Tópicos | Fátima Pelaes

Com o cargo seriamente ameaçado, o advogado-geral da União, Fábio Medina Osório, será recebido nesta segunda-feira, 6, pelo presidente em exercício Michel Temer. Desgastado após uma série de episódios que causaram desconforto no Planalto, Medina tem sua situação classificada como "crítica" por interlocutores do presidente e poderá ser o terceiro auxiliar importante a deixar o governo, que ainda não completou nem um mês.

Temer também pretende discutir hoje a situação da secretária das Mulheres, Fátima Pelaes. Ela é alvo de investigação na Justiça Federal por supostamente haver participado de um esquema de desvio de R$ 4 milhões em verbas no Ministério do Turismo, objeto da Operação Voucher da Polícia Federal, iniciada em 2011.

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Contra Osório, pesa o fato de ter sugerido estratégias que se revelaram ineficientes e erradas no caso da substituição do presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). No momento, por força de liminar do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, a empresa é presidida por Ricardo Melo, nomeado pela presidente Dilma Rousseff dias antes de seu afastamento. Temer havia trocado Melo por Laerte Rímoli, mas por decisão do Supremo Melo voltou à EBC.

Desagradou também ao Planalto a iniciativa de Osório de investigar a atuação de seu antecessor, José Eduardo Cardozo, criando uma frente a mais de atrito. Além disso, ele teria "atropelado" seu padrinho, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, marcando uma "reunião de emergência" com Temer para despachar assuntos de rotina. E por haver pressionado para usar aeronave da FAB, mesmo não contando mais com o status de ministro.

A assessoria de Osório afirma que a demissão do ministro é um boato, e que a viagem em 1.º de junho entre Brasília e Curitiba ocorreu sem incidentes. Ontem, a FAB emitiu nota informando que o uso da aeronave por Osório seguiu "todos os procedimentos formais e legais".

Apoio

Diversas entidades, como Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e Associação dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), divulgaram notas de apoio a Osório e à atuação da AGU, que na semana passada anunciou que cobra R$ 23 bilhões dos envolvidos no esquema de propina que desviou recursos da Petrobras.

"As ações já tomadas pelos advogados da União e pelo atual advogado-geral da União, em defesa do patrimônio público, não podem ser alvo de pressões e constrangimentos estranhos aos interesses do Estado", diz em nota Claudio Lamachia, presidente da OAB. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Diário Oficial da União publicou ontem a nomeação da ex-deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP) para a Secretaria de Políticas para as Mulheres. Desde 2011, ela é apontada pela Procuradoria-Geral da República como suspeita de ter integrado uma "articulação criminosa" que desviou R$ 4 milhões para uma ONG fantasma.

Em 2013 o Supremo abriu inquérito para apurar o caso. Como ela deixou de ser deputada, a ação corre agora na Justiça Federal do Amapá. Fátima tem dito que confia no trabalho da polícia e da Justiça e que será comprovado que ela não desviou o dinheiro. A nomeação causou polêmica também porque ela se declarou contra a descriminalização do aborto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A nova gestora da Secretaria de Políticas para Mulheres, a ex-deputada federal Fátima Pelaes (PMDB-AP), afirmou em nota divulgada nesta quarta-feira, 1º, que sua posição sobre o aborto não afetará o debate sobre o tema e que as mulheres vítimas de estupro que optarem pela interrupção da gravidez "terão total apoio do Estado, direito hoje já garantido por lei". Evangélica, Fátima não concorda com o procedimento nem mesmo em casos de abuso sexual.

"Sempre trabalhei de forma democrática para defender a ampliação dos direitos das mulheres. Em respeito a minha história de vida, o meu posicionamento sobre a descriminalização do aborto não vai afetar o debate", garantiu Fátima. "Trabalharei, incansavelmente, para combater qualquer tipo de violência contra a mulher."

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A secretária de Políticas para Mulheres foi criticada nesta quarta-feira durante manifestações em São Paulo e no Rio de Janeiro contra o estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos no Rio. Para as ativistas, a presença de Fátima na pasta representou "mais um retrocesso do governo federal".

Já a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) disse, em bate-papo com internautas no Facebook, que a opinião sobre aborto da nova gestora não pode se sobrepor a lei.

"A secretária provisória pode ter opinião, é direito dela. Mas, diante da lei, ou seja, enquanto a lei vigorar, essa posição é irrelevante, porque ela é obrigada como agente público a cumprir a lei", disse Dilma, ao lado da ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres Eleonora Menicucci.

Na gestão de Dilma, a secretaria tinha status de ministério, mas atualmente está subordinada ao Ministério da Justiça e Cidadania.

Religiosa

Com perfil que destoa das posturas de suas antecessoras - que tinham pautas mais liberais e alinhadas às do movimento feminista - a nova secretária, socióloga e deputada federal por 20 anos, de 1991 a 2011, não levanta "bandeiras contrárias aos valores bíblicos", como o aborto e a constituição livre de família.

As opiniões de Pelaes não vêm desde sempre. Em entrevista à editora Casa Publicadora das Assembleias de Deus, publicada três anos atrás, ela afirma que até 2002 defendia a descriminalização do aborto e não via a família como um projeto de Deus. Depois disso, porém, "conheceu Jesus" e passou a dizer que "o direito de viver tem que ser dado para todos".

