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O Parlamento do Irã aprovou nesta quarta-feira um projeto de lei que era debatido há vários meses e reforça as sanções contra as mulheres que não usam o véu obrigatório em locais públicos.

"Os deputados aprovaram a implementação do projeto de lei sobre o 'hijab e a castidade' por um período experimental de três anos", informou a agência estatal Irna, em um endurecimento do tom do governo contra o número cada vez maior de mulheres que saem às ruas com a cabeça descoberta, em particular nas grandes cidades.

O projeto de lei aumenta as penas para qualquer pessoa que é alvo de uma denúncia por violar o rígido código de vestimenta imposto às mulheres, um dos pilares ideológicos da República Islâmica desde a queda do xá em 1979.

O texto prevê sanções financeiras para quem "promover a nudez" ou "zombar do hijab" nos meios de comunicação e nas redes sociais, assim como multas e proibições de saída do país para os proprietários de empresas cujas funcionárias não utilizem o véu.

No máximo, "qualquer pessoa que cometa o crime de não usar véu ou de vestir roupas inapropriadas em cooperação com governos, imprensa, grupos ou organizações estrangeiras, ou hostis (à República Islâmica), ou de maneira organizada, será condenada a uma pena de prisão de quarto grau", ou seja, entre cinco e dez anos, afirma o projeto.

Para virar lei, o texto precisa ser aprovado pelo Conselho dos Guardiões da Constituição.

O projeto de lei foi aprovado quatro dias após o primeiro aniversário da morte de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos, em 16 de setembro de 2022, após sua detenção pela polícia por supostamente ter violado o código de vestimenta para as mulheres.

A morte da jovem provocou um grande movimento de protesto no país.

A polícia do Irã anunciou neste sábado que planeja instalar "câmeras inteligentes" para identificar e punir mulheres que violarem o código de vestimenta do país.

A polícia pretende “identificar as pessoas que violarem as normas, mediante dispositivos e câmeras inteligentes instalados em locais públicos e estradas", informou a instituição.

Autoridades poderão, desta forma, enviar "a prova e advertências às transgressoras da lei do hijab (véu islâmico)", informando as mesmas sobre as consequências legais da reincidência neste crime", acrescentou a polícia.

Um número crescente de iranianas desafia o uso obrigatório do véu desde o início da onda de protestos desencadeada pela morte, em setembro, da jovem Mahsa Amini após ser presa por suposto desrespeito a esta norma.

A iraniana Elnaz Rekabi voltou à capital do seu país nesta quarta-feira depois de competir na escalada no Campeonato Asiático, disputado na Coreia do Sul, sem usar um véu na cabeça, um ato amplamente visto como apoio a manifestantes antigovernamentais em meio a semanas de protestos contra o hijab obrigatório. Seu paradeiro era motivo de preocupação.

Protestos em todo o país foram desencadeados após a morte de uma mulher de 22 anos em 16 de setembro. Mahsa Amini foi detida pela polícia por causa de suas roupas - e sua morte levou as mulheres a tirarem seus véus em público.

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Após o desembarque, Rekabi deu uma entrevista cuidadosa e sem emoção à televisão estatal do Irã, dizendo que ficar sem o hijab foi um ato "não intencional" de sua parte. No entanto, centenas de pessoas se reuniram do lado de fora do Aeroporto Internacional Imam Khomeini, incluindo mulheres que não usavam o hijab e aplaudiram "Elnaz, a campeã".

"Voltei ao Irã com paz de espírito, embora tivesse muita tensão e estresse. Mas até agora, graças a Deus, nada aconteceu", disse ela, que usava um boné de beisebol preto e um capuz.

O futuro que Rekabi enfrenta depois de voltar para casa permanece incerto. Apoiadores se preocuparam com a segurança de Rekabi após seu retorno, especialmente porque ativistas dizem que as manifestações viram as forças de segurança prenderem milhares até agora.

No início, Rekabi repetiu uma explicação postada anteriormente em uma conta do Instagram em seu nome, dizendo que não usar o hijab foi um ato "não intencional". Rekabi disse que estava em uma área de espera só para mulheres antes de sua escalada. "Porque eu estava ocupada colocando meus sapatos e meu equipamento, isso me fez esquecer de colocar meu hijab e então eu fui competir", afirmou.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) disse que realizou uma reunião conjunta com a Federação Internacional de Escalada Esportiva e autoridades do Irã. O COI informou que recebeu "garantias claras de que Rekabi não sofrerá nenhuma consequência e continuará treinando e competindo".

