Tópicos | José Roberto Guimarães

O técnico José Roberto Guimarães mal teve tempo de comemorar a vitória da seleção feminina de vôlei diante do Comitê Olímpico Russo nesta quarta-feira e já está com a cabeça na Coreia do Sul, adversária do Brasil na semifinal dos Jogos de Tóquio-2020. O próximo jogo será nesta sexta-feira, às 9 horas (de Brasília).

"A Coreia é uma pedra no nosso sapato. Se não jogar bem, complica", explica o treinador. A estreia do Brasil na primeira fase foi justamente contra a Coreia do Sul e a seleção venceu sem grandes dificuldades por 3 sets a 0. Agora, na briga por uma vaga na final, Zé Roberto projeta um jogo diferente.

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"Nas quartas de final, a Coreia enfrentou a Turquia e 90% das pessoas apostavam na Turquia. Mas a Coreia foi lá, ganhou e passou. Na nossa estreia, eu estava preocupado porque não tínhamos muitas informações sobre o time coreano. Nós havíamos perdido para elas na Copa do Mundo por 3 a 1. Para a semifinal, temos de ter o mesmo comportamento que tivemos contra a equipe russa. Se jogar abaixo, vamos ter problema", avisa o treinador.

Diante do Comitê Olímpico Russo, o Brasil começou perdendo o primeiro set, mas depois virou a partida e acabou vencendo por 3 a 1. Foi uma vitória com a marca da superação da equipe, que não chegou a Tóquio como uma das favoritas, mas agora está na disputa direta por um lugar no pódio. Se perder da Coreia do Sul, ainda terá pela frente a partida valendo o bronze.

"Esse time tem força, não vai entregar fácil. É um time que luta e que faz do Brasil uma equipe competitiva. O pessoal sabe que se deixar o Brasil crescer, vai ter trabalho. Se a gente encontrar um pouco de força, vamos brigar. Tomara que tudo caminhe como está caminhando", disse Zé Roberto.

Gabi segue a linha do treinador e destaca ainda a força do conjunto da equipe. "Está muito nítido para o mundo inteiro que o que tem feito a diferença para o Brasil é o time e acreditar o tempo inteiro. Começamos a partida perdendo de 1 a 0, quase perdemos o segundo set e sempre acreditamos uma na outra. Sabíamos que não éramos as grandes favoritas, mas que juntas podíamos fazer coisas incríveis. E é o que estamos fazendo", disse.

A oposta Rosamaria ilustra bem essa situação. Ela começou no banco contra o Comitê Russo, mas quando entrou em quadra no segundo set foi fundamental para a virada do Brasil. E alerta que não há favoritismo na semifinal. "É um novo campeonato. A gente não pode se basear no que aconteceu no primeiro jogo. A Coreia do Sul melhorou muito e cresceu. Também temos pontos a melhorar."

Responsável por levar as seleções brasileiras de vôlei a três títulos olímpicos, o técnico José Roberto Guimarães revelou que Tóquio-2020 será a sua última Olimpíada da carreira. Assim, ele deve deixar o comando da seleção feminina, onde atua há 16 anos, logo após a disputa do grande evento, em julho do próximo ano.

"Com certeza [será a última Olimpíada]", disse Zé Roberto ao responder pergunta do apresentador Galvão Bueno durante o programa Bem Amigos, do Sportv. "Já estou há 16 anos na seleção feminina. É hora de outro técnico tocar esse trabalho".

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O treinador concedeu a entrevista de Lima, onde foi liderar o time feminino de vôlei nesta semana, nos Jogos Pan-Americanos, no Peru. "Meu sonho de criança era vestir a camisa o meu país, representar numa competição importante. Não posso deixar de estar aqui. Meu último Pan como treinador, tenho que aproveitar os momentos que restam."

Em Lima, Zé Roberto vai contar com uma equipe mista na seleção, que estreará nesta quarta-feira contra Porto Rico. O time masculino, por outro lado, contou com uma equipe B. Nem o técnico Renan Dal Zotto comandou o time, a cargo do auxiliar Marcelo Fronchowiak.

"É um orgulho para mim [estar aqui], jamais poderia imaginar isso nos meus melhores sonhos. Não meço esforços para representar meu país. Vai ser difícil, sufoco de novo, mas vale a pena", comentou Zé Roberto.

Questionado sobre o futuro, ele disse acreditar que a seleção manterá um alto nível mesmo depois de sua saída. "Estamos investindo bem na nossa base, temos uma geração vindo aí para 2024 e 2028 muito boa, no mínimo 10 ou 12 garotas com 1,90 m ou mais. Nunca tivemos uma geração dessa estatura e com qualidade."

Zé Roberto foi responsável por três ouros do Brasil no vôlei em Olimpíadas. Em Barcelona-1992, comandou o time masculino. E, em Pequim-2008 e Londres-2012, conduziu a equipe feminina ao bicampeonato olímpico.

De olho no futuro, o treinador elegeu Paulo Coco, atual treinador do Praia Clube, como seu futuro sucessor na seleção feminina. "Gostaria que o Paulinho assumisse. Ele abe muito de voleibol, mas cabe a Confederação [Brasileira de Vôlei] definir o novo técnico."

A seleção brasileira de vôlei feminino sofreu, mas venceu a República Dominicana por 3 sets a 2, em Uberlândia (MG), e garantiu a classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Com o resultado, o time verde e amarelo terminou o Pré-Olímpico com três vitórias. O jogo deste sábado (3) foi mais difícil que o esperado. Depois de abrir 2 a 0, o Brasil permitiu a reação das dominicanas e precisou do tie-break para ganhar com as parciais de 25/22, 25/19, 23/25, 18/25 e 15/10.

Após a partida, o treinador José Roberto Guimarães fez uma análise e ressaltou a importância da classificação para Tóquio. "Ainda não tínhamos conseguido jogar com Natália, Gabi e Tandara juntas. Hoje (sábado) isso foi possível", destacou.

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"Avisei a Tandara que no quinto set ela faria a inversão. Tivemos sorte que abrimos dois pontos quando estava 6/6 e a inversão funcionou com a Tandara e a Roberta. A Natália, mesmo se recuperando da lesão na panturrilha, ajudou muito. Sabíamos das dificuldade e foi duro como pensávamos", ponderou o treinador brasileiro, que destacou seu colega do banco adversário.

