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O diretor Abdellatif Kechiche anunciou que irá leiloar sua Palma de Ouro para bancar seu próximo filme. O prêmio máximo do Festival de Cannes foi ganho pelo tunisiano em 2013, pelo filme ‘Azul é a Cor Mais Quente’. A decisão foi tomada pois o seu novo projeto ‘Mektoub, My Love’, ainda sem título em português, parou em fase de pós-produção por falta de dinheiro.

Segundo Kechiche contou ao The Hollywood Reporter, o banco que financiava o filme bloqueou abruptamente sua linha de crédito, obrigando o longa a parar a pós-produção. O banco em questão é o Cofiloisirs, que não se pronunciou publicamente explicando o porquê do bloqueio.

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Em nota, foi dito que "para aumentar os fundos necessários para a conclusão da pós-produção sem atrasos adicionais, a empresa francesa de produção e distribuição Quat'Sous está leiloando recordações de filmes relacionadas ao trabalho de Kechiche. Os itens a serem oferecidos vão desde a Palma de Ouro até pinturas a óleo que desempenharam um papel central em 'Azul é a Cor Mais Quente'."

O porta voz do cineasta não revelou exatamente quanto é necesário para concluir 'Mektoub, My Love'. 

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Veja os filmes que foram premiados com a Palma de Ouro do Festival de Cannes des de a sua criação, em 1946:

- 1946: todos os filmes selecionados dividem o prêmio

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- 1947: seis filmes foram recompensados em função do gênero: animação, comédia musical, documentário...

- 1948: não houve festival

- 1949, um Grande prêmio para o melhor filme -

- 1949: "The third man" ("O terceiro homem") de Carol Reed

- 1950: não houve festiva

- 1951: "Fröken Julie" ("Senhorita Júlia") de Alf Sjöberg e "Miracolo a Milano" ("Miracle in Milan") de Vittorio de Sica

- 1952: "The tragedy of Othello: the moor of Venice" ("Othello") de Orson Welles e "Due soldi di speranza" ("Dois vintéis de esperança") de Renato Castellani

- 1953: "Le salaire de la peur" (O salário do medo) de Henri-Georges Clouzot

- 1954: "Jigoku-Mon" ("Portal do inferno") de Teinosuke Kinugaza

- 1955, primeira Palma de Ouro -

- 1955: "Marty" de Delbert Mann

- 1956: "Le monde du silence" de Jacques-Yves Cousteau e Louis Malle

- 1957: "Friendly Persuasion" ("Sublime tentação") de William Wyler

- 1958: "Letjat Zuravli" ("Quando voam as cegonhas") de Mikhaïl Kalatozov

- 1959: "Orfeu Negro" (Orfeudo carnaval) de Marcel Camus

- 1960: "La Dolce Vita" (A doce vida) de Federico Fellini

- 1961: "Viridiana" de Luis Bunuel e "Uma tão longa ausência" de Henri Colpi

- 1962: "O pagador de promessas" de Anselmo Duarte

- 1963: "Il Gattopardo" ("O leopardo") de Luchino Visconti

- 1964-1974, retorno ao Grande prêmio internacional -

- 1964: "Les parapluies de Cherbourg" ("Os guarda-chuvas do amor") de Jacques Demy

- 1965: "The knack and how to get it" ("A bossa da conquista") de Richard Lester

- 1966: "Un homme et une femme" ("Um homem, uma mulher") de Claude Lelouch e "Signore e Signori" de Pietro Germi

- 1967: "Blow Up" ("Blow Up - depois daquele beijo") de Michelangelo Antonioni

- 1968: festival é interrompido, sem premiação

- 1969: "If" ("Se...") de Lindsay Anderson

- 1970: "M.A.S.H." de Robert Altman

- 1971: "The go-between" ("O mensageiro") de Joseph Losey

- 1972: "La classe operaia va in paradiso" ("A classe operária vai ao paraíso") de Elio Petri e "Il caso Mattei" ("O caso Mattei") de Francesco Rosi

- 1973: "Scarecrow" ("Espantalho") de Jerry Schatzberg e "The hireling" de Alan Bridges

- 1974: "The conversation" ("A conversação") de Francis Ford Coppola

- 1975, Palma de Ouro retorna -

- 1975: "Chronique des années de braise" de Mohammed Lakhdar-Hamina

- 1976: "Taxi Driver" de Martin Scorsese

- 1977: "Padre Padrone" ("Pai patrão") de Vittorio et Paolo Taviani

- 1978: "L'arbero degli zoccoli" ("A árvore dos tamancos") de Ermanno Olmi

- 1979: "Apocalypse Now" de Francis Ford Coppola e "Die Blechtrommel" ("O tambor") de Volker Schlöndorff

- 1980: "All that jazz" ("All that jazz - o show deve continuar") de Bob Fosse e "Kagemusha" ("Kagemusha - a sombra do samurai")de Akira Kurosawa

- 1981: "Czlowiek Z Zelaza" ("O homem de ferro") de Andrzej Wajda

- 1982: "Missing" ("Desaparecido - um grande mistério") de Costa-Gavras e "Yol" ("O caminho") de Yilmaz Guney

- 1983: "Narayama-Bushi-ko" ("A balada de Narayama") de Shohei Imamura

- 1984: "Paris Texas" de Wim Wenders

- 1985: "Otac na sluzbenom putu" ("Quando papai saiu em viagem de negócios") de Emir Kusturica

- 1986: "Mission" ("A missão") de Roland Joffé

- 1987: "Sous le soleil de Satan" ("Sob o sol de satã") de Maurice Pialat

- 1988: "Pelle Erobreren" ("Pelle, o conquistador") de Bille August

- 1989: "Sex, lies and videotape" ("Sexe, mentiras e videotape") de Steven Soderbergh

- 1990: "Wild at heart" ("Coração Selvagem") de David Lynch

- 1991: "Barton Fink" ("Barton Fink - delírios de Hollywood") de Ethan e Joel Coen

- 1992: "Den goda viljan" ("As melhores intenções") de Bille August

- 1993: "Bawang bieji" ("Adeus, minha concubina") de Chen Kaige e "The piano" ("O piano") de Jane Campion

- 1994: "Pulp Fiction" de Quentin Tarantino

- 1995: "Underground" ("Underground - mentiras de guerra") de Emir Kusturica

- 1996: "Secrets and lies" ("Segredos e mentiras") de Mike Leigh

- 1997: "Unagi" ("A enguia") de Shohei Imamura e "Ta'm e guilass" ("Gosto de cereja") de Abbas Kiarostami

- 1998: "Mia eoniotita ke mia mera" ("A Eternidade e um Dia") de Theo Angelopoulos

- 1999: "Rosetta" de Jean-Pierre e Luc Dardenne

- 2000: "Dancer in the dark" ("Dançando no escuro") de Lars Von Trier

- 2001: "La stanza del figlio" ("O Quarto do Filho") de Nanni Moretti

- 2002: "The pianist" ("O pianista") de Roman Polanski

- 2003: "Elephant" ("Elefante") de Gus Van Sant

- 2004: "Farenheit 9/11" de Michael Moore

- 2005: "L'enfant" ("A criança") de Jean-Pierre e Luc Dardenne

- 2006: "The wind that shakes the Barley" ("Ventos da liberdade") de Ken Loach

- 2007: "4 luni, 3 saptamani si 2 zile" (4 meses, 3 semanes e 2 dias") de Cristian Mungiu

- 2008: "Entre les murs" ("Entre os Muros da Escola") de Laurent Cantet

- 2009: "Das weisse Band" ("A fita branca") de Michael Haneke

- 2010: "Lung Boonmee raluek chat" ("Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas") de Apichatpong Weerasethakul

- 2011: "The tree of life" ("A árvore da vida") de Terrence Malick

- 2012: "Amour" de Michael Haneke

- 2013: "La vie d'Adèle - Chapitre 1 & 2" ("Azul É a Cor Mais Quente") dr Abdellatif Kechiche.

