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A Prefeitura de São Paulo libera a partir desta quarta-feira (10) o funcionamento de lojas de rua e imobiliárias, fechadas desde 20 de março, quando foi decretada a quarentena. A medida faz parte do plano de retomada econômica do Estado e o funcionamento será em horário reduzido. No último dia 5, escritórios e concessionárias já haviam recebido aval para reabrir. A autorização para shoppings deve valer a partir de amanhã - depende de o Município fechar acordo com o setor. Médicos veem com ressalvas a flexibilização em meio ao recorde de confirmação de mortes no Estado e com 67% das UTIs ocupados na capital.

O plano estadual de reabertura econômica, da gestão João Doria (PSDB), vale desde o dia 1º. Pelo modelo, a retomada dos setores será em fases e diferente em cada região. A capital foi colocada no nível dois (de cinco possíveis) de relaxamento da quarentena, o que permite reabrir lojas e shoppings. A classificação da fase, diz o governo, depende da análise de fatores como a ocupação de UTIs e o número de infectados. Se o quadro piora depois da reabertura, a região pode regredir de fase.

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A informação da retomada do comércio - às vésperas do Dia dos Namorados - é importante para o varejo. Lojas e imobiliárias poderão funcionar por, no máximo, quatro horas por dia. O funcionamento não poderá coincidir com o horário de pico do trânsito (7h às 10h e 17h às 19h). As lojas se comprometeram a abrir das 11h às 15h. As imobiliárias não definiram um turno padrão.

Os estabelecimentos também terão de respeitar lotação máxima de 20% da capacidade e adotar medidas sanitárias, como oferecer álcool em gel, manter distância de um metro entre os clientes e orientá-los para evitar aglomerações.

Representantes de 27 entidades de setores comerciais assinaram acordo com a gestão Bruno Covas (PSDB).

"A expectativa agora é que amanhã (hoje), a gente também consiga assinar com o setor de shoppings centers para que também possam votar a funcionar a partir de quinta-feira e, com isso, já teremos assinado com cinco setores", disse Covas, conforme nota divulgada pela Prefeitura ontem. Ainda segundo o Município, as entidades se comprometeram a dar apoio a funcionárias e funcionários "que não tenham quem cuide de seus dependentes incapazes no período em que estiverem fechadas as creches, escolas e abrigos - especialmente as mulheres, que são mães".

Em alguns shoppings, gestores já instalaram câmeras com detecção de temperatura nas entradas, para evitar o acesso de pessoas com sintomas da covid-19. Separadores de filas, com locais delimitados para garantir distanciamento de um metro entre os clientes, também estão sendo instalados.

"É melhor abrir assim do que não reabrir", diz Alfredo Cotait, presidente da Associação Comercial de São Paulo. Ele admitiu ainda que nem todas as lojas estão preparadas para seguir as regras.

Testagem

Covas disse ainda que os setores se comprometeram a arcar com a testagem de funcionários com sintomas. Cotait, porém, diz que o protocolo da Prefeitura sugere que as lojas testem os funcionários, mas não obriga. Esse foi um dos pontos de impasse na negociação entre Prefeitura e empresários.

Ricardo Patah, do Sindicato dos Comerciários, diz negociar com as empresas a possibilidade de testar os trabalhadores para identificar casos assintomáticos. A testagem é considerada importante para detectar rapidamente infectados e conter possíveis novos surtos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Muitos setores foram afetados pela crise provocada pelo coronavírus (Covid-19), entre eles o imobiliário. O segmento tem traçado estratégias para acordos entre locatários e inquilinos e, assim, continuar mantendo os negócios.

Quando o isolamento social foi orientado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), muitos inquilinos entraram em contato com os donos dos imóveis pedindo pela redução ou suspensão dos alugueis durante o período pandemia. "Tivemos a contraproposta de pagar as taxas e metade do aluguel, que nos pareceu razoável, e fechamos assim. Isso se deu em 3 e-mails no total, ainda em março", conta o advogado Fábio Cruz, 46 anos, de Catete (RJ).