"O Marquinhos (Marcos Kwiek, treinador brasileiro) está fazendo um grande trabalho na República Dominicana e eles foram grandes oponentes. O importante foi termos conseguido essa classificação. Foi o campeonato mais importante do ano", completou Zé Roberto.

A oposta Lorenne teve grande atuação e foi a maior pontuadora do confronto, com 22 pontos. "Estava muito ansiosa para essa partida. Tínhamos perdido a última vez que jogamos contra a República Dominicana e enfrentei muito essas jogadoras nas categorias de base", comentou a jogadora.

"Estou muito feliz com essa vitória. É uma realização grande estar dentro de quadra ajudando esse time. Quero agradecer a confiança do grupo e principalmente da Gabi que está sempre do meu lado. Jogamos como um grupo e esse é o diferencial do Brasil. Agora é treinar para crescer cada dia mais como equipe", comemorou Lorenne.

Citadas por Zé Roberto, a ponteira Gabi e a atacante Tandara também se destacaram, com 18 e 13 pontos, respectivamente. Pelo lado da República Dominicana, a oposta Martinez foi a maior pontuadora, com 20 acertos.

A ponteira Natália, que entrou durante a partida e teve participação fundamental no quinto set, destacou a superação do grupo brasileiro. "Sofremos um pouco com lesões e ainda não tínhamos conseguido colocar em quadra eu, a Tandara e a Gabi. Hoje (domingo), numa parte do jogo, isso foi possível. Estou me recuperando da lesão e fiquei feliz de ter ajudado o grupo. Nosso time sempre foi um conjunto e nesse Pré-Olímpico as 14 jogadoras foram fundamentais. O grupo está de parabéns", disse a brasileira.

Nesta temporada, o Brasil já conquistou a medalha de prata na Liga das Nações. A fase final da competição foi disputada em Nanquim, na China. Na ocasião, três brasileiras entraram na seleção do torneio. A levantadora Macris, a ponteira Gabi e a central Bia foram eleitas as melhores das suas posições.

A seleção brasileira feminina de vôlei se apresentou nesta segunda-feira no Centro de Desenvolvimento do Voleibol (CDV), em Saquarema (RJ) e já foram apresentados cinco pedidos de dispensa. 



Antes mesmo da convocação, as centrais Adenzia (Scandicci-ITA) e Thaisa (Hinode Barueri) já haviam comunicado o desinteresse em defender a seleção. Após o anúncio da lista de convocadas, a levantadora Dani Lins (Hinode Barueri) e também as líberos Camila Brait (Osasco-Audax) e Tássia Silva (Sesi Vôlei Bauru) pediram dispensa.

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A levantadora Dani Lins pediu dispensa da Seleção - Foto: Wikimedia

Para o início dos treinos que visam a disputa da Liga das Nações, do Campeonato Sul-Americano, do Pré-Olímpico e da Copa do Mundo, foram convocadas as levantadoras Roberta Ratzke (Sesc RJ) e Juma Silva (Hinode Barueri); a oposta Tandara Caixeta (Guangdong Evergrande); as ponteiras Amanda (Hinode Barueri), Drussyla Costa (Sesc RJ) e Gabi Cândido (Sesi Vôlei Bauru); as centrais Bia (Sesc RJ), Milka Medeiros (Hinode Barueri) e Lara Nobre (Fluminense); Natinha (Hinode Barueri) e, além de outras três jogadoras convidadas para participar das atividades preparatórias: a oposta Lorenne (Osasco-Audax) e as ponteiras Tainara Santos (Hinode Barueri) e Julia Bergmann (sem clube).

Além das jogadoras convocadas, a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) apresentou também os profissionais que formarão a comissão técnica, que tem o comando do técnico tri-campeão olímpico José Roberto Guimarães: o supervisor Bernardo Villano, os preparadores físicos José Elias Proença e Caíque Botelho, o assistente Wagner Coppini (Wagão), o médico Júlio Nardelli, o fisioterapeuta Fernando Fernandes, o estatístico Luciano Tavares, os auxiliares de quadra Fabiano Marques e Alexandre Gomes, o médico fisiologista João Olyntho Neto e o nutrólogo Philippe Queiroz.

O primeiro desafio da seleção bi-campeã olímpica é a Liga das Nações, competição que substitui o Grand Prix da modalidade e que começa no dia 21 de maio. A equipe também tem pela frente o campeonato Sul Americano das seleções, o torneio pré-olímpico e a Copa do Mundo de Vôlei. 

A ponteira Fernanda Garay realizou nesta terça-feira (31) seu primeiro treino com a seleção brasileira feminina de vôlei, em Saquarema, no Rio. Na sequência, ela concedeu entrevista coletiva e comemorou o retorno ao time após dois anos de ausência.

"Precisava descansar e ficar um tempo mais dedicado à minha família. Tive uma conversa muito boa com o Zé Roberto e isso foi muito positivo para minha volta. Pelo meu histórico e por toda a confiança que a comissão técnica me passou, me senti motivada a voltar e brigar para estar bem no Mundial", explicou a atacante.

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A última partida da atacante pela seleção brasileira foi nos Jogos do Rio, em 2016. Quatro anos antes, ela havia conquistado o ouro olímpico em Londres. Agora, Garay está de volta para participar do Mundial, que será disputado de 29 de setembro a 20 de outubro no Japão.

"Posso contribuir com minha bagagem, experiência e energia. Meu coração acelerou quando apareceu a oportunidade de jogar de novo na seleção. Essa vontade é ainda maior pelo desejo de disputar o Mundial. É um título que ainda não conseguimos e queremos bastante", disse Garay.

O treinador José Roberto Guimarães mostrou muita otimismo com o retorno da ponteira.

"Conversamos muitas vezes e sempre pedi que ela mantivesse um pé dentro da seleção brasileira, que não desse adeus definitivo. Tomei coragem, liguei e falei que o time precisava dela", explicou.

Garay, que recentemente trocou o vôlei da China pelo Praia Clube, se juntou a um grupo de 15 atletas que vem treinando no Centro de Desenvolvimento de Voleibol, em Saquarema. Lá, já trabalham as levantadoras Dani Lins e Roberta, a oposta Tandara; as centrais Adenízia, Carol, Bia e Thaisa; as ponteiras Gabi, Natália, Amanda, Drussyla, Rosamaria e Fernanda Tomé e as líberos Gabiru e Suelen.

