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A polícia americana prendeu nesta terça-feira (14), na Flórida, quatro suspeitos de desempenhar um papel no assassinato do presidente haitiano Jovenel Moïse em 2021, indicou um promotor federal durante uma coletiva de imprensa em Miami.

Três dos detidos são acusados de conspiração para matar e sequestrar uma pessoa fora dos Estados Unidos, crime pelo qual podem pegar prisão perpétua. São eles o venezuelano Antonio Intriago, o colombiano Arcángel Pretel Ortiz e o americano Walter Veintemilla.

Intriago e Ortiz gerenciavam duas empresas de segurança em Miami, conhecidas como CTU, envolvidas supostamente no plano para derrubar Moïse e substituí-lo por Christian Sanon, um cidadão americano-haitiano.

Veintemilla se juntou ao complô como financiador por meio de sua empresa Worldwide Capital Lending Group, sediada no sul da Flórida.

O quarto detido, o americano Frederick Joseph Bergmann Jr., é acusado de ajudar a financiar o golpe e colaborar para enviar coletes à prova de balas da CTU para o Haiti sem cumprir com as normas americanas de exportação.

Moïse, de 53 anos, foi assassinado a tiros por um comando armado em julho de 2021 em sua residência privada em Porto Príncipe, sem que seus guarda-costas interviessem.

"Parece que o dinheiro e o poder, mas sobretudo o dinheiro, foram as oportunidades que alimentaram a trama", declarou o promotor Markenzy Lapointe durante a coletiva.

Segundo ele, Intriago, Ortiz e Veintemilla tramaram o plano magnicida em troca de contratos para construir infraestruturas no Haiti, prover forças de segurança e equipamentos militares a um governo liderado por Sanon.

Quando ficou claro que Sanon não tinha o apoio necessário e não cumpria os requisitos constitucionais para ser presidente, os organizadores do complô apoiaram um ex-juiz do Supremo haitiano para substituir Moïse, de acordo com a acusação.

Mais tarde, depois de não conseguirem sequestrar o presidente, os conspiradores decidiram supostamente matá-lo com um comando de 20 colombianos contratados pela CTU.

Com as prisões desta terça-feira, os Estados Unidos já detiveram 11 pessoas por participação no assassinato de Moïse a partir do sul da Flórida.

Duas semanas atrás, Sanon e outros três homens foram extraditados para os EUA por seu papel no assassinato.

A justiça americana acusa o primeiro de "exportação ilegal de bens dos Estados Unidos".

Os outros três homens extraditados, os haitiano-americanos James Solages e Joseph Vincent, e o colombiano Germán Rivera, são acusados de conspiração para matar e sequestrar Moïse.

O funeral nacional do presidente assassinado do Haiti, Jovenel Moise, começou nesta sexta-feira (23) na cidade de Cabo Haitiano, com uma cerimônia sob forte esquema de segurança em um país atingido pela violência e pela pobreza.

A cidade do Departamento Norte do Haiti estava relativamente calma pela manhã, após um dia tenso na quinta-feira (22). A polícia foi colocada nas ruas.

Moise, morto em 7 de julho por um comando armado em sua casa na capital, Porto Príncipe, era natural da região vizinha ao seu local de sepultamento, também no norte.

Seu caixão, coberto pela bandeira nacional e pela faixa presidencial, foi exposto em uma esplanada adornada com flores, e é guardado por soldados das Forças Armadas do Haiti.

A viúva do presidente, gravemente ferida no ataque noturno, estava presente, com um braço na tipoia, após ter sido tratada em um hospital na Flórida, no sul dos Estados Unidos.

Representantes de delegações estrangeiras, corpos diplomáticos e membros do governo se revezavam para apresentar suas condolências.

Até o momento, mais de 20 pessoas foram presas pelo ataque, a maioria colombianos, e a polícia afirma que o plano foi organizado por haitianos com ligações fora do país e ambições políticas. Porém, o caso continua obscuro, com muitas perguntas sem resposta.

O Haiti é atormentado pela insegurança e pelas gangues, um flagelo que foi agravado durante a presidência de Moise.

Sua morte reacendeu tensões históricas entre o norte do Haiti e o oeste, onde fica a capital, Porto Príncipe. Entre outros fatores, existe um antigo antagonismo entre os negros descendentes de escravos do norte e os mestiços, também chamados mulatos, do sul e do oeste.

