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A mulher do ex-assessor Fabrício Queiroz, Márcia Aguiar, ajudou a desviar R$ 1,1 milhão da Assembleia Legislativa do Rio, por meio do esquema de "rachadinhas" no antigo gabinete do hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), apontou o Ministério Público do Rio em denúncia apresentada à Justiça. A Promotoria estima ainda que, deste total, R$ 868 mil tenham abastecido a suposta organização criminosa liderada pelo filho do presidente Jair Bolsonaro.

Márcia foi alvo de prisão preventiva em julho, mas, diferentemente do marido, não foi encontrada pela polícia e ficou foragida por 22 dias até ser beneficiada por liminar do ministro João Otávio de Noronha, então presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A medida garantiu prisão domiciliar ao casal, que está em um apartamento na zona oeste do Rio.

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Foram nas contas de Márcia que a investigação também descobriu seis cheques depositados em favor da primeira-dama Michelle Bolsonaro. As transações totalizam R$ 17 mil e ocorreram em 2011 - a denúncia oferecida contra Márcia, porém, não menciona os repasses à mulher do presidente.

O Ministério Público coloca Márcia no chamado "núcleo executivo" do esquema, composto por servidores "fantasmas" do gabinete de Flávio que recebiam o salário sem bater ponto na Assembleia do Rio. Ao todo, o "núcleo executivo" desviou R$ 6,1 milhões da Assembleia Legislativa, dos quais R$ 2,079 milhões foram repassados diretamente a Queiroz, afirmam os investigadores.

A Promotoria lista que o dinheiro foi desviado por meio de 268 pagamentos feitos pela Assembleia distribuídos nos 127 meses que Márcia atuou como "assessora fantasma" de Flávio Bolsonaro, entre abril de 2007 a dezembro de 2017. Assim que recebia o salário, diz o MP, Márcia repassava a maior parte dos rendimentos ao marido.

Para os promotores, apesar de a organização tentar "despistar o caminho" do dinheiro utilizando saques e depósitos em espécie, a investigação localizou repasses que saíram da conta de Márcia e entraram no saldo de Queiroz no mesmo dia e com os mesmos valores.

"O cruzamento de dados entre os débitos na conta de Márcia Aguiar e os créditos na conta de Fabrício Queiroz possibilitou identificar ao menos 63 operações em que os valores sacados pela 'assessora fantasma' foram acolhidos na conta do operador da organização criminosa", disse o Ministério Público.

Defesas

Após a denúncia, os advogados Rodrigo Roca, Luciana Pires e Juliana Bierrenbach, que defendem Flávio Bolsonaro, divulgaram nota classificando a acusação do Ministério Público como uma "crônica macabra e mal engendrada influenciada por grupos que têm claros interesses políticos".

O advogado Paulo Emílio Catta Preta, que defende Queiroz, afirmou que pretende fazer a "impugnação das provas acusatórias e produção de contraprovas que demonstrarão a improcedência das acusações e, logo, a sua inocência".

Desembargador do caso se reúne com Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro conversou ontem por cerca de duas horas com o corregedor-geral do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), desembargador Bernardo Moreira Garcez Neto. O magistrado é integrante do Órgão Especial do tribunal, o mesmo que vai decidir se aceita ou não a denúncia contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no caso das "rachadinhas".

O desembargador deixou o Palácio do Planalto por volta das 16h e não atendeu à imprensa. Ele chegou a se esconder atrás de uma pilastra para não ser abordado por jornalistas. Em nota, o TJ informou que "não foram tratados assuntos relacionados a processos judiciais". Na versão oficial, Garcez foi chamado ao Planalto para participar de discussões sobre "registros de propriedades".

No fim da manhã desta sexta-feira (14), Fabrício Queiroz deixou o condomínio em Taquara, Zona Oeste do Rio de Janeiro, para reingressar no sistema prisional. O ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Republicanos) e a esposa, Márcia Aguiar, estavam em prisão domiciliar desde o dia 10 de julho, porém o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Félix Fischer, revogou o habeas corpus.

Na decisão, Fischer apontou que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro não examinou o pedido de liberdade e os laudos médicos do ex-policial militar. Dessa forma, o benefício teria que ser conduzido por uma instância inferior, antes de chegar à Corte.

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Queiroz e Márcia são investigados pelo esquema de 'rachadinha' de salários dos assessores do gabinete do então deputado Flávio Bolsonaro. Em junho, ele foi preso na casa do advogado do parlamentar, em Atibaia, Interior de São Paulo. Contudo, foi transferido para a prisão domiciliar no dia 9 de julho. Já Márcia ficou foragida o presidente do STJ, João Otávio de Noronha, de conceder a reclusão em casa.

