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Após aprovar o teto para os gastos públicos, o governo não conseguiu quórum no plenário da Câmara nesta quarta-feira (26) para votar uma medida provisória que permite um pente-fino nos benefícios por incapacidade pagos pelo INSS. A economia estimada com a revisão seria de R$ 6 bilhões por ano.

O mais provável é que a MP 739/16 perca a validade, pois teria que ser votada até o dia 4 de novembro. Na próxima semana, a expectativa é de que poucos deputados venham a Brasília em razão do feriado de Finados.

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O Planalto chegou a escalar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para tentar um acordo com a oposição e colocar em votação a MP. O governo estava disposto a ceder em alguns pontos, mas os opositores não aceitaram negociar. "O governo não tem número de deputados na Casa e quer nossa ajuda para votar uma MP que tira direito dos trabalhadores. Não vamos votar meia maldade", disse o líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA).

Para contornar o revés, Maia disse que pedirá ao governo o envio de um novo projeto de lei com a mesma medida. "Esperamos aprovar a tramitação em regime de urgência na semana do dia 8 de novembro. Os efeitos da MP já estão em andamento e o governo não pode abrir mão da economia no auxílio-doença e nos benefícios de prestação continuada", disse.

Pela lei, o presidente da República não pode editar duas medidas provisórias sobre o mesmo assunto. A diferença entre uma MP e um projeto de lei é que as determinações das medidas provisórias passam a valer assim que são assinadas pelo presidente. Já o projeto de lei precisa ser aprovado pela Câmara e pelo Senado para ter validade.

A rejeição da MP, porém, pode causar um imbróglio jurídico, já que muitas pessoas perderam os benefícios do INSS desde que o governo começou a fazer pente-fino no pagamento de auxílios-doença e aposentadorias por invalidez. Em um mês, os peritos cancelaram 82% dos cerca de 5 mil benefícios analisados, segundo o Ministério do Desenvolvimento Social. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Alegando motivos de saúde, o advogado do deputado federal, José Genoino (PT-SP), Luiz Fernando Pacheco, entrou com pedido de aposentadoria por invalidez na Câmara dos Deputados. Segundo reportagem da Folha de São Paulo, o jurista protocolou junto com o pedido na Casa Federal, um laudo médico assinado pelo médico Roberto Kalil, relatando o histórico de saúde do petista.

“O estado de saúde dele recomenda repouso e inspira cuidados", relatou o advogado alegando em seguida à justificativa de que a solicitação foi realizada com base nos problemas de saúde de Genoino. O parlamentar foi internado em julho e submetido a uma cirurgia na aorta. Dias depois, sofreu uma isquemia cerebral e teve alta no último dia 20 de agosto.

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Ainda de acordo com Folha de São Paulo, o diretor-geral da Câmara, Sérgio Sampaio, confirmou que se comprovada à situação de invalidez de Genoino, o deputado terá direito à aposentadoria integral, de R$ 26 mil brutos além de plano de saúde.

A acumulação de um novo benefício adquirido pelo presidente da Câmara do Recife, Vicente André Gomes (PSB), virou assunto de repercussão nacional. Nesse domingo (2), a aposentadoria do parlamentar foi alvo de denúncia do Fantástico, da Rede Globo. Na exibição do caso, o Tribunal de Contas da União (TCU) disse que está reavaliando a aposentadoria por invalidez do socialista.

Vicente André Gomes já era aposentado por invalidez pela Câmara dos Deputados Federais desde 1999. Mas, o motivo do vereador se tornar repercussão nacional foi pelo motivo de na última terça-feira (28), ter conseguido o mesmo benefício pelos serviços de estatutário prestados durante 37 anos à Prefeitura do Recife. O socialista solicitou a aposentadoria por tempo de serviço.

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Na reportagem intitulada de ‘Farra das aposentadorias’, o parlamentar, que recebe atualmente mais de R$ 26 mil, disse que abriu mão do salário da Casa José Mariano que equivale atualmente a cerca de R$ 14 mil e argumentou que “para ser deputado federal, cargo que necessita de viagens”, ele sente-se inapto. “A Justiça me ampara. Existe aquilo que a gente considera ético e legal. Nem tudo que é legal, é ético”, declara o vereador.

O presidente da Câmara do Recife justificou que os três mandatos como vereador da capital pernambucana que exerceu nos anos de 2004, 2008 e 2012 são encarados como “uma forma de terapia ocupacional. Eu me sinto bem servindo ao meu povo”, falou. Com a aposentadoria da Câmara dos Deputados, Vicente recebe R$ 26,7 mil mensais e passará a receber agora, R$ 5,3 mil da prefeitura. 

Na TV, a presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Teresa Duere, afirmou que irá acionar a Prefeitura do Recife e pedir o processo ao TCU. Já uma especialista em direito previdenciário, da Ordem dos Advogados do Brasil Vanessa Vidutto, afirmou que a situação é irregular. “É completamente incompatível com o indivíduo que está aposentado por invalidez. Essa aposentadoria deve ser reavaliada”, disse Vidutto ao Fantástico.

O caso do socialista será analisado pelo TCU, assim como de outras aposentadorias concedidas pelo Congresso Nacional. “Nós identificamos algumas situações que efetivamente saltam aos olhos. Pode ser indício de uma irregularidade razoavelmente grave”, avaliou o secretário-geral do TCU, Alden Mangueira. 

 

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