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Os sócios da SF Consultoria Imobiliária Dario Ferraço, 35 anos, e Raphael Sampa, 34 anos, de Barueri (SP), receberam aproximadamente 10% de solicitações de seus clientes para renegociações de seus contratos. No setor de locação comercial o número foi bem maior, cerca de 50% dos inquilinos entraram com solicitações, alegando o fechamento dos comércios e queda nos lucros. "Estamos analisando caso a caso, de acordo com histórico de adimplência por parte dos locadores e sempre tentando encontrar o melhor para todas as partes", diz.

Como a pandemia atingiu a todos, os contratos que foram feitos antes de 20 de março devem ser analisados de acordo com o estado de calamidade que o mundo vive. "Os locadores fazem da locação seus investimentos e devem sim ser remunerados por eles. No entanto, os locatários precisam de uma revisão contratual provisória para que o 'equilíbrio da balança' contratual possa ser restabelecido", explica a advogada Bruna Giannecchini.

Caso a única renda do dono do imóvel seja o aluguel, a advogada afirma que o valor pode ser negociado em até 50%, com direito a revisões a cada dois meses. "Cumpre alertar que, o histórico do inquilino com os pagamentos faz toda a diferença", destaca. "Forçar, notificar e ajuizar ação não vai levar à lugar nenhum e, quem sabe, em alguns meses, poderá perder um bom inquilino", complementa.

Já está sendo planejada uma lei no Congresso Nacional que proibi o despejo durante o período de pandemia, porém isso não impede os locadores de realizarem as cobranças. "O prejuízo não pode ser suportado por apenas uma das partes, e o equilíbrio contratual deve ser buscado durante esse período e ser realizada uma revisão contratual provisória", informa Giannecchini.

A advogada recomenda aos donos de imóveis facilitar os processos e acordos com seus clientes, ao mesmo tempo em que os inquilinos devem estar abertos ao diálogo e dispostos a negociar. "Para o locador, não é o momento de pensar em lucro e sim em redução de prejuízos. Por outro lado, o locatário não deve acumular uma bola de neve de dívidas", finaliza.

A Agência Pública, organização que produz matérias jornalísticas e se auto intitula independente, divulgou um levantamento que revela que a maioria dos incêndios em comunidades carentes acontece em áreas nobres da região metropolitana de São Paulo. Uma matéria publicada pelo jornal britânico The Guardian, aponta que 80 favelas atingidas por incêndios em 2012 estavam em áreas que têm valor imobiliário 76% mais alto que a média das áreas ocupadas por esse tipo de habitação.

De acordo com a Agência, o governo atribui os incêndios às más condições de infraestrutura, como as instalações elétricas precárias conhecidas como “gatos”, e à quantidade de material inflamável aglomerado. Uma CPI instaurada em 2012 na câmara de vereadores de São Paulo para apurar o assunto foi encerrada com o parecer de que “não foi possível estabelecer uma conexão entre os incidentes e a especulação imobiliária”. Porém, a publicação aponta que meses após uma favela ser devastada por um incêndio e removida no bairro da Água Branca a região ficou valorizada.

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O The Guardian ouviu também moradores que perderam suas casas em incêndios e receberam da prefeitura de São Paulo a notícia de que o auxílio para reaverem seus bens eram condicionados a saída dos locais em que moravam.

O preço da casa própria está mais acessível ao bolso do brasileiro. O metro quadrado do imóvel pronto sobe abaixo da inflação em algumas capitais, como Belo Horizonte e Porto Alegre, e já acumula queda em outras, casos de Curitiba e Brasília. Além disso, as empresas do setor correm para desovar os altos estoques, geradores de custos adicionais indesejáveis.

A explicação está no front macroeconômico. Sucessivos indicadores - da indústria ao varejo - reforçam a desaceleração da economia brasileira, que pode crescer menos de 1% neste ano. O pessimismo entre consumidores é agravado pelo endividamento familiar (na média, de 46% da renda, pelos dados do Banco Central).

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Mais caras, as concessões de crédito imobiliário também estão em queda. Após avanço na casa dos 95% de 2011 a 2013, caíram 2,2% entre os meses de junho de 2013 e 2014, segundo o BC. Os juros reais (descontada a inflação) do financiamento imobiliário foram de 1,5% para 2,5% ao ano na mesma comparação - seguindo a trajetória de alta da taxa Selic.

