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O presidente do Paris Saint-Germain, o catariano Nasser Al-Khelaifi, e o ex-secretário-geral da Fifa, o francês Jérôme Valcke, começaram a ser julgados nesta segunda-feira na Suíça por um suposto caso de corrupção ligado à compra dos direitos de transmissão da Copas do Mundo de 2026, que serão nos Estados Unidos, Canadá e México, e de 2030, ainda sem sede definida.

Os dois e mais uma pessoa - o grego Dinos Deris, um executivo de marketing também conhecido como Konstantinos Nteris - são acusados de gestão desleal e instigação a gestão desleal, falsificação de documentos e corrupção passiva.

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Dono da emissora beIN Sports e um dos homens mais ricos do mundo, Al-Khelaifi é acusado de ter concedido vantagens ilegais a Jérôme Valcke em troca da atribuição de direitos de transmissão das duas edições da Copa do Mundo para o Oriente Médio.

Valcke, de 59 anos, foi suspenso de seu cargo na Fifa em 2015, suspeito de corrupção. No início de 2016 recebeu nova punição de 45 dias e, posteriormente, foi demitido pela entidade que dirige o futebol. Está banido do futebol até 2028.

O francês foi investigado por descumprir diversos códigos da Fifa como lealdade, confidencialidade, conflitos de interesses e aceitação de presentes e outros benefícios não permitidos.

Ambos estiveram presentes no tribunal nesta segunda-feira e negam o delito. Os advogados de Al-Khelaifi disseram que a maioria dos casos não se aplica ao seu cliente. O julgamento na Suíça, onde fica a sede da Fifa, deve durar até o próximo dia 25 e os três juízes federais devem dar um veredicto até o final de outubro.

Um outro julgamento, relacionado com três antigos dirigentes do futebol alemão, por suspeita de compra de votos para que o país ganhasse o Mundial de 2006, na Alemanha, foi iniciado em 9 de março, mas acabou suspenso por causa da pandemia do novo coronavírus.

O presidente do Paris Saint-Germain, o empresário catariano Nasser Al-Khelaifi, e o suíço Jérôme Valcke, ex-vice-presidente da Fifa, foram interrogados nesta segunda-feira por promotores federais da Suíça por suspeita de participação em um caso de corrupção em negociações dos direitos de televisão da Copa do Mundo.

A promotoria suíça divulgou um comunicado oficial nesta segunda-feira e disse que este foi o "último interrogatório" de um caso que começou a ser investigado em março de 2017.

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A Justiça da Suíça suspeita que Al-Khelaifi, presidente do grupo de televisão beIN Media, do Catar, ofereceu "vantagens induzidas" a Valcke, que incluiu a possibilidade de desfrutar de graça de uma propriedade de luxo na ilha da Sardenha, na Itália, em troca de direitos de TV para as Copas do Mundo entre 2018 e 2030.

Valcke já foi acusado em outro escândalo de corrupção, que resultou em uma suspensão de 10 anos imposta pelo Comitê de Ética da Fifa por sua conexão com um caso de revenda de ingressos para a Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil. Ele também foi acusado de usar aviões particulares pagos pela entidade para uso pessoal.

Al Khelaifi, por outro lado, também foi acusado em maio pela Justiça francesa por "corrupção ativa" em um pagamento suspeito no final de 2011, no meio da campanha de Doha para obter o Mundial de Atletismo de 2017. A escolha acabou ficando com Londres, mas a cidade do Catar sediou a competição neste ano, entre 27 de setembro e 6 de outubro no estádio Internacional Khalifa.

Poucos dias antes da votação, a empresa Oryx Qatar Sports Investment, de propriedade de Al-Khelaifi e seu irmão Khalid, pagou um total de US$ 3,5 milhões (R$ 14,78 milhões, na cotação atual) a uma empresa de marketing esportivo dirigida por Papa Massata Diack, filho do ex-presidente da IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo, na sigla em inglês), Lamine Diack.

Em um esquema que movimentou 26 milhões de euros e que envolveu até mesmo o ex-secretário-geral da Fifa, o francês Jérôme Valcke, Ricardo Teixeira desviou recursos da CBF. A acusação faz parte da decisão da Justiça da Espanha de processar o ex-presidente do Barcelona, Sandro Rosell, por ter organizado um "emaranhado" de contas e empresas de fachada para lavar o dinheiro.

Documentos do processo obtidos pelo jornal O Estado de S.Paulo apontam que uma organização criminosa "procedeu em ocultar as quantidades ilicitamente desviadas por Ricardo Terra Teixeira". Ele teria se utilizado de dois mecanismos para realizar a operação. O primeiro se refere "à venda por parte de Teixeira, representando a CBF, dos direitos da seleção de futebol de seu país, a uma empresa mercantil árabe com sede nas Ilhas Caiman".

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A operação contra Sandro Rosell eclodiu em maio de 2017, levando o catalão para a prisão por envolvimento no esquema milionário com Ricardo Teixeira e até Jérôme Valcke. As investigações na Espanha tiveram início depois que a reportagem revelou com exclusividade como os cartolas tinham criado um sistema para desviar recursos da seleção brasileira, por meio de uma série de empresas de fachada.

De acordo com a Justiça espanhola, Ricardo Teixeira teria desviado 8,5 milhões de euros, além de outros 6,5 milhões por Sandro Rosell, "em prejuízo da CBF". "Para dar aparência de legalidade à cobrança desse dinheiro, os investigados levaram à cabo uma série de contratos de fachada", disse o documento.

Com um emaranhado de empresas, um mecanismo foi criado para transferir "para as contas de Teixeira" ou de testas de ferro. O documento aponta para uma série de transferências para contas relacionadas com o brasileiro. Em uma delas, ele recebeu 1,1 milhão de euros e, em outra, 460 mil euros.

A outra forma de desvio seria o "contrato de patrocinado assinado pela CBF com a marca esportiva Nike, com intervenção da sociedade de Rosell, denominada Alianto". De acordo com a Justiça espanhola, a Ailanto se apresentou como "intermediária de negociações entre a CBF e a Nike, em 2008".

Segundo as investigações, houve um encerramento do contrato entre a Nike e a CBF em 2011. Nele, foi estabelecido um pagamento de US$ 26 milhões. A suspeita, porém, se refere a um valor de 12 milhões de euros que foram destinados para Sandro Rosell, na condição de intermediário. O catalão confirmou que recebeu o valor e que usou parte dele para "devolver" um empréstimo que havia obtido com Ricardo Teixeira, de 5 milhões de euros.

Mas a Justiça espanhola concluiu que a sua alegação sobre o pagamento "não se ajusta à realidade", já que o dinheiro acabaria em uma conta cujo beneficiário final "é o próprio Teixeira" ou até mesmo Jérôme Valcke. O francês foi um dos principais aliados do cartola brasileiro na Fifa e organizou, anos depois, a Copa do Mundo, em 2014.

"De todo isso se deduz que os cinco milhões que aparentemente Teixeira emprestou para Rosell estava relacionado com os supostos ingressos ilícitos obtidos por Teixeira e canalizados através de Rosell e Pedro Ramos, a benefícios de todos eles, principalmente de Teixeira e, neste caso também de Jérôme Valcke", apontou o documento.

A Justiça espanhola não dá detalhes dos valores transferidos para Jérôme Valcke e nem para onde teria ido esse dinheiro. Sandro Rosell continua preso na Espanha, enquanto que o francês está sendo investigado na França e na Espanha. No Brasil, porém, o Ministério Público Federal (MPF) ainda não agiu em relação a Ricardo Teixeira, ainda que houvesse um pedido de captura internacional emitido em maio de 2017.

O presidente do Paris Saint-Germain, Nasser Al-Khelaifi, foi interrogado por investigadores da Justiça da Suíça, nesta quarta-feira (25), em Berna, onde presta depoimento após ser acusado de corrupção durante o processo de escolha de contratos de TV para as Copas do Mundo de 2026 e 2030, cujas sedes ainda serão eleitas pela Fifa. Ele teria pagado propina a Jérôme Valcke, ex-secretário-geral da entidade máxima do futebol, que é suspeito de aceitar "vantagens indevidas" em acordos de mídias para estes Mundiais, assim como também teria sido corrompido durante a negociação dos direitos comerciais desta ordem para as Copas de 2018, na Rússia, e 2022, no Catar.