A mulher de Fabrício Queiroz, Márcia Oliveira de Aguiar, colocou na manhã desta sexta-feira (17) a tornozeleira eletrônica que vai monitorar sua prisão domiciliar. Há uma semana em casa, ela demorou a colocar o equipamento porque estava foragida até a semana passada e precisou aguardar etapas burocráticas da Justiça.

Márcia passou cerca de 25 minutos na central da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) em que a tornozeleira é inserida, no Centro do Rio. Usava máscara e óculos escuros.

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A intimação que lhe deu 24 horas para colocar o instrumento de fiscalização saiu na quinta-feira do Tribunal de Justiça do Rio. Antes, na terça-feira, o Judiciário já havia expedido o mandado de prisão domiciliar, com base na decisão do Superior Tribunal de Justiça que concedeu ao casal o direito de ficar em casa.

Assim como Queiroz, Márcia é acusada de tentar fugir das investigações sobre as "rachadinhas" no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio.

Ela é uma das funcionárias tidas como "fantasmas", que repassavam parte dos salários para o parlamentar. Seu marido seria o operador do esquema.

Ambos foram alvo de prisão preventiva no dia 18 de junho deste ano. Márcia fugiu, mas Queiroz chegou a ser detido.

No início deste mês, o jornal O Estado de S. Paulo revelou mensagens inéditas contidas no celular de Márcia que mostravam como a família de Queiroz lidava com Frederick Wassef, ex-advogado de Flávio que escondeu o ex-assessor em Atibaia.

O jornal também noticiou a existência de uma espécie de caderneta-guia com orientações de Queiroz a Márcia caso ele fosse preso - havia nela, por exemplo, contatos da família Bolsonaro.

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou há pouco que a esposa de Fabrício Queiróz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, Márcia Aguiar, tem cinco dias úteis após notificação feita pela Justiça, para se apresentar à Secretaria e instalar a tornozeleira eletrônica, conforme decisão judicial.

"A instalação do equipamento ocorrerá na Coordenação de Patronato Magarinos Torres à Rua Frei Caneca, 401, no bairro Estácio, de segunda-feira a sexta-feira", informou a Seap em nota.

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Márcia estava foragida desde 18 de junho, quando foi decretada a prisão do ex-assessor de Flávio Bolsonaro. Na quinta-feira, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, concedeu prisão domiciliar a Queiróz,com o uso de tornozeleira eletrônica, e estendeu o benefício à sua esposa, para que cuidasse do prisioneiro em casa.

Assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro à época em que o filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) era deputado estadual no Rio, Queiroz é investigado em suposto esquema de rachadinha no gabinete de Flávio. Ele havia sido preso no mês passado em Atibaia, no interior de São Paulo, em endereço ligado a Frederick Wassef, então advogado do hoje senador.

Para fundamentar o pedido de prisão domiciliar, a defesa de Queiroz citou o estado de saúde do ex-assessor parlamentar e o contexto de pandemia do novo coronavírus, além de criticar o próprio pedido de prisão.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Márcia Aguiar, esposa do ex-assessor do agora senador Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, já está na residência do casal na zona oeste do Rio de Janeiro, no bairro da Taquara, informou a assessoria do escritório de advocacia que defende os dois por envolvimento no crime conhecido como "rachadinha".

Aguiar estava foragida desde o dia 18 de junho, quando foi decretada a prisão de Queiroz, encontrado após meses escondido em um imóvel em Atibaia, São Paulo, de propriedade do advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef. A assessoria da Defesa não soube informar como Aguiar chegou ao local nem a que horas.

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Agora, a foragida aguarda instruções da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) para saber como será colocada a tornozeleira eletrônica.

A prisão domiciliar do casal foi concedida na quinta-feira passada, enquanto Aguiar ainda estava desaparecida. Já Queiroz deixou ontem à noite o presídio de Bangu 8, já com a tornozeleira eletrônica.

Queiroz é investigado em suposto esquema de rachadinha no gabinete de Flávio, pelo qual o parlamentar ficaria com parte dos salários dos assessores contratados pelo gabinete do então deputado.

Para fundamentar o pedido de prisão domiciliar, a defesa de Queiroz citou o estado de saúde do ex-assessor parlamentar e o contexto de pandemia do covid-19, e determinou que a esposa deveria ficar a seu lado para ajudar no tratamento.

Foragida desde o último dia 18 de junho, Márcia Aguiar, mulher do policial militar aposentado Fabrício Queiroz, apresentou-se à polícia na noite desta sexta-feira (10) e já está com o marido no Rio de janeiro, onde cumprem prisão domiciliar, informa o UOL. Foi graças às mensagens encontradas no celular de Márcia que o Ministério Público do Rio chegou ao paradeiro de Queiroz, em Atibaia, no interior de São Paulo.

