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O Comitê Olímpico Internacional (COI) não quer saber de censura ou discriminação nos Jogos de Paris-2024 e garantiu nesta sexta-feira que a proibição do uso do hijab imposta pela ministra dos esportes da França, Amelie Oudea-Castera, sob alegação de imposição religiosa, não será levada em consideração para quem estiver hospedado na Vila Olímpica.

A vestimenta das pessoas da doutrina islâmica está liberada para a vila olímpica e o COI está em contato com o Comité Olímpico Francês (CNOSF) para saber o motivo de tal proibição, inicialmente apenas a atletas franceses.

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"Para a Vila Olímpica, aplicam-se as regras do COI", afirmou um porta-voz do Comitê Internacional. "Não há restrições ao uso do hijab ou de qualquer outro traje religioso ou cultural", seguiu, salientando que não haverá proibições religiosas contra os cerca de 10 mil atletas que residirão no local.

Os Jogos de Paris-2024 ocorrem entre 26 de julho e 11 de agosto e a decisão de proibir o uso do hijab não foi bem aceita por atletas e federações do mundo todo, que protestaram. O gabinete de direitos humanos das Nações Unidas, inclusive, criticou a decisão dos franceses.

País da Europa com uma das maiores minorias muçulmanas, a França já vinha adotando tal postura sob alegação de "proteger a suas forma estrita de secularismo, o 'laicité', acusando-a de ameaça do islamismo.

"Quando se trata de competições, aplicam-se os regulamentos estabelecidos pela Federação Internacional (FI) relevante", enfatizou o porta-voz do COI, garantindo que agirá com diplomacia com os franceses, mesmo liberando o uso do hijab também aos atletas do país-sede. "Uma vez que este regulamento francês se refere apenas aos membros da seleção francesa, estamos em contato com o CNOSF para compreender melhor a situação dos atletas franceses."

A França vai banir das escolas públicas o uso da abaya, o manto usado por algumas mulheres muçulmanas. Segundo o ministro da Educação, Gabriel Attal, a proibição vale para este ano letivo, que começa em setembro. A decisão faz parte do pacote rigoroso de restrições de símbolos religiosos, o que reforça o caráter secular do Estado.

A defesa da separação entre religião e Estado é uma discussão que une praticamente todo o espectro político da França, desde a esquerda, que defende os valores do Iluminismo, até a extrema direita, que tenta limitar a influência crescente do Islã na sociedade francesa. Em 2004, a França já havia proibido o uso de hijab (o véu islâmico) e outros símbolos religiosos visíveis em escolas públicas, incluindo solidéus judaicos e crucifixos. A abaya é mais um passo na mesma direção.

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"Decidi que a abaya não poderá mais ser usada nas escolas", afirmou Attal, em entrevista ao canal de TV TF1. "Escola não é lugar de proselitismo religioso. Quando você entra em uma sala de aula, você não deveria ser capaz de identificar a religião de um aluno só de olhar para ele."

Secularismo

Segundo o jornal Le Figaro, a declaração de Attal atende às exigências de diretores, professores e de outros profissionais, que aguardavam um posicionamento do governo francês sobre a questão. Até agora, cabia a eles a decisão de aceitar ou recusar o uso da vestimenta nos colégios públicos.

O jornal Le Monde enfatizou que a regra "necessária e justa", nas palavras de Attal, estaria alinhada com outras medidas adotadas recentemente na França para garantir o princípio da laicidade do Estado. A dúvida, segundo o jornal, é se a abaya, usada em países do Norte da África por homens e mulheres, representa ou não uma referência religiosa.

Em junho, o Conselho Francês para o Culto Muçulmano (CFCM) declarou que o manto é uma indumentária cultural. "Para mim, a abaya não é uma vestimenta religiosa. É uma espécie de moda", disse Abdallah Zekri, diretor do CFCM. "Ela é um manto longo e amplo. Não tem nada a ver com religião."

Legislar, no entanto, parece mais fácil do que fiscalizar. No ano letivo passado, os sinais de violação do secularismo nas salas de aula aumentaram 120%, de 2.167 casos para 4.710, segundo documentos do governo obtidos pelo jornal Le Monde.

O crescimento ocorreu em razão do uso de véus, mantos e túnicas. Foi justamente este aumento que fez Attal banir as abayas. A França tem 12 milhões de estudantes. Para fazer cumprir a proibição, o Ministério da Educação prometeu preparar 14 mil profissionais até o fim deste ano, e outros 300 mil funcionários seriam treinados até 2025.