A escaladora iraniana Elnaz Rekabi, que competiu sem o hijab (véu) em um torneio na Coreia do Sul, retornou nesta quarta-feira (19) a Teerã, onde foi recebida com aplausos por uma multidão no aeroporto.

Rekabi competiu com a cabeça descoberta, utilizando apenas uma faixa no cabelo em um campeonato em Seul no domingo.

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O gesto foi interpretado por alguns como uma demonstração de solidariedade ao movimento de protestos que abala o Irã há um mês, após a morte de Mahsa Amini, uma jovem detida em Teerã pela polícia da moral porque seu véu supostamente permitia observar alguns fios de cabelo.

A República Islâmica exige que as atletas iranianas utilizem o véu inclusive nas competições no exterior.

Rekabi, 33 anos, desembarcou no aeroporto internacional Imã Khomeini nesta quarta-feira, de acordo com um vídeo divulgado pela agência estatal IRNA.

"Uma heroína" 

Dezenas de pessoas se reuniram para recebê-la. Rekabi foi muito aplaudida, segundo as imagens divulgadas na internet pelo jornal reformista Shargh.

"Elnaz é uma heroína", gritaram os manifestantes.

A escaladora estava com um capuz e um boné de beisebol. Ela foi recebida por sua família e depois conversou com a imprensa estatal.

"Devido ao ambiente que existia durante a final da competição e ao fato de que fui chamada de maneira inesperada para iniciar a escalada, eu me confundi com meu equipamento técnico e isto me levou a esquecer o hijab", disse.

"Retorno ao Irã em paz, em perfeita saúde e de acordo com meus planos. Peço desculpas ao povo do Irã por causa das tensões criadas", acrescentou, antes de afirmar que não tem a intenção de abandonar a seleção nacional.

A multidão, que incluía mulheres sem véu, cercou o veículo no qual a atleta deixou o aeroporto, mais uma vez sob aplausos.

"Uma recepção digna de de uma heroína, incluindo mulheres sem o véu obrigatório, do lado de fora do aeroporto de Teerã para a atleta Elnaz Rekabi. Persistem as preocupações com sua segurança, afirmou a ONG Centro para os Direitos Humanos no Irã (CHRI), que tem sede em Nova York.

 Propaganda estatal? 

Os comentários feitos pela atleta confirmam uma mensagem publicada na terça-feira em sua conta no Instagram, na qual ela pediu desculpas por "qualquer preocupação" que pode ter provocado e afirmou que a decisão de retirar o véu "não foi intencional", e sim porque foi chamada para competir antes do previsto.

A República Islâmica é acusada por ativistas de pressionar as pessoas a apresentarem declarações de contrição na televisão e nas redes sociais.

Os observadores "não devem ser influenciados pela propaganda estatal", alertou o CHRI.

Grupos de defesa dos direitos humanos expressaram preocupação com a atleta depois que vários amigos denunciaram que não conseguiram entrar em contato com Rekabi.

Em um comunicado enviado à AFP, a embaixada iraniana em Seul negou "qualquer informação falsa e desinformação" sobre a situação da atleta.

Na primeira fase da competição, a atleta estava com uma bandana, mas na escalada principal estava com o cabelo descoberto.

O gesto coincide com os protestos após a morte de Amini, de 22 anos, nos quais várias mulheres retiram os véus nas ruas, universidades e escolas do país.

A violência nas ruas provocaram dezenas de mortes, a maioria de manifestantes, mas também há vítimas fatais entre os integrantes das forças de segurança, e centenas de detidos.

A porta-voz do Alto Comissariado para os Direitos Humanos das Nações Unidas, Ravina, Shamdasani, afirmou que a ONU "acompanhará de perto" o caso.

O Talibã deu um passo importante na restrição das liberdades das mulheres ao determinar, neste sábado (7), que as afegãs usem em público um véu que as cubra da cabeça aos pés, de preferência uma burca, símbolo da opressão no país.

Em um decreto publicado neste sábado, Hibatullah Akhundzada, chefe supremo do Talibã e do Afeganistão, ordenou que as mulheres cubram completamente seus corpos e rostos em público, dizendo que a burca é a melhor opção.

"Terão que usar um xador [termo usado para a burca] porque é tradicional e respeitoso", ordena.

"As mulheres que não são nem muito jovens nem muito velhas terão que cobrir o rosto quando estiverem na frente de um homem que não seja membro de sua família", para evitar provocações, especifica o texto.

