A polêmica sobre o patrocínio de R$ 3,5 milhões da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) para a Feira Literária Internacional do Estado (Fliporto) foi repudiada pelos organizadores do evento. Em nota, a curadoria da Fliporto lamentou a “tentativa de politização” sobre a quantia repassada pelo Governo do Estado e relata que devolverá o valor. O evento é organizado pelo escritor Antônio Campos, irmão do governador Eduardo Campos (PSB).
Confira a nota na íntegra:
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A FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PERNAMBUCO – FLIPORTO, EM SUA 9a. EDIÇÃO, COM REFERÊNCIA ÀS MATÉRIAS JORNALÍSTICAS RECENTES, SOBRE PATROCÍNIO CULTURAL A ESTE TRADICIONAL EVENTO LITERARIO, VEM A PÚBLICO ESCLARECER:
1. A curadoria geral da FLIPORTO lamenta profundamente a tentativa de se politizar um patrocínio público com o claro objetivo de macular um evento reconhecido e consagrado do nosso calendário e que traz fomento cultural, econômico, social e turístico a Pernambuco e ao Brasil;
2. É evidente que um patrocínio concedido dentro da mais rigorosa legalidade e em observância aos mecanismos da lei de fomento estadual, jamais questionado em sua regularidade, sequer pelo meio de comunicação que publicou a aludida matéria, não mereceria tamanho destaque senão pela tentativa de instrumentalizar e politizar o episódio, nas disputas políticas que, sem qualquer razão, agridem pessoas e instituições.
3. Ante a evidência de que nenhuma irregularidade foi apontada, é incontestável reconhecer-se a seriedade, o relevo cultural e a expressão da FLIPORTO, reconhecida internacionalmente, pelos meios de comunicação e pela comunidade cultural e artística, como um dos maiores eventos literários do País, saindo de um público de 10 mil pessoas em 2009 para, em sua edição de 2012, movimentar um fluxo de 90 mil pessoas. Tal público é superior, inclusive, a outros eventos similares, que receberam aportes até maiores de outros Governos e que tiveram propalada parceria oficial de mídia com o jornal Folha de S. Paulo, responsável por duas casas no evento, amplamente divulgada em matéria do próprio jornal em sua edição de 29/06/2013.
4. Os valores do patrocínio feito foram devidamente publicados no Portal da Transparência do Governo do Estado de Pernambuco e são perfeitamente compatíveis com outras promoções da espécie e com os impactos gerados na cadeia produtiva, em especial a do turismo.
5. Além do mais, é igualmente relevante que as prestações de contas relativas aos respectivos patrocínios, ao longo dos anos, foram aprovadas sem ressalvas pelos órgãos de controle, de sorte que não há quaisquer questionamentos quanto à absoluta legalidade de tais patrocínios, nem quanto à importância e reconhecimento da FLIPORTO.
6. Todavia, em respeito à trajetória de dignidade e de transparência da FLIPORTO, alimentando valores de convergência de culturas e de pessoas, desenvolvendo projetos sociais que durante o ano inteiro abrigam mais de 600 crianças, por mês, na Casa Fliporto, de funcionamento permanente, num resgate de cidadania obriga-se a repelir de forma veemente as ilações postas na referida matéria, plena de insinuações de que a FLIPORTO é um empreendimento para florescer conveniências de ordem pessoal.
7. Desta forma, não sem a indignação que é própria de Pernambuco, e para preservar a FLIPORTO 2013, em sua trajetória marcada pela seriedade, pelo êxito e pelo reconhecimento dessa importante inciativa cultural, a FLIPORTO 2013 informa que devolverá integralmente os valores recebidos do órgão patrocinador e abrirá mão da parcela pendente de recebimento.
8 – Tal postura, por evidente, afetará o formato da FLIPORTO 2013, como se constatará na nova programação a ser oportunamente anunciada à sociedade, mas preserva a imagem que é o verdadeiro alimento desta Festa Literária e não a obtenção de patrocínios oficiais.
RECIFE, 17 DE AGOSTO DE 2013
DIREÇÃO DA FLIPORTO