- 2014: "Winter sleep" de Nuri Bilge Ceylan

- 2015: "Dheepan"("O refúgio") de Jacques Audiard

- 2016: "I, Daniel Blake" de Ken Loach

O longa-metragem “Gabriel e a montanha”, de Fellipe Barbosa, recebeu, nesta quinta-feira (25), dois prêmios na 56ª Semana da Crítica, mostra paralela do Festival de Cannes. A produção do filme contou com recursos da Agência Nacional do Cinema (Ancine), por meio do Fundo Setorial do Audiovisual. 

O filme conquistou o Prêmio Revelação France 4, atribuído pelo júri oficial por sua criatividade e inovação, o que renderá 4 mil euros ao diretor. A produção também ficou com o prêmio oferecido pela Fundação Gan, de apoio à distribuição. A distribuidora francesa do filme receberá 20 mil euros para utilização no lançamento do filme na França. 

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Filme 

O filme recria uma viagem de Gabriel Buchmann, amigo de infância do diretor Fellipe Barbosa, à Africa. A ida do economista ao continente africano para pesquisar a pobreza de perto terminou em tragédia, quando ele tentou subir o Monte Mulanje, no Malauí. A história tem o roteiro baseado em anotações e e-mails de Gabriel para a mãe e a namorada, além de entrevistas com pessoas que cruzaram seu caminho na África. 

“Gabriel e a montanha” é o segundo longa do diretor, que fez sua estreia com “Casa Grande”, vencedor do prêmio do público no Festival do Rio 2014. 

O longa foi um dos vencedores da primeira edição da chamada pública Prodecine 05, edital do Programa Brasil de Todas as Telas voltado a filmes com linguagem inovadora e relevância artística.

De Will Smith a Park Chan-wook, passando por Jessica Chastain e Paolo Sorrentino, esses são os membros do júri presidido por Pedro Almodóvar, que atribuirá a Palma de Ouro do 70º Festival de Cannes.

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Com filmes marcantes como "Mulheres à beira de um ataque de nervos", coloridos, atrevidos e libertadores, Pedro Almodóvar revolucionou o cinema espanhol nos anos de 1980 até se tornar um dos maiores cineastas do mundo.

Embora nunca tenha ganhado a Palma de Ouro - apesar de ter competido por ela cinco vezes -, o diretor, de 67 anos, ganhou o prêmio de melhor diretor por "Tudo sobre minha mãe" e ganhou duas estatuetas com "Volver".

- Maren Ade, a preferida da crítica em 2016

A diretora e roteirista alemã, de 40 anos, foi a preferida da crítica em 2016, com seu filme "Toni Erdmann", um emotivo relato sobre a relação entre um pai excêntrico e uma filha extremamente sensata. Em 2009, seu filme "Todos os Outros", que explora o universo da vida a dois, ganhou o Urso de Prata em Berlim.

- Will Smith, o astro de Hollywood

O ator americano, de 48 anos, é um dos mais bem pagos de Hollywood, graças a sucessos de bilheteria, como a trilogia "Men in Black", "Independence Day" e "Hancock". Ficou famoso nos anos de 1990 com a série "O príncipe de Bel Air" - onde demostrou também suas qualidades de rapper -, e foi aplaudido pela crítica em 2001 por "Ali", de Michael Mann, em que viveu a lenda do boxe.

- Jessica Chastain, a ruiva das mil faces

Em seis anos, a atriz americana, de 40 anos, ostentou uma ambiciosa filmografia: encarnou a doçura maternal em "A árvore da vida" (Terrence Malick, Palma de Ouro em 2011), interpretou uma mulher determinada a caçar Bin Laden em "A hora mais escura" (Kathryn Bigelow), uma cientista aeroespacial em "Interstellar" (Christopher Nolan) e uma lobista sem escrúpulos em "Armas na Mesa" (John Madden).

- Park Chan-wook, ponta de lança do novo cinema sul-coreano

Convidado habitual de Cannes desde o Grande Prêmio obtido em 2004 por "Old Boy", o diretor de 53 anos é a ponta de lança do novo cinema sul-coreano. Em 2009, foi recompensado com o Prêmio do Juri por "Sede de Sangue", e no passado retornou com o thriller erótico "A Criada", que o consagrou.

- Agnès Jaoui, a popular diretora francesa

A atriz, roteirista e cantora francesa Agnès Jaoui, de 52 anos, é muito popular em seu país, onde foi recompensada com quatro César (o Oscar do cinema francês). Ao lado de seu ex-companheiro, Jean-Pierre Bacri, criou uma forma pessoal de descrever a vida cotidiana com um tom agridoce, como em "Acontece nas melhores famílias" e "Cuisine et dépendances" (Kitchen with Apartment).

- Paolo Sorrentino, o italiano talentoso

Este cineasta italiano, de 46 anos, apaixonado, que não deixa ninguém indiferente à sua obra, fez sete filmes, dos quais seis foram selecionados na mostra competitiva de Cannes. "Il Divo", levou o Prêmio do Júri em 2008.

- Fan Bingbing, a diva chinesa

Atriz, cantora, produtora, garota-propaganda de marcas de luxo, Fan Bingbing, de 35 anos, é a estrela chinesa do momento. Embora sua filmografia nacional seja pouco acessível para o público internacional, tenta conquistar Hollywood desde que atuou em 2014 em "X Men: Dias de um futuro esquecido" (Bryan Singer).

- Gabriel Yared, o compositor veterano

O compositor francês, de 67 anos, tem em seu portfólio mais de cem trilhas sonoras originais, entre elas a de "O Paciente Inglês" (Anthony Minghella) e "É Apenas o Fim do Mundo" (Xavier Dolan).

O filme pernambucano Aquarius não foi premiado no Festival de Cannes. Na tarde deste domingo (22), os grandes vencedores foram anunciados e "I, Daniel Blake”, uma implacável narrativa sobre a injustiça social na Inglaterra, ganhou a Palma de Ouro. O resultado, entretanto, não apagou o sentimento de satisfação do cineasta pernambucano e diretor da obra, Kleber Mendonça Filho, que logo após o evento de premiação tratou que engrandecer os caminhos que serão traçados pelo longa.