O bilionário dirigente catariano, que também é o dono do PSG, se encontrou com promotores federais suíços duas semanas depois de os mesmos revelarem que existe um processo criminal em curso contra o poderoso cartola. Homem que também bancou a transferência recorde de Neymar do Barcelona ao Paris Saint-Germain por 222 milhões de euros (cerca de R$ 834 milhões, na cotação atual), Al-Khelaifi nega envolvimento nestes supostos delitos.

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O interrogatório com o dirigente era esperado que durasse muitas horas por causa de problemas com traduções e pelas "muitas questões" a serem feitas, informou Andre Marty, porta-voz do escritório da procuradoria geral da Suíça. "O mundo do futebol precisa ser paciente pelos resultados deste primeiro interrogatório", disse Marty do lado de fora do tribunal federal suíço.

Al-Khelaifi não foi visto chegando ao local onde prestou depoimento. E, atuando como CEO do grupo de mídia Bein, anteriormente chamada de Al Jazeera Sports, ele assegurou a obtenção dos direitos de TV para as próximas quatro edições da Copa do Mundo, incluindo a que ocorrerá em seu país em 2022.

No último dia 12, uma megaoperação das polícias da Suíça, Itália, Espanha e França confiscou materiais em diferentes locais, residências e escritórios. As investigações, segundo as autoridades suíças, começaram no dia 20 de março e apontam para "suspeitas de corrupção privada" e gestão desleal. E Al-Khelaifi e Valcke são suspeitos de terem praticado crimes como suborno, fraude e falsificação de documentos ligados ao processo de escolha dos direitos dos Mundiais de 2026 e 2030.

RELAÇÃO PRÓXIMA - Ex-dirigente de peso da Fifa, na qual era o braço-direito do ex-presidente da entidade Joseph Blatter, Valcke é suspeito de ter usado uma mansão na ilha da Sardenha como parte da recompensa por ter dado os direitos de TV a investidores do Catar. O local, localizado em Porto Cervo, uma das praias mais exclusivas da ilha italiana, é avaliado em 7 milhões de euros (cerca de R$ 26 milhões) e teria sido utilizado por Al-Khelaifi para corromper o francês.

No último dia 11, Valcke compareceu à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) para depor no seu recurso contra a suspensão de dez anos do futebol imposta a ele por conduta antiética. Supervisor dos preparativos da África do Sul e do Brasil para sediar as edições de 2010 e de 2014, respectivamente, da Copa do Mundo, ele foi acusado de se beneficiar de um acordo ilegal para lucrar com a venda de ingressos no mercado negro para o Mundial realizado em solo brasileiro há três anos.

E a recente megaoperação realizada em conjuntos pelas polícias europeias ocorreu justamente porque Valcke tentou reverter a sua suspensão imposta a ele e consequentemente precisou deixar sua nova residência, nas proximidades de Barcelona, e viajar de volta para a Suíça, país onde fica a sede da Fifa, para depor na CAS em Lausanne.

No caso, o Ministério Público de Berna aproveitou a visita de Valcke ao País para levá-lo para prestar depoimento "na qualidade de suspeito", segundo o órgão. Na CAS, ele se queixou de que a sua reputação havia sido afetada por "mentiras" e que ele estava com a "consciência tranquila" em relação aos seus atos.

Joseph Blatter e seus dois principais assistentes, entre eles Jérôme Valcke, tinham contratos para receber quase R$ 100 milhões em prêmios e bônus pela realização da Copa do Mundo no Brasil, em 2014. Agora, dois anos depois do evento e já afastados da Fifa, todos eles passaram a ser alvo de um inquérito dentro da própria entidade, em um processo aberto pelo seu comitê de ética da entidade, assim como Markus Kattner. A suspeita é de que os pagamentos sejam ilegais e que possam se configurar como propinas.

Os contratos que estão sendo investigados pelo FBI e pela Justiça da Suíça apontam para suspeitas relativas aos critérios estabelecidos para justificar os pagamentos aos dirigentes.

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No total, o que a Fifa deu para Blatter, Valcke e Kattner, ex-vice-secretário-geral da Fifa, chegou a US$ 80 milhões (R$ 257 milhões, na cotação atual) em apenas cinco anos em salários e prêmios. Os pagamentos geraram suspeitas depois que os contratos revelaram que o dinheiro foi garantido ainda em 2010 e previa que os valores seriam distribuídos até 2019, mesmo que Blatter, Valcke e Kattner fossem demitidos por justa causa de seus cargos.

O que surpreende a Fifa é que os valores foram autorizados em contratos assinados pelos próprios beneficiários, sem qualquer consulta. Outra suspeita é de que os contratos foram assinados ainda em 2010, antes mesmo da eleição de Blatter para a presidência da Fifa naquele ano.

Blatter tinha contratos de US$ 12 milhões (R$ 39 milhões) por sua contribuição para realizar a Copa no Brasil em 2014. Valcke, que chegou a sugerir que o Brasil recebesse um "chute no traseiro", recebeu mais US$ 10 milhões (R$ 32 milhões), contra US$ 2 milhões (R$ 6,4 milhões) para Kattner.

A mais rica Copa da história foi realizada com dinheiro público. Mas gerou uma renda recorde para a Fifa, de US$ 5,7 bilhões (R$ 18,33 bilhões). Sem pagar impostos nem no Brasil e nem na Suíça, Blatter insistia que o dinheiro da renda do Mundial seria revertido ao futebol mundial, inclusive o brasileiro.

BUSCA - Esse e outros contratos estão agora sendo investigados. A polícia fez mais uma operação na sede da Fifa para obter informações e documentos sobre pagamentos para Blatter e Valcke. O Ministério Público da Suíça confirmou a operação, realizada na noite de 2 de junho.

A busca se referia aos contratos envolvendo os dois dirigentes, ambos já afastados da entidade por suspeitas de irregularidades. Um ano depois do início do processo contra a entidade e com mais de 41 pessoas afastadas ou indiciadas, a nova operação revela que as investigações continuam e se aproximam cada vez mais da direção da entidade por décadas.

A busca ocorreu nas salas de Markus Kattner, ex-vice-secretário-geral da Fifa até o dia 23 de maio e demitido por Gianni Infantino, presidente da entidade. Ele teria fechado acordos com Blatter e Valcke considerados como suspeitos.

A queda do francês Michel Platini teria sido orquestrada por Jérôme Valcke e pela direção da Fifa, como uma revanche pelas revelações sobre como o ex-secretário-geral da entidade esteve envolvido no esquema de venda de entradas para a Copa do Mundo no Brasil, em 2014, revelada pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Isso é o que revelam, nesta sexta-feira, executivos da empresa JB Sports, a autora da acusação sobre o envolvimento de Jérôme Valcke nas vendas de entradas no mercado negro. Em 2015, a companhia trouxe à tona documentos e e-mails apontando que o francês participou do esquema e ganhou uma comissão durante a Copa do Mundo.

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Agora, em uma nova onda de revelações, a JB Sports revela que, três dias antes do vazamento dos e-mails, Jérôme Valcke os teria ameaçado e com um recado bastante claro: se Benny Alon, dono da empresa, não cancelasse a publicação de seus dados confidenciais, seu aliado - Michel Platini - seria o alvo de uma revanche.

Benny Alon foi adiante e a um grupo de jornalistas em Zurique, entre eles o jornal O Estado de S.Paulo, entregou documentos e e-mails provando o envolvimento de Jérôme Valcke no esquema de entradas avaliadas em milhões de dólares. A resposta não demoraria para ocorrer. Sete dias depois, a Justiça suíça anunciaria que havia recebido documentos de uma fonte confidencial mostrando que Michel Platini recebeu pagamentos de US$ 2,2 milhões por parte de Joseph Blatter, em um esquema considerado como irregular.

Michel Platini justificou que o dinheiro se referia a um salário atrasado. Mas nem o Comitê de Ética da Fifa e nem a Corte Arbitral dos Esportes (CAS, na sigla em inglês) deram razão ao francês, o punindo com anos de suspensão e o retirando da corrida para a eleição presidencial na Fifa.

Segundo Benny Alon, a ameaça veio direto de Jérôme Valcke. O francês ligou para dois assessores de Michel Platini para os ameaçar e "pedir que o vazamento fosse impedido". "Segundo ele, se o plano continuasse, sérias consequências ocorreriam", declarou Alon. "Alguém na Fifa decidiu que Platini não poderia ser presidente", disse.

