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O presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu nesta terça-feira, 23, o coração de Dom Pedro I em cerimônia no Palácio do Planalto. A relíquia ficará exposta para visitação no Palácio do Itamaraty, entre 25 de agosto e 5 de setembro, antes de ser levada de volta à Europa.

A solenidade faz parte das comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil. "Dois países unidos pela História e ligados pelo coração", disse o presidente, em rápido discurso, ao lado da primeira-dama Michelle. Candidato à reeleição, Bolsonaro também aproveitou para bradar o lema de sua campanha: "Deus, Pátria, Família".

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O coração foi carregado pela rampa do Planalto, com honrarias militares, presença de Dragões da Independência e performance do Esquadrão de Demonstração Aérea, que formou um coração com fumaça em frente ao Palácio. A relíquia foi trazida ontem da cidade de Porto, em Portugal, para o País em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). A recepção ocorreu na Base Aérea de Brasília, com honrarias de chefe de Estado.

É a primeira vez em 187 anos que o coração do primeiro imperador do Brasil sai de Portugal para outros países. A relíquia fica exposta na Igreja da Irmandade da Lapa, na cidade do Porto. Antes de retornar à Europa, o órgão fará parte dos eventos oficiais do 7 de Setembro, quando se comemora o Bicentenário da Independência.

Participaram da cerimônia de hoje no Planalto os ministros Célio Faria Júnior (Secretaria de Governo), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral da Presidência), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), Ciro Nogueira (Casa Civil), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Carlos França (Relações Exteriores) e Fábio Faria (Comunicações). Além disso, compareceram à solenidade descendentes da família real, como o deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-RJ) e o chefe da Casa Imperial do Brasil, Bertrand de Orléans e Bragança.

O coração de Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon, ou simplesmente, D. Pedro I (1798-1834), já se encontra em solo brasileiro.

Emprestado pelo governo português para ser exposto durante a comemoração dos 200 anos da Independência do Brasil, o órgão do primeiro imperador brasileiro foi trazido de Portugal a bordo de um jato executivo da Força Aérea Brasileira (FAB) que pousou em Natal perto das 6 horas desta segunda-feira (22).

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Da capital potiguar, a aeronave seguiu para Brasília, onde a relíquia permanecerá até o dia 8 de setembro, quando será devolvido à Irmandade de Nossa Senhora da Lapa, em cuja igreja, na cidade portuguesa do Porto, está guardada há quase 200 anos.

“É de grande significado que o país receba o coração do seu libertador. É uma relíquia que ficará exposta, com visitação pública, no Palácio do Itamaraty, de 23 de agosto a 8 de setembro”, declarou o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, há duas semanas. “Será um elemento catalisador muito relevante para as celebrações do bicentenário da Independência do Brasil”, acrescentou o chanceler na ocasião.

O governo brasileiro já anunciou que, em respeito à memória de Pedro I, tratará a presença do coração do antigo monarca com as mesmas honras de Estado dispensadas a chefes de outras nações em visita ao país. Amanhã (23), o órgão será levado ao Palácio do Planalto, onde está prevista uma cerimônia com a presença do presidente Jair Bolsonaro.

No Itamaraty, o órgão de cerca de 9 quilos será exposto no interior de uma cápsula de vidro, guardada em uma sala climatizada especialmente preparada para a ocasião e sob a vigilância da Polícia Federal (PF). No dia 7 de setembro, data da independência do Brasil, o coração estará em um evento, ao lado de outros chefes de Estado convidados.

Prestes a chegar ao Brasil, o coração de Dom Pedro I (conhecido como Dom Pedro IV na Europa) está em exposição no salão nobre da igreja Irmandade da Lapa, em Porto, até este domingo (21). Esta é a primeira vez que o órgão de quase 188 anos poderá ser visitado pelo público de Portugal.

A exposição funciona até as 16h do domingo. À noite, o coração sai da Irmandade da Lapa e segue para Brasília, onde chega na segunda-feira (22), para integrar as comemorações pelos 200 anos da Independência do Brasil. Depois, o órgão ficará exposto novamente e no mesmo local, nos dias 10 e 11 de setembro, quando estará de volta a Portugal.

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As celebrações do bicentenário da Independência também marcam a primeira vez que o coração de D. Pedro I voltará ao Brasil desde a morte do monarca, em 1834. O transporte será feito pela Força Aérea Brasileira (FAB) e foi autorizado por Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto.

Os restos mortais de Dom Pedro I, exceto o coração, foram transferidos para São Paulo e sepultados no Monumento à Independência, no Ipiranga, zona sul, em 1972. Segundo Moreira, o coração permaneceu em Porto após um pedido do próprio monarca.

