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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou há pouco ao Hotel Atlante Plaza, em Boa Viagem, mas evitou falar com a Imprensa. O petista almoça no local com o governador Eduardo Campos (PSB) e um grupo de empresários da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), instituição para a qual Lula fará uma palestra, hoje, no Centro de Convenções.

A fala de Lula abrirá a Convenção Anual do Atacadista Distribuidor e Sweet Brazil International. Após a palestra, o presidente fará a abertura oficial do evento e espera-se que ele fale em uma entrevista coletiva, às 17h.

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É a segunda visita do ex-presidente a Pernambuco. No mês passado, ele foi homenageado Orquestra Criança Cidadã Meninos do Coque e recebeu o título de Doutor Honoris Causa pelas três universidades públicas do Estado (UFPE, UFRPE e UPE).

A presidenta Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira que a demissão do ministro da Defesa, Nelson Jobim, vira uma página no governo, mas elogiou o desempenho do ex-auxiliar. “Reconheço o grande trabalho, a grande contribuição (de Jobim). Esgotamos uma etapa e, por isso, viramos uma página”, disse em entrevista a emissoras de rádio em Petrolina (PE), onde participou de uma cerimônia de entrega de casas do Programa Minha Casa, Minha Vida.

Dilma disse que o embaixador Celso Amorim, escolhido para ser o novo ministro da Defesa, “tem todas as condições” para exercer o cargo e já demonstrou dedicação ao país nos anos em que foi ministro de Relações Exteriores no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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IRRITAÇÃO

A presidenta Dilma irritou-se e demonstrou mal estar na entrevista a radialistas das cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina. Os repórteres, numa conversa com a presidente, questionaram o atraso nas obras de transposição do Rio São Francisco. Dilma voltou a soltar um velho bordão conhecido de seus assessores para demonstrar irritação: "Meu querido, a transposição não está parada! Você vai me desculpar, mas não está parada". Depois, ela admitiu que "algumas parcelas" estão com obras interrompidas.

O outro momento de irritação de Dilma, durante a entrevista, ocorreu quando ela exaltava o Programa Minha Casa Minha Vida, que entregará hoje em Juazeiro 1.500 unidades. Quando Dilma falava das unidades habitacionais, que têm 44 metros quadrados cada, um repórter chamou as unidades de "casinhas". "Você é quem está dizendo. Imagino que sua casa seja grande", disse a presidente. Continuando a irritação, Dilma disse: "o povo brasileiro não tinha nem casinha. Morava em casa de papel, em palafita".

Até o instante, o governo Dilma se caracteriza pelo capitalismo de estado, forte influência do ex-presidente Lula e nacionalismo exacerbado. Dilma escolheu este caminho. Estas características estão presentes em razão das suas escolhas.


Não convém realizar juízo de valor quanto às escolhas de Dilma. Porém, é necessário vislumbrar o que poderá ocorrer no Brasil e no seu governo. O capitalismo de estado se caracteriza pela forte presença do estado na economia, através de bancos públicos, protecionismo e retóricas.

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O BNDES é o instrumento, e isto desde o governo Lula, do capitalismo de estado. Através dele, Dilma tenta criar ou fortalecer, supostamente, empresas nacionais. Na defesa intransigente do mercado produtivo nacional, Dilma esbraveja nacionalismo.

A influência do ex-presidente Lula é nítida. Inclusive na escolha de ministros. Recentemente, após a saída de Nelson Jobim do ministério da Defesa, Lula indicou (segundo a imprensa) Celso Amorim. Diversas vezes, Lula opinou publicamente sobre o governo Dilma.

O capitalismo de estado ativo esconde as necessidades do Brasil no âmbito do setor produtivo. Em vez da ação enérgica do BNDES, por que não reduzir o custo Brasil? Por que não investir em infraestrutura? A defesa do nacionalismo deve estar presente no âmbito do mercado consumidor. Dilma precisa dar condições para a ampliação do deste mercado. Ressalto que a economia capitalista exige concorrência e competitividade.

A influência de Lula esconde as boas ações de Dilma. Faz com que ela não tenha identidade junto ao eleitor. Impossibilita a conquista de capital eleitoral próprio. Dilma faz escolhas, as quais lhe trarão custos. 