O executivo admite que Michel Platini assinou os balanços financeiros da entidade que escondiam o pagamento. Mas alega que ninguém dentro da entidade o alertou que não poderia receber. "Por quatro anos, ninguém disse nada sobre isso", disse Benny Alon. "O fato de o documento ter reaparecido não foi por acaso. Foi uma tentativa desesperada para atacar Platini", acusou o dono da JB Sports. "Quando levamos tudo em consideração, não há como não pensar que houve alguém que não queria que ele fosse presidente", completou.

A polícia faz mais uma operação na sede da Fifa para obter informações e documentos sobre pagamentos para Joseph Blatter e Jérôme Valcke, ex-presidente e ex-secretário-geral da entidade, respectivamente. O Ministério Público da Suíça confirmou a operação, realizada na noite do dia 2 de junho.

A busca se referia aos contratos envolvendo os dois dirigentes, ambos já afastados da entidade por suspeitas de irregularidades. Um ano depois do início do processo contra a entidade e com mais de 41 pessoas afastadas ou indiciadas, a nova operação revela que as investigações continuam e se aproximam cada vez mais da direção da entidade por décadas.

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A busca ocorreu nas salas de Markus Kattner, vice-secretário-geral da Fifa até o dia 23 de maio e demitido por Gianni Infantino, dirigente máximo da Fifa. Ele teria fechado acordos com Blatter e Valcke considerados como suspeitos.

Em 23 de maio, a Fifa anunciou a demissão de Kattner, após investigação interna. O alemão, que também tem nacionalidade suíça, foi secretário-geral interino depois do afastamento de Valcke e havia sido substituído na função provisória pela senegalesa Fatma Samoura, oficializada neste mês.

Sem dar detalhes, a Fifa divulgou em comunicado oficial que a demissão de Kattner se deveu a irregularidades descobertas em investigação interna. De acordo com a agência de notícias The Associated Press (AP), Kattner foi desligado da entidade por receber pagamento irregular de bônus no valor de milhões de dólares. Ele teria recebido estes valores num período de seis anos, entre 2008 e 2014, segundo uma fonte ouvida pela AP. Os pagamentos teriam sido aprovados por Blatter e Valcke.

Jérôme Valcke acaba de ser demitido pela Fifa. A entidade anunciou nesta manhã de quarta-feira que não iria aguardar uma decisão final dos órgãos judiciais e decidiu acabar com o contrato com o francês, responsável por organizar a Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

O Comitê de Ética da Fifa já havia recomendado a suspensão por nove anos do ex-secretário-geral da entidade. Violando sete artigos do código de ética da entidade, Valcke poderia ser impedido até mesmo de entrar em um estádio até o ano de 2025. Ele é denunciado por "oferecer e receber presentes e outros benefícios". Além da suspensão, ele pagaria uma multa de US$ 100 mil.

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Em 2015, a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelou ao lado de jornais como The Guardian e Wall Street Journal como Valcke atuou nos bastidores para lucrar milhões de dólares com a venda de ingressos para a Copa de 2014.

Agora, a decisão está nas mãos dos juiz Hans-Joachim Eckert que avaliará as denúncias de violação de regras de conduta, lealdade, confidencialidade, conflito de interesses, obrigação de colaborar e oferecer aceitar presentes e outros benefícios.

Valcke, que chegou a pensar em uma candidatura para a presidência da Fifa, foi afastado depois de O Estado de S. Paulo e outros nove jornais internacionais revelarem que o francês fechou acordos para ficar com parte dos lucros da revenda de ingressos para a Copa de 2014 em um esquema com ágio de mais de 200% nos valores das entradas e que teria envolvido mais de 2 milhões de euros (R$ 8,6 milhões) apenas para o bolso do dirigente.

Falastrão e milionário, Valcke ficou conhecido por ter sugerido que o Brasil levasse um "chute no traseiro" pelos atrasos na obras da Copa do Mundo. Na Fifa, ele levou a entidade a ser condenada por uma multinacional e que custou a ela US$ 90 milhões em 2006. Naquele momento, a Fifa também anunciou seu afastamento. Mas ele voltaria em 2007 como número 2 da entidade.

Agora, as alegações apontam para a organização de um verdadeiro mercado negro de ingressos operando dentro da própria Fifa. A denúncia foi apresentada por Benny Alon, empresário israelense e americano que desde 1990 trabalha com a venda de entradas para os Mundiais. Sua empresa, a JB Marketing, ainda apontou para o "desaparecimento" de 8,3 mil entradas para a competição e que teriam de ser vendidas por eles no torneio.

O jornal O Estado de S. Paulo foi um dos dez meios de comunicação do mundo e o único no Brasil a receber com exclusividade e-mails confidenciais de Valcke, que se declara inocente, revelando um esquema milionário para a revenda de entradas para o Mundial de 2014.

O ESCÂNDALO - O centro do escândalo é a empresa JB Marketing, que fechou um contrato em 2010 com a Fifa para vender pacotes de ingressos VIPs. Pelo entendimento, 11 mil ingressos seriam entregues a eles em locais "nobres" dos estádios do Mundial no Brasil em 2014. A empresa teria o direito de escolher 12 jogos para os quais pediria ingressos para colocar no mercado, com preços acima do valor de tabela. Outros 12 jogos seriam escolhidos pela Fifa e a entidade lhes entregaria partidas sem o mesmo apelo comercial. Esse último pacote envolveria 2,4 mil ingressos.

Em dezembro de 2012, no Rio de Janeiro, Alon procurou Valcke durante a Soccerex e pediu um novo encontro para tratar do assunto. A reunião, porém, ocorreria apenas em março de 2013. O empresário viajou até Zurique e, no escritório da Fifa, explicou que gostaria de renegociar a questão dos 12 jogos mais fracos e obter melhores partidas para o Mundial de 2014. Segundo ele, pelo esquema montado, sua empresa perderia US$ 300 mil (R$ 1,2 milhão aproximadamente) se o acordo fosse mantido.

"Valcke foi até seu cofre, colocou suas digitais e tirou dali nosso contrato", contou Alon. "Valcke então me perguntou: O que tem aqui para mim?", disse o empresário. "Eu respondi que poderíamos dividir 50% para cada um. Naquele momento, não pensava que a divisão seria com Valcke, mas com a Fifa e que a entidade ficaria com 50% do lucro que eu fizesse".

Pelo novo acordo, os ingressos que a JB poderia vender não seriam mais as entradas para jogos "fracos", sem muito apelo do público brasileiro, mas sim para os principais jogos do Mundial. Isso envolvia todas as partidas da seleção brasileira e a grande final no Maracanã. O acordo fechado era de que o valor do ágio na venda dos ingressos seria repartido em 50% entre a JB e Valcke.

No dia 2 de abril de 2013, Valcke confirmou o acordo por e-mail. O entendimento era ainda de que os dois iriam se ver no dia 3 de abril de 2013 em Zurique. Na ocasião, Alon traria o dinheiro em uma maleta. "Era um adiantamento", explicou o empresário. O parceiro comercial de Alon, Heinz Schild, conta que foi até um banco em Zurique e retirou de um cofre US$ 250 mil. A mala usada também era um agrado. Valcke, francês, tem uma Ferrari branca e a mala, portanto, tinha o desenho de uma Ferrari branca com uma bandeira da França.

Mas, na manhã daquele dia, às 9h08, o cartola escreveria a partir de seu e-mail oficial, jerome.valcke@fifa.org: "Estou desembarcando às 11h30, então perto das 11h45 na Fifa", disse. "Tenho um almoço às 12h com Jaime, seguido por encontros às 2h e depois às 3h com funcionários. Não tenho ideia de como podemos nos ver. Para os documentos, feche-os em algum lugar e lidaremos com isso da próxima vez".

'DOCUMENTOS' - Segundo Alon, a palavra "documentos" era usada por eles para falar de "dinheiro vivo". "Não conheço nenhum outro documento que se usa para um fundo de pensão". No e-mail, Valcke ainda se mostra preocupado com um impacto disso em uma eventual campanha para ser presidente da Fifa. "Numa potencial corrida para a presidência, não posso olhar para eles (documentos) até que eu tome uma decisão sobre o futuro", escreveu em um dos e-mails a que a reportagem teve acesso com exclusividade no Brasil.

Mas ele é claro em apontar o valor da mala. "Documento é meu fundo de pensão se eu procurar algo, se eu não estiver mais na Fifa ao final de 2014 ou meados de 2015, no máximo", completou Valcke. Alon revela que o dinheiro voltou aos cofres do banco. Mas continuou a atualizar Valcke sobre os lucros da negociata. No dia 23 de abril, um e-mail entre o empresário a Valcke comemorava: "Estamos nos dando melhor que a Bolsa de Nova York".