Os moradores do norte lembram que Moise é o quinto chefe de Estado daquela região a ser assassinado no oeste, depois de Jean-Jacques Dessalines, Cincinnatus Leconte, Vilbrun Guillaume Sam e Sylvain Salnave.

Alguns chegaram a erguer barricadas nas estradas que levam a Cabo Haitiano para impedir que as pessoas da capital comparecessem ao funeral.

Por enquanto, o país não tem um parlamento funcional e poucos senadores eleitos. O governo interino instalado nesta semana não tem presidente.

Moise governou o país, o mais pobre das Américas, por decreto depois que as eleições legislativas de 2018 foram adiadas devido a várias disputas.

Além das eleições presidenciais, legislativas e locais, o Haiti tinha marcado para setembro um referendo constitucional, que já foi adiado duas vezes devido à pandemia do coronavírus.

As autoridades do Haiti anunciaram na noite deste domingo (11) a prisão de um dos supostos mandantes do assassinato do presidente Jovenel Moïse, no último dia 7. O homem, um médico haitiano que mora na Flórida, Christian Emmanuel Sanon, estaria planejando se tornar presidente do país caribenho, sugeriu o diretor da Polícia Nacional, León Charles, em declarações à imprensa.

Sanon, de 63 anos, é a terceira pessoa detida que tem elos com os Estados Unidos. Não está claro, contudo, se seria cidadão americano como os outros dois. Entre os detidos, há ainda 18 cidadãos colombianos, em sua maioria ex-militares.

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Em declarações na noite deste domingo, Charles disse crer que o médico teve um papel central na morte de Moïse, cujo assassinato a tiros dentro da residência oficial acentuou uma crise política de meses e criou um vácuo de poder no país.

"Quando (a polícia) bloqueou o avanço dos bandidos, a primeira pessoa que chamaram foi Emmanuel Sanon", disse Charles, afirmando que a polícia também investiga outros dois supostos autores intelectuais do magnicídio, que estariam em contato com Sanon, mas não divulgou suas identidades.

Segundo o policial, Sanon contatou uma firma de segurança privada para recrutar pessoas que "realizassem este ato". A companhia, ele disse, seria a CTU, uma empresa venezuelana sediada nos Estados Unidos.

O médico teria desembarcado no Haiti em junho, em um avião particular, com "objetivos políticos" e acompanhado de mercenários colombianos supostamente contratados para garantir sua segurança. "A missão inicial dada aos criminosos era proteger o indivíduo chamado Emmanuel Sanon, mas em seguida ela mudou", disse Charles, sugerindo que o objetivo do homem seria se tornar presidente, segundo o The New York Times.

Como evidência, o policial disse que o médico foi o homem que um dos suspeitos colombianos contatou após ser detido.

Em uma operação na sua casa, as autoridades afirmaram ter encontrado um boné da agência antidrogas dos Estados Unidos, o DEA, uma caixa de cartuchos, dois veículos, seis coldres para pistolas, aproximadamente 20 caixas de munições e quatro placas de carro da República Dominicana.

Segundo relatos de testemunhas e imagens dos arredores da residência presidencial, os homens que mataram Moïse teriam entraram na casa afirmando serem parte de uma operação do DEA. A agência, contudo, diz não ter qualquer envolvimento com o ocorrido.

A polícia haitiana disse ainda, neste domingo, ter tomado "medidas cautelares" contra os responsáveis pela segurança de Moïse, em meio a suspeitas de que alguns deles tenham agido em conivência com os responsáveis pelo assassinato. Os investigadores estão analisando as informações para determinar "o nível de implicação de cada um".

O próximo passo, disse Charles, é descobrir quem financiou a operação. Políticos da oposição têm contestado a versão da polícia para o crime e parentes dos colombianos dizem que eles foram ao Haiti para trabalhar como seguranças de pessoas ricas. Segundo uma versão, o próprio Moïse teria contratado os colombianos como seguranças.

Neste domingo, o Pentágono afirmou que enviará uma equipe de agentes do FBI e do Departamento de Segurança Interna para ajudar nas investigações. No sábado, Washington havia rejeitado um pedido do governo interino do Haiti para enviar militares para ajudar a proteger instalações cruciais da infraestrutura do país.

