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O ex-ministro da Educação do Governo Bolsonaro Abraham Weintraub e sua esposa, Daniela Baumohl Weintraub, tiveram seus salários cortados pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A medida ocorre depois de uma denúncia de que o casal estava recebendo sem ter trabalhado nos últimos meses.

Abraham Weintraub é professor do curso de ciências contábeis, no campus de Osasco, mas está morando nos Estados Unidos e não compareceu à universidade no último semestre para dar aulas. Apesar disso, recebeu salário nos meses de dezembro de 2022 e de janeiro, fevereiro e março deste ano.

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Por sua vez, Daniela Weintraub, professora do Departamento de Ciências Atuariais, tinha seu retorno ao trabalho previsto para o fim de novembro, quando se encerrou o prazo de uma licença para tratamento de saúde em família. Desde então, ela não retornou às atividades, embora tenha recebido salários nos meses de janeiro e fevereiro. Daniela responde a processo administrativo por abandono de cargo.

Questionado pela Folha de S.Paulo, o advogado de Abraham disse, por meio de nota, ter solicitado em dezembro do ano passado uma licença para que seu cliente tratasse de "assuntos particulares". Para ele, a reitoria da universidade negou o pedido "por vingança ao ex-ministro da educação".

Alunos da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) do campus de Guarulhos, na Grande São Paulo, encontraram suásticas desenhadas em paredes das instituições de ensino. Na USP, há ao menos dois relatos envolvendo o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e a Faculdade de Direito. No caso da federal, o símbolo nazista foi pichado ao lado da frase "Maurício CPF cancelado/zerado". Até o momento, somente o episódio envolvendo o estudante Maurício Monteiro foi registrado em boletim de ocorrência pela universidade. Por se tratar de uma instituição federal, o caso foi registrado na Polícia Federal.

Na segunda-feira à noite, 28, o Diretório Central dos Estudantes da USP recebeu a denúncia de que ao menos oito símbolos nazistas tinham sido desenhados nas quatro paredes da vivência estudantil do DCE, no campus Butantã, na zona oeste da cidade. O espaço aberto para os estudantes fica ao lado da sede política do diretório. É lá também que os calouros escrevem seus nomes com guache, logo que ingressam na universidade.

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Para Beatriz Calderon, de 23 anos, diretora do DCE Livre da USP e do Coletivo Juntos, esse ataque é considerado preocupante. "Foi um ataque bem sério. Nós usamos muito a marca antifascista, desde que fomos eleitos. Ela está na nossa bandeira, pois a gente acredita que a universidade é e precisa seguir sempre sendo um território antifascista. Não existe espaço para esse tipo de pensamento dentro da universidade", disse Beatriz.

Segundo ela, logo após fazerem imagens das pichações, as mesmas foram apagadas. No dia seguinte, o diretório se posicionou contra a atitude. "Estamos agora aguardando nosso setor jurídico para fazer um boletim de ocorrência. Para verificar qual a melhor maneira de atuar. Também vamos organizar uma campanha antifascista na universidade. Estamos montando um dossiê que documenta esse e outros casos, não com esse teor, mas situações graves também", acrescentou ela.

Depois do episódio envolvendo o DCE da USP, entre terça-feira, 29, e quarta-feira, 30, a Faculdade de Direito da universidade também relatou que suásticas foram pichadas em paredes da instituição. Logo após registrarem os fatos em imagens, os símbolos foram apagados. Investigação interna está sendo realizada para localizar os responsáveis.

Em resposta às aparições de símbolos nazistas, a direção da Faculdade de Direito e o Centro Acadêmico XI de Agosto emitiram uma nota conjunta.

"Repudiamos qualquer forma de preconceito, autoritarismo e exclusão, dentro e fora de nosso espaço. Não toleraremos nenhuma forma de discriminação. O ambiente universitário configura contexto especialíssimo e protegido, ainda que sempre aberto à liberdade de expressão", afirma o comunicado. "No Brasil, a veiculação de símbolos nazistas, a prática e a incitação à discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional são crimes expressamente previstos na Lei Federal nº 7.716/1989, inafiançáveis e imprescritíveis. Os símbolos nazistas são absolutamente indesejáveis, incompatíveis e repugnantes à vida acadêmica."

