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O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, condenou nesta quinta-feira (28) o empresário de ônibus Jacob Barata Filho, o empresário Felipe Picciani, filho do ex-deputado estadual Jorge Picciani (MDB-RJ), e outras nove pessoas por participação em esquema de corrupção instalado na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) para aprovar leis de interesse das empresas de ônibus que atuavam no Estado. Essas decisões são passíveis de recursos ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).

As sentenças de Bretas se referem a ações decorrentes da Operação Cadeia Velha, com base na qual também nesta quinta-feira o TRF-2 condenou os ex-deputados estaduais Edson Albertassi, Paulo Melo e Jorge Picciani - este, pai de Felipe. Como eram parlamentares quando a ação penal começou a tramitar, os três foram julgados em 1ª instância pelo TRF-2. Outros 12 denunciados, que não tinham foro privilegiado, foram processados perante o juízo comum.

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Bretas absolveu uma das denunciadas, Ana Cláudia de Andrade, que havia sido acusada de integrar organização criminosa.

O empresário Jacob Barata Filho foi condenado a 12 anos de prisão e pagamento de multa por corrupção ativa qualificada. "Entendo ser elevada a sua culpabilidade, uma vez que o acusado é grande empresário do ramo de transportes há décadas, ocupando os mais altos cargos de direção (...), tendo pleno discernimento quanto à ilicitude das condutas que praticava", escreveu Bretas na sentença. "Os motivos também são reprováveis, consistentes na compra de apoio permanente na Alerj com o intuito de perpetuar seu domínio no mercado de transporte público", continuou.

Felipe Picciani foi condenado a 17 anos e 10 meses de prisão, além de multa, por lavagem de dinheiro e integrar organização criminosa. Ele é zootecnista e responsável pela Agrobilara, empresa de reprodução de bovinos da família Picciani. Segundo a denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF), a empresa era usada para lavar dinheiro do esquema de propinas do qual Jorge Picciani participava, por meio da venda de bois e embriões superfaturados. A acusação foi feita pelo ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) Jonas Lopes em delação premiada.

Picciani "tinha pleno conhecimento da ilicitude e da gravidade de sua conduta", escreveu Bretas, que também registrou sua "ganância e a ambição desmedidas, com o fim de permitir a fruição dos proveitos dos crimes de corrupção praticados por seu pai, mesmo tendo situação financeira confortável".

Lélis Teixeira, ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor, sindicato patronal do setor), foi condenado a 13 anos de prisão e pagamento de multa por corrupção ativa qualificada. Outras outro pessoas foram condenadas.

Na noite desta quinta-feira a reportagem procurou representantes dos condenados para que se pronunciassem sobre as sentenças emitidas por Bretas, mas não havia conseguido contato até as 21h15.

O juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, responsável pelas ações de desdobramento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, determinou a transferência de R$ 80 milhões, sequestrado dos bens do empresário de ônibus Jacob Barata Filho, preso na Operação Ponto Final. O pedido foi feito pela Procuradoria-Geral do Estado com a finalidade de usar os recursos na segurança pública do estado. A verba será destinada integralmente ao Fundo Estadual de Investimentos e Ações de Segurança Pública e Desenvolvimento Social (Fised).

“Jacob Barata Filho foi denunciado pela suposta prática de crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro, crimes contra o sistema financeiro pertinência à organização criminosa, em um enorme esquema de corrupção envolvendo o então governador Sérgio Cabral, que resultou em prejuízo milionário aos cofres públicos, afetando diretamente o Estado do Rio de Janeiro”, escreveu Bretas na decisão.

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Em outro trecho da decisão, o magistrado destacou a situação caótica em que o estado do Rio de Janeiro tem vivido nos últimos anos, “em muito devido à corrupção sistêmica revelada pelas inúmeras investigações da Força Tarefa da Operação Lava Jato, envolvendo agentes políticos dos poderes Executivo e Legislativo estaduais, grandes empresários, agentes públicos e particulares, culminando na prisão de dois ex-governadores do Rio de Janeiro”.

O juiz citou a extensão dos danos causados pelas gestões temerárias em diversas áreas do Estado, o que levou ao regime de recuperação fiscal negociado com a União, na tentativa de sanar o rombo nas contas públicas e também à intervenção federal na área de segurança pública.