Na preparação para o Mundial, a seleção fará quatro amistosos contra os Estados Unidos no próximo mês. Os duelos vão ser nos dias 12, em Brasília, 14 e 16, ambos em Uberaba, e 18, no Rio. Na sequência, a equipe disputará, na Suíça, o Montreux Volley Masters, entre 4 e 9 de setembro.

A Superliga Feminina de Vôlei está em sua reta final e o técnico José Roberto Guimarães já começa a pensar na temporada da seleção brasileira. O principal foco é o Mundial, que será disputado em setembro no Japão e é um título que falta para a equipe feminina do País. "Pressão a gente tem em qualquer campeonato. No Mundial o Brasil bateu três vezes na trave. Chegar na final não é mole, não é para qualquer time", disse.

A seleção feminina foi três vezes vice-campeã mundial - em 1994, 2006 e 2010. Na última edição, em 2014, ficou com o bronze. Zé Roberto sabe da importância da competição, mas antes vai disputar a Liga das Nações, que tomou o lugar do Grand Prix e servirá como aquecimento para o principal evento do calendário.

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"Minha convocação deve ser feita um mês antes do início da Liga das Nações. Deve sair por volta de 15 ou 16 de abril. Estamos trocando lista e conversando a respeito. Ainda tem análise dos jogos, pois uma coisa é a primeira fase da Superliga, outra é a fase final. Agora podemos ver melhor como as jogadoras vão se comportar principalmente em momento de crise, de dificuldade", explicou.

Uma das atletas que ele espera contar é com a central Thaisa, que se recuperou de uma grave lesão no joelho atuando pelo Hinode Barueri-SP, também comandado por Zé Roberto Guimarães. "Ela treinava saltos só três vezes por semana e a gente tinha de dosar o treinamento. Acredito que estamos conseguindo recuperá-la e o mais importante é a longevidade dela na seleção", comentou.

Quem foi bastante observada pelo comandante foi a oposta Tifanny Abreu, que atuou no Vôlei Bauru-SP. Primeira atleta trans da Superliga, ela foi uma excelente pontuadora e está sendo monitorada pela comissão técnica para uma possível convocação. Bia, do Vôlei Nestlé-SP, também chamou atenção pelo ótimo desempenho no time de Osasco (SP) nesta Superliga.

Enquanto pensa na seleção, Zé Roberto Guimarães ainda digere a eliminação do Hinode Barueri no torneio nacional, quando caiu nas quartas de final. "Fiquei triste, mas, se tivéssemos um tempinho a mais, poderíamos ter ido mais longe. A gente conseguiu montar um bom time, mas o tempo correu contra. Trocamos o pneu com o carro andando", comentou.

O técnico José Roberto Guimarães está promovendo a renovação na seleção brasileira feminina de vôlei, que iniciou a temporada com o título no Grand Prix e parte agora para o Campeonato Sul-Americano para carimbar sua vaga no Mundial do próximo ano, no Japão. Nesta entrevista ao Estado, ele fala sobre as mudanças na equipe, sobre o seu projeto em Barueri (SP) e deixa as portas abertas para o retorno de algumas bicampeãs olímpicas.

O que representa esse título do Grand Prix?

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Já ganhei nove vezes, mas acho que o fato de ser a última edição torna a conquista especial porque a partir do próximo ano se chamará Liga Mundial feminina. A segunda coisa é que é o início de um novo ciclo, com uma nova geração, como foi em 2005, com o aparecimento de jogadoras mais jovens, não tanto conhecidas. Então o título é importante porque existe uma cobrança em função da história que o outro time construiu. Vencemos quando ninguém acreditava na gente. Foram circunstâncias importantes, pois por duas vezes quase fomos eliminados da competição. Em Cuiabá, precisávamos ganhar os três jogos e fizemos. Depois, perdemos para a China, ganhamos da Holanda por 3 sets a 2 e dependíamos da vitória da China para avançar. A Holanda teve seis chances de matar o jogo, mas não conseguiu. Isso criou no grupo uma energia muito forte. Quando você vê a morte de perto, a possibilidade de ser eliminado, isso te dá uma força muito grande. A gente queria mais uma chance, e ela nos foi dado. Então nos apegamos a essa possibilidade com todas as forças. Enfrentamos a Sérvia, que era favorita, na semifinal, e sabia que a gente tinha condição de brigar se atuássemos bem taticamente. E foi o que fizemos. Ganhamos por 3 sets a 1 e depois fizemos a final com a Itália, que era outro time que não tinha tanta credibilidade internacionalmente falando. O favorito era a China, que acabou sucumbindo.

Como tem sido essa renovação da seleção feminina?

Ela vem sendo pensada há algum tempo. Em 2015, a gente dividiu um grupo para o Pan e outro para o Grand Prix. Quando montei o time de Campinas da Amil, tínhamos Natália, Tandara, Suelen e Rosamaria, que hoje estão na seleção. Então alguma coisa já estava acontecendo. Essa renovação não foi feita forçosamente, vem sendo feita adequadamente ao longo dos anos.

Dessa nova geração, quem o torcedor deve se acostumar a ver com frequência?

Citar nome de jogadora é sempre complicado. Esse time do Brasil é de operárias, eu gosto desse termo. Isso quer dizer que é um time trabalhador, que vai ganhar como equipe. Não temos uma jogadora como Boskovic ou Mihajlovic da Sérvia, ou a Egonu da Itália, ou até a Zhu da China, que quando o jogo aperta são elas que vão receber as bolas. Nosso time vai ter de jogar muito junto, se ajudar, terá de ser versátil para que a gente consiga um bom resultado. Nosso time não é alto, então precisa ser mais habilidoso e mais regular do que é hoje. A gente sofreu no Grand Prix, com muitas oscilações, a gente ainda tem de melhorar muito.

Qual o legado que você viu dos Jogos do Rio-2016?

De uma certa forma, a Olimpíada ajudou porque vimos os melhores atletas do mundo aqui. O legado da estrutura é uma coisa que a cidade do Rio tem de pensar. Mas eu acho que muitos jovens, crianças, despertaram com o advento olímpico acontecendo no Brasil. O problema que vejo agora é a situação econômica que a gente se encontra de não investimento. Todos os outros países que receberam a Olimpíada em casa tiveram um investimento depois. Nós estamos na contramão. Tivemos cortes de verbas nas confederações e vamos pagar um preço por isso.

Você pretende contar com quais campeãs olímpicas para Tóquio-2020?

