mais favorável aos produtos brasileiros. Cita também que as medidas recentes de estímulo ao consumo são adequadas, embora seus efeitos se tornem cada vez menos efetivos.

A CNI destaca, porém, que juros e câmbio mais adequados e incentivo ao consumo são insuficientes para, isoladamente, reativar a atividade econômica. "A retomada da economia requer o aumento do investimento e a melhoria da competitividade", menciona a nota.

De acordo com a entidade, é urgente promover ações efetivas e de alto impacto de redução do custo de se produzir no Brasil. "Essas ações podem gerar um choque positivo de expectativas e romper a armadilha de crescer e investir pouco", conclui a CNI.

Fiesp

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo avalia que o Banco Central foi "tímido" ao anunciar um corte de 0,50 ponto porcentual na taxa de juros básicos da economia, para 8% ao ano. "A queda de juros é benéfica para o Brasil, portanto, essa cautela excessiva adotada pelo BC não é necessária", afirma em comunicado Paulo Skaf, presidente da Fiesp. "Precisamos que o governo acelere o ritmo de queda dos juros, pois este é um importante fator que poderá nos levar ao resgate da competitividade do país", declara a entidade.

No comunicado, a Fiesp lembra que, em setembro de 2011, quando o BC começou a baixar a taxa, os interessados nos juros altos afirmavam que seria o "fim do sistema de metas de inflação e que a inflação iria sair de controle". Ainda de acordo com a Fiesp, naquela época, a Selic era de 12,5% ao ano e a inflação projetada para 2012 era de 5,5%. "Hoje, a inflação projetada para o ano está convergindo para o centro da meta, 4,5%, e a Selic está em 8% ao ano", acrescenta a Fiesp.

Fierj

Para a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a redução da taxa Selic em 0,5 ponto porcentual, ficando em 8% ao ano, era previsível e se mostra insuficiente para ajudar no aquecimento da atividade industrial.

"Levando em conta a conjuntura internacional, a baixa atividade econômica no Brasil e a trajetória cadente da inflação, a nova redução da taxa básica de juros era previsível", declarou a Firjan em comunicado à imprensa. "O quadro de baixo crescimento tem se mostrado persistente, particularmente na indústria, onde as projeções apontam para desempenho próximo ou abaixo de zero", completou a entidade.

Na visão da Fiesp, é preciso adotar medidas para baixar custos da produção. "A extinção da multa adicional de 10% do FGTS paga pelas empresas em demissões sem justa causa, cujo custo ao setor empresarial ultrapassa R$ 3 bilhões anuais e que está na pauta do Plenário da Câmara dos Deputados, seria uma ótima iniciativa nesse sentido."

O Banco Central (BC) manteve a previsão de que a gasolina e o gás de botijão não sofrerão reajuste este ano, ao contrário do que vem sendo defendido pelo mercado e pela presidente da Petrobras, Graça Foster. A previsão do BC consta na ata da reunião do Comitê de Política Monetária, que usa a manutenção dos preços dos combustíveis, itens com forte peso na inflação, como uma das justificativas para a redução em maio da taxa básica de juros no País.

Desde que assumiu o cargo, em fevereiro, Graça vem defendendo, embora sem data ou porcentuais, uma eventual correção da defasagem entre o preço do petróleo no mercado internacional e o vendido pelas refinarias da companhia a distribuidoras. Analistas chegam a calcular uma defasagem de cerca de 30% como desvantagem para a empresa.

##RECOMENDA##

No mês passado, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, defendeu que houvesse um reajuste quando o preço do barril de petróleo no mercado internacional batesse US$ 130. Hoje, o barril do Brent está em US$ 101. Na divulgação do resultado financeiro do segundo trimestre, o diretor Financeiro da Petrobrás, Almir Barbassa, afirmou desconhecer o patamar estipulado pelo ministro. O governo é controlador da Petrobrás, que tem como presidente de seu conselho de administração o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

O último reajuste de preços (10% para a gasolina e 2% para o diesel) ocorreu em novembro, mas foi compensado pela redução da Cide pelo governo, de forma a não haver impacto de preços nas bombas. A redução da Cide, no entanto, se encerra no fim deste mês. Sem renovação, a Petrobrás pode amargar prejuízos ainda maiores a partir de julho, caso a previsão do BC se confirme.

