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As exportações brasileiras de celulose recuaram 7,1% em março de 2012, na comparação com igual mês do ano passado, para 741 mil toneladas, conforme dados divulgados nesta quinta-feira pela Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa). No trimestre, houve recuo de 0,6% nas exportações do produto, para 2,166 bilhões de toneladas, ante igual período de 2011.

As importações de celulose recuaram 13,5% em março sobre o mesmo mês de 2011, para 32 mil toneladas. No trimestre, houve recuo de 3% nas importações, para 96 mil toneladas.

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A produção de celulose caiu 1,7% em março deste ano ante março de 2011, para 1,198 bilhão de toneladas. No trimestre, a produção caiu 0,7%, para 3,524 bilhões de toneladas. Já as vendas domésticas de celulose cresceram 3,7% no mês passado sobre março de 2011, para 141 mil toneladas; no trimestre, subiram 4,4% ante igual período de 2011, para 403 mil toneladas.

O consumo aparente de celulose cresceu 6,8% em março de 2012, para 489 mil toneladas; no período de janeiro a março deste ano, caiu 1%, para 1,454 bilhão de toneladas.

O setor químico é o retrato mais fiel dos efeitos da baixa produtividade da indústria do País. No ano passado, teve déficit de US$ 25,9 bilhões, o maior da história - em 1990 era de US$ 1,5 bilhão. A grandeza do rombo fica evidente quando se leva em conta que ele é só um pouco menor do que o saldo comercial de 2011 do País, de US$ 29,7 bilhões.

Por trás desse resultado - invisível aos olhos do consumidor final -, que indica uma perda de terreno dos produtos nacionais para os importados, estão problemas antigos do País que passam pelo sistema tributário caótico, infraestrutura deficiente e terminam nos conhecidos juros elevados.

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"Os dados que a gente tem apontam para o crescimento do consumo de 6,5% no ano passado, mas a importação cresceu 7,5%", afirma o presidente da Braskem, Carlos Fadigas. "A importação ficou com todo o crescimento e tomou 1% do mercado."

O reflexo desses entraves brasileiros aparece sobretudo no custo da matéria-prima. O gás obtido nos Estados Unidos, por exemplo, é, em média, 20% mais barato do que o brasileiro. O preço da energia cobrado também destoa dos demais países.

"O País tem um problema muito grande. É quase 10% mais caro trazer matéria-prima do Polo de Camaçari para São Paulo do que da Europa para São Paulo, por exemplo", diz Michel Mertens, vice-presidente sênior de áreas químicas da Basf para a América do Sul.

No ano passado, a Basf fechou a fábrica de aminas em Camaçari porque a importação ficou mais vantajosa, mas anunciou a criação de um Complexo Acrílico. O investimento deve somar cerca de US$ 750 milhões e tem previsão de início em 2014. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) condenou a empresa N.A Intimidade Ltda. a pagar multa de R$ 1 milhão por importar dois contêineres com lixo hospitalar dos Estados Unidos para o Brasil. A penalidade foi publicada no Diário Oficial da União da última segunda-feira, 13. O material - lençóis, batas, fronhas - foi apreendido após desembarcar no Porto de Suape, no litoral Sul de Pernambuco.

Em outubro de 2010, a Anvisa identificou irregularidades em dois contêineres importados após fiscais constatarem que o valor declarado pelo importador não era compatível com o volume e o tipo de carga. Aproximadamente 46 toneladas de material foi encaminhada para inspeção física. Na inspeção, verificou-se que a empresa declarava às autoridades brasileiras que importava tecido de algodão com defeito para fraudar a Alfândega Nacional.

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As peças importadas eram lençóis sujos com manchas características de sangue e dejetos biológicos com logomarca de vários hospitais norte-americanos. As peças, que seriam revendidas por empresas que atuavam no interior de Pernambuco, foram devolvidas aos Estados Unidos em janeiro deste ano. Os custos para mandar o lixo hospitalar de volta para o país de origem foram pagos pela empresa N.A Intimidade Ltda.

A promessa do governo Dilma Rousseff de apertar a defesa comercial, impondo tarifas contra produtos artificialmente mais baratos da China, não tem funcionado na prática. Levantamento feito pela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo demonstra que as chamadas tarifas antidumping impostas contra mercadorias chinesas não foram capazes de impedir o aumento das importações, que em alguns casos ultrapassa 200% apenas neste ano.

