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Apesar das críticas que permeiam a sociedade com relação às famílias nas quais pais políticos influenciam os seus filhos a também seguirem a mesma caminhada, a maioria que segue essa carreira pública garante que apesar de confessar que existe uma facilidade para entrar no meio quando se tem alguém na família, apenas conseguem se consolidar os que possuem competência. Em entrevista ao LeiaJá, o deputado estadual Silvio Costa Filho (PRB) é um dos que defendem que são coisas distintas. 

Ele, que é filho do deputado federal Silvio Costa (PTdoB), contou que se formou em Pedagogia e, desde cedo, trabalhou na área educacional, mas que de tanto acompanhar o pai “nas caminhadas políticas” começou a tomar gosto e disse que “se apaixonou” pela vida pública quando se tornou presidente do Diretório Acadêmico da sua universidade. “Procurei ele para conversar dizendo meu interesse em disputar uma eleição. Ele naturalmente fez uma reflexão comigo para saber se de fato era isso que eu queria para a minha vida. Na hora que eu disse que sim, ele me deu todo o apoio e todo o incentivo para que disputássemos a campanha para vereador em 2004”. 

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O deputado estadual disse que é preciso desmistificar a carreira política. “Meu pai foi um espelho porque admirava a garra que ele sempre teve na política e a coragem de enfrentar os desafios e sua seriedade, mas Dr. Arraes [ex-governador de Pernambuco] dizia que não existe herança na democracia. Para disputar uma eleição você tem que ir para o voto e, graças a Deus, estou no meu terceiro mandato. Cada um tem trabalhado no seu estilho e acho que cada um está conseguindo ter a sua performance eleitoral, cada um com o seu perfil”, frisou. 

O vereador do Recife Eriberto Rafael (PTC), filho do deputado Eriberto Medeiros (PTC), tem a mesma linha de raciocínio de Silvio Costa Filho. “Existe sempre esse preconceito. Eu acho que a ligação familiar, pai, tio, avô, faz com que você tenha um vislumbre, que você seja mordido por essa mosca, quando você vê já está dentro dele e você não consegue mais sair. No entanto, a família pode até levar para o caminho da política, mas você só consegue trilhar uma carreira vitoriosa com a sua marca pessoal”, disse. 

O parlamanetar recifense conta que desde que o pai iniciou sua primeira disputa, em 1996, quando tinha sete anos e já o acompanhava. Ao longo dos anos, começou a participar ativamente. “Mas, eu sempre tive a vontade muito grande de me formar primeiro. Terminei faculdade de Biomedicina e o mestrado, mas sempre com aquela influência presente. As pessoas falavam bem do meu pai e via esse exemplo positivo que ele dava, a gente vai se contagiando. A política é uma coisa que é muito dinâmica, uma coisa que você se contagia tendo um exemplo bom e positivo. Ele é um exemplo vitorioso, que sempre prezou pela verdade e que ajudou a construir o meu caráter”, assegurou. 

Os exemplos de filhos que se inspiraram nos seus pais são muitos. Outro caso é o do chefe do gabinete do governador Paulo Câmara (PSB), João Campos, filho do ex-governador Eduardo Campos, que faleceu em tragédia aérea em 2014. De lá para cá, é notório que ele vem construindo uma trajetória em busca de alçar voos maiores na disputa eleitoral de 2018, embora não fale sobre o assunto. 

O herdeiro político do líder socialista vira e mexe toca no nome do pai em eventos e entrevistas. No mês passado, por exemplo, em entrevista ao LeiaJá, pediu que o trabalho iniciado por Eduardo continuasse em Pernambuco. Também disse que ele e aliados podem, juntos, dar continuidade a esse trabalho. “Eles [Eduardo e Miguel Arraes] sempre lutaram para que as desigualdades sociais fossem diminuídas”, disse. 