Por sua vez, em nota, a USP afirma que não admite qualquer forma de apologia ao nazismo e ao preconceito racial em suas dependências.

"Na terça-feira, a Guarda Universitária esteve no local, identificou as suásticas e solicitou aos responsáveis pelo DCE que as pichações fossem apagadas imediatamente. A universidade apura, em conjunto ao DCE, a identificação do autor ou autores das pichações", acrescentou.

Aluno

No caso da Unifesp, no campus Guarulhos, na Grande São Paulo, a ameaça com o desenho do símbolo nazista foi vinculada diretamente a um estudante.

Na noite do dia 21 de novembro, houve relato de que uma suástica havia sido pichada ao lado da frase "Maurício CPF cancelado/zerado" no banheiro masculino do terceiro andar da EFLCH-Unifesp, na primeira cabine da direita. Segundo Maurício Monteiro, estudante do curso de História da universidade, trata-se de uma ameaça contra ele.

"Uma ameaça à minha integridade física dentro e fora do campus. Visto que sou um estudante negro, da periferia, LGBTQIAP+, com compromisso e ativismo da causa negra, integrando grupos de estudos africanos, sendo membro do Núcleo Negro da Unifesp Guarulhos (NNUG), representante discente no curso de história e com uma postura antifascista e antirracista na universidade e para fora dela", publicou em rede social.

"Como um jovem pesquisador da área de História, apresentei trabalhos sobre as relações étnico-raciais, antirracismo na educação e construção de políticas públicas para população negra. Destaco aqui minha trajetória para evidenciar que a ameaça feita não corresponde apenas à minha pessoa, mas também a tudo que eu acredito e a todas as pessoas que se sensibilizam com essas causas, em busca de reparação, emancipação e justiça ao povo preto", completou Monteiro.

Em nota, a Unifesp afirma que repudia toda e qualquer forma de violência contra os membros de sua comunidade, corpo discente, docente, servidores e colaboradores, notadamente aquelas relacionadas à discriminação ou ao preconceito social, de gênero, raça, cor, etnia, religião, procedência e contra pessoas com deficiência.

"A instituição, por meio da direção do campus Guarulhos, após ser informada a respeito de ameaças vinculadas à suástica, símbolo nazista, inscritas nas paredes de um de nossos espaços, está tomando as medidas cabíveis, como o lavramento de boletim de ocorrência junto à Polícia Federal e se colocando à disposição das autoridades para contribuir com o objetivo de esclarecer a autoria", disse em nota.

O estudante também registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) de São Paulo.

Procuradas, a Polícia Federal e a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) não se posicionaram até a publicação da reportagem.

Jovens que promoveram massacres em escolas se apropriam de símbolos nazistas

O Instituto Brasil-Israel (IBI) alerta que a normalização do nazismo assusta e pode contribuir para outras tragédias. Segundo a entidade, no caso mais recente, do último dia 25, o adolescente de 16 anos que matou quatro pessoas após entrar armado em duas escolas na cidade de Aracruz, no Espírito Santo, é mais uma tragédia que reforça o alerta para o crescimento do nazismo no País. Ele usava uma suástica no braço.

Em 2021, três crianças e duas professoras foram mortas a golpes de facão por um jovem de 18 anos em uma creche na cidade de Saudades, em Santa Catarina. Com o avançar das investigações, a polícia já identificou indícios de associação do criminoso com células neonazistas, assim como no caso envolvendo outro jovem que, em 2019, matou dez pessoas em uma escola estadual de Suzano, na Grande São Paulo.

"Esses casos evidenciam o que já percebemos. Nos últimos anos, tem havido um processo de normalização da ideologia supremacista de Adolf Hitler no Brasil. É preciso ressaltar que a apologia ao nazismo no País é crime", afirma Daniel Douek, diretor-executivo do IBI.