A expectativa de poder orienta o comportamento dos atores políticos. Lula representa uma expectativa de poder para diversos atores em razão do seu expressivo percentual de popularidade. Entretanto, a popularidade não é eterna. Ela pode decrescer. Como também se manter ou crescer. As circunstâncias políticas e econômicas podem vir a interferir no índice de popularidade de um ator político.

O que são circunstâncias políticas e econômicas? São eventos presentes em determinados contextos. A turbulência na coalizão partidária de Dilma é um evento, o qual poderá interferir em sua popularidade, presente no contexto atual. Alta dos juros, o qual poderá, em longo prazo, inibir o consumo, é um evento econômico visto no contexto atual.  Portanto, antes de prospectar sobre algo, as circunstâncias políticas e econômicas precisam ser consideradas. Com base nisto, é possível afirmar: neste instante, dadas as condições X, Lula não será candidato em 2014. 

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Quais as condições X? Prognosticar não é adivinhar. Mas construir cenários possíveis. Dilma tem três desafios econômicos: alta da inflação, reduzido crescimento econômico e obras da Copa do Mundo. A inflação este ano ficará fora da meta. Os juros estão altos. A economia internacional não está saudável. Por consequência, a inflação pode ameaçar o poder de consumo do brasileiro. A taxa de crescimento econômico poderá ser na era Dilma modesta. O estado brasileiro poderá não atender as demandas da Copa.

Diante de tal prognóstico proposto, qual será a razão da candidatura Lula? Nenhuma, pois as condições para ele não lhe dão margem para uma vitória acachapante. E Lula sabe disto.


Além disto, caso Lula decida ser candidato, em virtude de que a miopia atingiu os seus olhos, o PT e ele terão que responder as seguintes indagações do eleitor: “Por que Dilma não é mais candidata?” “Por que você, Lula, indicou Dilma e agora quer voltar?” “Por que você (Lula) afirmou que Dilma iria cuidar de nós e não cuidou?” Estes questionamentos não encontram respostas fáceis.

É claro que o meu prognóstico para 2014 pode estar errado. Ou seja: a inflação será controlada, a economia brasileira crescerá de modo pujante e o estado brasileiro será eficaz na organização da Copa do Mundo. Diante destas circunstâncias, Lula poderá ser candidato? Sim, mas qual será a justificativa dele para o eleitor? O eleitor está bem, feliz, aprovando o governo Dilma. Neste caso, qual seria a razão dele trocar Dilma por Lula? Nenhuma.


Enfim, para os que gostam de vislumbrar o futuro e desejam o poder, aconselho: não partam, neste instante, da premissa de que Lula será candidato em 2014. 

O ex-governador de São Paulo Alberto Goldman (PSDB) escreveu uma mensagem em seu blog onde afirma que nunca teve dúvida de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia da tentativa de compra de um dossiê, em 2006, contra o então candidato do PSDB ao Palácio dos Bandeirantes, José Serra, no episódio que ficou conhecido como "Dossiê dos Aloprados".

"Eu nunca tive dúvidas de que o Lula sabia do que iam fazer. No mínimo, avalizou", afirmou o tucano. "Chamar os companheiros de aloprados era porque, afinal, fizeram mal feito, foram incompetentes", acrescentou, citando termo usado pelo petista, na época, para se referir aos envolvidos no caso.

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No blog, o ex-governador mencionou o nome do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, na época candidato do PT ao governo de São Paulo. "Sabíamos que o autor intelectual, pelo menos o dirigente que comandou a operação, era o senador Mercadante. Sim, aquele mesmo que passou a vida falando em ética na política", disse.

O tucano ressaltou ainda que os envolvidos no caso "eram petistas partícipes da campanha" do agora ministro. "Agora, um dos partícipes, o bancário Expedito Veloso, confessa, em conversa gravada, publicada pela 'Veja', toda a trama", escreveu Goldman. Em reportagem publicada pela revista Veja em sua última edição, o ministro teve o seu nome envolvido mais uma vez no episódio, ao ser citado em gravação a qual a publicação teve acesso.

Na gravação, o atual secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal, Expedito Veloso, afirma a colegas que o plano do dossiê foi "tocado" pelo núcleo de inteligência do PT, mas com o conhecimento e a autorização de Mercadante. "Será que agora o nosso glorioso Ministério Público Federal encontrará razões para reabrir o processo e finalmente denunciar os culpados?", provocou Goldman.

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