Todas elas têm ainda condições de jogar. No esporte mundial temos muitos casos de atletas mais longevos. O Zé Roberto, do Palmeiras, o Federer, que com 36 anos está quase voltando a ser número um do mundo, e tem vários outros casos. Isso está fazendo parte do contexto. Os atletas se cuidam mais, tem novas alternativas. Eu acho que elas têm condições de jogar, mas estão servindo à seleção há muitos anos e já manifestaram o interesse em não continuar. Foram os casos da Sheila, da Fabiana. A Jaque e a Garay ainda não se manifestaram. O mais importante para a seleção é ter uma gama maior de jogadoras disputando as posições. O fato de terem ganho a Olimpíada é muito importante, porém existe uma geração que está nascendo e que também vai brigar pelo seu lugar.

Como projeta sua carreira daqui para frente? Já pensou no momento de parar?

Minha família trabalha comigo, me ajuda nos projetos e gosta que eu esteja em atividade. Eu posso colaborar com o vôlei na base também. Meu sonho é transformar Barueri numa cidade referência nacional para o vôlei. Se alguém não fizer, isso morre.

O Bernardinho abriu mão da seleção para se dedicar a apenas um projeto e você fez o inverso, continua na seleção e está em clube também. Como tem sido isso?

De boca, meu contrato com a seleção vai até Tóquio. Por enquanto tem dado certo e estou conseguindo conciliar. Como os calendários de seleção e clube não batem, a não ser no Campeonato Paulista, então é mais tranquilo para poder conduzir esses dois processos. Acho importante porque conseguimos reconstruir a base em Barueri. A cidade sempre foi um polo importante como celeiro de atletas. Em 2016, a prefeitura decidiu acabar com o esporte de competição e logicamente as categorias de base foram extintas. Aí, coordenando as categorias de base da seleção, pude perceber que muitas jogadoras que hoje estão na base da seleção eram do projeto de Barueri. Vi que tínhamos de resgatar isso, existe um material humano importante na cidade e nos municípios vizinhos. Na peneira apareceram 463 meninas, das quais ficamos com 60 para o trabalho. Estamos jogando e disputando em todas as categorias.

Como você viabilizou o projeto do Hinode Barueri?

A criação do time da cidade era um sonho antigo meu. Entramos na Taça de Prata, depois Série B e agora estamos na Superliga. É um projeto muito importante para a continuidade do vôlei no Brasil, não vejo só como um projeto da cidade de Barueri. Acho que uma regra que poderíamos pensar em colocar na Superliga é que os times que participam teriam de obrigatoriamente ter categoria de base. É uma maneira de fomentar e investir na juventude para ter jogadoras que possam servir à seleção no futuro.

Você colocou dinheiro do bolso?

Sim. Somos um time intermediário e nosso objetivo é tentar ficar entre os quatro mais bem colocados, até porque será nosso primeiro ano na Superliga. Isso seria um feito fantástico. Mas ainda precisamos de um copatrocinador para dar sequência ao projeto que pretendemos no futuro. Um time que disputa um título de Superliga deve investir em torno de R$ 6 milhões ou R$ 7 milhões. O nosso orçamento é abaixo disso.

Na terça-feira vocês iniciam a disputa do Sul-Americano, que vale vaga no Mundial. Será outro bom teste para essa seleção?

Eu estou muito preocupado. O Brasil tem a hegemonia no campeonato há alguns anos, mas a América do Sul toda tem o Brasil como referência e todo mundo quer ganhar da gente. A Argentina, Peru, Colômbia, todas melhoraram. É só uma vaga e não fico tranquilo de maneira nenhuma. Vamos ter problemas e precisamos jogar bem para classificar.

A seleção brasileira feminina de vôlei garantiu neste sábado vaga na decisão do Grand Prix em Nanquim, na China. A vitória por 3 sets a 1 sobre a Sérvia, de virada, com parciais de 20/25, 25/23, 25/14 e 25/23, deu a classificação a uma equipe jovem que oscilou demais ao longo da competição, mas soube crescer no momento decisivo.

"O trabalho em equipe é o que importa. Estou orgulhoso da minha equipe, que jogou bem no saque, no bloqueio e na defesa. O Brasil sofreu demais, por isso, também aprendeu demais. É bom competir contra as melhores equipes do mundo", considerou o técnico da seleção, José Roberto Guimarães.

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Sem diversas das jogadoras que fizeram do Brasil uma das melhores equipes do mundo nos últimos anos, a seleção apresentou muitas falhas ao longo do Grand Prix e perdeu quatro das 12 partidas disputadas na competição. Capitã da equipe, Natália exaltou o crescimento nesta semifinal e fez elogios em especial a duas companheiras.

"A partida de hoje contra a Sérvia foi uma das melhores que jogamos no Grand Prix. Nós não cometemos muitos erros. Todo mundo seguiu no mesmo padrão, que nos ajudou a vencer esta partida, especialmente a Tandara e a Adenizia, que contribuíram muito com boa recepção. Jogamos como um time", elogiou.

Na decisão de domingo, às 9 horas (de Brasília), o Brasil pegará outra equipe bastante renovada. A seleção terá pela frente a Itália, que surpreendeu a campeã olímpica China na casa das adversárias ao vencer por 3 a 1, também de virada, com parciais de 18/25, 25/23, 25/22 e 27/25.

Após ver a seleção brasileira feminina de vôlei vencer a Sérvia por 3 sets a 0, com parciais de 26/24, 25/17 e 25/22, nesta sexta-feira, em Sendai, no Japão, na abertura da segunda semana de disputas do Grand Prix, o técnico José Roberto Guimarães exaltou a postura exibida pelo time nacional em quadra e a evolução do bloqueio da equipe, que não conseguiu ser eficiente neste fundamento na apertada vitória por 3 sets a 2 sobre a Turquia, no domingo passado, em Ancara (TUR), em seu compromisso anterior na competição.

"O mais importante dessa partida foi o comportamento e a atitude da nossa equipe. Diferente da partida passada, quando fizemos poucos pontos de bloqueio, hoje alcançamos 15 pontos desse fundamento", ressaltou o comandante, em declarações reproduzidas pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV).

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O treinador também apontou que houve melhora da equipe brasileira em outros fundamentos, assim como ele deixou claro que viu as suas comandadas exibirem muito mais raça do que mostraram no triunfo diante das turcas. "A defesa e o passe foram mais efetivos e consequentemente nosso ataque melhorou. A vontade de acertar e de querer fazer um bom jogo foi determinante", completou.