Queiroz deixou o Complexo Penitenciário de Gericinó, no Rio de Janeiro, na noite desta sexta-feira para cumprir prisão domiciliar. Ele seguiu para sua casa na Taquara, zona oeste da cidade. O ex-assessor estava preso preventivamente desde o dia 18 de junho, no âmbito de investigação sobre a prática de "rachadinha" no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio.

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Na última quinta-feira (9) o presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), João Otávio de Noronha, atendeu pedido da defesa e concordou com a transferência de Queiroz e Márcia para a prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica e restrição de comunicação.

Ao pedir a prisão preventiva de Fabrício Queiroz, o Ministério Público do Rio citou três contatos que, anotados à mão numa caderneta, poderiam ajudar a família quando o ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) fosse detido. O material apreendido com a mulher dele em dezembro do ano passado, no entanto, não se limita a isso. Segundo imagens às quais o Estadão teve acesso, Márcia Oliveira de Aguiar tinha nessa agenda-guia números de celulares atribuídos ao presidente Jair Bolsonaro, ao próprio Flávio, à primeira-dama, Michelle, e a diversas pessoas ligadas à família, além de contatos e anotações sobre policiais, pessoas envolvidas com a milícia e políticos do Rio.

Um desses contatos estaria guardando uma pistola Glock para Queiroz enquanto ele se escondia em São Paulo, segundo anotação de Márcia. A agenda foi apreendida em dezembro de 2019, quando o Ministério Público cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Queiroz. Segundo a investigação, o caderno era uma espécie de guia para Márcia caso o marido fosse preso e ela não estivesse entre os alvos.

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Queiroz foi preso no dia 18 de junho em Atibaia, interior de São Paulo, na casa de Frederick Wassef, então advogado de Flávio no caso das "rachadinhas" - apropriação do salário de servidores - na Assembleia Legislativa do Rio. Também alvo de mandado de prisão, Márcia é considerada foragida desde então.

O nome de Queiroz veio à tona em dezembro de 2018, quando o Estadão revelou movimentações financeiras atípicas na conta do ex-assessor.

No pedido de prisão preventiva, a Promotoria mencionou apenas três nomes que poderiam favorecer Queiroz. Mas, no material bruto, há também contatos com comentários que também indicam orientações do marido enquanto estava escondido. Outros - como os telefones atribuídos a Bolsonaro, Flávio e Michelle - não vêm acompanhados de anotações.

A família presidencial compõe parte significativa dos papéis. Numa mesma folha, dois números de Jair e um de Michelle aparecem juntos; noutra, um celular de Flávio e um de sua mulher, Fernanda. Há ainda o contato de Max Guilherme Machado de Moura, ex-segurança e hoje assessor especial do presidente, além do sócio de Flávio na loja de chocolate investigada por suposta lavagem de dinheiro, Alexandre Santini.

Bolsonaro não é - e nem poderia ser, por causa do foro especial - investigado pelo Ministério Público do Rio. Também não há indícios, nas conversas de Márcia no período investigado, de que tenha havido alguma troca de mensagem entre a mulher de Queiroz e o presidente e seus parentes.

Não é possível saber a data exata das anotações, já que eram feitas à mão, mas algumas indicações deixam claro que foram escritas depois da eleição de 2018. Políticos em primeiro mandato na atual legislatura já apareciam ali identificados pelos seus respectivos cargos. É o caso dos deputados estaduais Rodrigo Amorim (PSL) e Marcelo do Seu Dino (PSL), o federal Lourival Gomes (PSL-RJ) e o segundo suplente de Flávio no Senado, Léo Rodrigues, hoje secretário de Ciência e Tecnologia do governo Wilson Witzel (PSC).

Entre os contatos, há um coronel identificado como amigo de Queiroz e "braço direito do Bração (sic)", uma possível referência a Domingos Brazão, ex-deputado e conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado por suspeitas de corrupção, ou um de seus irmãos - os deputados Pedro e Chiquinho.

O caderno também tem contatos de pessoas ligadas a Adriano Magalhães da Nóbrega, o Capitão Adriano - que, segundo o MP, se beneficiava da "rachadinha" no gabinete de Flávio - morto em fevereiro. Raimunda, a mãe de Adriano que teve cargo no gabinete de Flávio e também é investigada, mantinha conversas com Márcia, de quem é amiga. Alguns trechos indicam que havia coordenação entre interlocutores de Adriano, então foragido da Justiça desde janeiro de 2019, e de Flávio e Queiroz.

Outra pessoa ligada a Adriano é uma mulher identificada como Andreia, que seria amiga de Raimunda e tem, sob seu nome, a seguinte anotação: "fazer deposto (sic) na conta do Queiroz". Segundo as investigações, "deposto" seria "depósito". Outro pequeno caderno apreendido traz anotações sobre o dinheiro em espécie usado para pagar o tratamento de Queiroz no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Márcia teria recebido R$ 174 mil para as despesas.

Defesa

O deputado Rodrigo Amorim, conhecido na eleição por quebrar a placa de Marielle Franco, afirmou que conheceu Queiroz em 2016, quando foi candidato a vice-prefeito na chapa de Flávio Bolsonaro. "Sempre o vi como um militante aguerrido, um cara que gostava de trabalhar na rua, de abordar o eleitor. Agora, se ele cometeu erros, que responda, dentro da lei e com a ampla defesa a que tem direito."

Léo Rodrigues afirmou que conhece Queiroz porque fizeram campanha juntos, mas que desconhece a existência da agenda de Márcia. "Até o momento ninguém fez contato comigo, mas não me oporia em ajudá-lo caso precisasse, sempre de forma lícita e republicana."

O senador Flávio Bolsonaro, o presidente e a primeira-dama foram procurados, mas até a conclusão desta reportagem não deram resposta. O Estadão não conseguiu contato com os deputados Marcelo do Seu Dino e Lourival Gomes; a família Brazão não respondeu. 

Dados do celular de Márcia Oliveira de Aguiar, mulher de Fabrício Queiroz, ajudam a elucidar onde o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) esteve enquanto o País perguntava sobre seu paradeiro. Apreendido em dezembro do ano passado pelo Ministério Público do Rio, o aparelho da também ex-assessora, foragida há duas semanas com a prisão preventiva decretada, mostra que Queiroz passou por pelo menos três cidades e endereços ligados a Frederick Wassef - ex-defensor do parlamentar e que também se apresentava como advogado do presidente Jair Bolsonaro.

Wassef nunca atuou formalmente para Queiroz e só entrou oficialmente no caso representando Flávio nos autos, em meados de 2019. Em 18 de junho passado, o ex-assessor foi preso num sítio em Atibaia (SP) registrado por Wassef como escritório. O advogado alegou que deu abrigo a Queiroz por uma "questão humanitária". Disse também que o fato de o ex-servidor do gabinete de Flávio estar lá não constituía crime, já que o policial aposentado não era considerado foragido. Até então, não havia mandado de prisão contra ele.

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Márcia e o suposto operador de Flávio chegaram ao aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital paulista, em 18 de dezembro de 2018, segundo informações obtidas pelo Ministério Público e às quais o Estadão teve acesso. Poucos dias antes, o jornal havia revelado que um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta no nome do ex-assessor.

Queiroz é apontado na investigação do Ministério Público como o operador de esquema de "rachadinhas" - apropriação de parte dos salários dos funcionários - no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio. Pouco antes do réveillon, Queiroz passou por cirurgia para tratamento de um câncer no hospital Albert Einstein.

Cerca de dois meses depois, no fim de fevereiro de 2019, o celular de Márcia começou a registrar sua presença no Guarujá, no litoral paulista. Nas fotos do imóvel em que se hospedaram, destaca-se a vista para o mar. Por meio dessas imagens e de informações como conexões em redes de wi-fi, o MP conseguiu construir um mapa de deslocamento da investigada, que passou dez anos empregada no gabinete de Flávio - a suspeita é de que ela seria funcionária "fantasma". O casal deixou registros na praia da cidade e em locais como uma cafeteria.

Segundo reportagem do Jornal da Band, publicada na semana passada, o apartamento de 200 metros quadrados na praia de Pitangueiras pertence à família de Wassef. O ex-assessor teria chegado lá em dezembro de 2018, antes dos registros observados no telefone de Márcia, conforme relataram moradores à TV.

Ao longo de 2019, Márcia, que morava no Rio, visitou o marido diversas vezes. Depois dos quatro meses em que há indícios seus no Guarujá, foram a Atibaia, no interior paulista. Lá, os registros começam a aparecer em 27 de junho, quase um ano antes da prisão de Queiroz no escritório de Wassef na cidade.

Mesmo com o mistério em torno do seu paradeiro, Queiroz não deixava de ir ao Rio visitar a família ou a São Paulo para compromissos médicos. Num dos trajetos, o casal parou em Aparecida (SP). Apesar da aparente descontração, Márcia dava a entender, em conversas pelo WhatsApp, que Queiroz vivia "no limite" e descontava o estresse nela quando chegava ao Rio. As idas à capital paulista incluíram, em agosto, um passeio pela Rua Augusta. Já no dia 23 de novembro, Márcia recebeu, à meia-noite, uma mensagem de Queiroz dizendo que ele e o filho Felipe estavam no apartamento do "Anjo", como era chamado Wassef nas conversas.

Embora tenha escritório em Atibaia, o advogado vive no Morumbi, zona sul da capital, onde Queiroz chegou a ficar antes de ir para o Guarujá. Com base nessas informações, há indícios de que pelo menos três endereços vinculados a Wassef tenham servido de abrigo para Queiroz.

Em 23 de novembro, conforme os registros, o advogado estava em Brasília, já que o Supremo Tribunal Federal decidia o futuro da investigação sobre as "rachadinhas". Foi no dia seguinte, pela manhã, que Queiroz contou à mulher sobre o plano de Wassef de levar toda a família para se esconder em São Paulo em caso de derrota na Corte, como ocorreu. Márcia considerava um "exagero".

Operação

O celular da mulher de Queiroz foi apreendido em dezembro pelo MP do Rio, quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados a assessores de Flávio. O material capturado no endereço de Márcia inclui anotações com contatos que poderiam ser acionados em caso de emergência. Na mesma semana em que Queiroz dormiu na casa do advogado em São Paulo, Márcia dizia que a família estava sendo feita de "marionete" pelo ex-defensor de Flávio.

Procurado pela reportagem, Wassef não se manifestou até a publicação desta matéria. 

Em mensagem interceptada pelo Ministério Público do Rio, a ex-assessora parlamentar Márcia Oliveira de Aguiar, mulher de Fabrício Queiroz, reclamou das táticas impostas pelo advogado Frederick Wassef. Em novembro do ano passado, ela disse à advogada Ana Flávia Rigamonti, que trabalha com Wassef, que não queria mais viver como "marionete do Anjo". "Deixa a gente viver nossa vida. Qual o problema? Vão matar?"

As mensagens reforçam indícios de que, embora negue, Wassef atuava de forma efetiva na proteção e abrigo de Queiroz e familiares. Segundo as investigações, "Anjo" é o codinome de Wassef, que defendeu o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no processo que apura o esquema de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Márcia está foragida desde o dia 18, quando a Justiça do Rio determinou a prisão dela e de Queiroz. Ele foi detido em uma casa de Atibaia (SP) que funcionava como escritório de Wassef e enviado para o presídio Bangu 8. O advogado deixou a defesa do senador após a prisão do ex-assessor de Flávio.

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Nas conversas obtidas pelo MP, Márcia assume que poderia fugir caso tivesse a prisão decretada. "A gente não pode mais viver sendo marionete do Anjo. 'Ah, você tem que ficar aqui, tem que trazer a família'. Esquece, cara. Deixa a gente viver nossa vida. Qual o problema? Vão matar? Ninguém vai matar ninguém. Se fosse pra matar, já tinham pego um filho meu aqui", diz Márcia, em mensagem enviada a Flávia no fim do ano passado. O MP teve acesso ao material em dezembro, quando foram cumpridos mandados de busca em endereços ligados a Queiroz e um celular da ex-assessora foi apreendido.

Os planos de Wassef, segundo os diálogos apreendidos, incluíam alugar uma casa em São Paulo para abrigar toda a família de Queiroz. Naquele momento, o Supremo Tribunal Federal (STF) estava prestes a autorizar a retomada da investigação sobre as rachadinhas (apropriação de parte dos salários dos servidores) no antigo gabinete de Flávio, então paralisada devido à discussão sobre o uso de informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). As conversas mostram que Márcia e Ana Flávia, que passou seis meses com Queiroz em Atibaia enquanto trabalhava no escritório, achavam a ideia ruim.

Com o passar dos dias, os áudios enviados por Márcia à amiga eram cada vez maiores e mais frequentes. Em algum deles, Márcia alternava choro com relatos sobre como a situação mexia com sua saúde física e emocional. "Sei que também tá acabando com a (saúde) dele (Queiroz)". Em outra mensagem, a conversa revela que o ex-assessor de Flávio também não concordava com os planos de Wassef.

Segundo a advogada, Queiroz disse isso ao advogado, mas Wassef insistia no plano de esconder a família. "Ele (Queiroz) não quer ficar mais aí, não", diz Márcia, antes de ponderar: "Ele (Anjo) vai fazer terror, né?" Quando Wassef passava uns dias em Atibaia, Ana Flávia tomava cuidado ao falar com Márcia. A fim de evitar que o chefe ouvisse a conversa, ela ia para o quintal.

Aos poucos, enquanto as duas demonstravam incômodo com a situação, também começavam a questionar a eficácia da estratégia do defensor. "O Anjo tem ideias boas, sim, mas na prática a gente sabe que não é igual às mil maravilhas que ele fala", comenta Ana Flávia. A advogada diz que havia conversado até com a mulher de Wassef na tentativa de frustrar a ideia de alugar uma casa para abrigar a família Queiroz em São Paulo.

Márcia revela, nos áudios, achar que o marido estava no "limite" e temia que o estado emocional dele prejudicasse o tratamento do câncer. Segundo a ex-assessora, Queiroz mantinha a compostura em Atibaia, mas, quando ia para o Rio, despejava toda a carga sobre ela. "Chega a ser insuportável a convivência com ele", diz. "Estou vendo que ele está no limite dele".

Essa preocupação levava Márcia a evitar se lamentar na presença do marido. É notória a diferença entre as mensagens enviadas ao companheiro e a Ana Flávia. Enquanto para a advogada chegavam áudios e textos grandes, as conversas com o marido se limitavam a informações pragmáticas ou, no máximo, comentários sucintos, como ao dizer que achava "exagero" morar em São Paulo.

Os diálogos entre Márcia e Queiroz costumavam se dar mais no campo da descontração. Ele enviava, por exemplo, fotos de churrasco, pizza e o que mais estivesse comendo. Márcia revela, nas mensagens trocadas com a amiga, se preocupar com a alimentação do marido. Segundo ela, Queiroz não sabe fazer comida saudável e se alimenta de "besteiras".

Enquanto a defesa de Márcia e de Queiroz afirma que não trabalha com a hipótese de delação premiada, interlocutores da família sondaram escritórios de advocacia do Rio que trabalham com o instrumento nos últimos dias. O Estadão apurou que um advogado que já defendeu clientes famosos foi sondado, mas disse que não trabalhava com delação. Outros escritórios foram procurados.

Procurada, Ana Flávia, que não é investigada no caso, disse que não vai comentar. Também afirmou que não tem nada a ver com o processo, já que apenas trabalhava no escritório de Wassef. Flávio Bolsonaro e Wassef não responderam até a conclusão desta edição. Em outras ocasiões, o advogado negou que o apelido "Anjo" se refere a ele e disse que o abrigo a Queiroz em seu imóvel teve caráter "humanitário". 

Pelo menos três endereços no bairro São Bernardo, em Belo Horizonte, em que vivem primos e tios de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), foram vasculhados pela Polícia Militar de Minas Gerais e integrantes do Ministério Público estadual nesta terça-feira, 23. Ninguém foi preso.

Os policiais chegaram por volta das 6 horas e deixaram as residências pouco depois das 8h30. A força-tarefa estava à procura da mulher de Queiroz, Márcia de Oliveira Aguiar, considerada foragida da Justiça desde 18 de junho. Neste mesmo dia, o ex-assessor investigado no esquema de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), foi preso no sítio do advogado Frederick Wassef, em Atibaia, interior de São Paulo. Ontem, a defesa de Márcia entrou com pedido de habeas corpus na Justiça do Rio.

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Em um dos imóveis no bairro de classe média baixa de Belo Horizonte, uma casa azul que fica sobre uma lanchonete, morava, segundo vizinhos, uma tia e madrinha de Queiroz, conhecida como "Dindinha", que morreu na semana passada. A casa, em que outros parentes do ex-auxiliar do hoje senador continuam morando, foi um dos alvos da PM.

Moradora do imóvel da frente há cerca de 50 anos, a costureira Valmeir Silva, de 66 anos, conta que conhece Queiroz desde criança. "Era um moço sonhador que saiu novo daqui e foi pro Rio de Janeiro", disse. "Vinha muito aqui. Passava férias quando seus filhos eram pequenos. Mas há muito tempo não aparece. Sua mulher também vinha."

Outros vizinhos dizem conhecer Queiroz e confirmam visitas à casa, mas dizem nunca ter visto sua mulher no imóvel. Conforme dona Valmeir, a mãe do ex-assessor de Flávio também chegou a morar no imóvel.

A defesa de Márcia Oliveira de Aguiar, mulher de Fabrício Queiroz, entrou com pedido de habeas corpus na Justiça do Rio nesta segunda-feira (22). Ela está foragida desde a quinta-feira da semana passada, quando foi alvo de mandado de prisão preventiva. O marido está preso desde então.

O pedido foi apresentado na segunda à noite pela banca do advogado Paulo Emílio Catta Preta. Na manhã desta terça, foi distribuído para a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça - colegiado de cinco desembargadores que julga, na quinta, 25, um habeas corpus de Flávio Bolsonaro, senador pelo Rio de Janeiro (Republicanos) e filho do presidente da República, Jair Bolsonaro.

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Márcia é acusada de ajudar na suposta obstrução de Justiça ao longo das investigações sobre a "rachadinha" no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Queiroz seria o operador do esquema.

Nesta terça cedo, agentes deflagraram uma operação em Belo Horizonte, Minas Gerais, em endereços de familiares de Queiroz, mas não encontraram Márcia.

O Ministério Público de Minas Gerais e a Polícia Militar encerraram as buscas por Márcia Aguiar, esposa do ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), Fabrício Queiroz. Márcia é alvo de um mandado de prisão desde a última quinta-feira (18), quando Queiroz foi preso na operação Anjo, que apura um suposto esquema de 'rachadinha' no gabinete de Flávio quando ele era deputado federal do Rio de Janeiro. 

As buscas por Márcia aconteceu no endereço da madrinha de Queiroz, na manhã desta terça-feira (23), no bairro São Bernardo, na Região Norte de Belo Horizonte. A ação aconteceu em parceria com o Ministério Público do Rio de Janeiro, que é quem comanda a investigação. Na casa moram primas de Queiroz que seria ligadas a sua esposa.

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Márcia é investigada por ter recebido R$ 174 mil em dinheiro. O valor teria sido usado para pagar o tratamento de Queiroz, mas não se sabe ainda a origem do montante.

Segundo informações do G1, o MP já sabia que Márcia tinha intenção de fugir, caso tivesse a prisão decretada.

O Ministério Público de Minas Gerais realiza, na manhã desta terça-feira (23), uma operação em conjunto com o Ministério Público do Rio de Janeiro para cumprir quatro mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte no âmbito das investigações sobre "rachadinhas" no gabinete do senador Flávio Bolsonaro à época em que era deputado estadual no Rio. Segundo a Promotoria, a operação tem como objetivo localizar Márcia Oliveira Aguiar, mulher do ex-assessor parlamentar do filho "01" do presidente, Fabrício Queiroz.

Márcia é considerada foragida desde quinta-feira (18), quando foi deflagrada a Operação Anjo. A segunda ofensiva do MP-RJ nas apurações sobre as "rachadinhas" prendeu Queiroz em Atibaia (SP) em imóvel do ex-advogado de Flávio Bolsonaro Frederick Wassef.

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As ordens de prisão preventiva de Queiroz e sua mulher foram expedidas pelo juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª Vara Criminal da Capital. Com relação à Márcia, o magistrado considerou que ela teve "participação fundamental" nas manobras para embaraçar as investigações das "rachadinhas", que apuram crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Segundo Nicolau, era "inequívoco" que Márcia, em liberdade poderia obstaculizar a apuração dos fatos, além de agir sob as ordens de Queiroz. Em sua decisão, Nicolau escreveu que assim como o ex-assessor parlamentar do filho "01" do presidente Jair Bolsonaro, Márcia também estava se escondendo, recebendo auxílio de terceiro e ainda cogitava fugir caso tivesse ciência de que havia sido decretada sua prisão preventiva.

Preso na manhã de quinta, 18, em uma casa em Atibaia, de propriedade de advogado da família Bolsonaro, o ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz foi o principal alvo da Operação Anjo, a segunda ofensiva do Ministério Público do Rio no caso das 'rachadinhas' no gabinete de Flávio Bolsonaro enquanto deputado no Rio. No entanto, atendendo a pedido da Promotoria, o juiz Flávio Nicolau, da 27ª Vara Criminal da Capital, também decretou a prisão preventiva de Márcia Oliveira de Aguiar, mulher de Queiroz, por considerar que ela teve 'participação fundamental' nas manobras para embaraçar as investigações de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Segundo o magistrado, era 'inequívoco' que Márcia, em liberdade poderia obstaculizar a apuração dos fatos, além de agir sob as ordens de Queiroz. Em sua decisão, Nicolau escreveu que assim como o ex-assessor parlamentar do filho '01' do presidente Jair Bolsonaro, Márcia também estava se escondendo, recebendo auxílio de terceiro e ainda cogitava fugir caso tivesse ciência de que foi decretada sua prisão preventiva.

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Márcia não foi encontrada e é considerada pelo MP-RJ como foragida. Desde a manhã de quinta-feira, 18, equipes da Polícia miram endereços ligados a ela. Os investigadores do Rio informaram na sexta-feira, 20, que vão pedir a inclusão de seu nome na lista de Difusão Vermelha da Interpol.

"Pode-se concluir que os requeridos Fabrício José Carlos de Queiroz e Márcia Oliveira de Aguiar forneceram endereços falsos nos autos e suas condutas denotam notória intenção de não se submeterem à Jurisdição Penal, restando evidenciado o risco à futura aplicação da lei penal pelo iminente risco de fuga", escreveram os investigadores na representação para deflagração da operação Anjo.

Foi a partir de Márcia que os investigadores chegaram ao esconderijo do operador financeiro da organização criminosa liderada por Flávio Bolsonaro - mais precisamente a partir do o celular da ex-servidora da Alerj. O aparelho foi apreendido em dezembro do ano passado, na primeira ofensiva do MPR-J no âmbito das investigações de rachadinha. Na ocasião, foram realizadas 24 buscas.

Segundo o MP, a ofensiva inclusive 'surpreendeu' Márcia, que segundo mensagens extraídas de seu celular, estava com viagem para São Paulo marcada para o dia 18 de dezembro, data da operação.

No celular de Márcia estavam fotos, enviadas tanto por Queiroz como pelo filho do casal, que retratavam o ex-assessor de Flávio Bolsonaro levando uma 'vida confortável e ativa' no imóvel de Fred Wassef, que se autointitula advogado e amigo da família Bolsonaro. Uma das imagens registra o ex-PM comandando churrasco com uma camisa do Vasco, comemorando ao rebaixamento do Cruzeiro, com uma 'corona com limãozinho' e presença de 'amiguinhas bacaninhas' de seu filho.

Mensagens trocadas entre Queiroz e Márcia em novembro de 2019, um mês antes da primeira ofensiva do MP-RJ, mostraram ainda que o casal estaria obedecendo às instruções de alguém referido apenas como 'Anjo'. O apelido deu nome à operação realizada na quinta, 18. Segundo os diálogos tal pessoa também manifestou a intenção de esconder toda a família do de Queiroz em São Paulo. Os textos mostram que Márcia inicialmente considerou a ideia 'exagerada', mas depois 'aceitou fugir' caso ela e Queiroz 'tivessem a prisão decretada'.

Outros diálogos extraídos do telefone de Márcia mostraram ainda que Queiroz, sua mulher e o advogado Luiz Gustavo Botto Maia, também ligado ao filho mais velho do presidente, teriam orientado a mãe do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, o Capitão Adriano, a ficar 'escondida'. Márcia inclusive visitou a casa onde a mãe do chefe do 'Escritório do Crime' estava em Minas Gerais.

As relações entre a família de Queiroz e a família de Capitão Adriano vão além. O miliciano teria repassado mais de R$400 mil para as contas do ex-assessor de Flávio Bolsonaro. Além disso, segundo o MP-RJ, participaria de um 'plano de fuga organizado para toda a família do operador financeiro'. Os investigadores também apontaram que o milicano fazia parte do núcleo executivo do esquema de desvio de salários na Alerj, mesmo grupo do senador Flávio Bolsonaro.

Também a partir de mensagens trocadas entre Márcia e Queiroz foi possível que os promotores identificassem indícios de uma suposta 'influência' de Queiroz sobre as milícias do Estado. Nos diálogos o ex-assessor parlamentar se compromete a 'interceder pessoalmente' junto a milicianos em favor de um homem que pede sua ajuda após receber ameaças de paramilitares no Itanhangá.

Outro objeto apreendido durante as buscas do MP-RJ em dezembro do ano passado, na casa de Márcia, foi uma caderneta com anotações de gastos do ex-assessor de Flávio Bolsonaro com despesas hospitalares e também sobre possíveis contatos com policiais e milicianos, caso fossem presos.

Os registros mostraram que Queiroz recebeu R$ 174 mil em espécie, de origem desconhecida e pagou as despesas do hospital Albert Einstein, onde fez tratamento de um câncer. Já os contatos de 'Leonardo policia' e 'Aroldinho policial federal' na caderneta levaram aos promotores a pedir à Justiça que encaminhasse o ex-PM para Bangu, e não para o Batalhão Especial Prisional da Polícia Militar do Rio, tendo em vista que os policiais citados 'poderiam, em tese, facilitar a vida' de Queiroz no presídio.

Ex-funcionária da Assembleia Legislativa do Rio, Márcia foi uma das assessoras ligadas ao gabinete do filho '01' do presidente que mais repassou parte de seus salários à Queiroz. Segundo o MP do Rio, seu marido recebeu R$ 2.039.656,52 de 11 servidores da Alerj.

Márcia teria depositado nas contas de Queiroz R$ 445 mil dos R$ 1,1 milhão que recebeu da Casa Legislativa. O montante transferido fica atrás somente dos repasses feitos pela filha do casal, Nathalia Melo de Queiroz que colocou nas contas do pai R$ 663 mil dos R$ 774 mil que recebeu da Alerj.

Apesar de não representar Queiroz, Fred Wassef, advogado de Flávio Bolsonaro e dono do imóvel onde o ex-PM foi preso, afirmou em abril que a razão dos depósitos dos familiares do ex-assessor parlamentar em sua conta se davam 'vez que o pai é quem administrava os recursos'.

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