Na terça-feira, 29, a Escola Municipal José Silvino Diniz, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, amanheceu pichada com suásticas e com o nome de Hitler escrito nas paredes.

"O momento é de grande preocupação, visto que esses grupos neonazistas estão se expandindo no País e aliciando jovens para inflamar o discurso de ódio e transformá-lo em prática de atos violentos, como esses massacres que assistimos", acrescenta Douek. "É preciso cumprir com rigor a legislação brasileira, que já prevê punição para essa tipificação", completa ele.

Os brasileiros dormem muito mal, e a pandemia de covid-19 pode ter contribuído para agravar ainda mais o problema. A conclusão é de um novo estudo, feito por cientistas da USP e da Unifesp e publicado na Sleep Epidemiology, segundo o qual 65,5% da população relata problemas relacionados ao sono.

As mulheres são as mais afetadas: respondem por um terço dos casos, um dado recorrente em outros estudos nacionais e internacionais. Sofrem muito também os viciados em mídias sociais, que não conseguem deixar de lado os smartphones nem na hora de ir para a cama. O novo trabalho revelou também um dado inédito: um aumento dos problemas de sono entre homens jovens, o que costuma ser raro. Os cientistas dizem que mais estudos são necessários para entender o novo dado, mas acreditam que as incertezas trazidas pela pandemia podem ser uma razão.

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"Nesse grupo (65,5%), estão incluídas as pessoas que têm distúrbios do sono, mas também outras que dormem mal pelas mais diversas razões, como estar acompanhado de alguém que ronca muito, por exemplo", contou Dalva Poyares, da Unifesp, uma das autoras do estudo. "Ou seja, não quer dizer que, necessariamente, todos eles tenham um problema de saúde."

Os chamados transtornos do sono são, basicamente, apneia, síndrome das pernas inquietas, narcolepsia e, o mais comum de todos, insônia. Mas as pessoas podem ter um sono ruim por vários outros fatores, como explicam os especialistas, que podem ir desde depressão e ansiedade até um ambiente barulhento ou um colchão ruim. No caso dos transtornos, lembram os médicos, existem tratamentos apropriados para cada uma das condições. Para problemas mais simples, o recomendado é seguir uma rotina de higiene do sono.

"Esse percentual (65,5%) não chega a nos surpreender", afirmou o presidente da Associação Brasileira do Sono (ABS) e médico do Incor, Luciano Dager, principal autor do trabalho. "Vários fatores contribuem para isso, como estilo de vida, problemas financeiros, dificuldades de conciliar agendas, insegurança, ansiedade, depressão, obesidade, conectividade excessiva; ficamos até muito tarde nas redes sociais e nos streamings, mantendo o cérebro muito ativo e inibindo um padrão de sono melhor."

O novo trabalho mostrou que os fatores independentes mais citados como responsáveis pela qualidade ruim do sono são: o diagnóstico de insônia, o uso de mídias interativas pouco antes da hora de dormir e a ausência do parceiro na mesma cama. Isso mesmo, os brasileiros dormem pior quando não estão acompanhados.

"Quando temos essa situação de um parceiro dormindo em outra cama ou outro quarto isso pode significar algumas coisas: ou um deles tem um distúrbio de sono muito grave que precisa se isolar, ou há algum tipo de fragilidade no relacionamento, o que pode influenciar na qualidade do sono", especula Dager.

"Vários estudos internacionais mostram que os divorciados, separados e viúvos dormem pior do que os casados", lembra Dalva, "Dormir junto deve ter algum fator protetor, como confiança, que contribui para um sono melhor."

Os médicos não sabem explicar direito por que, em geral, as mulheres são muito mais afetadas que os homens - um dado que se repete mais ou menos na mesma proporção em várias partes do mundo. Mas há algumas hipóteses.

"Existem algumas características genéticas, a questão da menopausa, embora isso não esteja ainda totalmente estabelecido", diz Dager. "Mas acho que o principal é esse papel central da mulher na nossa sociedade, assumindo múltiplas atividades, cuidando da casa, das crianças, dos idosos, tendo uma carreira, atendendo às mais diferentes demandas numa sociedade machista, o perfil de ansiedade é mais frequente."