Em um relato proferido na Câmara durante discussão do Estatuto do Nascituro, em 2010, Pelaes contou que ela própria foi gerada a partir de um "abuso" que a mãe sofreu enquanto estava presa "por crime passional".

"Hoje, estou aqui podendo dizer que a vida começa na hora da concepção, sim", afirmou, referindo-se ao fato de que, se sua mãe tivesse feito um aborto, "ela não estaria aqui hoje". Sobre sua mudança de posicionamento, afirmou ter sido "curada".

A ex-deputada, presidente do núcleo feminino do PMDB, foi escolhida pelo presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), após sugestão da bancada feminina da Câmara. Derrotada nas eleições de 2014, Fátima ficou até abril deste ano no cargo de diretora administrativa da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), sendo exonerada por Dilma depois que o PMDB rompeu com o governo.

Apresentada nesta terça-feira (31) como a nova gestora da Secretaria de Políticas para Mulheres, a ex-deputada federal Fátima Pelaes (PMDB-AP) é evangélica e não concorda com a descriminalização do aborto. Ela já se manifestou contra o procedimento inclusive em casos de estupro, o que é permitido por lei no Brasil desde 1984.

Com perfil que destoa das posturas de suas antecessoras - que tinham pautas mais liberais e alinhadas às do movimento feminista - a nova secretária, socióloga e deputada federal por 20 anos, de 1991 a 2011, não levanta "bandeiras contrárias aos valores bíblicos", como o aborto e a constituição livre de família. Ela assume o cargo dias após o caso de estupro coletivo no Rio de Janeiro, que motivou protestos de mulheres em todo o País.

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As opiniões de Pelaes não vêm desde sempre. Em entrevista à editora Casa Publicadora das Assembleias de Deus, publicada três anos atrás, ela afirma que até 2002 defendia a descriminalização do aborto e não via a família como um projeto de Deus. Depois disso, porém, "conheceu Jesus" e passou a dizer que "o direito de viver tem que ser dado para todos".

Em um relato proferido na Câmara durante discussão do Estatuto do Nascituro, em 2010, Pelaes contou que ela própria foi gerada a partir de um "abuso" que a mãe sofreu enquanto estava presa "por crime passional". "Hoje estou aqui podendo dizer que a vida começa na hora da concepção sim", afirmou, referindo-se ao fato de que, se sua mãe tivesse feito um aborto, "ela não estaria aqui hoje". Sobre sua mudança de posicionamento, afirmou ter sido "curada".

A ex-deputada, presidente do núcleo feminino do PMDB, foi escolhida pelo presidente em exercício, Michel Temer, após sugestão da bancada feminina da Câmara. Na gestão de Dilma Rousseff, a secretaria tinha status de ministério, mas atualmente está subordinada ao Ministério da Justiça e Cidadania. Derrotada nas eleições de 2014, Fátima Pelaes ficou até abril deste ano no cargo de diretora administrativa da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), sendo exonerada por Dilma depois que o PMDB rompeu com o governo.

Dinheiro

Fátima Pelaes também esteve envolvida em um escândalo sobre desvios de dinheiro público do Ministério do Turismo, em 2011. Em depoimento à Polícia Federal, uma sócia da Conectur - empresa fantasma que, na verdade, funcionava em uma igreja evangélica - disse que a então deputada teria embolsado recursos de emendas para financiar sua campanha à reeleição. Ela nega.

Ela ainda não foi oficialmente nomeada, mas participou nesta terça de seu primeiro evento na gestão Temer. Ela dividiu a mesa com o presidente em exercício e com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, em uma reunião com os secretários de segurança dos Estados e do DF para definir reforços nas medidas de combate à violência doméstica.

O Ministério Público Federal no Amapá (MPF-AP) já avalia enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR) as denúncias de envolvimento da deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP) com o esquema de corrupção no Ministério do Turismo. Conforme a Agência Estado revelou com exclusividade, o nome dela aparece em pelo menos quatro depoimentos como destinatária do dinheiro. A deputada nega as acusações.

A decisão de comunicar o caso dela ao STF será discutida nesta sexta-feira pelos responsáveis pelo inquérito no Amapá com a Justiça. A deputada tem foro privilegiado no STF, e somente a PGR, em Brasília, tem prerrogativa para investigá-la na área criminal. Os investigadores avaliaram que, no conjunto de todos os depoimentos prestados, o envolvimento de Fátima Pelaes foi a grande novidade até agora.

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A estratégia do MPF é tentar, diante disso, evitar que todo o inquérito seja remetido ao STF. Se depender do Ministério Público no Amapá, a investigação será desmembrada: as acusações contra a deputada seguirão para a PGR e o STF, e o restante continuará em Macapá para que a denúncia seja feita à Justiça contra os envolvidos nas próximas semanas.

De acordo com os depoimentos presentes no inquérito da polícia obtidos pela reportagem, Fátima Pelaes teria montado um conluio no Amapá para levar recursos públicos para ela própria e para a campanha à sua reeleição no ano passado. A deputada é autora das emendas parlamentares que favoreceram o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), entidade pivô do esquema investigado pela PF. A Operação Voucher, desencadeada pela Polícia Federal na terça-feira, prendeu 35 pessoas, incluindo os quatro investigados que prestaram os depoimentos que comprometem a deputada.

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