Maior pontuadora do confronto diante das sérvias, com 16 acertos, a ponteira e capitã Natália seguiu a mesma linha de discurso de Zé Roberto ao comentar a vitória brasileira. "Jogamos mais concentradas e nos preparamos mais para esse jogo. Um fundamento que melhoramos em relação a outra partida foi o bloqueio. Quando passamos a bloquear o jogo ficou diferente. A nossa atitude foi outra e entramos em quadra mais agressivas e isso foi fundamental para ganharmos esse jogo por 3 sets a 0", analisou a jogadora.

Já a central Adenízia, autora de sete pontos de bloqueio na vitória sobre a Sérvia, enfatizou que foi importante dar o troco no adversário após a derrota, também por 3 sets a 0, que o time nacional sofreu anteriormente neste Grand Prix.

"Foi uma partida muito importante para nosso grupo. Ficamos chateadas depois da derrota por 3 sets a 0 na semana passada para a Sérvia e queríamos muito ter uma atuação melhor como a de hoje. Mostramos o potencial desse time. Jogamos como um grupo e isso foi determinante para o resultado final", ressaltou.

Após o triunfo sobre a Sérvia, o Brasil voltará a jogar neste sábado, às 5h10 (de Brasília), contra a Tailândia, novamente no Japão, em outro duelo válido por esta fase de classificação, que irá até o próximo dia 23. Atual campeã do torneio e na busca pelo seu 12º título da competição, a seleção brasileira também terá pela frente o anfitrião Japão à 1h15 (de Brasília) no domingo, antes de retornar ao País para atuar na próxima semana em Cuiabá contra Bélgica, Holanda e Estados Unidos.

Ainda mostrando claro desentrosamento e falta de ritmo de jogo, a seleção brasileira feminina de vôlei fez sua estreia na temporada de 2017. Nesta terça-feira (30), em um amistoso realizado na Arena Amadeu Teixeira, em Manaus, o Brasil derrotou a República Dominicana por 3 sets a 1 - com parciais de 21/25, 25/20, 25/10 e 25/21, em pouco menos de duas horas.

Com uma arena parcialmente lotada e um time com diversas caras novas, a equipe comandada pelo técnico José Roberto Guimarães chegou a sair atrás no placar, mas ganhou três sets seguidos e venceu com destaques para a ponteira Drussyla, a oposta Tandara e a central Adenizia.

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O jogo valeu como preparação para os quatro compromissos das brasileiras neste ano: Montreux Volley Masters (na Suíça), Grand Prix, Sul-Americano e Copa dos Campeões. Como parte de uma série de jogos pela região Norte do Brasil, as duas seleções voltarão a se enfrentar nesta quinta-feira, novamente às 21h30 (de Brasília), na Arena Guilherme Paraense, em Belém.

A seleção, que embarcou para Manaus e Belém, é formada pelas levantadoras Roberta e Naiane; pelas opostas Tandara, Edinara e Fernanda Tomé; pelas centrais Adenízia, Carol, Mara e Bia; pelas ponteiras Natália, Rosamaria, Drussyla e Amanda; e pelas líberos Léia e Suelen.

O amistoso desta terça-feira contra a República Dominicana teve um atrativo especial. A ponteira Natália disputou a sua primeira partida como capitã da seleção brasileira. Depois dos dois amistosos contra a República Dominicana, a seleção brasileira embarcará para a Suíça, onde disputará o torneio Montreux Volley Masters entre os dias 6 a 11 de junho.

Trinta e sete dias depois que a seleção brasileira de vôlei feminino foi surpreendentemente eliminada da Olimpíada do Rio, ao perder da China nas quartas de final da competição, o técnico José Roberto Guimarães anunciou nesta sexta-feira (23) que vai permanecer no comando da equipe nacional até a próxima Olimpíada, que será realizada na cidade de Tóquio em 2020.

"Eu ainda não me via fora da Confederação (Brasileira de Vôlei), fora do voleibol brasileiro", disse o técnico, que está à frente da seleção feminina desde 2003. De lá para cá, ele se consagrou com a conquista de dois ouros olímpicos, obtidos nos Jogos de Pequim-2008 e Londres-2012, mas acabou vendo a equipe nacional fracassar na Olimpíada disputada em casa.

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E foi justamente a dura eliminação que motivou Zé Roberto a seguir no cargo, pois se deixasse a seleção agora sairia de cena deixando como última impressão a inesperada derrota em casa. "Foi amargo pensar em como a gente perdeu (no Rio-2016). Deu um sentimento de não ter cumprido a missão. Depois de 2008 e 2012 me senti com a missão cumprida. Agora não me sinto. Sinto que tenho coisas a fazer, e o Brasil precisa continuar entre os melhores", completou o comandante, em entrevista coletiva, na qual também enfatizou a importância de seguir trabalhando com a base da seleção nacional, que ele também vinha coordenando.

Depois de uma primeira fase na qual teve 100% de aproveitamento, o Brasil acabou batido pela China por 3 sets a 2 nas quartas de final da Olimpíada. Apesar de depois terem ficado com o título olímpico, as chinesas terminaram o estágio inicial da competição apenas na quarta posição de seu grupo. As brasileiras, porém, relaxaram após arrasarem no primeiro set no confronto e foram surpreendidas pelas asiáticas.

BERNARDINHO - Na seleção masculina, a Confederação Brasileira de Vôlei aguarda a resposta do técnico Bernardinho ao convite para continuar comandando o Brasil, que se consagrou tricampeão olímpico nos Jogos do Rio.

Ele ainda não se manifestou, mas a expectativa da CBV é a de que ele também permaneça no cargo, embora já tenha conquistado todos os títulos possíveis como técnico do time nacional, levado por ele a incríveis quatro finais olímpicas seguidas - além do ouro obtido no Rio, o comandante também foi ao topo do pódio em Atenas-2004 e ficou com a prata em Pequim-2008 e Londres-2012.

Também nesta sexta-feira, a CBV anunciou que Radamés Lattari, técnico da seleção masculina do Brasil nos Jogos de Sydney-2000, assumirá o cargo de diretor de vôlei de quadra da entidade. Antes, ele vinha atuando como diretor de competições, enquanto o ex-atacante Renan Dal Zotto ocupava o posto agora assumido por Lattari. Renan, por sua vez, está deixando de trabalhar para a CBV por razões pessoais.

