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Um ataque hacker invadiu o sistema de tecnologia do Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, no último sábado (27). Segundo a instituição, os programas de segurança foram ativados, mas os serviços de tecnologia precisaram ser interrompidos para evitar danos.

O setor de radioterapia precisou ser suspenso temporariamente e só será retomado quando houver segurança necessária para o religamento do sistema, de acordo com a assessoria de imprensa do instituto. As marcações de consultas também foram interrompidas.

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No entanto, de acordo com o Inca, as consultas agendadas estão ocorrendo normalmente, por meio de anotações manuais sobre a evolução do paciente e receitas feitas à mão. As internações, cirurgias, sessões de quimioterapia e o funcionamento do centro de tratamento intensivo (CTI) também continuam normais.

“O Inca reafirma o compromisso com a saúde e o bem-estar dos pacientes, suas famílias e colaboradores. Estamos acompanhando de perto o desenvolvimento do trabalho da equipe de TI para assegurar que o serviço ao público não seja prejudicado e as marcações possam ser retomadas”, informa nota divulgada pelo instituto.

Levando em conta o Dia Mundial do Combate ao Câncer, celebrado neste sábado (8), o LeiaJa preparou uma reportagem com os últimos estudos que revelam novos dados sobre a doença, levando em consideracão, a pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) que estima que até o ano de 2030 o número de pessoas com câncer vai ultrapassar os das doenças cardiovasculares, se tornando a primeira causa de morte por doença no mundo.

Segundo estudos do Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, no triênio 2023-2025 a previsão anual é de 704 mil novos diagnósticos. O tumor maligno mais frequente é o de pele não melanoma, responsável por 31,3% dos casos, seguido pelo de mama em mulheres (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%). As estimativas são as principais ferramentas de gestão e planejamento na área oncológica no Brasil, sendo assim, fornecem informações fundamentais para a definição de políticas públicas.

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Ao todo foram estimadas as ocorrências para 21 tipos de câncer mais diagnosticados em todo território nacional, dois a mais do que no estudo anterior do instituto, com a inclusão dos de fígado e de pâncreas. Esses tipos foram incluídos na estimativa por serem problemas de saúde pública em regiões brasileiras. Também foram consideradas, as pesquisas feitas em outros países, por várias organizações que acompanham a doença.

O câncer de fígado aparece entre os 10 mais incidentes na região Norte, estando relacionado a infecções e doenças hepáticas. O câncer de pâncreas está entre os 10 mais incidentes na região Sul, sendo seus principais fatores de risco o tabagismo e a obesidade.

Em mulheres, o câncer de mama é o mais recorrente, depois dos de pele não melanoma. Os estudos apontam 74 mil novos casos previstos por ano até 2025. Nas regiões mais desenvolvidas, em seguida vem o câncer colorretal, mas, nas áreas de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o câncer do colo do útero ocupa essa posição.

Nos homens, o câncer de próstata é predominante em todo território nacional, totalizando 72 mil novos diagnósticos estimados a cada ano do próximo triênio, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Nas regiões de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o câncer de estômago é o segundo ou terceiro mais frequente entre a população masculina. Nas regiões de maior IDH, os tumores malignos de cólon e reto ocupam a segunda ou a terceira posição.

Atualmente, as maiores dificuldades do tratamento da doença são as heterogeneidades do tumor, as crescentes resistências dos tumores às drogas e o metabolismo individualizado de quimioterápicos. Alguns tumores mostram-se resistentes a certas medicações. Saber previamente quais terapias são mais eficazes para cada caso auxilia na tomada de decisão dos médicos especialistas. 

A metodologia da pesquisa desenvolvida pelo INCA utilizou as bases de dados de incidência de casos novos, provenientes dos Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP) e dos óbitos, oriundas do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Através da relação entre incidência e mortalidade, modelos estatísticos são utilizados para definir a melhor predição. A escolha depende da disponibilidade das informações, verificando a precisão.

Em entrevista ao LeiaJa, o biomédico Thiago França, disse que os pacientes antes do diagnóstico são orientados pelos médicos a realizarem exames laboratoriais, para ter informações mais detalhadas sobre a doença. Esses exames muitas vezes auxiliam o oncologista em tomadas de decisões, pois podem ser considerados como complementos para o diagnóstico precoce.  

“Os exames laboratoriais usados no diagnóstico do câncer, inclui, o hemograma que seria uma análise do sangue de uma forma completa, no qual faz a análise das hemácias, das plaquetas, dos leucócitos. Ele também é capaz de captar sinais de irregularidades na quantidade de glóbulos vermelhos e de identificar células atípicas que circulam no sangue que possam indicar algum tipo de câncer. Tem também a urinálise, testes de urina, para marcadores tumorais. Também podemos utilizar exames de imagem que é o diagnóstico por imagem, como a tomografia computadorizada, a mamografia, que é muito específico para o câncer de mama; ultrassonografia, ressonância magnética, que vai avaliar geralmente tecidos moles e se o paciente tem algum tumor. Também pode ser feita a biópsia para analisar amostra de tecidos do corpo. Os oncologistas também podem solicitar exames específicos para detectar mutações no DNA do tumor, e saber se ele é maligno ou benigno”, pontuou o especialista.