Sem reajuste nas refinarias, uma das saídas para compensar parte das perdas da Petrobrás poderia vir da elevação da mistura de etanol anidro à gasolina. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) diz que já há condições no mercado para retomar a proporção de 25% de etanol na mistura, contra os 20% atuais. A entidade diz já existir produção suficiente para sustentar a alta. Também conta a favor desta solução o fato de a produção de etanol anidro estar mais vantajosa em termos de preço do que a produção de açúcar, cujas cotações caíram no mercado internacional.

A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) tem como principal destaque o que não está narrado no documento. O Banco Central (BC) suprimiu a frase que estimava que a deterioração do cenário internacional causaria um impacto sobre a economia brasileira equivalente a um quarto do observado na crise internacional de 2008/2009. Com a retirada dessa referência, o BC estaria sugerindo que a influência pode ser maior, segundo duas fontes, e as taxas futuras de juros assumem a rota de queda, empurradas ainda pela decisão da China de reduzir suas taxas de juro, por comentários do presidente do Fed, Ben Bernanke, e pelo corte de ratings da Espanha pela Fitch.

"Eu acho que a mensagem (da ata) é que, no mínimo, a Selic vai para 8%", comentou a economista-chefe do Bank of New York Mellon ARX Investimentos, Solange Srour, para quem a taxa básica pode ser reduzida até chegar ao patamar de 7%. "O cenário externo tem uma descrição pior", considerou a economista, que destacou a ausência do impacto de um quarto da crise externa dentro do documento. A ata, observa Solange, tem uma descrição de uma recuperação bastante gradual da economia doméstica e projeções de inflação mais baixas, a despeito do cambio mais depreciado.

##RECOMENDA##

"O Copom tirou o impacto de 1/4 da crise, dando a entender que o impacto vai ser maior", comentou o chefe de Tesouraria de um banco com sede no Rio de Janeiro, projetando para hoje queda nas taxas futuras de juros. "Parcimônia ratifica continuidade da queda dos juros em 0,5 ponto porcentual nas próximas reuniões de política monetária", comentou o economista da Prosper, Eduardo Velho, repetindo sua expectativa de que a Selic seguirá em baixa até que atinja o patamar de 7,5%.

No documento divulgado nesta sexta-feira, o Copom destaca que a projeção para a inflação em 2013 se manteve estável no cenário de referência, que contempla um câmbio de R$ 2,05, e recuou no de mercado. Mas o texto observa que nos dois casos (cenário de referência e de mercado) estão acima do valor central da meta. Na ata do encontro anterior do Copom de abril, porém, o cenário de referência citado era de aumento da projeção de inflação e de estabilidade no de mercado.

O Copom identificou ainda que um canal importante de transmissão dos efeitos da crise é a repercussão da crise sobre a confiança dos empresários. Essa citação contrasta com a da ata anterior, quando o Copom listava os níveis elevados de confiança do empresariado. Outro destaque da ata é que o cenário do Copom não contempla aumento dos combustíveis, o que reprisa considerações citados em documentos anteriores do colegiado.

O Banco Central chinês anunciou ontem um corte de 0,25 ponto porcentual da taxa de empréstimo e depósitos, que chegaram a 6,31% e 3,25%, respectivamente. "Por mais que fosse esperado este movimento, a redução anunciada surpreendeu e dá alguns sinais. Primeiramente, podemos esperar que os dados de maio venham fracos, especialmente o crédito", ponderam economistas do Bradesco.

"Além disso, ao permitir maior flexibilidade (já que agora os bancos podem oferecer até 110% da taxa para depósito e de até 80% para empréstimos, sendo que antes essas taxas eram de 100% e 90%, respectivamente), o mercado deverá ser mais competitivo na oferta de crédito e a demanda deverá ser estimulada", completou o grupo econômico do Bradesco, que julga precipitado apostar em um crescimento do PIB neste ano abaixo de 8% para a China.

Mas os mercados não abandonaram o pessimismo, o que se traduz em queda de cerca de 3% no petróleo, recuo nas bolsas europeias e nos futuros de Nova York. Ontem, o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, afirmar ontem que o BC norte-americano tem armas para proteger os bancos e a economia dos Estados Unidos, mas que este ainda não é o momento de descarregar munição adicional. E a Fitch Ratings rebaixo o rating da dívida de longo prazo em moeda estrangeira e em moeda local da Espanha para BBB, de A.

