A expectativa de poder orienta o comportamento dos atores políticos. Lula representa uma expectativa de poder para diversos atores em razão do seu expressivo percentual de popularidade. Entretanto, a popularidade não é eterna. Ela pode decrescer. Como também se manter ou crescer. As circunstâncias políticas e econômicas podem vir a interferir no índice de popularidade de um ator político.
O que são circunstâncias políticas e econômicas? São eventos presentes em determinados contextos. A turbulência na coalizão partidária de Dilma é um evento, o qual poderá interferir em sua popularidade, presente no contexto atual. Alta dos juros, o qual poderá, em longo prazo, inibir o consumo, é um evento econômico visto no contexto atual. Portanto, antes de prospectar sobre algo, as circunstâncias políticas e econômicas precisam ser consideradas. Com base nisto, é possível afirmar: neste instante, dadas as condições X, Lula não será candidato em 2014.
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Quais as condições X? Prognosticar não é adivinhar. Mas construir cenários possíveis. Dilma tem três desafios econômicos: alta da inflação, reduzido crescimento econômico e obras da Copa do Mundo. A inflação este ano ficará fora da meta. Os juros estão altos. A economia internacional não está saudável. Por consequência, a inflação pode ameaçar o poder de consumo do brasileiro. A taxa de crescimento econômico poderá ser na era Dilma modesta. O estado brasileiro poderá não atender as demandas da Copa.
Diante de tal prognóstico proposto, qual será a razão da candidatura Lula? Nenhuma, pois as condições para ele não lhe dão margem para uma vitória acachapante. E Lula sabe disto.
Além disto, caso Lula decida ser candidato, em virtude de que a miopia atingiu os seus olhos, o PT e ele terão que responder as seguintes indagações do eleitor: “Por que Dilma não é mais candidata?” “Por que você, Lula, indicou Dilma e agora quer voltar?” “Por que você (Lula) afirmou que Dilma iria cuidar de nós e não cuidou?” Estes questionamentos não encontram respostas fáceis.
É claro que o meu prognóstico para 2014 pode estar errado. Ou seja: a inflação será controlada, a economia brasileira crescerá de modo pujante e o estado brasileiro será eficaz na organização da Copa do Mundo. Diante destas circunstâncias, Lula poderá ser candidato? Sim, mas qual será a justificativa dele para o eleitor? O eleitor está bem, feliz, aprovando o governo Dilma. Neste caso, qual seria a razão dele trocar Dilma por Lula? Nenhuma.
Enfim, para os que gostam de vislumbrar o futuro e desejam o poder, aconselho: não partam, neste instante, da premissa de que Lula será candidato em 2014.