O caso dos brinquedos é emblemático. No fim do ano passado, o governo decidiu incluir os artigos em uma lista de exceção da tarifa do Mercosul, para elevar de 20% para 35% o Imposto de Importação. Como resultado, as compras brasileiras de brinquedos chineses, que em 2010 cresceram 28,9%, desaceleraram de forma insignificante e aumentaram 28,8% em 2011.

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A reportagem comparou as importações de todos os produtos que foram alvo de medidas de proteção comercial via tarifa antidumping, um total de 79 produtos. Em 36 deles, houve aumento de importação. Em relação especificamente à China, houve aumento das compras de 22 das 30 mercadorias sobretaxadas. As quedas se referem a materiais usados como insumo pela indústria nacional.

"Existem 'n' maneiras de os chineses burlarem o direito e continuarem trazendo os produtos: pode fazer acordo com o importador, bancar o antidumping para fazer acerto da tarifa, colocar mais mercadoria no contêiner do que o declarado", enumerou a economista Josefina Guedes, diretora da consultoria internacional Guedes, Bernardo, Mamura e Associados. "Os produtos objeto de dumping deveriam ter uma aduana especial para garantir que paguem a tarifa."

Aspectos desleais

Responsável por investigar a entrada de produtos com preços artificialmente mais baixos no País desde janeiro, o diretor do Departamento de Defesa Comercial do Ministério do Desenvolvimento, Felipe Hees, pondera que a adoção de taxas antidumping não tem como objetivo reduzir as importações.

"A função da tarifa é corrigir aspectos desleais de comércio, não tem como objetivo a queda das importações", afirmou, em entrevista para a reportagem.

Hees aponta outro fator que explica por que, mesmo depois da sobretaxa, os produtos continuam entrando no Brasil. Segundo ele, importadores e exportadores acabam conseguindo absorver os impactos da medida em seus custos. "Há uma absorção do direito antidumping, não tem nada de errado com a aplicação da tarifa." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os maiores exportadores mundiais de carros acionam a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a elevação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) pelo Brasil para carros importados. Eles acusam o governo de Dilma Rousseff de usar o real valorizado para justificar medidas protecionistas e violar compromissos assumidos por chefes de governo no G-20.

Há um mês, o governo anunciou a elevação de 30 pontos porcentuais nas alíquotas de IPI para veículos com menos de 65% de conteúdo nacional. Antes, o tributo variava de 7% a 25%; com a medida, passou para 37% a 55%.

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Ontem, conforme havia noticiado o jornal Valor Econômico, o primeiro país a lançar o questionamento foi o Japão. Mas a Coreia do Sul também aderiu à iniciativa e governos como o dos EUA, Europa e Austrália se uniram à ofensiva contra a medida. Para esses países, a nova regra pode ser consideradas uma violações das leis internacionais e seriam "discriminatórias". Elas ferem acordos que regulam investimentos e ainda as regras de que um país deve tratar um produto importado da mesma forma que um nacional.

Por enquanto, não se trata de uma disputa nos tribunais da OMC. Os países usaram um comitê técnico dedicado a assuntos de acesso a mercados para fazer o questionamento. Mas experientes negociadores em Genebra dizem que a decisão de levar o caso à OMC é um "sinal político" que o Brasil será pressionado a rever suas leis e, num segundo momento, o caso poderia parar nos tribunais.

O Japão deixou quer negociar uma revisão da medida e tratará do assunto com o Brasil de forma bilateral e em fóruns multilaterais. "Estamos profundamente preocupados com a inconsistência da medida e com seu impacto no comércio", declarou a delegação japonesa na OMC. "As medidas ferem as regras comerciais internacionais", afirmou a diplomacia coreana.

A avaliação dos governos da UE e dos EUA foi também de que compartilhavam a preocupação do Japão e prometeram continuar monitorando a atitude brasileira. Em declarações ao Estado, diplomatas de Bruxelas e Washington admitiram temer que a medida brasileira seja repetida por outros grandes mercados emergentes. "Esse é um exemplo que não queremos ver repetido em outras partes", afirmou um diplomata americano.