Clemens Nunes, professor de Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV), diz que o incremento salarial no Brasil nos últimos anos criou expectativa positiva nas construtoras, não confirmada. "Quem não vendeu no lançamento dos imóveis agora tem alto custo de manutenção", diz. Ou seja, prédios foram erguidos além da capacidade de compra, gerando descompasso entre oferta (alta) e demanda (baixa) e consequente desaceleração dos valores.

Com isso, os preços reais dos imóveis no Brasil estão no menor patamar desde o pico observado em 2011, quando a euforia tomava conta do setor - diz o professor João da Rocha Lima Jr., do Núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da USP. Ele leva em conta um cálculo próprio, em que desconta os custos dos empreendimentos do Índice de Valores de Garantia de Imóveis Residenciais Financiados (IVG-R), o qual reflete o preço em 11 regiões metropolitanas e é aferido pelo BC.

"Os preços estavam inadequados no 1º trimestre de 2011 e hoje estão num patamar justo", diz. "Ou seja, são suficientes para pagar os custos de construção e garantem uma remuneração adequada às empresas pelo risco."

Para ele, não há espaço para especulação hoje, porque a demanda está contida. Tampouco há margem para quedas consideráveis de preço - caso contrário, o investimento não seria atrativo às construtoras. A tendência, nessas condições, seria a de estabilidade no curto e médio prazos. Nunes, da FGV, tem opinião semelhante, mas não descarta recuo nos preços pelos próximos dois anos.

Saldões/b>

Para quem se preparou financeiramente para a compra, a hora é de caçar oportunidades. Em agosto, estão marcados ao menos dois grandes saldões, com descontos de até 45%. A incorporadora PDG e a imobiliária Realton alardeiam grandes promoções. No último sábado, a Lopes realizou liquidação-relâmpago, com ofertas para 70 empreendimentos na Grande São Paulo. A imobiliária vai avaliar os resultados da ação e pode repetir o modelo em outras regiões do País. A Abyara também estuda ações para um futuro próximo.

Planejadores financeiros e analistas do segmento, no entanto, são unânimes ao alertar para as promoções aparentemente fantásticas: elas podem levar a compras por impulso e negócios pouco vantajosos. "Nenhuma empresa é capaz de oferecer 30% de desconto sem ter prejuízo, não há margem para isso", destaca Rocha Lima Jr., da USP. O economista afirma que as margens variam entre 12% e 20% do preço.

A compra do imóvel é decisão que não deve ser motivada por promoções, afirma o CEO da Soma Invest, Marcio Neubauer. Aquisições desse porte podem comprometer fatia considerável da renda no longo prazo e exigem pesquisas e planejamento. "O comprador precisa fazer a lição de casa e não pode se deixar seduzir por liquidações ao estilo Black Friday", diz.

O planejador financeiro familiar Augusto Saboya recomenda aos compradores que pechinchem ao máximo. "Mesmo num saldão, o vendedor oferece um preço que pode cair ainda mais", diz. Saboya alerta também para o atual momento de instabilidade da economia. Caso não haja a necessidade urgente de mudar de casa, o ideal seria esperar o fim das eleições presidenciais, diz. "Os próximos rumos da política econômica podem causar uma piora de cenário e prejudicar a saúde financeira de muitas famílias no ano que vem", diz.

Cuidados

Saboya recomenda cautela: "Até bater o martelo, o comprador tem de colocar na ponta do lápis todos os gastos envolvidos". Para ele, as famílias correm riscos de não honrar dívidas ao comprometer mais de 10% da renda com parcelas imobiliárias. E além dos compromissos acertados no contrato, é necessário lembrar que haverão gastos de cerca de 5% do valor do imóvel com burocracia e de até 6% com corretagem.

Antes da aquisição também é importante considerar o momento vivido pelo comprador. "Imóvel para recém-casados, por exemplo, é um mau negócio: o casal ainda não sabe quantos filhos terá ou se vai mudar de trabalho, cidade ou País", entende Neubauer, da Soma Invest. "Nessa fase, é melhor morar de aluguel e ir poupando para garantir uma entrada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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