Foto: Arquivo Pessoal

Questionado sobre como esses exames citados podem auxiliar na melhoria da saúde dos pacientes diagnosticados, o biomédico ressaltou a importância dos resultados para os médicos monitorarem os tumores e avaliarem se o tratamento está funcionando.

''Esses exames eles ajudam demais o tratamento, para saber se houve recorrência e saber se está sendo eficaz. Se forem feitos precocemente vai ajudar bastante ao paciente a ter cura o quanto antes daquela doença que foi detectada’’, afirmou Thiago França.

Avanços no tratamento

Levantamento feito pela Sociedade Americana de Câncer, mostrou o impacto do avanço da medicina nos processos de cura, através de dados sobre diagnóstico, tratamento e mortalidade pela doença, entre 1975 e 2019. O estudo aponta o ano de 1991 como um marco nesses processos feitos pelas equipes médicas. Foi nesse ano que as curvas das estatísticas começaram a mudar significativamente, devido aos protocolos, medicamentos e novos recursos que começaram a ser utilizados no início da década de 1990. 

Se há alguns anos as maneiras para tratar o câncer se resumiam à radioterapia e à quimioterapia, técnicas que eliminam células cancerígenas, mas também danificam células saudáveis, estão aos poucos sendo substituídas por opções com menor toxicidade e focadas em características específicas de cada paciente. Um bom exemplo é o avanço dos estudos envolvendo o genoma humano, além do código genético presente nas células tumorais, que fez com que nos últimos anos a análise dos genes se tornasse parte indispensável para os oncologistas, médicos especialistas da área.

Foto:Flickr / Michaela33

Nas últimas décadas, muito tem sido feito para controlar e detectar a patologia que abrange mais de cem diferentes tipos de casos malignos.

Apoio familiar

Enfrentar um tratamento oncológico é algo muito desafiador. Não apenas por ter que lidar com inúmeras alterações físicas, mas, também, pela ansiedade, medo e incerteza do sucesso do tratamento, sentimentos que prejudicam o emocional do paciente.

De acordo com pesquisas do Observatório de Oncologia, as chances de uma pessoa com câncer desenvolver depressão são de aproximadamente 30%. Sendo assim, é extremamente importante estar cercado por pessoas queridas, a fim de tornar o tratamento mais leve. O diagnóstico de câncer por provocar um enorme impacto psicológico, ter o apoio da família, tanto nos momentos alegres do tratamento, quanto nas fases difíceis, é essencial para manter a saúde mental.

Uma das funções da família durante o tratamento oncológico é acompanhar o paciente nas consultas, exames, bem como sessões de quimioterapia, além de outras necessidades. Porém, mais do que simples acompanhantes, os familiares têm a importante missão de ouvir, conversar, estimular, aconselhar e consolar. O paciente oncológico precisa sentir segurança nas pessoas que o acompanham em seu cotidiano.

Também é essencial que esses acompanhantes procurem apoio psicológico. Afinal, eles devem ficar fortes para ajudar àquele paciente que geralmente é seu familiar ou amigo.

 

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) está convocando voluntários para doarem sangue e plaquetas. De acordo com o instituto, esse período pós-carnaval é preocupante, já que, sem as doações devido às festas, seu estoque desse derivado do sangue fica zerado.

O hemoderivado tem vida útil de apenas cinco dias, o que significa que a plaqueta doada na sexta-feira antes do carnaval (17) não pode mais ser utilizada.

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A plaqueta pode ser obtida em uma doação de sangue regular, quando é separada após o procedimento, ou em uma doação especial, quando é separada na hora da retirada. Nesse caso, os demais hemoderivados (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plasma) e parte das plaquetas retornam ao corpo do doador após a separação.

Esse derivado do sangue é importante para pacientes que tenham sido submetidos a transplante de medula, quimioterapia ou a alguma intervenção cirúrgica.

A campanha Bloco da Solidariedade foi criada em 2005 e costuma aumentar em 45% o número de doações no pós-carnaval, em relação à semana que antecede as festas.

Neste ano, mesmo antes do carnaval, as doações de sangue já estavam 40% abaixo do ideal para o Inca.

Doações podem ser feitas por qualquer pessoa, de 16 a 69 anos, que estejam em boas condições de saúde e que pesem mais de 50 kg. A orientação é evitar o consumo de alimentos gordurosos três horas antes da doação. Quem foi infectada pelo novo coronavírus deve esperar pelo menos 10 dias, contados a partir do fim dos sintomas.