"O rei Dom Pedro IV, horas antes de morrer em 24 de setembro de 1834, no Palácio de Queluz onde nascera, chamou para junto de si a Imperatriz Dona Amélia, a quem manifestou o desejo de que seu coração fosse entregue à cidade do Porto como prova de reconhecimento pelos devotados sacrifícios que os portugueses haviam feito. Ficou decidido que este importante tesouro da cidade ficaria depositado na Capela Mor da Igreja da Lapa, em um sarcófago protegido por cinco chaves", disse.

Dom Pedro I nasceu em 1798, em Queluz, mas se mudou em 1808 para o Brasil junto com a família real lusitana. Em 1822, ele declarou a independência do Brasil e se tornou o primeiro imperador do País. Em 1831, ele abdicou do trono em favor do seu filho, Pedro II, e retornou para Portugal, onde morreu três anos depois.

O Museu Histórico Nacional, no centro do Rio de Janeiro, será a primeira instituição do País a ter um busto hiper-realista do imperador d. Pedro I. A escultura, que está sendo produzida por impressora 3D com base em reconstituição científica feita em computador da face real do monarca, deverá ficar pronta até o início de setembro.

Para produzir a imagem base, o designer Cicero Moraes partiu de uma foto do crânio do imperador obtida em 2012, quando a arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel realizou inédita exumação dos restos mortais da família imperial, sepultada na cripta do Ipiranga, na zona sul paulistana - trabalho que resultou em estudo pela Universidade de São Paulo (USP).

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Divulgada em 22 de abril, a imagem revelou um imperador - o primeiro do Brasil - muito menos garboso do que aquele construído em 200 anos de cartilhas escolares, pinturas oficiais e imaginário popular. Ele tinha feições rústicas e uma deformidade no nariz, que indica que houve uma fratura, em vida, não tratada corretamente - que acabaria cicatrizando de forma irregular.

E foi graças a um empurrãozinho da Wikipédia, a enciclopédia colaborativa online, que o trabalho está se transformando em uma impressão 3D. Isso porque Moraes é parceiro da Wiki Educação Brasil, organização que busca melhorar o conteúdo da enciclopédia com a incorporação, em seus artigos, de conteúdos de bibliotecas, museus e outras instituições.

"Ao saber desse novo projeto desenvolvido por ele, como de costume, tratamos de organizar as informações e referências para a publicação deste material raro e único na Wikipédia", afirma o mestre em Informática Rodrigo Padula de Oliveira, coordenador de projetos e parcerias da organização Wiki Educação Brasil.

Ele pensou que uma obra dessa dimensão merecia também um anteparo no mundo físico. E procurou, pessoalmente, o diretor do Museu Histórico Nacional, o historiador Paulo Knauss de Mendonça. "Como esse projeto desenvolvido é sério e com embasamento científico, julgamos ser de extrema relevância ter o produto final exibido em um importante museu nacional."

O Museu Histórico Nacional topou e agora aguarda a conclusão da obra para definir onde ficará a escultura. "Na sua exposição de longa duração, o museu possui um módulo expositivo sobre a construção do Estado Nacional, que aborda a história da Independência e do Império no Brasil, no qual podemos ver diferentes retratos de d. Pedro I. Esse módulo pode vir a ser o espaço adequado para a obra de reconstituição do busto", informou a administração do museu, por meio de nota.

O advogado José Luís Lira, que adquiriu os direitos de uma imagem do crânio, concordou. "Ali estão gravuras, vestimentas de membros da Família Imperial - um dos tronos de d. Pedro II, busto do nosso segundo imperador, entre outras peças valiosas", diz.

Surpresa

Acostumado a trabalhar sempre com imagens digitais, Moraes não nega que ficou um tanto surpreso com a ideia de construir uma peça de um museu físico. O formato, diz, permite uma abordagem diferente em relação à arte digital. "O busto está em tamanho real e isso possibilita ao visitante mirar a figura histórica à altura dos olhos e ter uma ideia de como

poderia ser fitá-la em vida", avalia. "É um trabalho feito a muitas mãos, uma oportunidade de criar algo em grupo e dar um valor único à peça."

A partir dos arquivos feitos por Moraes, a empresa dOne 3D, de Ribeirão Preto, imprimiu a face em uma impressora 3D. A máquina demorou 75 horas para concluir o busto, que ficou com 40 centímetros de altura. "Há tecnologias diferentes de impressão 3D para aplicações diversas. Hoje já é possível imprimir com resinas, metais, gesso, cerâmica e muitos outros materiais. No caso da reconstrução de d. Pedro, usamos uma impressora de filamento, que funciona derretendo um plástico e empilhando o mesmo, camada por camada", explica Ricardo Kimura, um dos diretores da dOne 3D.

Mas esse material ainda não será revelado ao público. Porque antes, em um processo que deve ser concluído até o fim de agosto, uma artista plástica vai pigmentar o busto "É um processo com várias camadas de tinta e requer boa secagem de uma camada para a outra, por isso planejamos a entrega para a segunda quinzena de agosto", diz a artista Mari Bueno. A preocupação com a fidedignidade da figura histórica deve ser a tônica do trabalho. "Partimos embasados por estudos e discussões sobre os detalhes juntamente com toda a equipe envolvida no processo de reconstrução. É uma peça artística, terá características das técnicas que trabalho, mas também buscaremos bom resultado através de elementos minuciosamente analisados."