Justamente o caso da fonoaudióloga Francine Broggio, de 49 anos, e da advogada Isabelle Machado, de 46 anos.

"Quando a minha mãe morreu, em fevereiro de 2021, comecei a ter problemas para dormir", conta Francine. "Depois que tive covid, a situação piorou ainda mais. Comecei também a ter crises de ansiedade generalizada. Estou tomando antidepressivos e também um remédio especificamente para dormir. Se não tomar, não durmo de jeito nenhum. E mesmo quando tomo, dependendo do dia, das preocupações que tenho, também não consigo dormir."

"Em 2019 eu comecei a ter dificuldades para dormir, tinha falta de ar, chegamos a achar que poderia ser apneia do sono, mas isso acabou sendo descartado. O diagnóstico foi de ansiedade mesmo", diz Isabelle. "Tinha medo de dormir e ter falta de ar; comecei a fazer terapia. Não posso ficar no celular nem na televisão. E uso música clássica para dormir."

Embora a coleta de dados para o novo trabalho tenha ocorrido bem no início da pandemia no Brasil, diferentes aspectos, como problemas econômicos, podem ter tido um impacto na qualidade do sono, especialmente para os homens mais jovens, segundo o estudo.

"Até 8 de abril de 2020, uma semana depois do fim da coleta de dados, um total de menos de 16 mil casos de Covid-19 tinham sido diagnosticados no País. No entanto, o período de estudo coincidiu com a adoção de medidas restritivas. Além disso, outros estudos já tinham demonstrado o impacto da pandemia na qualidade do sono", ponderam os pesquisadores no estudo.

O sono é fundamental para a saúde física, o bem estar, a performance cognitiva e o funcionamento diário mais básico. Pessoas que não dormem bem têm mais tendência a apresentar problemas cardiovasculares e obesidade. O número total de horas de sono necessárias varia de indivíduo para indivíduo. Alguns precisam de até dez horas, enquanto outros ficam bem com seis horas. Com menos de seis horas de sono, explica Dalva, ainda que a pessoa se sinta bem, já há um impacto na saúde.

"O sono é um estado ativo, não é um desligar completamente como as pessoas pensam", afirma Dalva. "Muitos processos acontecem durante o sono, como o repouso do sistema cardiovascular; a pressão arterial diminui, a frequência cardíaca baixa, as artérias relaxam. O sono é importante também para o metabolismo, a secreção de insulina é alterada nesse período, é quando temos o pico de produção do IGH, o hormônio do crescimento, aumenta a produção de melatonina. E é também durante o sono que o cérebro varre o seu lixo metabólico para fora do organismo, faz uma faxina."

O estudo ouviu 2.635 pessoas em todas as regiões do País. Para definir a qualidade do sono dos entrevistados, os pesquisadores usaram um questionário padrão que inclui seis diferentes dimensões para definir o padrão de sono (número de horas dormidas, continuidade do sono, regularidade, qualidade, regularidade de horários e alteração entre estados de alerta e de sono). Cada uma dessas dimensões é relevante à saúde, de acordo com o trabalho.

Um outro estudo feito nacionalmente em 2014, com 2.017 participantes de todas as regiões do Brasil, já indicava o problema: 76% dos entrevistados relataram pelo menos uma reclamação sobre a qualidade de seu sono. Entre as mais citadas, estavam sono leve (27%), ronco (25%), horas de sono insuficientes (23%), excesso de movimentos durante o sono (22%) e insônia (21%). Outras reclamações foram bem menos prevalentes, como sonambulismo (1%), interrupção da respiração (3%), urgências urinárias (5%), pernas inquietas (6%) e bruxismo (7%).

Higiene do sono

Para ter uma boa noite de sono, os especialistas recomendam para todos ter sempre um horário similar para ir para a cama, respeitar o número de horas de sono de que seu corpo necessita, dormir em um ambiente silencioso e escuro, ter um colchão confortável.

Para quem apresenta dificuldades para pegar no sono ou manter o sono, especialistas recomendam o que chamam de higiene do sono; uma preparação que começa pelo menos duas horas antes do horário de ir para a cama.