Campeã olímpica com a seleção feminina em Londres, a jogadora de vôlei Tandara corre contra o tempo para voltar às quadras depois da gravidez. Ela já perdeu todos os 16 quilos que ganhou na gestação de Maria Clara, que nasceu no último dia 13. "Estou muito feliz, acho que as coisas estão indo como eu planejava", afirmou a atleta, que atualmente está sem clube. "Só apareceram especulações, agora vou ouvir as propostas de cada time e espero que se resolva o mais rápido possível".

A jogadora sabe que muitos clubes preferiram esperar a sua recuperação para saber quando que ela terá condições de jogo antes de assinar qualquer contrato. Mas, ao que tudo indica, Tandara já está na mesma forma de quando engravidou, mas pretende melhorar ainda mais. "Esse é meu objetivo. Eu já estava um pouco acima do peso normal quando engravidei, mas meu projeto é ter muito menos, quero perder ainda uns 10 quilos para ficar em forma. Acho que estou tendo uma oportunidade de cuidar melhor da minha alimentação".

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A gravidez inesperada deixou Tandara cheia de dúvidas, até porque veio em um momento que ela era presença certa na seleção brasileira e estava muito cotada para disputar os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio. "Foi bem difícil no início, fiquei desesperada, mas depois tive suporte da minha família e do Cleber. Continuei treinando, não deixei de fazer nada e cumpri meu contrato", explicou. O maior medo era perder a vaga na equipe, mas aos poucos ela foi percebendo que tinha tempo de se recuperar.

Ela sabe que tem o apoio do técnico José Roberto Guimarães, que já avisou que conta com a atleta se ela estiver em forma. "No início o desespero maior foi esse, agora sei que não é bem assim. O Zé deixou bem claro que só depende de mim e acredito que vou conseguir", disse Tandara, que manteve contatos com o treinador e com a comissão técnica da seleção durante a gravidez. "Ele sempre perguntava como eu estava e isso foi bom, pois me deu uma segurança e me fez acreditar que eu voltaria".

Sua médica pediu que ela ficasse entre 15 e 20 dias de repouso e em mais duas semanas no máximo Tandara poderá treinar. Ela tem acompanhado suas companheiras de seleção no Campeonato Sul-Americano - o Brasil tem duas vitórias. "Eu estou na torcida. Tenho certeza que elas vão trazer mais um título", explicou.

A atleta está encantada com Maria Clara. "Ela mama bastante e já engordou. Ser mãe é totalmente diferente. Você aprende a reconhecer o choro, vai aprendendo no dia a dia e aproveitando cada momento com ela", concluiu Tandara, que mantém a chama olímpica acesa e espera que sua filha a veja nas quadras cariocas em 2016. "Espero que isso aconteça. É o meu objetivo".

Apenas um dia depois da decepcionante derrota nas semifinais do Mundial da Itália, a seleção brasileira feminina de vôlei voltou à quadra e garantiu a conquista da medalha de bronze neste domingo (12). Diante da Itália, a equipe teve um desempenho bem diferente da derrota para os Estados Unidos e venceu por 3 sets a 2, com parciais de 25/15, 25/13, 22/25, 22/25 e 15/7.

"O time estava com uma autoestima muito baixa ontem, depois da semifinal. Hoje, antes do vídeo, conversamos sobre como era importante essa medalha de bronze. Elas precisavam valorizar essa disputa do terceiro lugar. Recebemos muitas mensagens de apoio do Brasil. As jogadoras mostraram caráter e muita força. Esse resultado coroa todo o trabalho desse grupo", exaltou o técnico José Roberto Guimarães.

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De fato, as brasileiras mostraram postura mais confiante que no dia anterior, quando entraram com o favoritismo mas foram arrasadas pelas norte-americanas. O choro das jogadoras no fim do jogo deixou claro o peso que tiraram das costas com a terceira colocação e o quanto o time valorizou este resultado.

"É difícil falar agora. Passamos por muita dificuldade para estar aqui. Mas agradeço a Deus toda a superação de hoje e por conseguirmos sair com mais uma medalha. Tem muita pressão. Tínhamos que sair com uma vitória. Valorizamos cada passo que damos. Apesar de algumas pessoas não valorizarem essa medalha, valorizamos por tudo que passamos para estar aqui", disse a capitã Fabiana, uma das mais emocionadas após a partida.

O Brasil não poderia ter sorte melhor na definição das chaves da terceira fase do Mundial de Vôlei, que está sendo realizado na Itália. Afinal, a seleção dirigida por José Roberto Guimarães escapou das tradicionais equipes da Rússia e dos Estados Unidos e terá pela frente a China e a República Dominicana. O técnico, porém, adotou discurso cauteloso e destacou ser necessário pensar em um duelo de cada vez.

"Temos que continuar pensando jogo a jogo. Vamos enfrentar, primeiro, a China que joga com muita velocidade e tem feito um excelente campeonato. Daqui para frente, cada partida será uma final", afirmou, ressaltando que um tropeço agora pode significar a eliminação do Brasil no Mundial.

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A China, adversária da próxima quarta-feira em Milão, avançou em segundo lugar no Grupo E, com seis vitórias e uma derrota. Já a República Dominicana rival da sexta-feira, foi a terceira da mesma chave, com cinco triunfos e dois tropeços. "A República Dominicana também fez jogos muito bons e chega motivada para essa fase. Nosso grupo vai continuar trabalhando forte para conseguir os objetivos", finalizou Zé Roberto.

Os dois primeiros colocados da chave se classificam para as semifinais do Mundial, torneio em que o Brasil está invicto, com nove vitórias em nove partidas. Atual bicampeã olímpica, a seleção ainda busca o seu primeiro título da competição. Em 1994, 2006 e 2010, a equipe foi derrotada na decisão e acabou sendo vice-campeã mundial.

A escolha da cidade de Belluno como palco da aclimatação da seleção brasileira feminina de vôlei para o Mundial fez o técnico José Roberto Guimarães recordar o período em que era jogador. Afinal, no final da década de 1970, ele atuou pelo Sai Marcolin Belluno, time da cidade italiana de 210 mil habitantes. E ele recordou com carinho de Belluno.

"Em 1979, tive um convite do Sai Marcolin para jogar na Itália. Eu tinha sido indicado pelo William (ex-levantador que vice-campeão olímpico em Los Angeles/1984), que também estava jogando na Itália. Eu aceitei a proposta e fiquei duas temporadas aqui", contou Zé Roberto.