O misterioso complô que levou ao assassinato do presidente haitiano, Jovenel Moise, assumiu as dimensões de um caso internacional, reunindo ex-comandos militares colombianos que cruzaram a República Dominicana, dois haitiano-americanos do sul da Flórida e um impasse na Embaixada de Taiwan, enquanto as autoridades do Haiti pediam ajuda internacional em sua busca pelos mentores do crime.

Dois dias após o assassinato, os haitianos debatiam se os autores intelectuais do ataque vinham das fileiras dos inimigos mais óbvios de Moise ou se eram próximos do presidente.

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Bed-ford Claude, um promotor haitiano, solicitou o interrogatório de Dimitri Herard e Laguel Civil, figuras importantes da segurança do presidente.

O chefe da polícia haitiana, Leon Charles, informou que o comando assassino era formado por 26 colombianos e 2 americanos de origem haitiana. A polícia matou 3 suspeitos e deteve 17, enquanto outros 8 permanecem foragidos, disse Charles.

As autoridades disseram que a busca pelos mentores continua. Os motivos do assassinato ainda são desconhecidos.

O general Jorge Luis Vargas, diretor da polícia colombiana, disse que pelo menos 17 ex-soldados colombianos estão supostamente envolvidos no assassinato de Moise. Dois deles "pereceram" nas mãos das forças haitianas e há mais 15 colombianos que "teriam pertencido ao Exército Nacional" e se dissociaram entre 2018 e 2020.

Dois dos envolvidos, Duberney Capador e Germán Alejandro Rivera, viajaram em 6 de maio de Bogotá para o Panamá e de lá para Santo Domingo, onde estiveram quatro dias antes para pegar um voo para o Haiti. Os outros colombianos chegaram na República Dominicana em 4 de junho e no dia 6 foram para Porto Príncipe.

As autoridades afirmaram que também possuem informações de quatro empresas envolvidas no crime, sem fornecer mais detalhes.

Entre os detidos pelo assassinato, está Manuel Antonio Grosso Guarín, de 40 anos, um dos "militares mais bem preparados do Exército colombiano", segundo o jornal El Tiempo. Outro dos detidos é Francisco Eladio Uribe que, segundo sua mulher, Yuli, saiu do Exército em 2019 após 20 anos de serviço como soldado profissional. O ex-segurança e motorista foi recrutado por uma suposta empresa de segurança que o ofereceu viagens a outros países como guarda-costas de famílias poderosas, afirmou Yuli.

Em entrevista à W Radio, ela disse que seu marido foi contactado por um homem conhecido como "Capador", um dos mercenários mortos pelas forças haitianas. "Inicialmente, a empresa ofereceu US$ 2.700 (R$ 14 mil) por mês", afirmou.

Dois cidadãos americanos de ascendência haitiana, identificados como James Solages, de 35 anos, e Joseph Vincent, de 55, estão entre os presos. O jornal Le Nouvelliste do Haiti, citando juízes investigadores que entrevistaram Solages e Vincent, disse que os homens alegam ser intérpretes dos agressores. Solages disse que "encontrou o emprego pela internet". "Eles disseram que eram intérpretes. A missão era prender o presidente Jovenel Moise, no âmbito de um mandato de um juiz de instrução, e não matá-lo", disse a juíza Clément Noël ao jornal.

Solages disse que está há um mês no Haiti e morava "não muito longe" da casa de Moise. Vincent afirmou que há seis meses está no país caribenho. Schubert Dorisme, de 63 anos, tio de Solages, disse em uma entrevista que sua família ficou chocada. Ele disse que o sobrinho não tinha treinamento militar e viajava periodicamente para o Haiti para ajudar nos esforços humanitários.

Fontes em Washington disseram que o serviço secreto dos EUA investiga as conexões americanas com o assassinato do presidente haitiano.

Taiwan informou ontem que 11 suspeitos de pertencer ao comando que assassinou Moise invadiram sua embaixada em Porto Príncipe em uma tentativa de fuga, mas foram detidos pela polícia. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quatro "mercenários" foram mortos pela polícia, e outros dois foram presos no Haiti, um dia depois do assassinato do presidente Jovenel Moise, um crime que chocou o país mais pobre das Américas e ameaçou desestabilizá-lo ainda mais.

O assassinato de Jovenel Moise, que também chocou a comunidade internacional, será discutido nesta quinta-feira (8) em uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, que pediu que os autores do crime "sejam rapidamente levados à Justiça".