Através do Facebook, Kleber Mendonça Filho apontou fatores que abrilhantam a obra pernambucana, mesmo sem a conquista da Palma de Ouro. “Tivemos 9 dias indescritíveis no Festival de Cannes apresentando Aquarius em première mundial e em competição. Prêmios não são matemáticos, por mais que a imprensa, a crítica e cinéfilos defendam seus filmes amados. Fica uma experiência intensa de repercussão, imprensa espetacular, discussão emotiva e política em torno do filme e do Brasil, do amor e da história. E esse filme pernambucano em parceria com a França e rodado na praia do Pina começa uma longa carreira até agora programada em 18 países (Sydney Australia daqui a 2 semanas). E começa também o percurso até o Brasil, em especial ao Recife. Obrigado a todos! Aquarius”, escreveu o diretor do filme.

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Kristen Stewart roubou as atenções em no Festival de Cannes deste ano ao aparecer com os fios platinados. E se engana quem pensa que a atriz, que estamos acostumados a ver com seu cabelo castanho natural, fez a mudança drástica por um papel, muito pelo contrário.

Em entrevista à revistaPeople, Kristen afirmou que decidiu radicalizar com o cabelo porque vai passar um período fora dos holofotes.

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- Acabei de fazer cinco filmes em dois anos, acho que é uma boa decisão para mim dar um tempo agora, mudar minha aparência, nunca fiz isso.

Em "Café Society", filme de abertura do Festival de Cannes, que terá distribuição da Amazon em julho, o diretor Woody Allen leva os protagonistas Kristen Stewart e Jesse Eisenberg a um elegante e nostálgico romance na Hollywood e Nova York dos anos 1930. Estrelas do cinema, criminosos, jogadores, mulheres ambiciosas e milionárias aparecem nesta verdadeira viagem no tempo que permite a Woody Allen transformar Kristen Stewart em uma de suas heroínas. A atriz americana é uma das musas de Cannes em 2016, pois também está presente em um dos filmes que disputa a Palma de Ouro, "Personal Shopper", do francês Olivier Assayas.

A tragicomédia também marca o reencontro de Allen, vencedor de quatro Oscar, com Jesse Eisenberg, que já havia trabalhado com o diretor em "Para Roma com Amor", de 2012. O ator americano interpreta um alter ego do cineasta, Bobby Dorfman, um jovem ingênuo que cansa de Nova York, onde trabalha na joalheria dos pais.

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Bobby sonha com o glamour e a boa vida. Então decide viajar até Hollywood, onde seu tio Phil (Steve Carell), poderoso agente de estrelas, o contrata como garoto de recados. Na cidade nova, ele se apaixona por Vonnie (Kristen Stewart), ambiciosa ajudante do tio. Rejeitado, ele retorna a Nova York, onde observa a efervescência dos locais da moda frequentados pela chamada "Café Society", um movimento de artistas, famosos e grandes mecenas, mas sem esquecer a amada. Woody Allen não aparece no filme, mas é o narrador da história que se passa nos dois lados dos Estados Unidos. "A partir do momento em que escrevi a história era como se estivesse lendo meu próprio romance", afirmou Allen em uma entrevista divulgada à imprensa em Cannes.

Ele explicou que imaginou o filme "como um romance" e um "relato coral que não se prende a apenas um personagem". "A história de amor de Bobby é o fio condutor do filme, mas os outros personagens dão o tom do relato". Ao retornar aos filmes de época, ambientado entre as duas guerras mundiais - que já renderam obras como de "A Rosa Púrpura do Cairo" a "Da Magia ao Luar" -, o cineasta de 80 anos volta a um período que sempre provocou fascínio.

Com o retrato de uma época e sua homenagem a Hollywood e Nova York - em grande parte idealizadas - o filme também conta uma história de amor repleta de nostalgia. Os personagens se questionam sobre suas decisões e sonham com a vida que teriam no caso de ideias diferentes. "Dá vertigem, porque é como acontece na vida: você sempre pergunta se tomou as decisões corretas", disse Kristen Stewart.

Woody Allen abre pela terceira vez o Festival de Cannes, depois de "Dirigindo no Escuro" em 2002 e "Meia-Noite em Paris" em 2011. O americano já esteve 14 vezes na mostra oficial de Cannes, mas sempre fora de competição, de "Manhattan" em 1979 até o ano passado com "O Homem Irracional".

Nesta quinta-feira (14), a organização do Festival de Cannes divulgou a lista dos filmes selecionados para a edição de número 69 do evento, um dos mais importantes do cinema mundial. Dentre os 20 longa-metragens escolhidos para a disputa da Palma de Ouro na competição oficial, as mais novas produções de nomes como Pedro Almodóvar (A Pele que Habito), Xavier Dolan (Mommy), Jim Jarmusch (Amantes Eternos), Jeff Nichols (O Abrigo), Nicolas Winding Refn (Drive), Paul Verhoeven (RoboCop) e  Kleber Mendonça Filho (O Som ao Redor).

Após o sucesso internacional de seu último filme, rendendo-lhe o direito de representar o Brasil na corrida do Oscar, muita expectativa foi criada quanto a nova obra do cineasta pernambucano. “Aquarius” foi gravado em Recife entre agosto e setembro do ano passado e conta com a atriz Sônia Braga como protagonista. No filme ela vive a jornalista e escritora “Clara”, que sofre com as investidas de uma construtora que deseja erguer um edifício de 40 andares no lugar do prédio em que vive (Aquarius), único de estilo antigo na Av. Boa Viagem.

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Segundo Kléber Mendonça, a boa notícia foi recebida com alegria, surpresa e satisfação. O diretor comemorou a oportunidade de ver um filme seu competindo com obras de cineastas que sempre admirou. “Eu já fui várias vezes a Cannes para cobrir o evento como crítico e agora me sinto honrado em ter um filme meu na disputa pela primeira vez. É incrível ver ‘Aquarius’ na disputa com um filme do Verhoeven, por exemplo, cineasta que sempre tive enorme admiração”, afirmou em conversa por telefone com a equipe do Portal LeiaJá.

Em seu perfil no Facebook, o diretor pernambucano comemorou a escolha do filme com o mesmo espírito crítico que o levou ao Festival de Cannes pela primeira vez em 1999: “FILME FEITO COM DINHEIRO PÚBLICO REPRESENTA O BRASIL NA COMPETIÇÃO DO FESTIVAL DE CANNES”. Ao LeiaJá o cineasta afirmou que é cabível comemorar a seleção, sem, todavia, esquecer que o Brasil vive atualmente sob a alcunha de pensamentos retrógrados. “Existe, hoje, um movimento retrógrado de pensar o Brasil, um crítica por parte de segmentos da sociedade que chega até a combater o incentivo à cultura. Precisamos nos opor a esse tipo de pensamento. A arte precisa ser defendida e não atacada”, desabafou.

Sobre o filme, KMF afirmou que um trailer deve sair nos próximos dias e que o lançamento em território nacional deve acontecer ainda este ano. O Festival de Cannes acontece entre 11 e 22 de maio e “Aquarius” representa o Brasil como um retrato do próprio país. “O filme tem, sim, um forte cunho político. Ele não só fala sobre o momento em que o Brasil passa, mas lança um olhar sobre o país, como um todo”, concluiu o cineasta.    