Radicalismo

Autoridades temem que os símbolos religiosos sejam uma porta de entrada para o radicalismo islâmico, responsável por várias ondas de violência no passado.

Alguns muçulmanos, no entanto, afirmam que se sentem estigmatizados pelos esforços para enquadrá-los na lei francesa. O islamismo é a segunda religião da França. Dados oficiais mostram que os muçulmanos são 8,8% da população, totalizando 5,7 milhões de pessoas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As autoridades do estado indiano de Karnataka reforçaram nesta quarta-feira (16) a segurança para a reabertura das escolas de ensino médio, depois de várias semanas de manifestações sobre o uso do hijab ou véu muçulmano em aula.

Os colégios de ensino médio reabriram neste estado do sul da Índia, em meio a uma grande vigilância policial.

Desde o final do ano passado, o uso do hijab criou tensões em Karnataka, onde algumas escolas proibiram as estudantes muçulmanas de usar o véu em aula.

O governo estatal fechou temporariamente todos os estabelecimentos escolares na semana passada depois que um tribunal proibiu temporariamente o uso de todos os símbolos religiosos na escola, enquanto se analisa a questão do hijab.

"Crescemos com o hijab, não podemos abandoná-lo. Não farei as provas, irei para casa", afirmou uma jovem no portal de notícias local News Minute.

"Os estudantes hindus vestem a cor laranja e os cristãos usam um rosário. Qual o problema de nossas filhas usarem o hijab?", questionou um pai de família no canal NDTV.

Outro pai, Nasir Sharif, de 43 anos, contou à AFP que sua filha de 15 anos foi obrigada a retirar seu véu na porta de sua escola nesta quarta-feira, no distrito de Chikmagalur. Finalmente conseguiu convencer as autoridades escolares a deixarem que ela fosse para a aula com a cabeça coberta e retirasse o véu quando chegasse lá.

Vários muçulmanos indianos afirmam que se sentem cada dia mais assediados pelo governo nacionalista hindu do primeiro-ministro Narendra Modi.

As autoridades indonésias proibiram que as escolas obriguem as alunas a usar o hijab, depois que uma estudante cristã - obrigada a usar o véu - levantou o debate no país, que possui a maior população muçulmana do mundo.

A medida foi recebida com satisfação nesta sexta-feira (5) por defensores dos direitos humanos, que denunciam há vários anos o fato de alunas não muçulmanas às vezes serem obrigadas a usar o véu, um traje regulamentar em algumas escolas.

Os colégios públicos do arquipélago enfrentarão agora multas financeiras se continuarem obrigando as alunas a se cobrir com o véu islâmico, segundo um decreto publicado esta semana pelo ministro da Educação, Nadiem Makarim.

A roupa com conotações religiosas é uma escolha individual e as escolas "não podem torná-la obrigatória", destacou.

"O decreto é um passo positivo para proteger os direitos das mulheres na Indonésia", afirmou Andreas Harsono, colaborador da ONG Human Rights Watch em Jacarta.

As escolas públicas obrigavam milhões de meninas e mulheres, estudantes e professoras, a usar o hijab, o que provocou "assédio, intimidação e pressão, em alguns casos inclusive demissões forçadas", se não cumpriam as regras, destacou.

A Indonésia, onde 90% da popopulação é muçulmana, foi conhecida por muito tempo pela sua prática do islã moderado e aberto para outras religiões.

Mas o país vivencia agora um aumento das correntes conservadoras.

O novo decreto, destinado às escolas públicas, não se aplicará a Aceh, a única província da Indonésia que respeita a sharia, a lei islâmica, e possui uma semiautonomia.

A Nike revelou que vai lançar uma linha de hijabs - espécie de véu islâmico - com a marca para atletas muçulmanas. O acessório está em desenvolvimento há um ano, informou a empresa. A expectativa é que o produto chegue ao mercado em 2018.

O hijab esportivo é feito de tecido leve, com apenas uma camada especial para ajudar na transpiração da pele. Ele será comercializado em três cores neutras, e todos trazem a marca da Nike estampada.

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Segundo a marca, o produto já foi testado por algumas atletas no Oriente Médio, entre elas a patinadora artística Zahra Lari, dos Emirados Árabes Unidos. "Mal posso acreditar que isso será finalmente lançado", escreveu, em um post no Instagram.

A chegada do produto também foi comemorada em outras redes sociais. "A Nike está lançando uma linha de hijabs para atletas muçulmanas. O futuro está aqui!", escreveu uma internauta no Twitter. "Surpreendente! Imagine como será confortável - melhor do que aqueles outros lenços hijabs que usamos agora", disse outra usuária.

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