Se não tiver algo importante para fazer fora, é "melhor que fiquem dentro de casa", acrescenta.

O decreto também detalha as punições a que estão expostos os chefes de família que não impuserem o uso do véu integral.

Desde o retorno do grupo fundamentalista islâmico ao poder em meados de agosto, o temido Ministério para a Promoção da Virtude e Prevenção do Vício publicou várias ordens sobre como as mulheres devem se vestir. Mas este é o primeiro decreto nacional sobre o assunto.

Até agora, o Talibã exigia que as mulheres usassem pelo menos um hijab, um véu que cobre a cabeça, mas deixa o rosto descoberto, enquanto recomendava o uso da burca.

O Talibã impôs o uso da burca durante seu primeiro regime, entre 1996 e 2001, durante o qual conduziu uma forte repressão aos direitos das mulheres, de acordo com sua rigorosa interpretação da "sharia", a lei islâmica.

Na época, os agentes do Ministério da Promoção da Virtude açoitavam as mulheres flagradas sem a burca.

Promessas não cumpridas

De volta ao poder em agosto, ao final de duas décadas de presença militar dos Estados Unidos e seus aliados no país, o Talibã prometeu estabelecer um regime mais tolerante e flexível.

Mas rapidamente tomou medidas contra as mulheres, como excluí-las dos empregos públicos ou proibi-las de viajar sozinhas, liberdades que conquistaram nos últimos 20 anos e que rapidamente desapareceram.

Em março, após meses prometendo que permitiria a educação para as meninas, o Talibã ordenou o fechamento das escolas do ensino médio femininas, poucas horas depois de abrirem suas portas.

Essa mudança inesperada de atitude, que justificou argumentando que a educação das meninas deveria ser feita em conformidade com a sharia, escandalizou a comunidade internacional.

O Talibã também impôs a separação entre homens e mulheres nos parques públicos de Cabul, com dias de visita alocados para cada sexo.

Também em março, os islamistas ordenaram às companhias aéreas no Afeganistão que impedissem as mulheres de voar a menos que acompanhadas por um parente do sexo masculino.

Dias depois, membros do Talibã em Herat, a cidade mais progressista do Afeganistão, pediram aos instrutores de autoescola que não emitissem licenças para mulheres, que tradicionalmente dirigem nas grandes cidades do país.

Após a chegada do Talibã, as mulheres tentaram preservar seus direitos manifestando-se em Cabul e outras grandes cidades. Mas seus protestos foram violentamente reprimidos e muitas mulheres afegãs foram detidas por semanas.

O presidente e candidato à reeleição Emmanuel Macron tenta garantir o voto dos muçulmanos na França no segundo turno da eleição atacando a adversária, Marine Le Pen, por sua proposta de proibir o véu islâmico em público.

Embora as pesquisas deem a Macron uma pequena vantagem para o segundo turno, que será realizado em 24 de abril, a batalha com Le Pen anuncia-se parelha e a candidata da extrema direita tem o potencial para surpreender.

Analistas apontam que uma das razões do sucesso de Le Pen é sua imagem mais moderada em relação às eleições anteriores e uma maior proximidade para lidar com problemas como o aumento dos preços e a inflação.

Mas a candidata de extrema direita não abandonou seu pensamento conservador contra a imigração e sua oposição ao véu islâmico, pois afirma que, se chegar ao poder, as mulheres que o usarem em público na França serão multadas.

Já Macron insiste que as políticas de Marine Le Pen não são diferentes das do partido fundado por seu pai, Jean-Marie Le Pen, o Frente Nacional (FN).

O atual presidente apresentou-se também como um defensor da liberdade religiosa, afirmando que a proibição do véu significaria que, por mandato constitucional, também seriam proibidos outros sinais como o quipá judaico e a cruz cristã.

- "Querem ser o primeiro?" -

Durante uma visita à cidade de Estrasburgo (leste) na terça-feira, Macron perguntou a uma mulher que usava o véu se ela o fazia por opção ou por obrigação.

"É por escolha. Totalmente por escolha!", disse a mulher, que se declarou orgulhosa de ser feminista.

Macron respondeu, em clara referência ao movimento de Le Pen: "É a melhor resposta a todas as bobagens que ouço".

O presidente foi mais longe na terça-feira, durante uma visita à cidade portuária de Le Havre (norte): "Não há um único país no mundo que proíba o véu em público. Querem ser o primeiro?".