 

O filme "Café Society" de Woody Allen vai abrir a 69ª edição do Festival de Cannes, no dia 11 de maio, o que significa que o cineasta americano estabelecerá um recorde ao ter um longa-metragem como a obra inaugural do evento pela terceira vez. O filme, protagonizado por Kristen Stewart e Jesse Eisenberg, é ambientado na Hollywood dos anos 1930, segundo um comunicado do festival.

O diretor de 80 anos participa pela 14ª vez no Festival de Cannes com um filme fora de competição, trajetória iniciada com "Manhattan" em 1979 e que seguiu até "O Homem Irracional", ano passado. O Festival de Cannes acontecerá de 11 a 22 de maio nesta cidade do sul da França.

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Esta será a terceira vez na história do principal festival de cinema do mundo que um filme de Woody Allen ficará responsável pela abertura do evento, depois de "Dirigindo no Escuro" em 2002 e "Meia-Noite em Paris" em 2011. Os 20 filmes da mostra competitiva pela Palma de Ouro devem ser anunciados em 14 de abril. Este ano, o júri que definirá os premiados será presidido pelo cineasta australiano George Miller, diretor da série de filmes "Mad Max".

A 68ª edição do Festival de Cannes revelou os premiados neste domingo (24). Dheepan, filme do cineasta francês Jacques Audiard sobre a imigração ilegal e o asilo político, foi o grande vencedor da Palma de Ouro. O filme, que não estava entre os favoritos para levar o principal prêmio do festival, conta a história de um ex-guerrilheiro do grupo Tigres de Libertação da Pátria Tamil do Sri Lanka que chega a França com um passaporte falso, ao lado de uma jovem e de uma criança que se passam por sua família.

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O filme Saul Fia, do jovem cineasta húngaro Laszlo Nemes, ficou com o Grande Prêmio. A história conta o drama de um prisioneiro em um campo de concentração que tenta salvar o corpo de um menino morto nas câmaras de gás por acreditar que é seu filho.

O taiwanês Hou Hsiao-Hsien recebeu o prêmio de melhor diretor pelo filme The Assassin, sobre uma assassina na China da dinastia Tang. Ambientado no século IX, o filme conta a história de uma criança de 10 anos sequestrada para ser treinada na arte de matar.

O ator francês Vincent Lindon venceu o prêmio de interpretação masculina por seu papel de desempregado no filme La loi du marché "(A lei do mercado"), do diretor francês Stéphane Brizé. No filme, que faz um retrato demolidor das consequências do capitalismo selvagem, Lindon interpreta Thierry, um homem desempregado há muito tempo, pai de um filho deficiente, que encontra um trabalho de segurança em um supermercado no qual deve espionar os empregadoss para que, após qualquer falha, eles sejam demitidos.

A americana Rooney Mara (Carol) e a francesa Emmanuelle Bercot (Mon Roi) foram anunciadas como as vencedoras do prêmio de melhor atriz.  decisão do júri pegou quase todos de surpresa, já que muitos apostavam em um prêmio para a australiana Cate Blanchett, que interpreta a mulher que se apaixona pela personagem de Rooney Mara no filme Carol, do americano Todd Haynes. O júri, presidido pelos irmãos Joel e Ethan Coen, decidiu dividir o prêmio entre Mara e Bercot, protagonista do filme Mon Roi, da diretora francesa Maiwenn.

O filme Chronic do mexicano Michel Franco, impactante retrato de um enfermeiro que cuida de pacientes em estado terminal interpretado pelo britânico Tim Roth, venceu o prêmio de melhor roteiro. Rodado em inglês, Chronic era o único filme da América Latina na mostra oficial este ano em Cannes, onde o cineasta mexicano de 35 anos foi premiado em 2012 na mostra Um Certo Olhar com Después de Lucía.

O filme introspectivo La tierra y la sombra do colombiano César Acevedo, sobre as relações de uma família em uma plantação de açúcar, foi o vencedor da prestigiosa Caméra d'Or, que premia o melhor filme de um diretor estreante no Festival. Exibido na Semana da Crítica, o filme já havia recebido o Grande Prêmio desta mostra paralela.

O italiano Nanni Moretti levou a Croisette às lágrimas neste sábado (16) com "Mia Madre", filme onde ele explora a morte de uma mãe, mas que também representa tudo de seu cinema, com risos e lágrimas. "Meus filmes sempre tiveram esses dois aspectos, com momentos de dor e outros divertidos, mas não se trata de uma estratégia, é uma maneira de contar a vida das pessoas", declarou Nanni Moretti aos jornalistas após a exibição para a imprensa, quando o filme foi aclamado.

Nesta nova corrida pela Palma de Ouro - prêmio que ele conquistou em 2001 com o devastador "O Quarto do Filho" - Moretti relata desta vez a crise atravessada por Margherita (Margherita Buy), uma cineasta confrontada com a doença de sua mãe. "Mas enquanto 'O Quarto do Filho' evocava um fantasma, o medo da perda de um filho, 'Mia Madre' fala de uma coisa vivida e que está mais na ordem natural das coisas", indica.

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Sobre as semelhanças com Margherita, o diretor romano de 61 anos afirmou que "há muito de mim neste personagem, mas não tudo (...) enquanto que Giovanni - o irmão de Margherita que domina a situação, interpretado por Moretti - é talvez a pessoa que eu quero ser". Para Margherita Buy, o aspecto autobiográfico do filme é óbvio. Comovente em seu papel de diretora em apuros, seu nome foi pronunciado na sexta-feira para um prêmio de interpretação.

'Alguma coisa de Nanni'

"Mas é claro que há algo de Nanni no filme. Esse desconforto que vivemos quando precisamos gerenciar o trabalho e uma situação pessoal difícil é algo que ele experimentou", disse a atriz favorita de Moretti. Ela interpretou a psicanalista do soberano pontífice em "Habemus Papam", em 2011, e uma mãe de família em "O Crocodilon" (Il Caimano), em 2006.

Misturando fantasia e realidade, como muitas vezes ocorre nas produções de Moretti, o filme evoca as dores profissionais da cineasta, forçada a lidar com o ego do astro americano de seu filme, interpretado por John Turturro.

Irresistível no papel de ator e mentiroso patológico incontrolável, Turturro disse que estava "muito emocionado por este cenário maravilhoso".

Ao vê-lo dançar na tela, não há como não pensar em "Barton Fink" dos irmãos Coen - presidentes do júri deste ano - que lhe permitiu obter o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes de 1991 e deu aos dois cineastas americanos a Palma de Ouro. "Fiquei seguro em saber que o ator que interpreta esse papel tem uma relação com a Itália, isso me tranquilizou", disse Nanni Moretti. De origem italiana, John Turturro interpreta em italiano no filme.