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O agora treinador revelou, inclusive, que foi na cidade italiana que ele viu pela primeira vez a neve. "Fiz bons amigos em Belluno e foi uma grande experiência profissional e de vida. A cidade tem uma beleza incrível e lembro que, na época, tive contato pela primeira vez com a neve que também foi algo marcante", recordou.

Zé Roberto explicou que a estrutura oferecida por Belluno pesou na escolha da cidade para receber a fase final de preparação do Brasil para o Mundial. "Escolhemos Belluno por ser próxima da nossa sede na primeira fase. Estamos a apenas 1h30 de ônibus de Trieste. A infraestrutura da cidade em termos de ginásio, academia, alimentação e transporte é muito boa. Além disso, ficamos em uma cidade linda, cercada por montanhas e com ar puro", afirmou.

Após comandar os dois primeiros treinamentos na Itália, o treinador destacou que a preocupação inicial está com a adaptação das jogadoras ao fuso horário. "Estamos buscando entrar no fuso horário. O importante é que estou observando um time bastante concentrado nos treinamentos e no Mundial", afirmou.

A estreia do Brasil no Mundial de Vôlei será na próxima terça-feira, às 15 horas (de Brasília) diante da Bulgária. Canadá, Turquia, Camarões e a Sérvia serão os outros adversários na fase de grupos.

Classificada antecipadamente para a fase final do Grand Prix, a seleção brasileira feminina de vôlei entrou em quadra neste sábado (16) com uma equipe quase toda reserva, mas nem por isso teve a sua invencibilidade ameaçada. Em Bangcoc, na Tailândia, o Brasil superou a Republica Dominicana por 3 sets a 0, com parciais de 25/19, 25/11 e 29/27, em 1 hora e 23 minutos, em duelo válido pelo Grupo G do torneio.

Esta foi a oitava vitória da seleção brasileira em oito jogos na competição. Líder disparado da fase de classificação do Grand Prix, o Brasil soma 23 pontos e encerra a sua participação nesta etapa do torneio neste domingo (17), às 6h30 (horário de Brasília), diante da Tailândia. Derrotada, a República Dominicana é a lanterna da fase de classificação, com apenas três pontos e uma vitória em oito partidas.

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Com o Brasil classificado, o técnico José Roberto Guimarães escalou neste sábado uma equipe formada basicamente por reservas. A seleção começou a partida com a levantadora Fabíola, a oposto Tandara, as ponteiras Gabi e Natália e as centrais Carol e Fabiana, além da líbero Camila Brait. Dani Lins e Andréia entraram durante a partida. Gabi foi a maior pontuadora da partida, com 18 acertos, três a mais do que Fabiana.

"Fiquei feliz porque nossa equipe entrou muito bem em quadra. O Zé Roberto nos deu essa oportunidade e conseguimos aproveitar. Sabemos que precisamos de ritmo de jogo e a partida de hoje foi importante para isso. Nossos jogos com a República Dominicana são sempre difíceis. Tivemos dificuldade no terceiro set, mas conseguimos fechar a partida em três sets", disse Gabi.

Zé Roberto explicou a decisão de poupar as principais jogadoras brasileiras e festejou a resposta dada pelas reservas. "Foi um confronto importante para dar ritmo de jogo para todo o grupo. Vamos disputar uma fase final com cinco jogos consecutivos. Por isso, é importante termos todas as atletas nas suas melhores condições. Esse é o nosso objetivo. Ontem, tivemos um confronto muito difícil com os Estados Unidos e o tempo de recuperação para o jogo de hoje foi pequeno. Por isso, a participação das jogadoras que entraram foi muito importante e fiquei feliz com a maneira que jogamos", afirmou.

O JOGO - O Brasil começou melhor a partida deste sábado e foi ao primeiro tempo técnico com uma vantagem de três pontos - 8/5. As dominicanas chegaram a empatar o primeiro set em 10/10, mas logo as brasileiras deslancharam, com bom desempenho no saque e bloqueio, e fizeram 16/11. Assim, sem muita dificuldade, fecharam a parcial em 25/19.

O início do segundo set do Brasil foi arrasador, com a equipe chegando a fazer 13/2. A vantagem foi ampliada para 13 pontos no segundo tempo técnico - 16/3. Depois, as brasileiras só precisaram administrar a situação amplamente favorável para fechar a parcial em 25/11.

O terceiro set foi o mais equilibrado da partida, com a República Dominicana chegando a abrir 7/5. O Brasil conseguiu a virada com o bom desempenho do seu bloqueio e fez 13/12. A partir daí, o ser ficou disputado ponto a ponto. No final, quem se deu melhor foi a seleção brasileira, que fechou a parcial em 29/27 e o jogo em 3 sets a 0 para a assegurar a sua oitava vitória nesta edição do Grand Prix.

A seleção brasileira feminina de vôlei segue imbatível no Grand Prix e neste domingo fez mais uma vítima, os Estados Unidos, ao vencer por 3 sets a 0 em São Paulo, com parciais de 25/20, 25/22 e 29/27. O técnico José Roberto Guimarães saiu de quadra extremamente satisfeito com o resultado e com a atuação de suas comandadas, que, segundo ele, fizeram o adversário errar.

"O Brasil teve uma regularidade maior que o adversário e fizemos com que os Estados Unidos cometessem mais erros. Os dois times são muito equivalentes, apesar do resultado, não podemos dizer qual é melhor. Todos os jogos serão difíceis. Hoje fomos melhores e temos time para jogar de igual para igual contra qualquer equipe do mundo. Isso é muito importante", comentou.

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O resultado deixou o Brasil na liderança isolada da competição, com 18 pontos após seis partidas e apenas um set perdido até o momento. A China, segunda colocada, tem 13. Apesar da grande campanha, o treinador brasileiro fez questão de avisar: "Precisamos de uma vitória para nos classificarmos, não tem nada ganho ainda".

A análise de Zé Roberto sobre o duelo deste domingo foi entoada por suas comandadas. Entre elas, a central Thaísa, grande destaque da vitória. A jogadora terminou como principal pontuadora da partida, ao anotar 12 pontos (nove de ataque, dois de bloqueio e um de saque).

"Nós forçamos os erros das norte-americanas. Algumas vezes, mandávamos a bola para o outro lado para fazermos elas jogarem. No jogo contra os EUA temos que errar pouco. Sabíamos que a partida seria mais propícia para o bloqueio amortecer, diferente de ontem (contra a Rússia) que conseguimos pontuar bastante neste fundamento. Nosso fundo de quadra está de parabéns, algumas bolas que não conseguimos fazer subir nos amistosos, hoje deram certo", disse ela.