Macron está ciente da importância do voto dos quase 5 milhões de muçulmanos na França, que seriam cerca de 9% da população.

De acordo com uma pesquisa do instituto Ifop, 69% dos muçulmanos votaram no primeiro turno no esquerdista Jean-Luc Mélenchon, que ficou em terceiro lugar nas urnas.

E os eleitores de Mélenchon são considerados essenciais para vencer no segundo turno.

Mas Macron também vivenciou momentos de tensão com os muçulmanos da França e com líderes de outros países, por conta de sua posição sobre o islamismo.

Após uma série de ataques no final de 2020, reivindicados por radicais islâmicos, o presidente criticou o chamado "separatismo islâmico" na França e adotou uma série de medidas para conter sua expansão.

No entanto, dois grupos muçulmanos, a Grande Mesquita de Paris e a Congregação dos Muçulmanos da França, pediram a seus fiéis nesta sexta-feira que votassem em Macron.

"Forças malévolas estão se expressando hoje e pedindo a proibição dos muçulmanos", disse o reitor da Grande Mesquita, Chems-Eddine Hafiz, em comunicado. "Vamos votar em Emmanuel Macron", acrescentou.

- "Não é verdade" -

O debate também fez com que ambos os candidatos se apresentassem como os defensores do secularismo na França, onde, por lei, religião e Estado são separados.

"O véu foi imposto pelos islâmicos", acusou Le Pen em entrevista à BFMTV nesta sexta-feira, chamando a peça de "uniforme".

No mesmo dia, Le Pen confrontou uma mulher de véu durante uma visita à cidade de Pertius (sudeste).

Le Pen afirmou que em "algumas áreas" da França, as mulheres que usam o véu são "julgadas e isoladas".

"Não é verdade, não é verdade", respondeu a mulher, que riu incrédula e afirmou que seu pai serviu no exército francês por 15 anos.

Embora as duas mulheres continuaram discutindo, Le Pen a cumprimentou carinhosamente e encerrou a conversa em um tom diferente.

Mas mesmo entre seus apoiadores, o radicalismo divide.

"É um erro", afirmou Robert Ménard, prefeito da cidade de Béziers (sul). "Não acho que seja possível" proibir o véu, completou.

A candidata francesa de extrema-direita Marine Le Pen defendeu, nesta quinta-feira (7), a proibição do uso do véu islâmico em público, caso os franceses a elejam como presidente nas eleições de abril, e a "multa" para mulheres que o usam.

"Serão multadas da mesma forma quando se proíbe o cinto de segurança. E me parece que a polícia consegue fazer cumprir essa medida muito bem", disse Le Pen à rádio RTL.

A candidata presidencial do Agrupamento Nacional (RN), partido herdeiro da Frente Nacional, assegurou que "os islamitas usaram o véu nos últimos 20 anos como uniforme e como sinal de progresso" de suas ideias.

Le Pen, que não proibiria o uso da kipá judaica em público, ameaça uma vitória para o presidente centrista, Emmanuel Macron, na votação de 24 de abril, de acordo com as pesquisas, que apontam os dois como vencedores do primeiro turno no domingo.

Em janeiro de 2021, Le Pen apresentou seu plano para combater as "ideologias islâmicas", que na sua opinião são "totalitárias" e estão "em todos os lugares". Sua proposta é apagá-las da esfera pública, como acontece com o véu.

"Não se trata de atacar a liberdade de consciência", disse então o deputado Jean-Paul Garraud, que Le Pen nomearia ministro da Justiça se for eleita.

Para este ex-magistrado, o objetivo é "proibir externamente qualquer forma de expressão pública de opiniões que, por si só, constituam uma grave perturbação da ordem pública", como já acontece "com o nazismo".

A França, um país laico, proibiu o uso de sinais religiosos visíveis, como véus, nas escolas desde 2004, e os funcionários públicos estão sujeitos ao princípio da "neutralidade".

Uma adolescente muçulmana poderá frequentar seus cursos usando um nicabe depois que a Justiça alemã rejeitou nesta segunda-feira (3) uma tentativa das autoridades de proibir o véu que cobre o rosto na escola.

As autoridades de Hamburgo (norte) chegaram a multar a mãe da menina em 500 euris pelo descumprimento de uma norma que proíbe o uso da vestimenta, de acordo com a rádio e televisão local, NDR.