Em outra conversa, o chefe de gabinete falou que a falta do seu genitor era grande. “Ele era uma pessoa presente, mas a união da nossa família e o amor que temos nos faz superar isso”. Nesta semana, em uma publicação no Instagram, João Campos fez uma homenagem com uma foto no qual aparece pequeno ao lado de Eduardo. “É sobre sentir saudade. Te amo mais do que tudo”. 

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A deputada estadual Priscila Krause (DEM) é mais uma que não nega a influência do seu pai, o ex-governador de Pernambuco Gustavo Krause para ingressar na política. “Ele foi minha maior referência. Não tenho a menor dúvida da influência que o meu pai teve na minha vida inteira, em todas as minhas escolhas. Quando decidi ingressar na política, ele pediu para que eu fizesse uma reflexão sobre o caminho da política e minha vocação. Ele teve essa preocupação como pai, mas quando eu disse que o que realmente era seguir a vida pública, a partir daí ele pediu para me preparar e exigir de mim uma postura muito profissional e madura. Ele respeitou a minha escolha. É uma pessoa única e sua sempre esteve nos momentos mais cruciais”, contou. 

Krause também acredita que exista um preconceito ou pré-conceito sobre essa relação de pais e filhos na mesma carreira quando se trata de políticos. “Por conta disso tudo que estamos passando e que não é de agora, apesar de estarmos no pior momento. Veja que tem filho de médico que é médico, o filho de engenheiro que é engenheiro, jornalistas que é filho de jornalistas e muitas vezes você vê até como um motivo da sociedade achar algo muito bom seguir a tradição do pai. Mas, por conta desse pré-conceito que existe em relação à política, que é uma crescente, existem essas críticas”, lamentou. 

“Eu fico me perguntando como é que alguém que não tem vocação se mantém na política. Te garanto que não aguenta não. A gente vê o lado do glamour ou o lado podre, mas na verdade existe um lado de muita renúncia, de muito sacrifício, talvez fique mais evidente quando tem mulheres fazendo parte da política porque ainda existe uma cobrança maior da mulher em seu papel doméstico, mas homem também tem muita renúncia”, disse. 

Sobre esse contexto, no entanto, a parlamentar disse que é preciso prestar atenção no risco de formação de oligarquias. “É algo real. Então, você tem de fato posturas oligárquicas em qual a questão hereditária está muito forte, mas ela não é exclusiva. Voce poder ter oligarquias que não são da mesma família, mas que fazem parte de uma oligarquia, então isso tem que olhar mesmo prestando mais atenção e, de fato, perceber quem tem e quem não tem vocação”, destacou. 

Perturbar o sossego alheio é crime, mas não somente em locais públicos e residências como muitas pessoas pensam. Em 2016, um projeto do deputado estadual Eriberto Medeiros (PTC), que proíbe o usuário de transporte público escutar música em volume alto, virou lei. O cidadão, desde então, é obrigado a utilizar fone de ouvido. 

Em entrevista concedida ao LeiaJá, nesta quinta-feira (3), o parlamentar lembrou o motivo pelo qual lutou para que a proposta se tornasse regra. “Nós tivemos o prazer de apresentar o projeto ouvindo a sociedade onde existia um mal estar, digamos assim, da população que é usuária do transporte coletivo onde os evangélicos se incomodavam com músicas que não pertencia a sua postura, como também pessoas que se incomodavam com todo tipo de música religiosa também em alto som dentro dos veículos. Então, criamos essa regra”, explicou. 

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“Era muito incomodo. Dentro do transporte coletivo você ouvir tudo quanto espécie de música e com o som muito alto. Ou seja, imagina você saindo dentro de casa como vários passageiros saem e passam, muitas vezes, uma hora ou mais no transporte coletivo, muitas vezes transitando em pé, e ter a obrigação de estar ouvindo aquelas músicas que não faz nem seu gosto sequer. Acaba incomodando verdadeiramente”, continuou justificando. 

