Tópicos | João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho

O superintendente da Polícia Federal (PF) em Pernambuco, Marcello Diniz, acredita que a concessão de habeas corpus aos detidos pela Operação Turbulência pode prejudicar as investigações. Dos quatro presos – João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira e Arthur Roberto Lapa Rosal – apenas a defesa de Apolo fez a solicitação de soltura ao Tribunal Regional Federal da 5ª região. 

“[O habeas corpus] Prejudica e não é pouco. Mas a gente não sabe ainda quais são os fundamentos desse habeas corpus”, disse, pontuando a necessidade de observar os prazos estabelecidos pela legislação para prisão preventiva. “Isso é o mais urgente e que a gente tem que analisar as consequências do deferimento ou mesmo do não deferimento dele”, acrescentou.

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Segundo Marcello Diniz, os depoimentos já coletados contribuíram para encaixar algumas “peças do esquema”. Ele não descartou uma nova fase da Turbulência. “Há uma possibilidade”, cravou. “A operação turbulência vai continuar. Não vai encerrar de uma hora para outra”, acrescentou o superintendente.

Os empresários foram presos na última terça-feira (21) e estão no Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima. A Operação Turbulência investiga um esquema especializado em lavagem de dinheiro com a utilização de empresas fantasmas e “laranjas”. 

As verbas desviadas eram, de acordo com a PF, utilizadas para bancar campanhas eleitorais de políticos pernambucanos. Há indícios, inclusive, de que o avião utilizado pelo ex-governador Eduardo Campos em agosto de 2014, quando morreu após um acidente aéreo, teria sido comprado por uma dessas empresas.

Apolo Santana é apontado pela PF como um dos líderes do esquema e Arthur Rosal que seria responsável por receber valores em sua conta pessoal. Outra peça importante para o caso era o empresário Paulo César Morato, encontrado morto na última quarta (22). Ele era considerado o “testa de ferro” da organização. As investigações sobre a morte dele têm gerado polêmicas na Polícia Civil em Pernambuco.

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Envolvidos na Operação Turbulência, deflagrada nesta terça-feira (21) pela Polícia Federal (PF), os empresários João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho e Paulo Cesar de Barros Morato são apontados de ser sócios da empresa Câmara & Vasconcelos, citada pelo doleiro Alberto Youssef durante delação premiada à Lava Jato. De acordo com o doleiro, a Câmara recebeu dinheiro do esquema de corrupção orquestrado por ele a partir dos contratos da Petrobras. 

A empresa é uma das que transferiram recursos para a compra da aeronave Cessna Citation PR-AFA, que transportava o ex-governador de Pernambuco e então candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB), em agosto de 2014, quando um acidente fatal matou ele e outras seis pessoas.

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De acordo com a delação de Youssef, a Câmara & Vasconcelos recebeu o depósito de R$ 100 mil em propina, em janeiro de 2011, para pagar uma dívida deixada pela campanha do senador Benedito de Lira (PP-AL). 

João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho foi preso no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, enquanto desembarcavam e já está sendo conduzido para a sede da Polícia Federal no Recife. A previsão é de que chegue ainda na manhã desta terça-feira (21). Já Paulo Cesar de Barros Morato permanece foragido. 

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