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No entanto, um tribunal de Hamburgo decidiu em segunda instância que a cidade não pode impor tal proibição. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma mulher de 28 anos, vestida com um niqab, se tornou nesta sexta-feira (3) a primeira pessoa multada na Dinamarca por usar véu integral em público, noticiou a imprensa.

A Polícia recebeu um alerta em um shopping center de Horsholm (nordeste do país), onde essa mulher brigou com outra que tentou tirar-lhe o niqab, tipo de véu integral que só deixa descobertos os olhos, informou uma autoridade policial, David Borchersen, à agência de notícias Ritzau.

"Na briga, lhe tiraram o niqab, mas quando chegamos, o tinha vestido de novo", afirmou Borchersen.

A Polícia tirou uma foto da mulher vestida com o niqab e obteve imagens das câmeras de segurança no momento do incidente.

A mulher foi informada de que receberia por correio uma multa de mil coroas (134 euros) e que devia tirar o véu ou deixar o espaço público. "Ela decidiu pela segunda opção", explicou Borchersen.

Desde 1º de agosto usar em público burca, niqab ou outros acessórios que tapem o rosto é punido na Dinamarca com sanções que vão até 10.000 coronas (1.340 euros).

Grupos de defesa dos direitos humanos criticaram a medida, enquanto seus defensores afirmam que ela facilitará a integração dos migrantes muçulmanos à sociedade dinamarquesa.

Na Europa, Bélgica, França, Alemanha e Áustria têm leis semelhantes.

Entrou em vigor na Dinamarca a partir de hoje uma lei que proíbe as mulheres muçulmanas de usarem o nicabe e a burca, vestimentas que cobrem o rosto. A lei poderá se estender ainda para o hijab, véu que cobre apenas o cabelo e o pescoço, e a multa pelo descumprimento pode chegar a mil euros. Porém, as muçulmanas que vivem em Copenhague organizam uma manifestação pacífica em defesa do direito de usar os trajes do Islã e a favor da liberdade religiosa.

A lei aprovada pelo Parlamento da Dinamarca, por 70 votos a 30, pretende garantir que mulheres adultas ou jovens não sejam obrigadas a cobrir os rostos. Os defensores da legislação afirmam que a proibição assegura a integração dos imigrantes que buscam asilo no país dinamarquês.

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A antropóloga e especialista em estudos do Islã, Francirosy Campos Barbosa, discorda dos defensores da lei e afirma que existe um processo de alijamento dos muçulmanos, fortalecendo a islamofobia e o banimento dos seguidores do Islã. “É uma lei totalmente arbitrária e que atinge diretamente as mulheres, pois muitas usam o véu desde os 10, 12 anos. Adultas, sem o uso do nicabe, não se sentem à vontade”, explica.

Para a estudiosa do tema, o protesto organizado pelo grupo Kvinder I Dialog (Mulheres em Diálogo), na Dinamarca, é uma advertência sobre o respeito e a preservação dos direitos das mulheres. “Temos muito o que avançar quando se trata de direitos das mulheres, mas isso não é a particularidade de uma cultura ou religião, isto tem que ser uma mudança mundial, mas que deve partir, sobretudo, das mulheres”, analisa. “Nossa luta é para que cada uma encontre sua maneira de ser respeitada dentro do seu universo, dentro da sua religião, respeitando a sua identidade, a noção de pessoa e não necessariamente tem que ser moldada pelas ou pelos ocidentais”.

O véu de Meghan Markle representa a flora dos 53 países de Commonwealth e foi um pedido expresso da noiva à estilista Clare Waight Keller, segundo uma nota do Palácio de Kensington.

    O resultado é uma espetacular composição floral ao longo do véu.
    Já a tiara usada pela noiva é de diamantes.

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O acessório pertenceu à Maria de Teck, avó da Rainha Elizabeth II, que ganhou o acessório de presente em seu casamento com o Duque de York, o Príncipe George, em 1932.

Da Ansa

A polícia iraniana deteve cerca de 30 mulheres em Teerã por terem tirado o véu em público para protestar contra o uso obrigatório desde a Revolução Islâmica de 1979, informaram vários veículos locais.

"A polícia prendeu 29 pessoas que perturbaram a ordem social e as entregou à justiça", indicou em uma declaração a polícia de Teerã, publicada pelas agências de notícias Fars, Ilna e Tasnim, sem dar mais detalhes.

Nos últimos dias, as redes sociais publicaram fotos aparentemente tiradas em Teerã e outras cidades de mulheres na rua com a cabeça descoberta e o véu pendendo em uma vara como desafio.