Paralelamente à doença da mãe, o filme centra-se sobre a crise existencial de Margherita, divorciada, que acaba de deixar seu amante e vive com sua filha em plena crise da adolescência. Foi durante a edição de seu filme anterior, "Habemus Papam", que a própria mãe de Moretti, professora de literatura clássica, como no filme, morreu.

O filme foi uma maneira do cineasta superar o luto? "Para diretores e atores, o cinema não tem papel terapêutico. Para alguns espectadores pode ser", ironizou.

Um filme da diretora francesa Emmanuelle Bercot, com Catherine Deneuve no papel de uma juíza de menores que tenta salvar um jovem do mundo do crime, abre nesta quarta-feira o Festival de Cannes, que, em sua 68ª edição, destaca um olhar mais feminino, social e intimista.

"La tête en haut", da cineasta francesa de 47 anos, não disputa a Palma de Ouro, mas esta é a primeira vez em 30 anos que um filme de uma diretora abre o festival, que tem um início com menos glamour que nos últimos anos, com as atenções voltadas para a realidade social dura, mas com uma ponta de esperança.

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No filme, a diretora acompanha a vida, dos 6 aos 18 anos, do jovem Malony, um delinquente violento mas frágil, interpretado com brilho pelo novato Rod Paradot.

O filme, com momentos sombrios, mas com esperança, mostra os esforço da juíza (Catherine Deneuve) e de um professor (Benoît Magimel, prêmio de interpretação em Cannes por "O Pianista" em 2001) para salvar o jovem, que passou a infância entre adoções e centros de correção, ante a incapacidade de sua mãe (Sara Forestier), ua viciada em drogas, de cuidar dos filhos.

Bercot descreveu o longa-metragem como um "filme documental e de ficção", que não provocou nenhum entusiasmo na exibição para a imprensa.

A projeção oficial acontecerá durante a noite na sala Lumière do Palácio dos Festivais, no ato de abertura do evento.

Para Deneuve, o filme tem o "objetivo interessante" de mostrar o trabalho de juízes e educadores, mas ela tem consciência de que "não é possível salvar todos os jovens em dificuldades".

- Dramas sociais-

A musa de Luís Buñuel em "A Bela da Tarde" e "Tristana", que trabalha com Bercot pela segunda vez, considera que a escolha do filme para a abertura de Cannes "é uma resposta do festival a um ano difícil" na França.

Para aqueles surpresos com o tom social do festival em 2015, a programação não faz mais do que refletir uma realidade, segundo o presidente do evento, Pierre Lescure.

"Hoje, a realidade social francesa, que é um pouco mundial, inspira os diretores", afirmou.

Isto aconteceu na época da guerra do Vietnã, que inspirou alguns dos melhores filmes de guerra e que integraram a programação de Cannes na época, recordou.

Bercot é uma das três diretoras francesas presentes este ano em Cannes, ao lado de Maïwenn e Valerie Donzelli. As duas últimas estão na disputa pela Palma de Ouro.

Cinco filmes da mostra competitiva são franceses e três da Itália, com direito aos trabalhos mais recentes de dois diretores assíduos do festival, Nani Moretti e Paolo Sorrentino.

Os outros filmes na mostra oficial vêm do México, Estados Unidos (2), Grécia, Taiwan, China, Japão, Austrália, Hungria, Noruega e Canadá.

A competição oficial começa na quinta-feira com as exibições do italiano "Il raconto dei racconti", de Matteo Garrone, com a mexicana Salma Hayek como protagonista, e do japonês "Umimachi Diary", de Koreeda Hirokazu.

Um filme protagonizado pela grande dama do cinema francês Catherine Deneuve abrirá nesta quarta-feira o Festival de Cannes, onde os organizadores finalizam os detalhes para a grande festa do cinema.

Um cartaz de 11 por 24 metros com o rosto de outro ícone da sétima arte, a atriz sueca Ingrid Bergman, foi instalado na fachada do Palácio do Festival para a 68ª edição, que terminará no dia 24 de maio com o anúncio da Palma de Ouro.

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O sorriso de Ingrid Bergman (1915-1982), que receberá um tributo especial pelo centenário de seu nascimento, dará as boas-vindas a dezenas de estrelas e cineastas.

Ao contrário dos anos anteriores, quando o festival começou com filmes repletos de glamour como "Grace: A Princesa de Mônaco" ou "O Grande Gatsby", os organizadores optaram desta vez por um longa-metragem de temática social, "La Tête haute", no qual Catherine Deneuve, de 71 anos, interpreta uma juíza da vara de menores que tenta reabilitar um delinquente.

Pela primeira vez em mais de 30 anos, o filme de abertura - que não integra a mostra competitiva - é dirigido por uma mulher, a francesa Emmanuelle Bercot.

"Estou muito honrada e muito intrigada, porque é uma escolha totalmente inesperada. Me sinto bastante comovida de que um filme como este ganhe tanto destaque, de maneira tão prestigiosa, na abertura do festival", confessou à AFP a cineasta de 47 anos.

Outros filmes de temática social estão entre os 19 que disputam a Palma de Ouro ou nas mostras paralelas de Cannes.

O cinema francês, com quatro filmes na mostra oficial, e o italiano, com três, são os destaques da edição 2015.

Apenas um filme latino-americano, "Chronic", do mexicano Michel Franco, aspira a Palma de Ouro.

- Iates, estrelas e guerra às selfies -

O balneário da Costa Azul, que recebe dezenas de iates luxuosos para o festival, também dá os retoques finais aos espaços provisórios erguidos na praia para as festas noturnas.

A superprodução de "Mad Max: A Estrada da Fúria" montou sua gigantesca tenda diante da fachada do hotel Carlton para a estreia em 14 de maio.

Também já estão presentes os caçadores de autógrafos e outros fãs, que todos os anos acampam perto das barreiras de proteção, diante do tapete vermelho.

A polícia reforçou o dispositivo de segurança após os atentados jihadistas de janeiro em Paris e para enfrentar a onda de assaltos registrada todos os anos na cidade.

As estrelas de cada filme devem caminhar pelo tapete vermelho de 60 metros de comprimento por quatro de largura. Os organizadores recomendaram um limite às selfies, que consideram de mau gosto.

Catherine Deneuve entrou na batalha anti-selfies e ironizou os "famosos" com milhões de seguidores nas redes sociais que "nunca fizeram nada".

"Uma estrela é alguém que deve mostrar-se pouco e permanecer reservada", disse a atriz, imortalizada por Luis Buñuel em "A Bela da Tarde".

As escadas do Palácio do Festival devem receber nas próximas duas semanas estrelas como Cate Blanchett, Benicio del Toro, Matthew McConaughey, Michael Fassbender, Marion Cotillard, Colin Farrell, Michael Caine, Jane Fonda, Salma Hayek e Gerard Depardieu.

No total, a organização encomendou 83 rolos de tapete vermelho para os 26.000 metros quadrados das diversas instalações do festival, incluindo os 8.000 que cobrem os 24 degraus da entrada principal.

Trinta e seis salas de projeção, que vão de seis a 2.300 lugares de capacidade, programaram 1.500 sessões, incluindo a sala principal, totalmente reformada para a 68ª edição, que celebra os 120 anos da invenção do cinematógrafo pelos irmãos Lumière.

Outros dois irmãos famosos da sétima arte, os cineastas americanos Joel e Ethan Coen, presidem o júri de nove integrantes responsável por definir o vencedor da cobiçada Palma de Ouro.

O clima era de suspense em Cannes nesta sexta-feira, véspera do anúncio do vencedor da Palma de Ouro e após a aparição, na reta final, de dois fortes competidores: "Mommy", de Xavier Dolan, de 25 anos, e "Leviathan", do russo Andrei Zvyagintsev.

Outros filmes com fortes chances de levar o prêmio, segundo os críticos de Cannes, são o drama turco "Kis Uykusu" ("Sonho de inverno"), de Nuri Bilge Ceylan, "Deux jours, une nuit", dos irmãos Dardenne, sobre a precariedade econômica, uma biografia sobre o pintor Turner, do britânico Mike Leigh, e "Timbuktu", do mauritano Abdehrrahmane Sissako.

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Mas o suspense está prestes a acabar: após 12 dias de projeções, festas às margens do mar, anúncios e rumores, o júri do 67º Festival de Cannes presidido pela neozelandesa Jane Campion e integrado, entre outros, pelo mexicano Gael García Bernal, anunciará os prêmios na noite de sábado, depois de deliberar em um local nas alturas de Cannes mantido em segredo.

A um dia do veredicto, os críticos do mundo que viajaram a Cannes para o maior evento cinematográfico do planeta fazem suas próprias previsões, e muitos apostam em "Mommy", o filme do jovem prodígio canadense.

Dolan surpreendeu Cannes com uma produção inovadora e forte sobre a relação de uma mãe solteira com um filho com problemas emocionais, que caiu como um raio sobre este Festival.

Se Dolan conquistar a Palma de Ouro - aspirada por 18 filmes, entre eles "Adieu au langage", do octogenário Jean-Luc Godard, e "Relatos salvajes", uma comédia de humor-negro do argentino Damián Szifrón - será o segundo diretor mais jovem a receber o prêmio máximo, depois do francês Louis Malle, que levou a Palma aos 23 anos, em 1956, com "O mundo do silêncio", um documentário sobre Jean-Jacques Costeau.

A última surpresa veio da Rússia

A última surpresa da competição foi "Leviathan", de Zvyagintsev, que retorna a Cannes três anos depois de participar da sessão oficial Um Certo Olhar com "Elena".

Este drama sobre a Rússia contemporânea, rodado em uma pequena aldeia às margens do mar de Barents (norte), foi muito aplaudido na sessão reservada à imprensa, e foi classificado de obra-prima pelo crítico do jornal britânico The Guardian, Peter Bradshaw.

"Meu filme fala do que conheço, a realidade da sociedade russa contemporânea", declarou em Cannes o diretor russo de 50 anos.

Antes da chegada de "Mommy" e do filme russo à competição - que apresentou desde dramas sobre a guerra na Chechênia, como "The Search", do francês Michel Hazanavicius, com Berénice Bejo, a uma sátira das estrelas de Hollywood, de David Cronemberg, nenhum dos quais seduziu a crítica - os apontados como vencedores eram o turco "Kis Uykusu" (Sonho de Inverno), a biografia sobre Turner e o filme dos Dardenne.

Produções de Turquia, Grã-Bretanha e Bélgica entre as favoritas

O drama longo e meditativo de Ceylan, que capta a grandiosidade da paisagem do centro de Anatolia, e a produção dos Dardenne, "Deux jours, une nuit", com Marion Cotillard, lideravam nesta sexta-feira a lista da publicação especializada Le Film Français.

Na revista Screen lidera o filme "Mr Turner", de Mike Leigh, de 77 anos, sobre o pintor britânico considerado precursor dos impressionistas, cujo protagonista, o grande Timothy Spall, mereceria levar o prêmio de melhor ator, para a publicação.

Os críticos também citam como forte concorrente "Timbuktu", no qual Sissako faz uma denúncia do obscurantismo religioso.

Visualmente muito bonito, o filme sobre a guerra santa lançada há dois anos contra a lendária cidade de Timbuktu, no norte do Mali, é uma das duas produções políticas que competem em Cannes. O outro é "Jimmy's hall", do britânico Ken Loach, que denuncia, como o de Sissako, o fundamentalismo religioso, neste caso na Irlanda nos anos 1930.

Este filme, que foi bem recebido pela crítica, não aparece nas listas de fortes concorrentes à Palma de Ouro, mas pode receber outro prêmio.

Filmes premiados não costumam ser sucesso de bilheteria

As projeções do concurso oficial serão concluídas na noite desta sexta-feira, com "Sils Maria", do francês Olivier Assayas, com Juliette Binoche, Kristen Steward e Chloé Grace Moretz, sobre uma atriz no topo de sua carreira que enfrenta a questão da idade, e que recebeu aplausos calorosos entre a imprensa nesta manhã.

No entanto, seja qual for a decisão de sábado do júri de Canes, será uma que o público normalmente não costuma concordar, como se reflete nas bilheterias: o jornal Nice Matin lembrava nesta sexta-feira que "Pulp Fiction", produção com a qual Quentin Tarantino obteve a Palma de Ouro em 1994, é o único filme entre os coroadas neste Festival que também fez sucesso entre o grande público. É seguido por "Apocalypse Now", de Francis Ford Coppola, premiado em 1979.

O Festival de Cannes, que já vaiou Jean-Luc Godard, rendeu-se nesta quarta-feira (20) ao reverenciado cineasta de 83 anos, com aplausos emocionados a "Adieu au langage", que compete pela Palma de Ouro. "Godard forever" (Godard para sempre), gritou um espectador antes do início da exibição no Grande Teatro Lumière do Palácio dos Festivais.

Desde que começou na quinta-feira passada, o evento teve vaias e protestos, mas nesta quarta à tarde apenas aplausos foram ouvidos. "É puro Godard!", foi dito ao final da exibição em 3D do filme, abstrato e experimental. É a quinta vez que o veterano diretor disputa a Palma de Ouro, prêmio que nunca conquistou. "A projeção foi um acontecimento, algo histórico, que eu não perderia por nada neste mundo", exclamou um fã do cineasta.

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Godard, membro da escola francesa "Nouvelle Vague", inventou uma nova maneira de se fazer cinema, em filmes como "Acossado" (1960) e "O demônio das onze horas" (1965). "Adieu au langage" contém vários elementos que marcaram sua carreira: os movimentos de câmera, o som não sincronizado com a imagem, uma narração que deixa a impressão de não ser o elemento mais importante no filme.

Apesar de não ter viajado a Cannes, o diretor enviou uma mensagem em vídeo de nove minutos ao presidente do Festival, Gilles Jacob, e ao diretor artístico, Thierry Frémaux, em que classifica seu filme como "uma valsa". Nas palavras de Godard, seria sua melhor obra. "Deixou de ser um filme, apesar de ser o meu melhor, é uma simples valsa", afirmou. O vídeo contém diversos trechos de filmes seus, como "Rei Lear" (1987) e "Alemanha nove zero" (1991).

Em entrevista de uma hora e 20 minutos divulgada nesta quarta pela rádio France Inter, o diretor resume a trama de seu último trabalho. "É uma história simples: uma mulher casada e um homem solteiro se encontram. Se amam. Brigam... Um cachorro vaga entre a cidade o campo. As estações passam. O homem e a mulher se encontram novamente. O cachorro encontra os dois", explicou, dando margem a interpretações.

Nas redes sociais, os comentários têm sido positivos, em sua maioria. O crítico da revista "Les Inrock" qualificou o filme como "o mais brilhante que viu em Cannes". "O filme é uma tela abstrata e experimental", diz um comentário no Twitter.

Segundo o jornal "Le Figaro", alguns "riram do absurdo filme, confessando não ter entendido nada". Já Peter Bradshaw, crítico do jornal britânico "The Guardian", classificou o filme como "errático, excêntrico, exasperante e louco".

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O longa-metragem é a primeira produção do ator americano Tommy Lee Jones atrás das câmeras.  Seu novo filme, The Homesman, foi apresentado na mostra competitiva do Festival de Cannes e não ganhou boa fama. As criticas estão relacionadas as quebras de cenas dramatúrgicas.

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Além de ser a mais nova experiência do ator, o longa traz uma temática pouco comum ao gênero. Temas como a doença mental e o abuso sexual de mulheres são abordados. Mesmo com a influência do escritor Glendon Swarthout, o diretor Lee Jones não deixou de pesquisar mais sobre como estas doenças eram vistas naquela época.

Durante o filme, a coragem das mulheres que vivem no grande oeste americano também foi reconhecida. A sensibilidade está presente no aspecto dramático das tragédias do filme, que suaviza a história em vez de chocar. A história se passa em Nebraska no início do século 19. 

Veja mais detalhes no vídeo acima. 

A diretora japonesa Naomi Kawase retorna a Cannes com "Futatsume no mado", uma ode à natureza e ao amor contemplativo e cheio de ternura. A história ganha vida na exuberante ilha de Amami Oshima, no sul do Japão, terra da bisavó da cineasta.

Durante uma noite, o jovem Kaito (Nijiro Murakami) encontra, boiando no mar, o corpo sem vida de um desconhecido com um dragão azul tatuado em suas costas. Acidente ou assassinato? Ninguém sabe. O estudante, indeciso e retraído, e sua amiga Koiko (Jun Yoshinaga) partem em busca da verdade e, ao mesmo tempo, descobrem o amor.

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Juntos, nas belas e por vezes aterrorizantes paisagens da ilha sub-tropical, os jovens convivem com a morte e a separação, com o falecimento da mãe de Koiko. Esta é também uma oportunidade para Kaito recuperar os laços com seus pais, muito ausentes, assim como os pais biológicos da diretora, criada por seu tio-avô e tia-avó, explicou Naomi Kawase durante coletiva de imprensa.

A relação com a natureza e os deuses que a habitam, de acordo com as crenças da ilha, é onipresente, assim como a ligação com a morte. "Na ilha Amami, as pessoas não têm uma atitude negativa em relação a morte, que inspira uma sensação de segurança".

De acordo com a jovem atriz estreante Jun Yoshinaga, a diretora deu poucas indicações aos atores, que foram instruídos a "sentir e experimentar a beleza da paisagem". "Este é o mais bem sucedido filme que já fiz, minha grande obra", reiterou a diretora, que revelou recentemente à imprensa o desejo de conquistar a Palma de Ouro.

A cineasta venceu o prêmio Câmera de Ouro em 1997 por "Moe no Suzaku" ("Suzaku") e recebeu o Grand Prix em 2007 por "Mogari no mori" ("A Floresta dos lamentos"). Habituada aos degraus da Croisette, ela foi no ano passada a primeira japonesa a integrar o júri no Festival de Cannes, presidido por Steven Spielberg.

A solidariedade contra o individualismo: "Deux jours, une nuit" (Dois dias, uma noite), nova crônica social dos irmãos Dardenne, com a francesa Marion Cotillard em um papel comovente de operária do subúrbio de Liege, foi bem recebido no Festival de Cannes.

Exibido nesta terça-feira na mostra oficial, o longa-metragem foi aplaudido e alguns críticos chegaram a mencionar a possibilidade de uma terceira Palma de Ouro para os diretores belgas ou de um prêmio de interpretação feminina.

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Sandra (Marion Cotillard), estimulada pelo marido (Fabrizio Rongione), tem apenas um fim de semana para bater de porta em porta e suplicar a cada um de seus colegas de trabalho que abram mão de um bônus de 1.000 euros para que ela consiga manter o emprego.

Na sexta-feira, os funcionários votam a favor do bônus, mas graças ao apoio de uma colega uma nova votação é programada para a segunda-feira seguinte.

A história é inspirada em "diversas situações similares" que aconteceram no fim dos anos 90 em empresas como a Peugeot ou outras da Bélgica e Estados Unidos, explicou à AFP Luc Dardenne.

O mais novo dos irmãos fala do "cinismo contemporâneo" de uma diretoria que invoca a crise como justificativa, com o discurso de "só posso contratar esta pessoa caso vocês sejam solidários".

Um cinismo ainda menos justificado porque Sandra não é uma ativista, e sim uma mulher depressiva que sai de licença médica e que "não acredita mais nela e não confia nos demais".

"Vou parecer uma mendiga", afirma a protagonista ao marido para explicar porque não deseja tentar convencer os colegas. Mas aos poucos, ela se transforma em uma "mulher que deixa de ter medo", segundo Luc Dardenne.

"Felizmente para a personagem e pela primeira vez em nossa família de personagens, a heroína tem um marido que é um homem formidável e eles levam uma vida normal. Não estão ameaçados de expulsão, são apenas pessoas humildes ", completa Jean-Pierre Dardenne.

Sentimento de solidariedade

A câmera dos irmãos Dardenne segue a mulher em seu périplo de porta em porta, o que vira um calvário.

Em cada etapa, o espectador descobre uma nova situação, contas a pagar, a perda do emprego do cônjuge, entre outras.

"O bônus representa um ano de conta de energia elétrica", resume um colega de trabalho.

Luc espera que "os espectadores que assistam ao filme perguntem: 'se eu estivesse no lugar de Sandra, Mireille ou Willy o que faria?'"

"Talvez seja um pouco ingênuo, mas talvez o filme ajude a criar um sentimento de solidariedade. É melhor que o grande individualismo que geralmente vemos".

"É um sonho ter conseguido trabalhar com os irmãos Dardenne", disse Marion Cotillard.

A atriz afirmou ainda que não ficou assustada com "o trabalho enorme dos ensaios" impostos pelos Dardenne "para obter o que desejavam com o filme".

"É o que sempre sonhei na relação entre diretor e ator", disse a atriz, que citou "uma experiência comovente, enriquecedora, talvez a mais bela".

Os dois irmãos, que não se imaginam trabalhando separados, formam uma dupla aclamada em Cannes.