RONALDO - O ex-secretário-geral da Fifa ainda é acusado de ter obrigado a entidade a pagar cerca de US$ 150 mil para alugar um apartamento de luxo do ex-craque Ronaldo no Rio de Janeiro para que, em 2013, pudesse se hospedar no Rio de Janeiro para preparar a Copa do Mundo de 2014.

Os dados foram publicados por um dos principais jornais suíços, o Tages Anzeiger.

Segundo a publicação, porém, a Fifa alertou que alugar uma suíte de hotel sairia mais barato que alugar o apartamento de Ronaldo, que na época fazia parte do Comitê Organizador Local, presidido do José Maria Marin. "Mas Valcke insistiu no apartamento. A Fifa pagou", escreveu o diário suíço.

A reportagem do jornal suíço também contou como Valcke usou o jato privado da Fifa para viagens pessoais, levando inclusive seu filhos. Em 2012, o francês embarcou até Nova Délhi para uma reunião com a federação local. Mas aproveitou para dar um pulo também no Taj Mahal. Naquele momento, a Fifa não tinha regras sobre como os dois jatos da entidade deveriam ser usados. Agora, uma das prioridades da reforma de Domenico Scala foi a de estabelecer diversas regras, inclusive para o uso dos jatos.

FILHO - Segundo o jornal, Valcke também ajudou seu filho, Sébastien a fechar acordos com a Fifa. Um deles se referia à empresa EON Reality, dos EUA. A companhia é especializada em hologramas e a ideia da Fifa era de trazer a tecnologia para o futebol. O contrato ficaria em US$ 700 mil.

Mas a EON, segundo o jornal, contratou justamente o filho de Valcke. Para completar, ele ficaria com 7% (cerca de US$ 50 mil) como comissão por ter aproximado a empresa da Fifa, dirigida por seu pai.

Durante a Copa do Mundo de 2014, a Fan Fest no Rio de Janeiro trouxe um stand justamente com um holograma da taça.

O Comitê de Ética da Fifa confirmou nesta quinta-feira (7) que abriu um processo contra Jérôme Valcke, ex-secretário-geral da entidade, que corre o risco de ser suspenso por nove anos do futebol. A câmara de investigações da Fifa informou que "decidiu instituir procedimentos contenciosos" contra o francês após estudar um relatório que contém acusações contra o ex-dirigente.

A confirmação do processo contra Valcke acontece um dia após o Comitê de Ética da Fifa prorrogar em 45 dias a suspensão provisória aplicada a ele. Suspenso desde o último dia 7 de outubro, ele tinha sua punição atual se encerrando na última terça, mas a pena foi ampliada.

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O órgão da Fifa tomou a decisão ao atender um pedido da câmara de investigação da entidade, que anteriormente havia destituído Valcke do seu cargo pela suposta participação do dirigente em um esquema de venda de ingressos para Copa do Mundo de 2014. Em seguida, no dia 7 de outubro, ele foi suspenso por 90 dias, em punição que expirou na última terça-feira, dia em que o Comitê de Ética da Fifa também recomendou que seja aplicada uma suspensão de nove anos ao ex-secretário-geral.

Valcke é acusado de violar até sete artigos do código de ética da entidade e poderia ser impedido até mesmo de entrar em um estádio até o ano de 2025. Ele é denunciado por "oferecer e receber presentes e outros benefícios". Além da suspensão, ele pagaria uma multa de US$ 100 mil.

Os juízes da Fifa não fornecerem detalhes sobre a investigação em respeito ao direito de privacidade e a presunção de inocência até que se prove que Valcke é culpado das acusações que recaem contra ele. Uma audiência em Zurique com o francês deverá ocorrer dentro de algumas semanas, sendo que o acusado nega envolvimento em irregularidades.

Líder da organização da Copa de 2014, realizada no Brasil, Valcke teria atuado nos bastidores para lucrar milhões de dólares com a venda de ingressos para a Copa de 2014. E agora a decisão sobre o seu futuro como dirigente está nas mãos dos juiz Hans-Joachim Eckert, do Comitê de Ética da Fifa, que avaliará as denúncias de violação de regras de conduta, lealdade, confidencialidade, conflito de interesses, obrigação de colaborar e oferecer aceitar presentes e outros benefícios.

Valcke, que chegou a pensar em uma candidatura para a presidência da Fifa, foi afastado do seu cargo depois que o jornal Estado de S.Paulo e outros nove jornais internacionais revelarem que o francês fechou acordos para ficar com parte dos lucros da revenda de ingressos para a Copa de 2014, num esquema com ágio de mais de 200% nos valores das entradas e que teria envolvido mais de 2 milhões de euros (R$ 8,6 milhões) apenas para o bolso do dirigente.

Falastrão e milionário, Valcke ficou conhecido por ter sugerido que o Brasil levasse um "chute no traseiro" pelos atrasos na obras da Copa do Mundo. Na Fifa, ele levou a entidade a ser condenada por uma multinacional, o que custou a ela US$ 90 milhões em 2006. Naquele momento, a Fifa também anunciou seu afastamento. Mas ele voltaria em 2007 como número 2 da entidade.

Agora, as alegações apontam para a organização de um verdadeiro mercado negro de ingressos operando dentro da própria Fifa. A denúncia foi apresentada por Benny Alon, empresário israelense e americano que desde 1990 trabalha com a venda de entradas para os Mundiais. Sua empresa, a JB Marketing, ainda apontou para o "desaparecimento" de 8,3 mil entradas para a competição e que teriam de ser vendidas por eles no torneio.

O Comitê de Ética da Fifa decidiu prorrogar em 45 dias a suspensão provisória aplicada a Jérôme Valcke, ex-secretário-geral da entidade máxima do futebol mundial. Suspenso desde o último dia 7 de outubro, ele tinha sua punição atual se encerrando na última terça (5), mas um breve comunicado divulgado nesta quarta (6) confirmou que o ex-dirigente do organismo teve a pena ampliada e que a mesma passa a ter validade imediata.

O órgão da Fifa tomou a decisão ao atender um pedido da câmara de investigação da entidade, que anteriormente havia destituído Valcke do seu cargo pela suposta participação do dirigente em um esquema de venda de ingressos para Copa do Mundo de 2014. Em seguida, no dia 7 de outubro, ele foi suspenso por 90 dias, em punição que expirou na última terça-feira.

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A nova punição a Valcke foi anunciada também um dia depois de o Comitê de Ética da Fifa recomendar a suspensão por nove anos do ex-secretário-geral da entidade. O francês é acusado de violar até sete artigos do código de ética da entidade e poderia ser impedido até mesmo de entrar em um estádio até o ano de 2025. Ele é denunciado por "oferecer e receber presentes e outros benefícios". Além da suspensão, ele pagaria uma multa de US$ 100 mil.

Líder da organização da Copa de 2014, realizada no Brasil, Valcke atuou nos bastidores para lucrar milhões de dólares com a venda de ingressos para a Copa de 2014. E agora a decisão sobre o seu futuro como dirigente está nas mãos dos juiz Hans-Joachim Eckert, do Comitê de Ética da Fifa, que avaliará as denúncias de violação de regras de conduta, lealdade, confidencialidade, conflito de interesses, obrigação de colaborar e oferecer aceitar presentes e outros benefícios.

Valcke, que chegou a pensar em uma candidatura para a presidência da Fifa, foi afastado do seu cargo depois que o jornal Estado de S.Paulo e outros nove jornais internacionais revelarem que o francês fechou acordos para ficar com parte dos lucros da revenda de ingressos para a Copa de 2014, num esquema com ágio de mais de 200% nos valores das entradas e que teria envolvido mais de 2 milhões de euros (R$ 8,6 milhões) apenas para o bolso do dirigente.

Falastrão e milionário, Valcke ficou conhecido por ter sugerido que o Brasil levasse um "chute no traseiro" pelos atrasos na obras da Copa do Mundo. Na Fifa, ele levou a entidade a ser condenada por uma multinacional, o que custou a ela US$ 90 milhões em 2006. Naquele momento, a Fifa também anunciou seu afastamento. Mas ele voltaria em 2007 como número 2 da entidade.