A lei vigente no Irã desde a Revolução Islâmica de 1979, exige que as mulheres saiam à ruas com um lenço sobre suas cabeças e seus corpos cobertos por roupas mais ou menos longas.

O zelo da polícia na aplicação desta lei diminuiu consideravelmente nos últimos anos. Um número crescente de mulheres em Teerã e outras grandes cidades do país exibem claramente seus cabelos.

Essas ações de protesto seguem o exemplo de uma mulher iraniana presa no final de dezembro depois de ter escalado um mobiliário urbano em Teerã com a cabeça descoberta e seu véu amarrado a ponta de um cabo de vassoura.

A jovem foi libertada após um mês de detenção, de acordo com o advogado Nasrin Sotudeh, que milita em favor dos direitos humanos no Irã.

Uma estudante muçulmana de 19 anos foi obrigada a retirar o seu véu em uma loja da rede McDonald's de Londres, no Reino Unido. 

De acordo com a jovem, os seguranças alegaram que o uso do véu era uma "ameaça à segurança" e pediram para que ela retirasse o "hijab".

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A jovem, que não quis ter o nome revelado, negou-se a retirar o véu e ainda filmou com seu celular o incidente, que foi publicado no Twitter por uma amiga.

No vídeo, a jovem, nascida na Inglaterra, pergunta para o segurança o porquê de não poder usar o véu, e ele responde: "É apenas uma questão de tirar isso".

Ao perceber a confusão, um homem tenta ajudar a adolescente, falando para o segurança que ele não poderia pedir para que ela retirasse o seu véu. Após isso, ao perceber que estava sendo gravado, o guarda pede para a moça parar de filmar.

De acordo com um porta-voz do McDonald's, os seguranças são contratados por empresas terceirizadas, e o incidente será apurado.

Da Ansa

A Nike revelou que vai lançar uma linha de hijabs - espécie de véu islâmico - com a marca para atletas muçulmanas. O acessório está em desenvolvimento há um ano, informou a empresa. A expectativa é que o produto chegue ao mercado em 2018.

O hijab esportivo é feito de tecido leve, com apenas uma camada especial para ajudar na transpiração da pele. Ele será comercializado em três cores neutras, e todos trazem a marca da Nike estampada.

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Segundo a marca, o produto já foi testado por algumas atletas no Oriente Médio, entre elas a patinadora artística Zahra Lari, dos Emirados Árabes Unidos. "Mal posso acreditar que isso será finalmente lançado", escreveu, em um post no Instagram.

A chegada do produto também foi comemorada em outras redes sociais. "A Nike está lançando uma linha de hijabs para atletas muçulmanas. O futuro está aqui!", escreveu uma internauta no Twitter. "Surpreendente! Imagine como será confortável - melhor do que aqueles outros lenços hijabs que usamos agora", disse outra usuária.

Filha de uma coreana e um palestino, educada em Ohio, norte dos Estados Unidos, Sarah Musa surpreendeu os pais ao decidir usar o véu, aos 17 anos.

Hoje trabalha para grandes marcas e sonha em criar sua própria moda, recatada mas universal.

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Na Ralph Lauren, Anna Sui, Carolina Herrera ou Club Monaco, onde é design técnica sênior, a jovem se adaptou aos códigos do mundo da moda, sem importar a roupa com que trabalhava.

"Faço roupas belas", diz, "e as mulheres podem escolher vesti-las como quiser".

Ela mesma sobrepõe regularmente elementos de diferentes criadores para cobrir o corpo.

"Prefiro vestir uma blusa de manga longa Uniqlo que a feia 'modest fashion'", diz em referência à "moda recatada", chamada também de "moda islâmica".

Quando escolheu usar o véu, sua mãe, de origem coreana e cristã levou três anos para aceitar sua decisão.

Muitas vezes, nessa idade "os jovens só querem ser parte da massa", diz. Ao se cobrir, ia "contra tudo que dizia nossa sociedade".

"Todas essas marcas dizem que você deve se maquiar, mostrar a pele, pintar o cabelo", diz. "A indústria te diz que nunca estará suficientemente bem".

"Se me cubro, tomo o poder, eu decido quem quero ser", explica. E além da controvérsia que provoca esse tipo de decisão, Sarah está segura de "para a maioria das mulheres muçulmanas no mundo, é uma eleição".