Família

Toda a reconstituição facial, seja em duas dimensões, seja agora em 3D, teve a autorização da Casa Imperial do Brasil. As conversas com o tetraneto de d. Pedro I, Bertrand de Orleans e Bragança, vinham ocorrendo desde 2015.

"Considero o trabalho muito bem feito. Mas a versão final, bom, o cabelo poderia ter ficado menos desgrenhado. E a fisionomia do imperador poderia ter ficado mais sofrida, realçando as viagens e as lutas de toda a sua vida, uma vida não muito longa, mas cheia de atividades e batalhas. Isso não aparece na reconstituição", diz o tetraneto de D. Pedro.

Exumação foi em 2012

A reconstrução facial de d. Pedro I foi possível graças ao estudo da arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel ao longo de 2012 na Universidade de São Paulo (USP). Ela analisou os restos mortais do imperador e de suas duas mulheres, Amélia e Leopoldina, o que foi revelado pelo jornal O Estado de São Paulo.

Moraes já havia reconstruído digitalmente quase 30 figuras históricas - de Santo Antonio de Pádua a ancestrais como o Homem da Lagoa Santa. Com a parceria do advogado e professor José Luís Lira, que comprou os direitos de uma imagem do crânio de d. Pedro, Moraes desenvolveu o 3D. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Medalhas, botões e fragmentos de vestes recolhidos dos caixões de Dom Pedro I, Dona Leopoldina e Dona Amélia, que agora fazem parte do acervo do Departamento de Patrimônio Histórico da capital, devem ser expostos ao público em breve. Os objetos são parte do estudo revelado com exclusividade na terça-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo.

A Secretaria Municipal de Cultura afirmou que há intenção de expor as peças em vitrines blindadas dentro do próprio Monumento à Independência, onde estão sepultados o imperador e suas duas mulheres, no Ipiranga, zona sul da capital. Ainda não há data prevista para a exposição. O material foi recolhido no ano passado, quando os restos mortais dos três personagens foram exumados para estudo, por iniciativa da historiadora e arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel. O jornal O Estado de S. Paulo acompanhou a pesquisa, com exclusividade, nos últimos 3 anos.

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Uma vez removidos os tampões de granito de 400 quilos que cobriam os caixões de Dom Pedro I e de Dona Leopoldina, e aberto o nicho de parede de Dona Amélia, os pesquisadores fizeram uma lista minuciosa do que havia dentro de cada urna. Encontraram medalhas e insígnias de ordens de Portugal, joias de surpreendente baixa qualidade e até cartões de visita deixados por gente que acompanhou os traslados até o Ipiranga.

Sabe-se agora que a roupa militar com que Dom Pedro I foi enterrado - túnica provavelmente marrom e calça branca - tinha, ao todo, 54 botões, a maioria de metal, com brasão da coroa portuguesa em alto relevo. Ele usava botas, que se decompuseram quase completamente por causa da umidade: restaram dois saltos de couro e duas esporas de metal. Havia também botões feitos de osso, usados na época principalmente em cuecas. O fato de que não havia nenhuma comenda de ordens brasileiras entre as insígnias com que o imperador foi enterrado surpreendeu. "Esperava pelo menos a Ordem da Rosa, criada pelo próprio Dom Pedro I aqui no Brasil, para homenagear Dona Amélia. Foi uma pequena decepção", diz Valdirene.

Em meio ao material histórico, houve espaço para curiosidades mais recentes: dentro do caixão do imperador foram colocados 24 cartões de visita, de militares, dentistas, diplomatas, brasileiros e portugueses. "Foram colocados no traslado dos restos do imperador ao Brasil, em 1972. É gente que gostaria de ser ‘lembrada’, mas não vamos divulgar os nomes", diz a pesquisadora.

A pesquisa será transformada em documentário. Cerca de 800 horas de imagens foram produzidas pelo cinegrafista Valter Muniz, que está em fase de captação de patrocínios.

Coroação

A pesquisa arqueológica na cripta imperial revelou que a imperatriz Leopoldina foi enterrada exatamente com a mesma roupa que vestiu na coroação do marido, Dom Pedro I, em 1822 - até com a faixa de imperatriz do Brasil. A informação foi obtida ao comparar as tomografias realizadas no Hospital das Clínicas com um retrato da imperatriz de 1826.

O exame mostrou ornamentos idênticos aos da pintura. "O tomógrafo fatiou a imagem para que só aparecesse o bordado com fios de ouro e prata. Comparando com o retrato, entendemos que era a ‘carteira de identidade’ de Leopoldina", conta o diretor do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) Carlos Augusto Pasqualucci. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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