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O acordo de paz do presidente americano, Donald Trump, para o Oriente Médio "está destinado ao fracasso", disse em comunicado neste domingo (26) o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, que está à frente do movimento islâmico que controla a Faixa de Gaza, onde vivem dois milhões de palestinos.

"Declaramos com certeza que 'o acordo do século' não será aprovado. O novo complô contra a Palestina está destinado ao fracasso", ressalta em comunicado.

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Chegou a hora de "restaurar os direitos dos palestinos por meio de uma nova fase da luta contra a ocupação israelense", acrescenta o informe.

O movimento islâmico também pediu para dialogar com outros movimentos palestinos, como a Fatah, de Mahmud Abas - que governa a Cisjordânia ocupada - para coordenar a reação ao acordo proposto pelo Estados Unidos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciará o seu acordo de paz para o Oriente Médio nas próximas horas.

Pouco depois da divulgação do comunicado do Hamas, um míssil foi disparado de Gaza à Israel, segundo o exército do país.

Em resposta ao ataque, Israel anunciou ter realizado bombardeios contra o Hamas na parte sul do enclave palestino.

O principal líder do Hamas na Faixa de Gaza, Ismail Haniyeh, indicou nesta segunda-feira (21) que o grupo militante islâmico não vai concordar com um cessar-fogo incondicional com Israel, afirmando que o objetivo do atual confronto é encerrar o bloqueio ao território costeiro palestino, que já dura sete anos.

As declarações de Haniyeh foram feitas no momento em que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, se encaminham para o Cairo, onde intensificarão os esforços diplomáticos para um cessar-fogo.

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Pelo menos 540 palestinos e 20 israelenses foram mortos nas duas últimas semanas de confrontos. O bloqueio foi imposto por Israel e pelo Egito depois de o Hamas tomar o controle de Gaza em 2007. No último ano, o Egito intensificou as restrições, o que levou o Hamas a uma profunda crise financeira.

Em discurso transmitido pela televisão, nesta segunda-feira, Haniyeh disse que "não podemos voltar atrás, não podemos voltar ao silêncio da morte" do bloqueio.

Segundo ele, os 1,7 milhão de moradores de Gaza compartilham dessa exigência. "Gaza decidiu encerrar o bloqueio por seu sangue e sua coragem", afirmou. "Este cerco, este cerco injusto, deve ser levantado." Fonte: Associated Press.

Os confrontos entre Israel e a Faixa de Gaza tiveram uma escalada perigosa nesta quinta-feira (15), com a morte de pelo menos mais nove palestinos e três israelenses - elevando a 19 o número de pessoas mortas nas últimas 24 horas, quando Israel lançou bombardeios e ataques aéreos contra o território palestino na costa do Mediterrâneo. Militantes do movimento Hamas, que controla a Faixa de Gaza, e da Jihad Islâmica, dispararam mais de 250 foguetes contra Israel nesta quinta-feira. Dois deles caíram em Tel-Aviv, 70 quilômetros ao norte da Faixa de Gaza. Um foguete disparado da Faixa de Gaza atingiu um apartamento na cidade israelense de Kyriat Malachi, matando três pessoas - dois homens e uma mulher - e ferindo duas crianças. Já os bombardeios de Israel mataram hoje pelo menos nove palestinos, dois dos quais eram crianças - uma era um bebê de 11 meses.

Na noite de hoje, pela hora local, Israel começou a deslocar soldados para a fronteira com a Faixa de Gaza, o que pode indicar que uma invasão terrestre é iminente. Pelo menos 12 caminhões foram vistos levando soldados e equipamentos, bem como ônibus que transportavam militares e se dirigiam ao litoral. O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, confirmou que autorizou a convocação dos reservistas para uma possível ação. O Exército de Israel disse que pode mobilizar rapidamente 30 mil soldados.

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"Eu ordenei hoje aos militares que acelerem a mobilização e estejam prontos para qualquer evento", disse Barak. Militares de Israel disseram que a mobilização tem como objetivo uma possível invasão terrestre da Faixa de Gaza, mas afirmam que nenhuma decisão foi tomada.

Os dois mísseis que caíram em Tel-Aviv não deixaram vítimas. Um caiu no mar e outro em um terreno baldio em uma área comercial vazia em Let-zion, ao sul da cidade. Mas o governo alertou a população com alto-falantes e sirenes e muitos moradores correram pelas ruas, uma situação incomum em Tel-Aviv. Alguns moradores diziam: "eu não acredito nisso" e calmamente iam para casa ou abrigos. Em um restaurante, as pessoas deixaram as refeições sobre as mesas e foram embora. Analistas especulam que o Hamas deve ter tido acesso a mísseis iranianos para poder atingir Tel-Aviv.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o exército está pronto para lançar uma ofensiva terrestre se for necessário. "Nenhum governo toleraria essa situação, na qual um quinto da nossa população vive sob a ameaça constante de ser atingida por um míssil. Israel não tolerará essa situação", afirmou o premiê. "É por isso que eu autorizei as Forças de Defesa de Israel (como são chamadas as Forças Armadas) a realizarem ataques cirúrgicos contra a infraestrutura terrorista em Gaza".

Netanyahu fazia referência ao incidente que começou a atual onda de violência, o ataque seletivo que matou Ahmed Jabari, chefe da ala militar do Hamas, na quarta-feira. O carro de Jabari foi explodido por uma bomba lançada por um caça de Israel.

O primeiro-ministro da Faixa de Gaza, Ismail Haniyeh, do Hamas, elogiou Jabari em discurso na televisão local. "Que dia glorioso e que martírio! Parabéns. Descanse em paz. Se sinta abençoado", disse Haniyeh. O premiê do Hamas disse que a Faixa de Gaza aguentou 22 dias de bombardeios de Israel em 2009 e poderá aguentar muito mais.

Milhares de pessoas, incluídos alguns funcionários do Hamas, participaram nesta quinta-feira do funeral dos restos mortais de Jabari em Gaza. Muitos levavam armas automáticas e disparavam para cima. "Queremos matar em nome de Deus", gritava a multidão furiosa. "O inimigo (Israel) começou a batalha e agora precisará aguentar as consequências", disse o parlamentar Mushir al-Masri, do Hamas.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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