- "Trabalhar ainda mais duro" -

Aos 20 anos, Sarah lançou sua marca de "modest fashion", Haya, mas parou seus planos rapidamente para poder estudar, primeiro no famoso Fashion Institute of Technology de Nova York, depois nos ateliês das grandes marcas.

Mas a ideia de propor sua própria linha segue presente nessa estilista que ganhou um concurso nacional de criação de véu islâmico há três anos.

"Minha mensagem não será religiosa", adverte, citando como exemplo a estilista americana Ryan Roche, adepta das calças e das mangas, e The Row, a marca das irmãs Olsen, que desfila peças muito amplas.

"São extremadamente recatadas, mas como não estão ligadas à religião, a pessoa não percebe assim", diz a estilista de 33 anos cujo véu estudado lembra os turbantes dos anos loucos.

Há uma década que Sarah integra as filas da indústria da moda, e diz que teve problemas apenas uma vez em meio às grandes marcar americanas de prêt-à-porter, e a responsável foi outra mulher com véu.

Apesar desse setor ser mais aberto que o resto da sociedade americana, a estilista lembra uma entrevista de trabalho em que foi descartada por usar véu.

"As pessoas me julgam sempre de uma maneira diferente", admite. "Devo trabalhar até mais duro, mas é isso o que pedi quando tomei minha decisão".

Sarah sente principalmente a diferença quando deixa o microcosmos novaiorquino para voltar à sua cidade natal, no meio oeste do país. E desde a vitória de Donald Trump na eleição presidencial, o corte é ainda mais profundo.

"Desde que cheguei a Ohio, senti os olhares cravados em mim. E não sou paranóica", diz.

Mas seu véu provoca também reações positivas, como no dia em que uma mulher a abordou na rua para dizer que seu véu era "magnífico", lembra.

"Poderia tirar o véu e me perder na massa. mas meus amigos negros não podem mudar", diz.

Sarah prefere ver uma oportunidade nesse desafio. Para os muçulmanos, diz, "a moda pode ser uma forma (...) de nos unir e encontrar os meios para enfrentar o sectarismo e o ódio".

Uma fisioculturista iraniana que publicou fotos "seminua" nas redes sociais foi detida e presa nesta quarta-feira (18), segundo informações da agência de comunicação do poder judiciário do Irã, a Mizaonline.

A agência informou que a fisioculturista foi presa por não pagar a fiança estabelecida pelo juiz, estabelecida em 2 milhões de rials iranianos, o equivalente a aproximadamente 160.000 reais.

Em setembro de 2016, a imprensa divulgou que duas mulheres iranianas teriam participado de uma competição internacional de fisiculturismo e publicado fotos suas em redes sociais.

As autoridades iranianas consideram que fotos de mulheres "seminuas" sem véu e mostrando partes de seu corpo são um delito.

Desde que a República Islâmica foi instaurada em 1979, todas as mulheres que estejam em território iraniano, sejam elas naturais do país ou estrangeiras, devem vestir o véu islâmico. As atletas iranianas podem participar de competições internacionais caso respeitem essa regra.

Dois torcedores do Espanyol de Barcelona, da Primeira Divisão do futebol da Espanha, foram detidos por terem agredido uma grávida de oito meses que usava um véu muçulmano que deixa apenas os olhos à mostra.

A agressão aconteceu na segunda-feira da semana passada quando a mulher passeava pelo centro de Barcelona junto com seu marido e seus dois filhos e foi agredida pelos dois torcedores porque usava o nicab.

O marido da mulher reagiu às provocações e também foi agredido pelos dois homens vinculados à torcida radical de extrema-direita Brigadas Blanquiazuis do Espanyol de Barcelona, que teve, em 2010, proibida sua entrada nos estádios.

A mulher tentou interferir na briga quando um dos torcedores chutou sua barriga. A polícia chegou e deteve os agressores.

A mulher foi internada, mas passa bem.

Os dois agressores são acusados por crime de ódio, discriminação e agressão.

Segundo Mounir Benjelloun, presidente da Federação Espanhola de Entidades Religiosas Islâmicas, este tipo de agrssão acontece todos os dias no país, mas não é noticiada.

Segundo um relatório publicado em abril pela Plataforma Cidadã contra a Islamofobia, os atos islamofóbicos se multiplicaram por dez em um ano, passando de 48 em 2014 a 534 em 2015.

Segundo o governo, as agressões por motivos religiosos e racistas nesse período passaram de 538 a 575.

