Destituído do cargo de diretor de Inovação Tecnológica da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), Mozart Sales (PT) negou "veementemente" ter cometimento qualquer ilícito no comando da estatal. O petista foi afastado do primeiro escalão da empresa pela Justiça Federal, nessa quarta-feira (9), após a Operação Pulso ser deflagrada para reprimir a atuação de uma suposta organização criminosa especializada em direcionar licitações e desviar recursos públicos na Hemobrás.
Sales prestou esclarecimentos à Polícia Federal e teve um mandado de busca e apreensão cumprido em sua casa. Em depoimento, Mozart afirmou ter reforçado que todas as decisões administrativas tomadas nas licitações foram lastreadas em pareceres técnicos e jurídicos da estatal. “Entrei na Hemobrás em março deste ano de 2015 e priorizei a questão de armazenamento de plasma, por ser um material perecível e imprescindível para fabricação de diversos medicamentos e que se encontrava comprometido por falta de capacidade de armazenamento”, observou.
##RECOMENDA##De acordo com Mozart Sales, vários hemocentros no país já haviam reportado o problema e era fundamental solucioná-lo o quanto antes. Defendendo-se o petista salientou que todo o procedimento foi fruto de auditoria interna, recebeu parecer favorável da Advocacia Geral da União e também foi acompanhado pelo Tribunal de Contas da União. “Sem que qualquer um deles apontasse qualquer indício de favorecimento ou mesmo superfaturamento”, enfatizou.
Segundo as investigações da PF, os prejuízos causados por essa suposta organização criminosa são incalculáveis. Há indícios, inclusive, de que os recursos desviados teriam sido usados para custear campanhas políticas. "Existem indícios de dinheiro ligados a diretores da Hemobrás em campanhas políticas na região”, afirma o delegado Wagner Menezes, coordenador da Operação Pulso. Essa informação será repassada para Justiça Eleitoral a fim de serem averiguadas.