- Não comer logo antes de dormir. O recomendado é fazer uma refeição leve pelo menos duas horas antes de se deitar.

- Desligar o celular, o computador, o tablet e os streamings pelo menos duas horas antes do horário de dormir. Eles mantêm o cérebro em alta atividade, sobretudo as mídias sociais, em que há interações ativas.

- Não é recomendado preparar a agenda do dia seguinte antes de dormir, ou dar a início a discussões mais sérias como o parceiro/a. Essas também são ações que mantêm o cérebro em alta atividade.

- Garantir um ambiente escuro, silencioso, confortável e com temperatura apropriada.

Presidente da Associação Brasileira do Sono, Luciano Dager diz que, embora muitas pessoas gostem de recorrer a chás caseiros e alguns fitoterápicos, não há comprovação científica de que eles, de fato, tenham algum efeito positivo sobre o sono. O mesmo se aplica aos suplementos de melatonina, cuja comercialização acaba de ser liberada no Brasil.

Uma vacina em forma de spray nasal contra a Covid-19 está sendo desenvolvida por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Em fase de estudos, o novo imunizante promete ser de baixo custo, proteger contra variantes e bloquear o novo vírus ainda no nariz. A expectativa é que ela esteja disponível até o fim de 2022.

“Você já começa a induzir resposta no epitélio nasal e induzir a produção de um anticorpo que é muito importante nas mucosas, que são as IgAs [Imunoglobulina A] secretórias”, explica o coordenador do estudo, Jorge Elias Kalil Filho, professor da Faculdade de Medicina da USP e chefe do Laboratório de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas.

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Além de inovar na forma de inoculação do vírus, com aplicação pelo nariz e não por via intramuscular, o imunizante também se diferencia no antígeno. “Em vez de usarmos a Spike do vírus de Wuhan, nós vamos utilizar só a RBD [domínio receptor obrigatório, pela sigla em inglês] das quatro variantes de preocupação”, diz Kalil Filho. De acordo com a Fiocruz, a proteína Spike é associada à capacidade de entrada do patógeno nas células humanas e é um dos principais alvos dos anticorpos neutralizantes produzidos pelo organismo para bloquear o vírus.

O pesquisador explica ainda que o antígeno vai conter pedaços de proteínas que estimulem a resposta celular mais duradoura do que aquela mediada pelos anticorpos neutralizantes. “Nós estudamos 220 pessoas que tiveram a doença, estudamos também por informática todo o genoma do vírus e selecionamos fragmentos que teoricamente induzem uma boa resposta celular”, acrescenta. 

O imunizante, portanto, deve incluir fragmentos que são capazes de matar a célula, caso ela seja infectada. “Se o vírus entrar na célula, a única coisa que você pode fazer é usar as células chamadas CD8 citotóxicas, que matam a célula infectada”, afirma Kalil Filho. O spray deve incluir, portanto, os chamados linfócitos T CD8+ citotóxicos, que matam células doentes, e os linfócitos T CD4+, que auxiliam na produção de anticorpos e nas respostas citotóxicas.

Outra inovação do produto é a criação de um tipo de nanopartícula que adere à mucosa do nariz. “A mucosa tem muitos cílios que não deixam nada aderir, mas desenvolvemos um jeito de colocar uma formulação específica em que a gente induz uma resposta de mucosa importante”, acrescenta o médico.

Sobre o custo, Kalil Filho diz que deve ficar em torno de US$ 5, mas que ainda são necessárias outras análises relacionadas ao rendimento. “Nós temos alguns laboratórios que produzem proteínas recombinantes, mas ainda está muito no início, então estamos tratando com as empresas farmacêuticas pra ver se a gente acha alguma que consiga produzir com boa quantidade”.

A vacina spray nasal pode funcionar como um reforço para as doses já existentes e aplicadas por via intramuscular. “Provavelmente, quando o spray estiver pronto, boa parte da população mundial vai estar vacinada. Eu acredito que ele vai ser, sobretudo, como uma dose de reforço”, afirmou o médico. 