Uma cabeleireira compareceu nesta quinta-feira (8) a um tribunal da Noruega por ter rejeitado uma muçulmana que usava um hijab, no primeiro caso sobre o uso do véu julgado no país.

Merete Hodne pode ser condenada a até seis meses de prisão por não ter aceitado em outubro atender Malika Bayan em seu salão de Bryne, uma localidade do sudoeste da Noruega, afirmando, segundo a ata de acusação, que "teria que procurar outro lugar porque não aceitava (pessoas) como ela".

"Não quero este mal em um espaço onde eu decido. Este mal é a ideologia do Islã, o maometismo, e o hijab é o símbolo desta ideologia, como a suástica é do nazismo", declarou Hodne à rede de televisão TV2.

Apresentada pelos meios de comunicação noruegueses como uma ex-militante de movimentos islamofóbicos como Pegida, a cabeleireira, de 47 anos, disse que aceitar no salão uma mulher com véu a teria obrigado a rejeitar clientes masculinos, já que a eventual cliente não poderia mostrar o cabelo.

"Sinto-me profundamente humilhada por ser tratada desta maneira em um espaço público em meu próprio país", lamentou no ano passado a jovem muçulmana, de 24 anos, citada pela imprensa.

A cabeleireira se negou a pagar uma multa de 8.000 coroas (980 dólares) por discriminação religiosa. O caso está agora nas mãos do tribunal de Jaeren, que deve examiná-lo nesta quinta-feira.

A polícia informou que pedirá que a multa seja elevada a 9.600 coroas (1.200 dólares) ou, caso a mulher decida não pagá-la, que seja condenada a 19 dias de prisão.

A marca Zara apresentou suas desculpas e suspendeu um vigilante e a gerente de uma de suas lojas na França depois que, no sábado, foi impedido o acesso a uma cliente que usava véu, disse à AFP um responsável do grupo.

O caso, que aconteceu no dia seguinte aos atentados de Paris, foi filmado e compartilhado nas redes sociais, causando grande polêmica e pedidos de boicote à marca espanhola de 'prêt-à-porter'.

A cliente, que usava um hijab (véu islâmico que cobre apenas a cabeça), foi proibida de entrar na loja da Zara em Plaisir (oeste de Paris).

"O vigilante disse para que ela tirasse o véu, o que a cliente negou, o que é absolutamente normal" de acordo com a lei francesa, declarou nesta terça-feira Jean-Jacques Salaün, diretor-geral da Zara França.

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"Foi uma iniciativa pouco feliz da parte de um vigilante. Este tipo de atitude não existe na Zara e nunca existiu uma posição do grupo nesse sentido", disse.

O responsável acrescentou que "é feita uma investigação", no âmbito da Zara e de seus pessoal de segurança. "Enquanto isso, o vigilante e a gerente da loja foram sancionados", esclareceu.

A lei francesa, que proíbe cobrir o rosto em locais públicos, se refere aos véus integrais, como a burca e o nicab.

O responsável da Zara França explicou que ligou para a cliente discriminada para apresentar suas desculpas em nome do grupo e condenar esse ato logo que se inteirou do incidente. "Desculpas que essa senhora aceitou", disse.

O governo holandês anunciou nesta sexta-feira a proibição do uso do véu integral em alguns lugares públicos, e ressaltou que o projeto de lei deverá ser aprovado pelo Parlamento.

"As vestimentas que ocultam o rosto serão proibidas nos centros de educação e de saúde, do governo e nos transportes públicos", indicou o ministério do Interior em um comunicado.

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A proibição não se aplica à utilização de véu integral nas ruas, exceto nas "situações específicas em que exista a necessidade de que as pessoas sejam vistas" ou por razões de segurança, disse o primeiro-ministro Mark Rutte à imprensa, após uma reunião de gabinete.

"A lei não tem nenhum contexto religioso", disse Rutte.

O governo diz que "tentou encontrar um equilíbrio entre a liberdade das pessoas de se vestir como quiserem e a importância de uma comunicação recíproca e reconhecível".

Uma lei anterior que proíbe a burca inclusive nas ruas, e que data de um governo anterior de Eutte - e que era apoiada pelo líder populista anti-islã Geert Wilders - será retirada.

O governo diz agora que "não vê razão para uma proibição (da burca) aplicável em todos os lugares públicos".

Segundo a televisão pública holandesa, entre 100 e 500 mulheres usam o véu integral na Holanda, a maioria delas ocasionalmente.

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