No entanto, Eriberto declarou que há ainda quem esqueça da regra e acaba perturbando o próximo. Lembrou que, quem insistir, pode pagar multa no valor de até R$ 10 mil reais. “Caso algum passageiro identifique isso, ele pode recorrer ao motorista que, de imediato, deve alertar ao passageiro da proibição do som alto de qualquer espécie dentro do veículo coletivo. Criou-se uma regra através da lei para que os costumes venham a se adaptar a realidade dos dias atuais”. 

Ele reforçou que, caso o infrator insista em descumprir, o motorista tem a obrigação de chamar a autoridade policial para tomar as devidas providências, que pode acarretar em multa ao passageiro que permanecer com tal atividade. O deputado lembra que, a cada reincidência, o valor pode aumentar mais. 

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) é um dos grandes defensores quando se trata do enfrentamento à poluição sonora. Segundo o órgão, esse é um dos graves e crescentes problemas de saúde e segurança pública no Brasil, bem como uma forma de “violência urbana” que gera e agrega outros tipos de abusos. 

Muitos ainda desconhecem, mas o MPPE alerta que pouco importa o horário do barulho. Em cartilha sobre o assunto, é destacado: “Pouco importa se é manhã, tarde, noite ou madrugada”, mas a perturbação do sossego alheio é crime ou contravenção. 

“Mesmo baixo o ruído, o estado de saúde das pessoas, sua idade, maior ou menor tolerância pessoal, condição psicológica, atividade laboral ou de lazer vão determinar a existência ou não de uma situação de poluição sonora. A avaliação é sempre da vítima e nunca do poluidor”, destaca uma parte do texto. 

Câmara dos vereadores

O filho do deputado, o vereador do Recife Eriberto Rafael (PTC) quer ir além. Ele é autor de um projeto, que tramita na Câmara dos Vereadores, que proíbe a instalação de aparelhos sonoros, por parte das empresas ou de seus funcionários, em veículos coletivos.

Ele diz que todo mundo tem o direito de gostar do que quer, mas que é necessário reservar o espaço e o limite do próximo. “Você já vem cansado do trabalho ou de qualquer passeio que você vá fazer e, voltando para casa, você tem que lidar com o barulho e do outro”, disse. 

Se virar lei, caso haja o descumprimento, as empresas de transporte público podem chegar a pagar multa de R$ 2 mil na primeira autuação e R$ 10 mil em caso de reincidência, além da apreensão do aparelho. 

Um projeto em tramitação na Câmara de Vereadores do Recife, que envolve os usuários de transportes públicos, volta a ser destaque nesta terça-feira (18). De autoria do vereador Eriberto Rafael (PTC), a proposta é proibir o uso de aparelhos sonoros ou musicais em veículos coletivos como MP3, DVD, além da instalação desses equipamentos por parte das empresas ou de seus funcionários. 

Eriberto explicou, que após muitos questionamentos das pessoas, ficou claro que há uma perturbação. “O projeto da proibição da reprodução do áudio no transporte público, em especial nos ônibus, foi derivado de muitos questionamentos do pessoal que utiliza ônibus e, inclusive, de pessoas que trabalham comigo no gabinete e que convivem com a gente na comunidade dizendo que realmente é uma perturbação”, contou. 

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O parlamentar declarou que todo mundo tem o direito de gostar do que quer, mas que é necessário reservar o espaço e o limite do próximo. “Muitas vezes a gente já tira uma longa caminhada dentro do ônibus, do transporte público. É um longo período. Pega trânsito, pega tudo. Você já vem cansado do trabalho ou de qualquer passeio que você vá fazer e, voltando para casa, você tem que lidar com o barulho e do outro”. 

Ele disse que agrava o fato de cada um querer colocar sua música de preferência. “Cada um quer botar sua opinião musical. Um gosta de samba, o outro de pagode, o outro só de música clássica e alguns de rock”.  Se virar lei, caso haja o descumprimento, as empresas de transporte público podem chegar a pagar multa de R$ 2 mil na primeira autuação e R$ 10 mil em caso de reincidência, além da apreensão do aparelho. 

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