Eles integram o clube exclusivo dos cineastas que receberam duas vezes a Palma de Ouro: em 1999 por "Rosetta" e em 2005 por "A Criança". Uma terceira Palma seria um recorde sem precedentes na história de Cannes.

"Estamos muito felizes de estar na competição. Esperamos que que as exibições tenham êxito e ajudem o filme a encontrar seu público", disse Jean-Pierre.

Uma sátira de Hollywood e uma exploração do mundo da luta livre observada por meio de uma das famílias mais ricas dos Estados Unidos, os Du Pont, entraram nesta segunda-feira (19) na disputa pela Palma de Ouro em Cannes. Map to the stars, do canadense David Cronenberg, de 71 anos e que retorna a Cannes pela quarta vez, é uma obscura e delirante viagem à meca do cinema, protagonizada por Robert Pattinson, Julianne Moore, Mia Wasikowska e John Cusak.

Através do retrato de uma família hollywoodiana rica, mas com angústias, inveja e à beira da implosão, Cronenberg disseca uma sociedade obcecada pelo dinheiro e por celebridades. Também desnuda as ambições desmedidas e o oportunismo que reinam em uma cidade repleta de predadores de todo tipo.

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Mas o cineasta - que há dois anos exibiu em Cannes Cosmopolis, também com Pattinson -, advertiu que o filme não é uma crítica à 'cidade dos sonhos', na Califórnia. "Acontece o mesmo em Wall Street, no Silicon Valley, em todos os lugares onde existem pessoas desesperadamente ambiciosas", afirmou o diretor.

Baseada no romance de Bruce Wagner, que também escreveu o roteiro, o filme de Cronenberg - que venceu o Prêmio do Júri em 1996 com Crash - Estranhos Prazeres - não deixa de evocar a sátira ferina sobre Hollywood do americano Robert Altman, O Jogador.

Foxcatcher, uma história real

Em Foxcatcher, o diretor americano Benett Miller vai além na exploração do impacto do dinheiro e da ambição, ao transportar o espectador para uma história verdadeira e trágica: a do herdeiro de uma das maiores fortunas do mundo, John Du Pont. Mas a história serve a Miller apenas como ponto de partida para construir um filme fascinante que, sem lições ou mensagens políticas, convida a uma reflexão sobre o poder do dinheiro na sociedade moderna. "Mais do que contar uma história, o que me interessava era fazer uma observação sobre o que está por baixo da história", explicou o diretor "Capote" e "Moneyball".

O filme conta a história de um assassinato: filantropo e grande amante do esporte, John Du Pont (Steve Carell), que levado pelo desejo de ganhar o respeito da mãe (a grande atriz britânica Vanessa Redgrave), constrói um milionário centro de treinamento em Foxcatcher, a magnífica propriedade da família, na região da Filadélfia.

Com a cabeça voltada para os Jogos Olímpicos de Seul-1988, o excêntrico bilionário convida para o local o campeão olímpico de luta livre Mark Schultz (Channing Tatum) e seu irmão Dave (Mark Ruffalo), também campeão olímpico e treinador. A história acaba com o assassinato de um dos irmãos por Du Pont, o que levou o herdeiro da família, que possui a maior indústria química do mundo, a terminar a vida na prisão.

O diretor e os atores contaram em Cannes que para fazer o filme mergulharam no mundo da luta livre por vários meses. Também realizaram um trabalho de "jornalismo investigativo". O filme foi uma "exploração, uma aventura", no qual "cada cena é apenas a ponta do iceberg", disse Miller, que pela primeira vez tem um filme na mostra oficial do principal festival de cinema do mundo.

Dezoito filmes disputam a Palma de Ouro. Ainda restam quatro dias de exibições, mas a crítica já aponta alguns favoritos, como Timbuktu, sobre a guerra santa nesta cidade do Mali, e Winter sleep, do turco Nuri Bilge Ceylan, um drama íntimo rodado no centro de Anatolia.

Não é só de caubóis que são feitos os filmes de bangue-bangue: "The Homesman" de Tommy Lee Jones, apresentado neste domingo na mostra competitiva em Cannes, homenageia a coragem das mulheres que vivem no grande oeste americano - um filme sombrio, que se divide entre o clássico e o original.

Nove anos após "Três Enterros", que lhe valeu a Palma de Ouro de interpretação masculina em 2005, o ator-diretor nativo do Texas volta com um novo olhar sobre o oeste dos Estados Unidos.

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Nebraska, 1854: três mulheres que enlouqueceram são entregues a Mary Bee Cuddy (Hilary Swank), uma pioneira forte e independente, para que ela as leve ao Leste, em Iowa, onde elas serão abrigadas pela mulher de um pastor (Meryl Streep).

Mary Bee será ajudada nesta aventura por George Briggs (Tommy Lee Jones), um sujeito trapaceador sem lenço e sem documento que ela ajuda a tirar - literalmente - da forca.

O western é um gênero particularmente presente este ano em Cannes, que exibirá após o anúncio dos prêmios, em versão restaurada digital e em alta definição, o filme "Por um punhado de dólares" do italiano Sergio Leone (1964), obra-prima do gênero com Clint Eastwood e Gian Maria Volonte.

Com "The homesman", o espectador se sente primeiramente num gênero familiar, com imagens fabulosas de paisagens do Oeste, onde o horizonte traça uma linha infinita entre céus que mudam e terras áridas. O mesmo vale para a singular tripulação que atravessa de carroça estes vastos caminhos, cruzando ao longo da viagem com uma humanidade pouco gloriosa.

Tommy Lee Jones - rosto marcado, humor áspero - recusa o termo western. "Nós quisemos mostrar o que os alunos norte-americanos aprendem, esta época da História sobre a migração para o oeste dos Estados Unidos", disse o diretor à plateia de jornalistas, após uma exibição muito aplaudida do filme.

-'Nada de homens heroicos'-

No filme, "nós falamos de mulheres, especialmente de mulheres loucas, não há homens heroicos", martela Jones.

"Trata-se de uma época que era extrema em todos os sentidos do termo. Era uma época difícil. Não era simples viver nestas regiões na época, sobretudo quando se era uma mulher sozinha", avalia Hilary Swank.

No filme, esse papel da mulher se reflete na busca incessante de Mary Bee Cuddy por um marido, "alguém que ela pudesse amar e que a apoiasse pro resto de sua vida", explica a atriz duas vezes ganhadora do Oscar.

Tommy Lee Jones, amplamente amparado por documentos sobre a época, quis justamente homenagear estas mulheres da conquista do Oeste, julgando que suas condições à época "estão na origem do papel das mulheres hoje em dia".

Miranda Otto, que interpreta uma das três mulheres loucas, contou ter estudado bastante sobre as mulheres que sofriam de diferentes patologias psiquiátricas à época, e como elas eram tratadas. "Era de dar frio na espinha", diz.

Uma outra maneira de falar sobre os preconceitos relacionados a estas mulheres em particular, a rejeição que elas sofriam pela sociedade.

O filme não é "apenas uma história dos Estados Unidos, mas uma história universal", acredita Hilary Swank.

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