O Banco Central (BC) avalia que qualquer movimento de flexibilização monetária adicional ao que foi feito até agora ainda deve ser conduzido com parcimônia. A análise consta da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) da última reunião, que levou a Selic a 8,50% ao ano, a menor taxa da história, e que deu início ao gatilho das novas regras da poupança. O documento foi divulgado nesta sexta-feira pela autoridade monetária.

Assim como na ata anterior, o BC salientou que, mesmo considerando que a recuperação da atividade venha ocorrendo de forma mais lenta do que se antecipava, o Copom entende que, dados os efeitos cumulativos e defasados das ações de políticas implementadas até o momento, qualquer nova ação requer parcimônia.

##RECOMENDA##

A ata do Copom salientou que o colegiado ponderou, em sua decisão de levar a Selic a 8,50% ao ano, que a oferta de poupança externa e a redução no seu custo de captação têm contribuído para a redução das taxas de juros domésticas, inclusive da taxa neutra. A oferta de poupança e a redução em seu custo, na avaliação do Copom, são, em grande parte, "desenvolvimentos de caráter permanente". "O Copom entende que ocorreram mudanças estruturais significativas na economia brasileira, as quais determinaram recuo nas taxas de juros em geral, e, em particular, na taxa neutra", trouxe a ata.

De acordo com o colegiado, apoiam essa visão, entre outros fatores, a redução dos prêmios de risco, consequência direta do cumprimento da meta de inflação pelo oitavo ano consecutivo, da estabilidade macroeconômica e de avanços institucionais. "Além disso, o processo de redução dos juros foi favorecido por mudanças na estrutura dos mercados financeiros e de capitais, pelo aprofundamento do mercado de crédito bem como pela geração de superávits primários consistentes com a manutenção de tendência decrescente para a relação entre dívida pública e PIB."

Para o Comitê, todas essas transformações caracterizam-se por um elevado grau de perenidade, embora, em virtude dos próprios ciclos econômicos, reversões pontuais e temporárias possam ocorrer. Elas também contribuem para que a economia brasileira hoje apresente sólidos indicadores de solvência e de liquidez.

Demanda doméstica

O Copom avalia que a demanda doméstica tende a se apresentar robusta, especialmente o consumo das famílias, em grande parte devido aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a expansão moderada do crédito.

Assim como na ata da reunião anterior, o Comitê acredita que esse ambiente tende a prevalecer neste e nos próximos semestres, quando a demanda doméstica será impactada pelos efeitos das ações de políticas recentemente implementadas, que, de resto, são defasados e cumulativos. O colegiado ponderou também que iniciativas recentes reforçam um cenário de contenção das despesas do setor público.

Os diretores comentaram que o ainda frágil cenário internacional se apresenta como importante fator de contenção da demanda agregada. "Esses elementos e os desenvolvimentos no âmbito parafiscal são parte importante do contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas", trouxe o documento.

Com a decisão de corte de 0,50 ponto porcentual na taxa Selic tomada nesta quarta-feira pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e um comunicado com conteúdo idêntico ao da reunião de abril, a equipe da LCA Consultores reiterou sua estimativa de que o Banco Central repetirá a dose na reunião de julho do comitê.

Em comunicado divulgado à imprensa, a consultoria destacou que continua com a previsão de que o ciclo de reduções nos juros, iniciado em agosto de 2011, será encerrado exatamente no próximo encontro do Copom, quando a autoridade monetária deverá reduzir pela última vez a Selic, que fechará 2012 na marca de 8,00% ao ano.

##RECOMENDA##

"Nosso cenário base antevê uma melhora gradativa do ambiente externo e uma retomada paulatina da atividade doméstica no decorrer do segundo semestre - contexto que nos parece condizente com a nossa projeção de que a taxa básica de juros será reduzida até 8% ao ano", escreveram os economistas da LCA.

Além de manter suas estimativas, que já haviam sido coletadas pelo AE Projeções na semana passada, a LCA avaliou que renovou o alerta de que parece relevante o "risco de frustração" das expectativas de uma continuidade de cortes ainda mais agressivos na Selic, além da marca de 8%.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando