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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou na quarta-feira, 4, o uso emergencial do antiviral Molnupiravir. Produzido pela farmacêutica norte-americana Merck Sharp & Dohme (MSD), o medicamento em formato de cápsulas é indicado para o tratamento de pacientes adultos que não requerem oxigênio suplementar e apresentam maiores riscos de desenvolverem a forma grave de Covid-19. O pedido foi avaliado pelos diretores durante a sétima reunião extraordinária pública.

Ao votar pela aprovação do medicamento durante videoconferência, a relatora do processo, diretora Meiruze Freitas, disse que é importante ter opções terapêuticas para determinadas condições clínicas, especialmente em indivíduos que, por várias razões, têm alto risco de desenvolver as formas graves da doença.

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No entanto, ela destacou que o Molnupiravir não é um substituto da vacina contra o coronavírus, que continua continua sendo a melhor forma de prevenção."Reitero que a vacinação continua sendo a melhor estratégia para evitar a covid grave, hospitalizações e óbitos. Aqueles que não completaram o curso completo de vacinação têm mais chances de apresentar sintomas moderados ou graves em comparação com aqueles que receberam um reforço, especialmente os mais vulneráveis", afirmou ela.

A relatora também pontuou a necessidade de que a comunidade científica, a indústria farmacêutica, os reguladores e os governos continuem trabalhando unidos nas questões relativas à Covid-19, uma vez que não se sabe por quanto tempo o vírus continuará a circular no mundo.

Segundo a agência, nos ensaios clínicos realizados, o remédio mostrou efeitos benéficos a pacientes adultos leves e moderados, com capacidade de reduzir os casos de hospitalização e mortes. De uso domiciliar, ele funciona de modo a reduzir as chances do vírus Sars-CoV-2 se multiplicar e reproduzir no corpo.

O medicamento já foi aprovado nos Estados Unidos, no Reino Unido, na Europa, no Japão e na Austrália. Atualmente, está em uso em pelo menos vinte países. No início de março, teve 'recomendação condicional' por parte da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ou seja, a segurança do medicamento permanece sendo monitorada.

Embora haja ensaios clínicos com o Molnupiravir na fase 3, as agências reguladoras continuam realizando novos estudos e acompanhando possíveis efeitos adversos. Para ser incorporado ao rol de tratamentos distribuídos na rede pública brasileira, o medicamento deve passar agora por uma nova etapa que envolve a avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).

Indicação

O medicamento é indicado para o tratamento da covid em adultos que não requerem oxigênio suplementar e que apresentam risco aumentado de progressão da doença para casos graves e cujas opções alternativas de tratamento aprovadas ou autorizadas pela Anvisa não são acessíveis ou clinicamente adequadas.

Restrições

O medicamento é de uso adulto, com venda sob prescrição médica. Não é recomendado durante a gravidez, a amamentação, em mulheres que podem engravidar e que não estão usando contraceptivos eficazes. Segundo a Anvisa, estudos mostraram que altas doses de Molnupiravir podem afetar o crescimento e o desenvolvimento do feto.

Contraindicações

- Para uso em pacientes com menos de 18 anos de idade.

- Para uso em grávidas.

- Para início do tratamento em pacientes que necessitam de hospitalização devido à covid-19, uma vez que seus benefícios não foram observados em indivíduos quando o tratamento é iniciado após a hospitalização.

- Para uso por mais de cinco dias consecutivos.

- Para profilaxia pré-exposição ou pós-exposição para prevenção de covid-19.

Período de uso

O medicamento deve ser tomado por via oral durante os cinco primeiros dias após o aparecimento dos sintomas, de modo a evitar o desenvolvimento de uma versão resistente do vírus. Além disso, deve ser limitado a cinco dias consecutivos.

Posologia

A dosagem em pacientes adultos é de 800 mg (quatro cápsulas de 200 mg) por via oral, a cada 12 horas, e por cinco dias, com ou sem alimentos. O medicamento deve ser utilizado assim que possível após o diagnóstico de covid-19 e dentro de cinco dias do início dos sintomas.

Prescrição médica

A Anvisa salienta que o Molnupiravir é um medicamento que deve ser usado após avaliação e prescrição médica. "Requer adequada dispensação farmacêutica, com orientações de que o medicamento é de uso individual e não pode ser repassado a terceiros sem avaliação e prescrição médica. Cumpre ao farmacêutico realizar também orientações tais como a importância da adesão ao tratamento, modo de administração e restrições", destacou a agência.

O comprimido contra a Covid-19 desenvolvido pelo laboratório MSD é eficaz no tratamento do vírus, mas não é recomendado para uso em mulheres grávidas, disse a Agência de Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) em um relatório preliminar divulgado nesta sexta-feira (26).

A publicação vem antes de uma reunião do comitê de especialistas da FDA marcada para 30 de novembro, na qual as recomendações para autorização de emergência do medicamento, chamado molnupiravir, serão revisadas.

Se aprovado, esse medicamento representaria um avanço na luta contra a pandemia, ao permitir que as formas graves da doença fossem reduzidas com bastante facilidade.

Em seu relatório, a FDA considera que o molnupiravir é eficaz em pacientes com covid-19 e em risco de hospitalização. No entanto, indicou que o comitê não recomenda a autorização do molnupiravir em mulheres grávidas, considerando que “não há cenário clínico em que os benefícios superem os riscos” nesta população.

Embora grávidas não tenham sido incluídas no ensaio clínico da MSD, a FDA baseia sua recomendação nos resultados do estudo em ratas e coelhas grávidas, alguns dos quais tiveram mais malformações do que nos grupos de controle.

Para seu pedido de autorização, a MSD confiou neste ensaio clínico que conduziu com seu parceiro Ridgeback Biotherapeutics em pessoas com casos leves a moderados de covid-19 e pelo menos um fator de risco agravante. Todos receberam o tratamento dentro de cinco dias dos primeiros sintomas.

A taxa de hospitalização ou morte em pacientes que receberam o medicamento foi de 7,3%, em comparação com 14,1% para aqueles que receberam placebo. Nenhuma morte foi observada em pessoas tratadas com molnupiravir, em comparação com 8 no segundo grupo.

Os resultados foram conclusivos o suficiente para que um comitê independente de vigilância de dados decidiu, em consulta com a FDA, abandonar o estudo prematuramente.

Os antivirais como o molnupiravir diminuem a capacidade de um vírus se replicar, desacelerando a doença.

A sua aplicação pode ter um duplo efeito: permitir que as pessoas já infectadas com coronavírus não desenvolvam sintomas graves e que as pessoas que estiveram em contato próximo com alguém infectado não desenvolvam a doença.

A farmacêutica americana Merck Sharp & Dohme (MSD) solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta sexta-feira (26) o uso emergencial do Molnupiravir, pílula antiviral de via oral desenvolvida pela farmacêutica em parceria com a Ridgeback Biotherapeutics. O remédio atua prevenindo a replicação do coronavírus e tem demonstrado ser eficaz no tratamento da Covid-19.

A Anvisa é a quinta agência regulatória do mundo a receber o pedido de uso emergencial do medicamento, segundo a MSD.

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"Isso mostra claramente o compromisso da MSD com o Brasil e reforça a relevância do País para a companhia", informou a farmacêutica.

O medicamento já foi submetido a órgãos como a FDA (Estados Unidos), a EMA (União Europeia) e a Agência Japonesa de Produtos Farmacêuticos e Dispositivos Médicos. No início deste mês, o Molnupiravir recebeu aval da agência reguladora do Reino Unido e tornou-se o primeiro tratamento de via oral aprovado no mundo.

O remédio age induzindo mutações na enzima RNA-polimerase do Sars-CoV-2 conforme o material genético do vírus é replicado. Desse modo, ele consegue enfraquecer o vírus e diminuir os danos causados ao corpo. Por ser administrado por via oral, a expectativa é que seja mais acessível que outros medicamentos.

Ainda não há resultados científicos definitivos, mas a farmacêutica divulgou resultados preliminares de um estudo de fase 3 que apontam que o remédio tem potencial de reduzir em 50% o risco de hospitalização ou morte dos pacientes com covid-19. Para isso, ele deve ser administrado logo nos primeiros dias após o início dos sintomas.

A MSD informou que, até o 29º dia de análise desde o início dos testes em voluntários, nenhuma morte foi relatada em pacientes que receberam Molnupiravir, em comparação com oito mortes em pacientes que receberam placebo.

A análise interina avaliou dados de 775 pacientes que foram inicialmente inscritos no estudo clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo de fase 3.

O estudo incluiu sete centros de pesquisa no Brasil: três em São Paulo (dois na capital e um em São José do Rio Preto), um no Distrito Federal (Brasília), um em Minas Gerais (Belo Horizonte), um no Paraná (Curitiba) e um no Rio Grande do Sul (Bento Gonçalves).

Conforme mostrou o jornal O Estado de S. Paulo nesta sexta, com o avanço da vacinação, está ganhando força a corrida para tratar a doença. Ao lado do Paxlovid, remédio desenvolvido pela Pfizer, o Molnupiravir é uma das pílulas antivirais que tem demonstrado maior potencial.

Fiocruz

A MSD informou que está em "conversas avançadas" com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)) desde janeiro deste ano para definir um modelo de cooperação técnica por meio do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz).

As negociações em andamento, acrescenta a farmacêutica, incluem a possibilidade de estudos futuros para avaliar o antiviral no enfrentamento de outras infecções virais, como dengue e chikungunya.

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