A seleção brasileira feminina de vôlei terá neste sábado o primeiro de quatro testes diante dos Estados Unidos para a disputa do Mundial da Itália, que começará em setembro. A equipe do técnico José Roberto Guimarães enfrentará as norte-americanas em Irvine, na Califórnia, em amistoso que servirá como parte da preparação. Para o treinador, enfrentar uma das melhores equipes do mundo será de extrema importância para suas comandadas.

"Esses amistosos servem de preparação para o Mundial. As duas semanas de treinamento nos Estados Unidos serão importantes para melhorar o condicionamento da equipe. Temos que jogar contra as melhores seleções do mundo, como a das americanas. Os Estados Unidos estão em evolução e temos respeito pelo time delas. Serão grandes jogos", declarou.

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A partida colocará frente a frente as finalistas das últimas duas edições dos Jogos Olímpicos, com a seleção brasileira tendo levado a melhor em ambas. No domingo, as duas equipes voltarão a se enfrentar, novamente em Irvine. Os últimos dois amistosos entre Brasil e Estados Unidos acontecerão no Havaí.

Para as norte-americanas, os duelos diante do Brasil também serão importantes. "Têm três fatos importantes sobre esses amistosos. Primeiro, o Brasil venceu os Estados Unidos nas últimas duas finais olímpicas. Segundo, o Brasil será a sede da próxima edição dos Jogos Olímpicos. E terceiro, o Brasil está em primeiro lugar no ranking da Federação Internacional de Voleibol, portanto esses jogos serão épicos", disse o técnico Karch Kiraly.

O técnico José Roberto Guimarães fez a primeira convocação da seleção brasileira feminina de vôlei em 2014 e incluiu Jaqueline na relação, confirmando o que havia adiantado que faria,mesmo que a ponteira esteja sem clube e retornando às atividades após ser mãe.

Jaqueline está afastada das quadras desde a última temporada quando ficou grávida - em dezembro de 2013, nasceu o seu filho, Arthur. Agora, está de volta à seleção brasileira, mesmo que seu futuro esteja indefinido.

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Além dela, Zé Roberto chamou outras sete jogadoras. São elas: a levantadora Ana Tiemi, as opostos Tandara, Andréia Laurence e Monique, as ponteiras Natália e Michelle, e a central Angélica. Todas elas se apresentam em Saquarema (RJ), no Centro de Desenvolvimento de Voleibol, na próxima segunda-feira.

Em Saquarema, as atletas vão iniciar a preparação para os torneios que a seleção brasileira feminina de vôlei disputará em 2014, sendo o principal deles o Mundial, em setembro, na Itália. A primeira dessas competições será o Montreux Volley Masters, de 27 de maio a 1º de junho, na Suíça.

SELEÇÃO MASCULINA - Já o técnico Bernardinho convocou mais cinco jogadores para a seleção brasileira masculina de vôlei, que se juntarão aos 16 que estão treinando em Saquarema sob supervisão do assistente técnico Rubinho. Foram chamados o levantador Bruninho, do italiano Modena, além dos centrais Lucão e Sidão, do oposto Renan e do ponteiro Murilo, todos eles vice-campeões da Superliga Masculina pelo Sesi. Os cinco jogadores vão se apresentar na próxima segunda-feira.

Anteriormente, haviam sido convocados os levantadores Murilo Radke e Fernando, os opostos Leandro Vissotto, Gregore e Rafael, os centrais Gustavão, Matheus, Otávio e Flávio, os ponteiro Lucas Loh, Maurício Borges, Douglas, João Rafael e Rodriguinho, e os líberos Mário Jr. e Felipe.

Em Saquarema, todos eles se prepararam para as competições da equipe em 2014. A primeira delas será a Liga Mundial, que começará em maio. O Brasil está no Grupo A, ao lado de Irã, Polônia e Itália.

Campeão de todas as competições que disputou com a seleção brasileira feminina de vôlei, José Roberto Guimarães foi eleito pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) como o técnico do ano no País nos esportes coletivos. Nas modalidades individuais o melhor, segundo o COB, foi Marcos Goto, treinador de Arthur Zanetti. Os dois já haviam ganhado o prêmio também em 2012.

Sob o comando de Zé Roberto, a seleção brasileira de vôlei venceu cinco competições no ano e só perdeu um jogo. As campeãs olímpicas faturaram os títulos dos torneios amistosos de Montreux e Alassio, o Grand Prix, o Sul-Americano e coroaram a temporada perfeita ganhando também a Copa dos Campeões.

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"Foi uma ano maravilhoso, inesquecível. Para se construir um ano assim, é muito difícil. Tivemos campanhas extremamente importantes. Foi uma grande experiência muito bem aproveitada em todos os torneios. Aprendemos muito. Jogadores ganham jogos, equipes ganham campeonatos. Foi exatamente isso que aconteceu. Ganhamos como equipe e vivemos um ano lindo como equipe", destacou o treinador.

Esta é a terceira vez que Zé Roberto ganha o prêmio de treinador do ano. Ele já havia sido premiado em 2008 e em 2012, anos em que conquistou o ouro olímpico com a seleção feminina. Campeão também em Barcelona/1992 com o time masculino, é o único tricampeão olímpico do Brasil.

GOTO - Um desconhecido até o ano passado, Marcos Goto já é bicampeão do Prêmio Brasil Olímpico. Isso porque é o treinador do SERC/São Caetano, de São Caetano do Sul, o responsável por fazer do ginasta Arthur Zanetti campeão olímpico e mundial nas argolas. Goto trabalha com o pupilo há 15 anos.

Zanetti, que venceu o Prêmio Brasil Olímpico como melhor atleta masculino brasileiro em 2012 e concorre também em 2013, ganhou neste ano a Universíade e o Mundial da Antuérpia (Bélgica). Outro pupilo de Goto é Henrique Flores, campeão pan-americano nas argolas.

"EÉ o reconhecimento de todo um trabalho realizado durante todo este ano, não só com o Arthur, mas com todos os atletas que treino. Dedico este prêmio a toda equipe. Esse prêmio não é só meu, mas de todo mundo que está trabalhando em prol da ginástica artística brasileira. Alcançamos todos os nossos objetivos em 2013. Foi um ano até melhor do que 2012. Ganhamos tudo", comemorou Goto.

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