Agora, as alegações apontam para a organização de um verdadeiro mercado negro de ingressos operando dentro da própria Fifa. A denúncia foi apresentada por Benny Alon, empresário israelense e americano que desde 1990 trabalha com a venda de entradas para os Mundiais. Sua empresa, a JB Marketing, ainda apontou para o "desaparecimento" de 8,3 mil entradas para a competição e que teriam de ser vendidas por eles no torneio.

O jornal O Estado de S. Paulo foi um dos dez meios de comunicação do mundo e o único no Brasil a receber com exclusividade e-mails confidenciais de Valcke, que se declara inocente, revelando um esquema milionário para a revenda de entradas para o Mundial de 2014 e que agora chega ao Comitê de Ética da Fifa.

O Comitê de Ética da Fifa recomendou a suspensão por nove anos do ex-secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke. Violando sete artigos do código de ética da entidade, o francês poderia ser impedido até mesmo de entrar em um estádio até o ano de 2025. Ele é denunciado por "oferecer e receber presentes e outros benefícios". Além da suspensão, ele pagaria uma multa de US$ 100 mil.

Valcke comandou a organização da Copa do Mundo no Brasil em 2014 e chegou a ser pago pela CBF para planejar a candidatura do País. Em 2015, a reportagem do Estado revelou ao lado de jornais como The Guardian e Wall Street Journal como Valcke atuou nos bastidores para lucrar milhões de dólares com a venda de ingressos para a Copa de 2014.

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Agora, a decisão está nas mãos dos juiz Hans-Joachim Eckert que avaliará as denúncias de violação de regras de conduta, lealdade, confidencialidade, conflito de interesses, obrigação de colaborar e oferecer aceitar presentes e outros benefícios.

Valcke, que chegou a pensar em uma candidatura para a presidência da Fifa, foi afastado depois que o jornal Estado de S.Paulo e outros nove jornais internacionais revelarem que o francês fechou acordos para ficar com parte dos lucros da revenda de ingressos para a Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil, num esquema com ágio de mais de 200% nos valores das entradas e que teria envolvido mais de 2 milhões de euros (R$ 8,6 milhões) apenas para o bolso do dirigente.

Falastrão e milionário, Valcke ficou conhecido por ter sugerido que o Brasil levasse um "chute no traseiro" pelos atrasos na obras da Copa do Mundo. Na Fifa, ele levou a entidade a ser condenada por uma multinacional, o que custou a ela US$ 90 milhões em 2006. Naquele momento, a Fifa também anunciou seu afastamento. Mas ele voltaria em 2007 como número 2 da entidade.

Agora, as alegações apontam para a organização de um verdadeiro mercado negro de ingressos operando dentro da própria Fifa. A denúncia foi apresentada por Benny Alon, empresário israelense e americano que desde 1990 trabalha com a venda de entradas para os Mundiais. Sua empresa, a JB Marketing, ainda apontou para o "desaparecimento" de 8,3 mil entradas para a competição e que teriam de ser vendidas por eles no torneio.

O Estado foi um dos dez meios de comunicação do mundo e o único no Brasil a receber com exclusividade e-mails confidenciais de Valcke, que se declara inocente, revelando um esquema milionário para a revenda de entradas para o Mundial de 2014 e que agora chega ao Comitê de Ética da Fifa.

A Fifa exigiu que as prefeituras brasileiras arcassem com a organização das Fan Fest, durante a Copa do Mundo de 2014. Mas documentos obtidos pela reportagem revelam agora que a entidade máxima do futebol deu esses contratos justamente para ex-funcionários e diretores da entidade e companheiros de Jérôme Valcke, o então secretário-geral da Fifa, afastado por suspeita de corrupção.

As festas foram criadas pela Fifa em 2006 na Copa da Alemanha como mais um espaço exclusivo para patrocinadores. São áreas fechadas onde jogos são transmitidos em telões e onde apenas os produtos oficiais podem ser comercializados.

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MM Sports, uma empresa com sede na Alemanha, foi contratada pela Fifa para realizar uma consultoria sobre a "estratégia e conceito" da Fan Fest, assim como para "administrar e implementar" o evento no Brasil. A mesma empresa já havia recebido o contrato para montar a iniciativa na África do Sul, em 2010, e manteve o contrato para 2018, na Rússia e onde o governo do Kremlin será um dos fiadores da festa.

Ela é liderada por dois ex-companheiros de Valcke. Um deles é Gregor Lentze, que foi um dos responsáveis de Marketing da Fifa entre 2003 e 2006, sob o comando do francês. Foi Lentze quem primeiro desenvolveu e implementou na Alemanha em 2006 a ideia da Fan Fest. No ano seguinte, ele saiu da Fifa, formou a empresa MM Sports e ficou com o contrato.

Mas garante que não foi Valcke quem o deu o contrato. "Criamos o conceito da Fan Fest, como um evento completamente novo e que não existia antes", disse. "Foi um grande êxito para a Copa (de 2006), com 18 milhões de visitante. Depois da Copa do Mundo, eu deixei a Fifa e criei minha própria empresa, em Munique".

Ele explicou o motivo pelo qual foi contratado. "A Fifa queria fazer sua Fan Fest na África do Sul em 2010. Portanto, a Fifa me pediu se eu poderia apoiar sua equipe como especialista externo", disse Lentze. "Eu fui contratado com a MM Sports para a Copa de 2010", admitiu. Mas ele garante que quem fez a oferta não foi Valcke, mas seu ex-secretário-geral, Urs Linsi.

Para 2014, Lentze diz que um novo contrato foi feito. Mas, uma vez mais, insiste que Valcke não esteve envolvido. Segundo ele, quem o contratou desta vez foi Thierry Weil, diretor de marketing da Fifa. Na estrutura da entidade, Weil não tomava decisões sem o acordo de Valcke.

A empresa contratada também é liderada por Stefan Schuster, outro funcionário do alto escalão da Fifa, responsável pelo setor de marketing e vendas e que também trabalhou ao lado de Valcke no período em que o francês era o diretor de marketing da Fifa. Schuster foi uma das partes do processo em uma Corte Americana acionada pela Mastercard e que condenou a Fifa de ter violado o contrato com a multinacional.

A juíza norte-americana Loretta Preska condenou a Fifa por seu comportamento com a empresa e por ter rompido o contrato, passando para a Visa. A entidade esportiva, em 2006, foi obrigada a pagar US$ 60 milhões em indenizações e Valcke foi afastado. Um ano depois, Schuster entraria na MM Sports, enquanto Valcke voltaria para a Fifa como secretário-geral.

POLÊMICA - Mas seria no Brasil que o evento ganharia uma dimensão de polêmica. Isso porque a Fifa passou a exigir que fossem as cidades-sede quem bancassem a Fan Fest. No Rio, a prefeitura tentou resistir. Mas acabou cedendo e colocando o evento na praia de Copacabana. A administração municipal tentou buscar parceiros para arcar com os custos e a Empresa de Turismo do Município do Rio estimou que o gasto chegaria a R$ 12 milhões.

Outras cidades-sede também entraram em debate com a Fifa para tentar reduzir o aporte de dinheiro público na organização das Fan Fest. Cinco sedes pediram para mudar a festa de lugar para economizar - como Belo Horizonte, Curitiba, Natal, Porto Alegre e Salvador. No Recife, a decisão da prefeitura foi a de peitar a Fifa e se negar a realizar o evento orçado em R$ 11 milhões. Em Manaus, ela custaria cerca de R$ 10 milhões, valores semelhantes em outras regiões.

Pelo acordo com o Brasil, a Fifa forneceria o palco, telão e equipamentos de luz e som de cada uma das Fan Fest. Caberia à TV Globo arcar com divulgação e transmissão, enquanto que as prefeituras montariam os locais, estruturas, segurança, organização e limpeza.

No informe financeiro da Fifa de 2014, a entidade aponta que destinou US$ 18 milhões para as Fan Fest na Copa. Mas não revela o valor de cada contrato.

Em uma decisão sem precedentes, a Fifa suspendeu seu presidente, Joseph Blatter, o secretário-geral Jérôme Valcke, além dos candidatos ao comando da organização, Michel Platini e Chung Mong-Joon. No caso de Blatter, Platini, que também preside a Uefa, e Valcke, o afastamento será por 90 dias e poderá ainda ser renovado por outros 45. Já Chung ficará seis anos fora do futebol.

A suspensão do reinado de 17 anos de Blatter deixa a entidade em uma crise ainda mais profunda. A Fifa já viu seu secretário-geral, Jérôme Valcke, afastado e está diante de uma debandada de patrocinadores e ainda tem diversos de seus dirigentes presos na Suíça e nos Estados Unidos. O afastamento de Blatter é mais um ato de uma crise que começou em maio, quando o FBI pediu a prisão de cartolas, entre eles José Maria Marin, ex-presidente da CBF.

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Blatter é suspeito de ter cometido crimes financeiros, de acordo com o Ministério Público da Suíça, e pode pegar até dez anos de prisão. O Comitê de Ética da Fifa avaliou que, se nestes três meses Blatter for inocentado pela Justiça, a suspensão será encerrada. Enquanto isso, a entidade seria comandada por Issa Hayatou, presidente da Confederação Africana de Futebol desde os anos 1980 e um aliado incondicional de Blatter.

A decisão, porém, foi cercada de polêmica. O processo era para ter sido mantido em sigilo. Mas uma pessoa próxima ao presidente, Klaus Stoehlker, acabou vazando informações para a imprensa. Enquanto nem a Fifa nem os advogados de Blatter comentavam as notícias já publicadas, uma segunda fonte negou que o suíço já tivesse sido suspenso e garantiu que ele continuava no poder. Nesta quinta, o afastamento foi confirmado.

Em entrevista a jornais alemães, Blatter garantiu que não vai deixar o cargo antes das eleições de 26 de fevereiro de 2016. "Me condenam de antemão, sem que existam provas contra mim de algum tipo de ação incorreta", disse Blatter. "Estou sendo condenado sem haver qualquer evidência de que tenha feito algo errado. Isso é ultrajante".

Blatter já não conta com o apoio dos patrocinadores e tem sido pressionado a abandonar imediatamente o cargo. "Eu sairei em 26 de fevereiro. Depois terá terminado. Mas não acontecerá nem um dia antes. Vou lutar até 26 de fevereiro. Por mim, pela Fifa. Estou convencido de que no mal aparecerá a luz e que o bem vai prevalecer", disse.

PLATINI - Mas a punição também afeta seus principais inimigos. Platini, que recebeu 2 milhões de francos suíços da Fifa e também foi interrogado pela polícia, foi suspenso por 90 dias, o que na prática o tira da corrida pela presidência da entidade. Chung, com seis anos de afastamento e multa de US$ 100 mil, é acusado de tentar comprar votos para que a Coreia do Sul fosse escolhida para sediar a Copa de 2022. Também não vai concorrer às eleições em fevereiro.

Pressionada, a Fifa foi obrigada a apresentar à Justiça suíça os e-mails de Jérôme Valcke. Nesta quinta-feira (24), o Ministério Público de Berna confirmou que a entidade deu acesso às mensagens do francês, afastado da Fifa depois das denúncias de fazer parte de um esquema de revendas de entradas para a Copa do Mundo de 2014, revelados pelo O Estado de S. Paulo há uma semana.

O MP abriu investigação. Mas, na última quarta-feira, revelou que a Fifa não estava permitindo o acesso às diversas contas de e-mail do ex-secretário-geral. Um dia depois, a Justiça indicou que a Fifa "informou ao MP que abriu todos os e-mails pertencentes ao senhor Valcke". "O escritório do procurador-geral, portanto, tem acesso a todas as contas solicitadas".

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Na semana passada, O Estado de S. Paulo revelou como o francês fez parte de um suposto esquema de venda de entradas para a Copa de 2014, ao lado de empresários que recolocavam os ingressos no mercado a um preço quatro vezes superior ao da tabela oficial. Potencialmente, Valcke poderia ter lucrado 2 milhões de euros com o esquema. Ele se diz inocente.

Mas quatro horas depois da denúncia, a Fifa anunciou o afastamento do francês e abriu investigações internas contra ele. Agora é a Justiça suíça que quer saber o que de fato ocorreu. Segundo o Ministério Público do país europeu, documentos foram solicitados à Fifa já na semana passada. Mas apenas contratos oficiais foram repassados. Os procuradores admitiram que não tiveram a plena colaboração da entidade.

O maior obstáculo estava sendo o acesso aos diversos e-mails de Valcke, mantidos em um servidor dentro da entidade. A denúncia foi apresentada por Benny Alon, empresário israelense e americano que desde 1990 trabalha com a venda de entradas para os Mundiais. Sua empresa, a JB Marketing, ainda apontou para o "desaparecimento" de 8,3 mil entradas para a competição e que teriam de ser vendidas por eles para o torneio.

O centro do escândalo é a empresa JB Marketing, que fechou um contrato em 2010 com a Fifa para vender pacotes de ingressos VIPs. Pelo entendimento, 11 mil ingressos seriam entregues a eles em locais "nobres" dos estádios do Mundial no Brasil em 2014. A empresa teria o direito de escolher 12 jogos para os quais pediria ingressos para colocar no mercado, com preços acima do valor de tabela. Outros 12 jogos seriam escolhidos pela Fifa e a entidade lhes entregaria partidas sem o mesmo apelo comercial. Esse último pacote envolveria 2,4 mil ingressos.

Em dezembro de 2012, no Rio de Janeiro, Alon procurou Valcke durante a conferência Soccerex e pediu um novo encontro para tratar do assunto. A reunião, porém, ocorreria apenas em março de 2013. O empresário viajou até Zurique e, no escritório da Fifa, explicou que gostaria de renegociar a questão dos 12 jogos mais fracos e obter entradas de melhores partidas para o Mundial de 2014. Segundo ele, pelo esquema montado, sua empresa perderia US$ 300 mil se o acordo fosse mantido.

"Valcke foi até seu cofre, colocou suas digitais e tirou dali nosso contrato", contou Alon. "Valcke então me perguntou: O que tem aqui para mim?", disse o empresário. "Eu respondi que poderíamos dividir 50% para cada um. Naquele momento, não pensava que a divisão seria com Valcke, mas com a Fifa e que a entidade ficaria com 50% do lucro que eu fizesse".

Pelo novo acordo, os ingressos que a JB poderia vender não seriam mais as entradas para jogos "fracos", sem muito apelo ao público brasileiro, mas sim para os principais jogos do Mundial. Isso envolvia todas as partidas da seleção brasileira e a grande final no Maracanã. O acordo fechado era de que o valor do ágio na venda dos ingressos seria repartido em 50% entre a JB e Valcke.

No dia 2 de abril de 2013, Valcke confirma o acordo por e-mail. O entendimento era ainda de que os dois iriam se ver no dia 3 de abril de 2013 em Zurique. Na ocasião, Alon traria o dinheiro em uma maleta. "Era um adiantamento", explicou o empresário. O parceiro comercial de Alon, Heinz Schild, conta que foi até um banco em Zurique e retirou de um cofre US$ 250 mil. A mala usada também era um agrado. Valcke, francês, tem uma Ferrari branca e a mala, portanto, tinha o desenho de uma Ferrari branca com uma bandeira da França.

Mas na manhã daquele dia, às 9h08, o cartola escreveria a partir de seu e-mail oficial da Fifa: "Estou desembarcando às 11h30 então perto das 11h45 na Fifa", disse. "Tenho um almoço às 12h com Jaime, seguido por encontros às 2h e depois às 3h com funcionários. Não tenho ideia de como podemos nos ver. Para os documentos, feche-os em algum lugar e lidaremos com isso da próxima vez".

Segundo Alon, a palavra "documentos" era usada por eles para falar de "dinheiro vivo". "Não conheço nenhum outro documento que se usa para um fundo de pensão". No e-mail, Valcke ainda se mostra preocupado com um impacto disso em uma eventual campanha para ser presidente da Fifa. "Numa potencial corrida para a presidência, não posso olhar para eles (documentos) até que eu tome uma decisão sobre o futuro", escreveu em um dos e-mails a que a reportagem teve acesso com exclusividade no Brasil.

Mas ele é claro em apontar o valor da mala. "Documento é meu fundo de pensão se eu procurar algo, se eu não estiver mais na Fifa ao final de 2014 ou meados de 2015, no máximo", completou Valcke. Alon revelou que o dinheiro voltou aos cofres do banco. Mas continuou a atualizar Valcke sobre os lucros da negociata. No dia 23 de abril, um e-mail entre o empresário a Valcke comemorava: "Estamos nos dando melhor que a Bolsa de Nova York".

O senador Romário (PSB-RJ) comemorou nesta quinta-feira o afastamento de Jérôme Valcke do cargo de secretário-geral da Fifa. Em sua página no Facebook, o ex-jogador chamou o cartola de "corrupto" e "chantagista" após as denúncias de que Valcke teria recebido 2 milhões de euros (quase R$ 9 milhões) com a venda ilegal de ingressos na Copa do Mundo.

O "Baixinho" ainda lembrou da polêmica frase dada por Jérôme Valcke criticando as obras da Copa do Mundo no Brasil, em 2014. "Aquele falastrão, corrupto e chantagista do secretário da FIFA, Jerome Valcke, levou hoje (quinta-feira) um chute no traseiro".

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Confira o que escreveu Romário:

"Essa é por todos os brasileiros. Aquele falastrão, corrupto e chantagista do secretário da FIFA, Jerome Valcke, levou hoje um chute no traseiro. Ele foi o interlocutor do Brasil com a FIFA durante a preparação da Copa do Mundo de 2014. Aturamos a arrogância desse bandido, embora eu tenha me manifestado várias vezes para que o Governo tomasse uma atitude energética e não aceitasse esse cara como interlocutor. Ele chegou a dizer que o Brasil deveria levar um 'chute no traseiro', por causa dos atrasos.

Hoje ganharam as manchetes de jornal as denúncias de que Valcke ficava com parte do dinheiro de ingressos da Copa do Mundo de 2014. Ele teria lucrado 2 milhões de euros (cerca de R$ 9 milhões), em acordos firmados para ficar com 50% dos lucros da venda dos bilhetes no Brasil.

O empresário que acusou Valcke, Benny Alon, também revelou que 8,3 mil entradas para a Copa desapareceram e que teriam que ser vendidas por Valcke.

Não que a FIFA seja um exemplo para demitir Valcke, eles deveriam se auto implodir e começar do zero. Mas a queda do Valcke, por causa deste escândalo de ingresso, reforça ainda mais a importância da CPI do Futebol."

Jérôme Valcke disse nesta sexta-feira que deve deixar o seu cargo de secretário-geral da Fifa após o sucessor do presidente Joseph Blatter ser eleito. O dirigente, no entanto, garantiu que sua saída não tem relação com a crise que abalou a entidade, pois ele não é responsável por qualquer irregularidade.

O francês ocupa há oito anos o cargo de secretário-geral da Fifa, que está agora no centro de investigações criminais pelas autoridades dos Estados Unidos e da Suíça. O peso das acusações envolvendo membros da entidade e a pressão de patrocinadores levaram Blatter a anunciar prematuramente a sua saída da Fifa, que preside desde 1998.

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Após ser reeleito para um quinto mandato de quatro anos, ele vai ver um sucessor ser escolhido apenas nove meses após a última votação, pois o novo pleito foi marcado para 26 de fevereiro.

"Quem se tornar o novo presidente da Fifa, deve ter um novo secretário-geral porque este é o relacionamento mais importante", disse Valcke, em São Petersburgo, onde será realizado neste sábado o sorteio das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, "Sobre o meu futuro, eu diria que pelo menos mereço alguma privacidade no que diz respeito ao que vocês estão perguntando".

As perguntas nas últimas semanas tem se concentrado na suposta ligação de Valcke com o pagamento de US$ 10 milhões a membros do Comitê Executivo da Fifa, o que a Justiça norte-americana avalia como suborno em troca de votos na África do Sul no processo de escolha da sede da Copa do Mundo de 2010.

O valor foi transferido para contas controladas por Jack Warner, ex-vice-presidente da Fifa. A entidade e Valcke garantem que o valor era destinado para projetos de desenvolvimento do futebol no Caribe e sua liberação teria sido aprovada pelo argentino Julio Grondona, o presidente do comitê de finanças da Fifa naquela época, que morreu no ano passado.

Valcke negou irregularidades e não comentou os detalhes do caso nesta sexta-feira, mas ressaltou que só obedece as ordens do Comitê Executivo da Fifa e do congresso da entidade. "Como o chefe administrativo, estou orgulhoso do que a administração da Fifa fez, incluindo todos os acordos comerciais que nós assinamos", disse.

"Eu não vi nada relacionado com qualquer irregularidade por parte da administração da Fifa em relação a qualquer aspecto comercial da Fifa durante este período. Então, sobre o que vocês estão me perguntando, se sou responsável pelo que aconteceu neste período, não acho que estou realmente envolvido. Eu não acho que tenha alguma coisa a ver com este caso", afirmou.

Como presidente da CBF, Ricardo Teixeira forçou a contratação de Jérôme Valcke pela agência de publicidade MPM na época em que a firma trabalhava para a entidade na organização da campanha do Brasil para sediar a Copa do Mundo de 2014. A MPM, entre 2007 e 2008, era presidida pela publicitária Bia Aydar, amiga de Teixeira, e tinha como sócio majoritário o grupo ABC, dos publicitários Nizan Guanaes e Guga Valente.

No total, a CBF pagou R$ 1,2 milhão para que a MPM e Valcke produzissem um caderno de encargos, documento que reúne informações do país em campanha para receber o Mundial. O Brasil concorria sozinho e existia um acordo entre as federações de que o Mundial seria no País.

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Por meio da assessoria, Bia falou pela primeira vez sobre a contratação de Valcke ao ser questionada sobre a contratação pela reportagem. "Houve uma determinação, uma ordem do presidente da CBF para que Valcke fosse contratado. O dinheiro era do contratante, não cabia a ela questionar uma determinação", disse. No total, a MPM desembolsou 100 mil euros do contrato com a CBF para bancar a consultoria de Valcke na campanha pela Copa do Mundo. Procurada, a CBF disse que não comentaria assunto relacionado a gestão anterior.

Documentos aos quais a reportagem teve acesso revelam oito anos depois que o "consultor" Valke recebeu da MPM tratamento de "chefe de Estado". Na primeira semana de fevereiro de 2007, ele saiu de Paris para São Paulo em uma viagem que durou menos de 12 horas no Brasil. Valcke pousaria pela manhã e embarcaria de volta para a Europa no fim do dia.

No curto período, teve direito a quarto no luxuoso hotel Emiliano - onde ficaria menos de duas horas - e pegaria quatro voos de helicóptero para atender a seus compromissos. Ele visitou e foi recepcionado na África por Guga Valente; conheceu a DM9 e, por fim, seguiu para a sede da MPM. Horas depois, desembarcou de volta a Paris.

"A contratação de Jérôme Valcke foi realizada pela MPM e todo o processo de contratação foi conduzido pela agência. A MPM levou Jérôme Valcke para conhecer o grupo do qual a MPM fazia parte", afirmou à reportagem a assessoria da Grupo ABC.

No caderno aprovado por Valcke, a CBF apresentaria à Fifa 18 cidades candidatadas para receber a Copa. Apenas quatro estádios seriam construídos e o documento ainda apontava que o Morumbi seria o local do Mundial em São Paulo. Três anos depois e já na Fifa, o mesmo Valcke indicou que o Morumbi não teria condições de receber a Copa e o Itaquerão foi erguido.

O documento final seria produzido pela MPM e assinado por seu então vice-presidente, Rui Rodrigues, que estampou a sua foto no caderno. O nome de Valcke não aparece no documento. Conforme o ABC, Rodrigues se desligou do grupo. Em 2008, a CBF anunciou que desistiu de contratar a MPM para atuar na Copa do Mundo.

FIFA - Meses antes do contrato como consultor da MPM, Valcke atuava como diretor de Marketing da Fifa. Ele deixou o cargo depois de a entidade máxima do futebol ser condenada nos Estados Unidos a pagar US$ 90 milhões por irregularidades nas negociações da Fifa com a Visa e Mastercard tocadas por ele.

Segundo a corte norte-americana, Valcke "mentiu" nas negociações. Ainda assim, ele não seria expulso da Fifa e continuaria recebendo salário. Em sua volta, seria promovido e ganharia um novo cargo: o de secretário-geral e braço direito de Joseph Blatter. Foi nesse período enquanto esteve afastado que ele foi contratado pela MPM.

Nos anos que se seguiriam ao cargo de consultor da agência de publicidade, Valcke construiu uma relação de proximidade com Teixeira. Nas festas de fim de ano de 2007 e 2008, o francês levou sua família para a casa do brasileiro em Angra dos Reis (RJ). Em 2009, antes do Congresso da Fifa nas Bahamas, Valcke também visitou o brasileiro, desta vez em Miami. Hoje, seu filho é consultor de Marketing da CBF.

A relação entre Bia Aydar e a CBF também não se limitaria ao Mundial. Seria ela quem intermediaria em 2012 contratos da Nestlé para entrar como parceira da CBF.

Em 2014, a entidade ainda completaria 100 anos e, dois anos antes, todos os direitos dos eventos relativos à comemoração foram cedidos de forma exclusiva a Bia Aydar. Para evitar que a CBF tivesse de pagar a empresa da amiga de Teixeira, o então presidente da entidade em 2014, José Maria Marin, optou por não comemorar os 100 anos do futebol mais vitorioso do mundo.

Com cinco Mundiais sob suspeita e uma guerra pelo poder nos bastidores, a Fifa paralisou o processo de escolha da sede Copa de 2026. Nesta quarta-feira, em coletiva de imprensa na Rússia, o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, indicou que "não faria sentido" manter o cronograma, principalmente diante da previsão de eleições na Fifa em dezembro deste ano para escolher um novo presidente. Uma carta será enviada a todas as 209 federações nacionais para explicar os motivos do adiamento.

O FBI investiga a compra de votos para a definição das sedes das Copas de 1998, 2010, 2018 e 2022. Além disso, quer saber detalhes dos contratos entre a Fifa e cartolas brasileiros para o Mundial de 2014.

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Para 2026, a Fifa havia estabelecido na semana passada que uma decisão sobre a sede seria votada em maio de 2017. O processo de avaliação de candidatos e exames técnicos começaria nos próximos meses. Canadá, México e Estados Unidos eram cotados como possíveis candidatos. Mas o presidente da Fifa, Joseph Blatter, deixou claro que a concorrência seria aberta "a todo o mundo".

Para Valcke, porém, não existem condições para tratar das candidaturas. Blatter e ele mesmo sairão em dezembro, quando eleições devem ocorrer. Nos bastidores, a guerra pelo poder tem sido intensa. Além disso, vários dirigentes presos são da América do Norte, favorita para sediar a Copa de 2026.

Um dos principais promotores da ideia do Mundial de 2026 na região era Jeff Webb, ex-presidente da Concacaf e hoje preso em Zurique à pedido da Justiça dos Estados Unidos.

RÚSSIA - Valcke também saiu em defesa do Mundial de 2018 na Rússia e, apesar das investigações, garante que não existe nada que prove que houve irregularidade na votação, em 2010. "Não há dúvidas de que os eventos da Copa de 2018 na Rússia ocorrerão em alto nível", disse. Para ele, "não existem indícios" de irregularidades.

Valcke também se defendeu das acusações de que sabia do pagamento de US$ 10 milhões de autoridades sul-africanas para cartolas do Caribe. O FBI suspeita que o dinheiro seja o pagamento por votos para que a África do Sul ficasse com a sede da Copa de 2010.

O dinheiro jamais apareceu nas contas da União de Futebol do Caribe, apesar de os sul-africanos indicarem que se tratava de um programa social. Mas o dinheiro passou pela Fifa e por Valcke, de acordo com documentos revelados.

"Não entendo qual é o problema e por que sou um alvo nessa questão", disse Valcke. "Estou tentando ser o mais transparente que eu posso. Não era dinheiro da Fifa. Foi um pedido das autoridades sul-africanas", insistiu.

Valcke ainda atacou a imprensa: "Vocês jornalistas decidiram que, depois de Blatter, eu sou o próximo a ter a cabeça cortada. Mas não digam que será por esses US$ 10 milhões". "Vocês são muito chatos", completou Valcke aos jornalistas.

Os contratos da Copa do Mundo de 2014 entre a Fifa e parceiros comerciais e fornecedores serão examinados pela Justiça norte-americana. O foco da investigação é a relação entre Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, e Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF e do Comitê Organizador da Copa (COL). Ambos estão na lista do FBI de suspeitos de crimes financeiros e envolvimento em fraude relacionado com o futebol.

Agora, os investigadores fazem um pente fino na relação entre os dois e querem saber se houve algum tipo de troca de favores ou irregularidades nos contratos que ambos assinaram por mais de cinco anos atuando juntos para preparar o Mundial no Brasil. Oficialmente, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos se recusa a comentar o caso. Mas fontes próximas ao processo confirmam com exclusividade que a relação entre Teixeira e Valcke será "examinada".

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No total, a Copa do Mundo no Brasil envolveu mais de mil contratos diferentes, ainda que muitos sejam com governos. No início do ano, a empresa alemã Bilfiger admitiu que encontrou suspeitas de que seus diretores pagaram US$ 1 milhão em propinas para um dos contratos com o centro de controle e segurança da Copa. À reportagem, o porta-voz da empresa explicou nesta quarta-feira que todas as evidências já foram repassadas ao Ministério Público no Brasil.

Valcke, que também é investigado por outro pagamento relativo à Copa do Mundo de 2010 e avaliado em US$ 10 milhões, havia sido afastado da Fifa e voltou para a entidade em 2007, justamente quando o Brasil iniciou sua preparação ao Mundial. Nesta quarta-feira, ele garantiu que é inocente no que se refere ao pagamento dos US$ 10 milhões e que, portanto, não via motivos para renunciar. "Não há nada contra mim", disse a uma rádio francesa. Valcke indicou que fica até o final do mandato de Blatter.

Meses antes de assumir seu cargo, Valcke prestou consultoria para a CBF, preparando os documentos de candidatura do Brasil. A reportagem apurou que, neste período, ele também manteve seu salário na Fifa. Seu filho, Sebastien Valcke, chegou a trabalhar na Copa de 2014 e, hoje, é consultor de marketing da CBF.

Valcke criou uma relação de amizade com Ricardo Teixeira e os dois passaram a agir juntos em diversos pontos da preparação. No total, a Fifa destinou US$ 453 milhões para o COL da Copa, presidido por Teixeira. Mais de mil contratos foram assinados com esses recursos, além de verbas também da própria Fifa.

Oficialmente, o balanço financeiro da Fifa aponta que US$ 102 milhões foram usados para salários, mais US$ 64 milhões para transporte, US$ 48 milhões no aluguel de escritórios e burocracia, US$ 17 milhões para serviços médicos e US$ 45 milhões para segurança. Outros US$ 50 milhões foram usados para marketing e comunicação. No total, a Fifa gastou US$ 2,2 bilhões na Copa. Mas, desse total, um valor superior a US$ 500 milhões foi destinado às 32 seleções.

O que os norte-americanos querem saber é se os dois suspeitos também mantiveram relações privilegiadas durante a Copa. O interesse ainda está relacionado com o fato de que Ricardo Teixeira se mudou para os Estados Unidos em 2012 e diante da constatação de que uma série de empresas patrocinadoras do Mundial tem suas sedes em cidades norte-americanas.

VOTOS - A reportagem apurou que o nome de Ricardo Teixeira também faz parte dos documentos que a Fifa entregou para o Ministério Público da Suíça em novembro, relativos à suspeitas de compra de votos para as Copas de 2018 e 2022. Teixeira não cooperou com a investigação interna da Fifa. Mas ainda assim o autor do informe interno, Michael Garcia, fez um levantamento que aponta indícios de irregularidades envolvendo o Brasil.

A Fifa optou por abafar o caso. Mas o processo agora está nas mãos da Justiça suíça, que nos últimos dias tem interrogado uma série de dirigentes e testemunhas.

O filho do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, é desde o final do ano passado funcionário da CBF. Sebastien Valcke foi contratado pelo presidente José Maria Marin para ser diretor internacional da área de marketing da entidade. A contratação teve aval do atual mandatário, Marco Polo Del Nero. Sebastien mora no Rio de Janeiro desde antes da Copa do Mundo de 2014.

A contratação atendeu a pedido de Valcke, embora o secretário-geral da Fifa, segundo homem na hierarquia da entidade, viva dizendo que ele caminha com suas próprias pernas. Sebastien é encarregado de fazer todo o trabalho envolvendo o marketing de amistosos da CBF, cuja promoção e organização esta a cargo da Fifa.

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A contratação do filho de Valcke foi confirmada por dois funcionários ligados à Fifa e um ex-funcionário da CBF. O diretor de marketing da entidade, Gilberto Ratto, foi procurado pela reportagem, mas não atendeu à reportagem.

Em 2014, Sebastien trabalhou na Copa do Mundo realizada no Brasil como vice-coordenador geral para os jogos realizados no Maracanã. Ele tem uma empresa de marketing registrada na Itália e, durante a Copa, morava em um apartamento pertencente ao ex-jogador Ronaldo, alugada pelo pai por R$ 50 mil mensais.

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