Ainda não foi divulgada nenhuma informação sobre a identidade, ou a motivação dos assassinos do presidente. Moise foi morto por um comando armado, em sua casa, na madrugada de quarta-feira (7).

Citando o juiz encarregado do caso, a imprensa local informou que o corpo de Moise foi encontrado com 12 balas e que seu escritório e quarto foram saqueados.

De acordo com o primeiro-ministro Claude Joseph, os agressores eram "estrangeiros que falavam inglês e espanhol".

Na noite de quarta-feira, a polícia disse que perseguiu os supostos membros do comando e ainda está "mobilizada na batalha contra os agressores".

"Desde esta noite, estamos lutando contra eles", declarou na televisão o diretor-geral da Polícia Nacional do Haiti, Léon Charles.

"Quatro mercenários foram mortos, dois colocados sob nosso controle. Três policiais que foram feitos reféns foram recuperados", acrescentou.

- Primeira-dama "fora de perigo" -

Na quarta à tarde, Claude Joseph anunciou em um discurso sua decisão de "declarar estado de sítio em todo país", o que concede ao Executivo poderes reforçados por 15 dias.

Pedindo calma à população, prometeu que "os assassinos vão pagar pelo que fizeram na Justiça".

O aeroporto de Porto Príncipe foi fechado, e a República Dominicana fechou sua fronteira com o país vizinho.

Além disso, um luto nacional de duas semanas foi proclamado a partir desta quinta-feira.

De acordo com o embaixador do Haiti nos Estados Unidos, Bocchit Edmond, o comando era composto por mercenários "profissionais", que se fizeram passar por agentes da agência antidrogas dos Estados Unidos, a DEA.

A esposa do presidente, Martine Moise, foi ferida e transferida de avião para Miami. Segundo o primeiro-ministro, ela está fora de perigo e em situação "estável".

A filha do presidente, Jomarlie, estava em casa durante o ataque, mas conseguiu se esconder, disse o juiz Carl Henry Destin ao jornal Le Nouvelliste.

"O escritório e o quarto foram saqueados. Nós o encontramos deitado de costas, calça azul, camisa branca manchada de sangue, boca aberta, olho esquerdo perfurado", descreveu o magistrado.

O assassinato ameaça desestabilizar ainda mais o país mais pobre das Américas, que já enfrenta uma profunda crise política e de segurança.

O Departamento de Estado americano pediu que o processo continue para a organização de eleições legislativas e presidencial - programadas, em princípio, para 26 de setembro de 2021, com um segundo turno em 21 de novembro.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, transmitiu a Claude Joseph "o compromisso" de Washington de "trabalhar com o governo do Haiti para apoiar o povo haitiano, a governança democrática, a paz e a segurança", disse seu porta-voz Ned Price.

- "Novo terremoto" -

As mensagens de repúdio de Washington, da Organização dos Estados Americanos (OEA), ou da União Europeia (UE), foram acompanhadas nesta quinta-feira pelo papa Francisco, que expressou sua "tristeza" pelo "assassinato atroz" e sua "condenação a todas as formas de violência como um meio para resolver crises e conflitos".

Após a notícia, todas as atividades foram paralisadas em Porto Príncipe e nas cidades de sua província, segundo testemunhas.

Bernadette, de 44 anos, descreveu o evento como "um novo terremoto no Haiti", após o terremoto devastador de 2010.

Jacquelyn, de 50 anos, moradora da capital, questionou a motivação dos autores. "Quem tem interesse em assassinar Jovenel Moise? Nunca saberemos disso".

Vindo do mundo dos negócios, Moise, de 53 anos, foi eleito presidente em 2016 com a promessa de desenvolver a economia do país. Assumiu o cargo em fevereiro de 2017.

Embora tenha trabalhado em vários setores econômicos, incluindo a plantação de banana, tinha pouca experiência política quando foi eleito.

O Haiti está mergulhado em uma espiral de violência. Os sequestros praticados por grupos criminosos se tornou rotina.

Moise foi criticado por sua inércia em face da crise e sofria com a desconfiança de grande parte da sociedade civil.

Durante seu mandato, o presidente nomeou sete primeiros-ministros. O último foi Ariel Henry, que deveria tomar posse em breve.

Governando por decreto desde janeiro de 2020, sem Parlamento e com a duração de seu mandato em xeque, Moise implantou uma reforma institucional para reforçar as prerrogativas do Executivo.

