Não, a coluna não vai falar do sucesso de 1992 Mudança de Hábito (Sister Act) estrelado por Whoopi Goldberg ou de sua continuação de 1993, nem de nenhuma nova continuação. Mas o título, e não necessariamente o conteúdo do filme, pareceu muito apropriado para abordar a mudança nos hábitos do consumidor brasileiro em relação às idas às locadoras.
Até a década de 90, quando o filme faturou mais de 230 milhões de dólares só nos cinemas, íamos a locadora com certa frequência e líamos os famosos avisos de "rebobine sua fita". Tinha até uma taxa extra para quem esquecesse de voltar a VHS, além da multa por atraso, claro. Essa ida normalmente era em família, até mesmo porque se pegássemos mais filmes poderíamos ficar mais tempo com eles.
A busca pelo filme incluía uma olhadinha em todos os lançamentos e na falta "daquele" filme que você queria ver, você acabava levando outro, desconhecido, e descobrindo algo novo. Na hora de devolver, você precisava passar pelas prateleiras repletas de filme e, mesmo sem querer locar algo novo, descobria que "aquele" filme já estava disponível e acaba fazendo uma outra locação.
Com a chegada do DVD, e até mais recentemente na chegada do Blu-ray, a principal mudança foi o abandono daquele aviso. Mas a rotina continuava praticamente a mesma e as famílias ainda frequentavam as locadoras. A quantidade de títulos aumentou e também a quantidade de cópias, mas o desafio de pegar o "lançamento" no lançamento ainda continuava e sempre alguém ainda acabava ficando com um filme desconhecido.
Hoje, porém, as locadoras já não são mais as mesmas. Durante a primeira década do século XXI, elas passaram a oferecer ciclista entregador, reserva por telefone, devolução por caixas do tipo "drop box", que dispensam a entrada na loja, entre outras coisas, sempre com o objetivo de dar comodidade.
Ainda nos anos 2000, surgiu, e chegou também ao Brasil, um novo tipo de locadora, sem endereço físico e na qual você não mais precisa "torcer" para o seu filme estar disponível. Nelas, basta o usuário escolher através do site a lista de filmes que quer assistir e quantos filmes quer ter, simultaneamente, em casa. Daí é só receber o número X de filmes e ficar com eles, sem multa por atraso, até escolher novos filmes para receber. Notem que aqui o consumidor não se desloca e não fica sem filmes em casa, apenas aguarda o entregador fazer a troca dos títulos.
Muita mudança? Então o que dizer da chegada das locadoras totalmente virtuais ao país, onde você escolhe o filme, faz o download (ou streaming) direto? O formato, já praticado por algumas empresas no país ganhou força com a chegada, no início do mês, da gigante Netflix, que oferece, a um custo fixo mensal, a possibilidade de se assistir a uma infinidade de filmes, sem precisar sair de casa, e sem ter que esperar o entregador e sem ao menos ter mídia física. Basta uma conexão de internet a partir de 512Kbps e não precisa nem do computador, pode ser uma internet TV, um iPad ou até mesmo um vídeo game, como o WII ou o PS2 ou PS3.
Para finalizar, queria saber o que será dos filmes menores, que eram vistos quando os grandes sucessos já estavam locados? E o que vai acontecer com as locadoras tradicionais, já tão abaladas com a pirataria? Acho que vale a pena refletir! E que tal deixar um comentário?