Em Bruxelas, negociadores europeus admitiram que estão estudando a medida brasileira e não descartam um questionamento legal. Porém, montadoras que têm origem na Europa estão entre as que serão beneficiadas pela medida.

Para Brasília, o Japão e a Coreia podem apenas ter dado um sinal, já que estariam sob pressão das indústrias nacionais. Tanto é que escolheram o comitê de mais baixo perfil para o questionamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Petroleiras e suas prestadoras de serviços usam brechas na legislação especial de tributação do setor de petróleo e gás para importar biquínis, mesas de sinuca, selas, pregos, cabides, bijuterias e até papel higiênico sem pagar impostos nos últimos dez anos. Dados obtidos pela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostram que regras frouxas desfiguraram o regime aduaneiro especial conhecido como Repetro e transformaram o mecanismo em caixa-preta sem controle do Congresso ou da Receita.

Criado em 1999, o Repetro é a maior renúncia fiscal de tributos externos do País: R$ 47 bilhões em impostos que o governo abriu mão de arrecadar nos últimos dez anos. Mas essa renúncia fiscal não consta do Orçamento e as operações não aparecem no sistema de comércio exterior, o que torna difícil medir com precisão o valor do benefício.

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Analistas dizem que a desoneração pode alcançar três vezes o valor estimado e chegar a R$ 150 bilhões. O Ministério da Fazenda não quis se pronunciar sobre o assunto. As dificuldades para monitorar o regime são intransponíveis, segundo especialistas. O problema está na forma como a legislação define que produtos podem ser importados. As regras preveem, por exemplo, a importação de "partes e peças" para garantir a operação de maquinário. Pelo menos 50 prestadores de serviço, mais a Petrobras, OGX, Shell e Chevron, utilizaram o Repetro neste ano, segundo levantamento do Estado.

"A política de agregação de valor na cadeia de petróleo e gás é essencial para o Brasil, mas é preciso ter regras transparentes e fiscalização efetiva para não se tornar um faz de conta", avaliou o consultor Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior. AS informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Receita Federal inicia nesta sexta-feira (19) uma operação de fiscalização em todos os portos e aeroportos do País para combater a importação ilegal ou desleal de tecidos e vestuários. Será o início de uma ação mais ampla do governo para fechar o cerco contra os fraudadores. O Fisco já tem outros setores na mira que serão incluídos no reforço de fiscalização aduaneira nos próximos meses.

O subsecretário de Aduana e Relações Internacionais da Receita, Ernani Checcucci, antecipou para a reportagem a publicação no Diário Oficial da União de hoje de uma norma de execução dando início à operação, batizada de "Panos Quentes 3". "Essa norma vai orientar a fiscalização aduaneira para exercer controles mais rigorosos sobre o setor de confecções. Em todos os pontos de entrada no País teremos procedimentos mais rigorosos", afirmou.

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Checcucci disse que a operação será estendida para outros setores sensíveis, nos quais a Receita e a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), identificaram uma série de suspeitas. "Não quero anunciar outros setores antes de montar a organização das operações. Mas outros setores serão incluídos."

Ele também não revelou a origem das importações com maior problema, alegando que são informações sigilosas. Os fiscais vão tentar barrar as fraudes nas importações como subfaturamento, certificado falso de origem e triangulação.

Com o dólar barato, setores da indústria brasileira estão sofrendo com a concorrência dos importados. Por isso, o governo tem reforçado a defesa comercial. Alguns produtos já são monitorados pela Receita Federal, mas o subsecretário afirmou que nenhum com a amplitude da operação que se inicia hoje. O setor têxtil e de confecções já foi alvo de operações no passado em função de denúncias de irregularidades nas importações brasileiras, principalmente, da China.

Certificação

Para que os exportadores estrangeiros, que atuam na legalidade, não sejam prejudicados com as operações de fiscalização, a Receita vai possibilitar que eles informem espontaneamente a capacidade produtiva, a aferição de custos de produção, despesas e margens de agregação de valor, além da identificação das matérias-primas e de marcas comerciais e direitos de reprodução utilizados nas mercadorias exportadas para o Brasil.

Com isso, os exportadores "aprovados" pelo Fisco terão mais agilidade no desembaraço das mercadorias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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