“Muitos avanços foram obtidos durante o período da intervenção, contudo o problema da segurança pública no estado do Rio de Janeiro é por demais complexo e arraigado para viabilizar um total equacionamento em tão curto período e com recursos tão limitados”, escreveu. 

Bretas considerou que o estado do Rio é a única vítima direta dos diversos crimes cometidos por Jacob Barata Filho, que o réu renunciou aos valores citados e que a liberação do valor se coaduna perfeitamente com o interesse público e, por isso, determinou o valor de R$ 80 milhões para o Fised.

Procurada pela Agência Brasil, a Procuradoria-Geral do Estado não informou, até o fechamento da matéria, para que áreas da segurança pública a verba será destinada.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes determinou nessa terça-feira (7) a suspensão da ação penal que tramita na Justiça do Rio de Janeiro contra o empresário do ramo de transportes Jacob Barata Filho, que seria interrogado nesta quarta-feira (8) pelo juiz Marcelo Bretas.

O pedido de suspensão da ação penal foi feito pela defesa do empresário, investigado no âmbito da Operação Ponto Final, um desdobramento da Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro.

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Segundo a defesa, o processo deveria tramitar na 5ª Vara Federal, e não na 7ª Vara, chefiada por Bretas, que fixou sua competência para relatar o caso após Barata ter sido preso em julho de 2017, quando tentava embarcar para Portugal com a família.

Diante dos argumentos apresentados pela defesa, Gilmar Mendes decidiu conceder a liminar para suspender a tramitação da ação penal até o julgamento de mérito (definitivo) no STF.

“A eminente realização de audiência designada para o dia 8 de agosto corrente demonstra a existência do periculum in mora [urgência], a ensejar a liminar requerida”, decidiu o ministro.

No ano passado, Mendes derrubou outra decisão do juiz federal Marcelo Bretas e mandou soltar o empresário Jacob Barata Filho.

Nem durante as férias, longe do país, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes escapa da repercussão de suas decisões. Enquanto passeava pelas ruas do Chiado, popular área comercial de Lisboa, aonde passa suas férias desde o Natal, foi abordado por duas brasileiras.

O vídeo foi publicado primeiramente pelo site O Antagonista.

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"O senhor é de uma injustiça imensurável! Inclusive deve estar querendo se disfarçar aqui, né? Andando como um comum dos mortais. Coisa que não é! O senhor não tem vergonha do que o senhor faz pelo país?"

"Mas a gente viu o senhor de longe!"

"A sua cara ninguém consegue esquecer"

"A gente pede para Deus levar o senhor para o inferno!"

Em meio a risadas, Gilmar reagiu: "Ai, meu Deus do céu!"

Crítico das prisões preventivas e conduções coercitivas na Operação Lava Jato, o ministro acolheu pedidos das defesas e soltou diversos investigados em 2017. Na lista, três solturas do empresário Jacob Barata Filho, e liberdade para o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, e ao ex-multimilionário Eike Batista, todos, antes, presos por tempo indeterminado.

Juristas chegaram a protocolar um pedido de impeachment e a força-tarefa da Lava Jato no Rio pediu sua suspeição para julgar casos relacionados a Barata.

Sempre que questionado sobre suas polêmicas, o ministro tem reiterado que toma decisões com base na Constituição.

Com a palavra,Gilmar

O ministro Gilmar Mendes não se manifestou sobre a abordagem no Chiado.

"Isso acontece. Manifestações de aplausos e de censura."

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No nono dia de ocupação da Câmara Municipal do Rio, manifestantes lavaram simbolicamente as escadarias do prédio aos gritos de 'xô, baratas,' em referência ao empresário do setor de transporte, Jacob Barata.

Desde o último dia 9, um grupo formado por nove jovens ocuparam as instalações do Palácio Pedro Ernesto na tentativa de alterar os rumos da CPI dos Ônibus, que investiga os contratos da prefeitura com empresas de transportes.

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Além dos jovens, outras cerca de 30 pessoas montaram barracas do lado de fora do prédio em apoio aos colegas dentro da Câmara.

Durante o evento, os manifestantes também entoaram frases como 'Brazão, eu não me engano, seu coração é miliciano', em referência ao presidente da CPI dos Ônibus, Chiquinho Brazão. Manifestantes querem que ele deixe a presidência da comissão.

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