Um referendo constitucional deveria ter sido realizado em abril, mas foi adiado para 27 de junho e, mais uma vez, para 26 de setembro.

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O presidente do Haiti, Jovenel Moise, foi assassinado por um comando armado dentro de sua própria casa na manhã desta quarta-feira (7).

A morte do chefe de Estado foi anunciada pelo primeiro-ministro interino Claude Joseph, que disse ter assumido o controle provisório do país e pediu "calma" à população.

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A primeira-dama Martine Moise também foi ferida e está hospitalizada. "O presidente foi assassinado em sua casa por estrangeiros que falavam inglês e espanhol", afirmou Joseph, garantindo que a polícia e o Exército vão manter a ordem. "A situação está sob controle", disse.

Originário do mundo empresarial, Moise tinha 53 anos de idade e governava o Haiti, país mais pobre das Américas, desde fevereiro de 2017. No entanto, ele vinha exercendo o cargo por decreto após o adiamento das eleições legislativas previstas para 2018 e em meio a uma disputa sobre quando termina seu mandato.

Moise alegava que seu período no poder terminaria apenas em fevereiro de 2022, cinco anos após sua posse. O empresário havia vencido o primeiro turno das eleições em outubro de 2015, porém o pleito acabou anulado e repetido em novembro de 2016, quando Moise obteve 55,6% dos votos, conquistando o cargo sem necessidade de segundo turno.

No entanto, forças de oposição defendiam que o mandato do chefe de Estado terminou em fevereiro de 2021, já que o período de cinco anos contaria a partir de fevereiro de 2016, quando Jocelerme Privert assumiu como presidente interino para guiar o país até novas eleições.

Em fevereiro passado, Moise chegou a denunciar uma tentativa de golpe de Estado e a prender mais de 20 pessoas suspeitas de envolvimento no levante.

O mandatário teve uma série de primeiros-ministros ao longo dos últimos quatro anos, e o próprio Joseph seria substituído nesta semana, após três meses no cargo, por Ariel Henry, que teria a incumbência de organizar eleições gerais.

O Haiti também tem previsto para setembro um referendo sobre uma reforma constitucional que abole o cargo de primeiro-ministro, instituindo um sistema presidencialista pleno, e abre a possibilidade de o chefe de Estado ter dois mandatos consecutivos - atualmente, é preciso respeitar um intervalo mínimo de cinco anos.

A reforma era apoiada por Moise, mas criticada por forças de oposição e organizações da sociedade civil. A atual Constituição haitiana, escrita em 1987, após o fim da ditadura de Jean-Claude Duvalier, o "Baby Doc", proíbe a realização de referendos para modificar a Carta Magna.

Além da crise política, o Haiti também vive uma epidemia de sequestros devido à crescente influência de gangues armadas e luta contra a pobreza crônica e recorrentes desastres naturais.

Da Ansa

O presidente de Haiti, Jovenel Moise, nomeou nesta segunda-feira (22) Fritz-William Michel como primeiro-ministro, em substituição a Jean-Michel Lapin, que renunciou após quatro meses no cargo.

Fritz-William Michel, de 38 anos, e que estava lotado no Ministério da Economia e Finanças, é o quarto chefe de governo desde que Moise assumiu a presidência, há dois anos e meio.

Nesta segunda-feira, Jean-Michel Lapin renunciou ao cargo após não conseguir compor um governo por falta de consenso.

O presidente do Haiti anunciou a indicação de Fritz-William Michel pelo Twitter, mas a decisão ainda deve ser oficializada por decreto presidencial.

Milhares de haitianos fizeram uma manifestação em Porto Príncipe no domingo para exigir a renúncia do presidente, Jovenel Moïse, acusado pelo Supremo Tribunal de Contas de estar no centro de um esquema de "apropriação indevida de fundos".

Precedidos por dezenas de manifestantes de motocicleta, os jovens participaram em grande número da marcha realizada em uma das principais ruas da capital do Haiti e convocada por partidos da oposição e organizações da sociedade civil.

Os manifestantes montaram pequenas barricadas de pneus queimados ao meio-dia, mas nenhum incidente foi relatado, apesar do forte policiamento.

"Exigimos que todos os dissipadores de dinheiro sejam julgados e punidos, seus bens confiscados e entregues ao Estado para projetos sérios de desenvolvimento, que o presidente renuncie e seja colocado à disposição da justiça", disse a ativista Vélina Charlier na marcha.

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