É necessário apresentar documento com foto. Adolescentes de 16 e 17 anos também devem comprovar consentimento formal dos responsáveis. Para doar plaquetas, é necessário agendamento prévio por meio de contato telefônico.

O Banco de Sangue do Inca fica na Praça Cruz Vermelha, 23, 2º andar, centro do Rio de Janeiro. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 14h30, e aos sábados, das 8h às 12h. Mais informações pelos telefones: (21) 3207-1021 e (21) 3207-1580.

Celebrada desde o ano de 2008, a data de 4 de fevereiro é lembrada como Dia Mundial de Combate ao Câncer. Instituída para estimular a prevenção sobre a doença, a programação do marco da campanha apresenta palestras, encontros de especialistas e iniciativas de conscientização no mundo todo. No Brasil, que contabilizou 1,3 milhão de casos entre 2016 e 2018, a previsão para os próximos anos não é boa. Uma pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que, até 2022, 625 mil pessoas serão acometidas pela doença no país.

Do total de casos apresentado pela pesquisa “Estimativa de Incidência de Câncer no Brasil”, 8.460 registros são esperados apenas entre a população infanto-juvenil (de 0 a 19 anos). Ainda segundo a pesquisa do Inca, a expectativa é que o número de ocorrências seja maior entre os meninos, com 4.310 diagnósticos por ano. Já entre as meninas, devem ser registrados 4.150 novos casos a cada 12 meses. De acordo com o estudo, o aumento será maior na Região Sul, seguida pelas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte.

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A pesquisa também apresenta quais serão os tumores mais frequentes entre os brasileiros nos próximos três anos. O câncer de pele não-melanoma deve permanecer como o mais comum, com expectativa de 177 mil casos por ano até 2022. Em seguida vêm os cânceres de mama e de próstata, com 66 mil casos cada; os de cólon e de reto, com 41 mil ocorrências; os tumores de traqueia, brônquios ou pulmão, com 30 mil; e o câncer de estômago com 21 mil diagnósticos.

De acordo com os especialistas, um em cada três casos de câncer poderiam ser evitados reduzindo-se ou eliminando-se fontes de risco, tais como o hábito de fumar e a obesidade. O Inca recomenda a realização de atividades físicas, cuidados com a exposição ao sol e alimentação saudável com frutas, vegetais e hortaliças frescas. Outra medida que pode contribuir para a prevenção é não ingerir doces e alimentos ultraprocessados como comidas congeladas ou sopas instantâneas em excesso.

O Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) entra na campanha “Maio Cinza”, para conscientizar sobre o câncer do Sistema Nervoso Central (SNC). Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), 4% das mortes por câncer estão associadas ao SNC, ficando entre os 10 tipos de câncer que mais matam no mundo - a estimativa era de mais de 11 mil novos casos deste tipo de tumor no último ano. Sem forma conhecida de prevenção, a detecção precoce é a maneira mais eficiente para conseguir a cura.

A doença é caracterizada por um tumor maligno formado pelo crescimento desordenado de células no cérebro, podendo ocorrer de forma primária, quando se origina no próprio cérebro, ou de forma metastática, quando o tumor tem origem em outro órgão e se espalha pelo corpo.

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Para que ocorra o diagnóstico precoce é preciso atenção aos sintomas, que variam de acordo com a localização e extensão do tumor – entre eles: convulsões, tonturas, falta de equilíbrio, desmaios, dores de cabeça, perdas de visão, visão duplicada, gagueira e perda da fala; dormência em pernas ou braços; confusão mental, esquecimentos, dificuldade ou incapacidade de engolir os alimentos; movimentos involuntários, entre outros.

“Os sintomas estão relacionados com o tamanho e a localização em que esses tumores se desenvolvem. Como são sintomas que podem ser confundidos com outras doenças, é importante ficar atento às alterações no tipo e forma que eles se apresentam. Nas dores de cabeça, por exemplo, se começarem a ocorrer com intensidades diferentes do habitual, já é um alerta para procurar um médico”, destaca o coordenador do Serviço de Oncologia Clínica do HCP, Ilan Pedrosa.  

O médico alerta que, identificando um ou mais sintomas, o indivíduo deve procurar um profissional imediatamente, podendo ser um clínico geral ou um neurologista clínico que irá solicitar exames para confirmar o tumor, como a tomografia computadorizada e/ou a ressonância magnética.

“Identificado o tumor, o tratamento dependerá do tamanho e localização do câncer, podendo ser a radioterapia, quimioterapia e/ou cirurgia. Importante destacar que a cirurgia é o único tratamento curativo. Se o paciente tiver condições de ser operado, aumenta muito a chance de sobrevivência”, Pontua Ilan.

*Da assessoria

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