Pesquisadores brasileiros conseguiram, pela primeira vez, detectar a presença do coronavírus em retinas. O estudo pode contribuir para compreender melhor a dinâmica do vírus e as sequelas em pacientes infectados.

A pesquisa é conduzida pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com recursos da rede financiada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

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Os pesquisadores analisaram retinas de pacientes que morreram em decorrência da covid-19 e compararam com fotos dos olhos desses pacientes quando vivos para analisar as diferenças e formas de aferir a presença do vírus a partir da retina.

Segundo o professor da UFRJ e um dos coordenadores do estudo Rubens Belfort Jr, a retina é um biomarcador importante, pois faz parte do sistema nervoso, mas é mais acessível, permitindo identificar a presença do vírus em determinados locais do corpo, como nesse sistema.

Além de identificar a presença do vírus e de reservatórios dele nos corpos dos pacientes, o professor explica que os resultados do estudo podem auxiliar no processo de entendimento e enfrentamento das sequelas de pessoas que contraíram a covid-19.

“A pesquisa pode ajudar a entender a existência das sequelas e como combater às sequelas, como aquelas relacionadas alterações neurológicas que alguns pacientes com covid-19 desenvolvem”, disse Rubens Belfort.

As informações obtidas pela pesquisa podem contribuir para a compreensão das causas das sequelas. “Será que desenvolve porque é alteração imunológico ou tem relação com o vírus que ficou?”, indaga, exemplificando que tipo de questões carecem de melhores explicações.

 

Na manhã desta sexta-feira (7), o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), usou sua conta no Twitter para comentar sobre o congelamento de verbas direcionadas às universidades públicas do país. O pedetista responsabilizou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ministro da Economia, Paulo Guedes, pelo que chamou de “matar à míngua as universidades brasileiras”. 

“Sorrateiros, covardes, mas sanguinários. Bolsonaro, Guedes e seus cúmplices decidiram matar à míngua as universidades brasileiras. Querem mesmo fechar as universidades públicas, mas como não têm coragem de fazê-lo abertamente, estão cortando as verbas e as asfixiando aos poucos”, disse, em um tuíte. Gomes também mencionou a reportagem do jornal O Globo que, nesta sexta-feira (7), alertou para a possibilidade das instituições de ensino interromperem suas atividades a partir de julho, em decorrência da ausência de verbas públicas para quitar dívidas básicas, a exemplo de água e luz. 

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“Universidades como a UFRJ, no Rio de Janeiro, e a Unifesp, em São Paulo, podem fechar as portas. 50 hospitais universitários, que atendem milhares de pessoas todos os dias, inclusive pacientes com Covid, podem fechar as portas”, continuou Ciro. Segundo ele, a verba encaminhada pelo governo federal para investimentos e manuntenção do ensino superior brasileiro em 2021, caiu ao mesmo patamar de 2004. No entanto, o país agora tem mais que o dobro de alunos de 17 anos atrás. 

“Não surpreende que um governo que detesta pobres, e que não hesita em liquidá-los pela fome, doença, violência e desemprego, queira privá-los do ensino superior”, disse ainda o presidenciável, que afirmou estar “em contato com deputados e senadores das mais diferentes correntes”, para fazer “pressão para uma mudança de rumo do governo Bolsonaro”. 

Confira os tuítes na íntegra: 

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Conduzido pelo professor Daniel Henrique Bandoni, docente da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), durante o período da pandemia da Covid-19, um estudo apresentou resultados iniciais sobre os efeitos da quarentena em estudantes. Segundo a pesquisa, um terço dos alunos manifestaram ansiedade em níveis moderado e grave.

Ao todo, 687 pessoas participaram do estudo, sendo a maioria mulheres, estudantes de graduação até 25 anos, cor/raça branca e com renda familiar de até cinco salários mínimos. De forma totalmente on-line, a primeira fase do estudo foi realizada por meio de um formulário que abordava questões relacionadas a características sociodemográficas, do domicílio dos participantes durante a quarentena, consumo alimentar, atividade física e avaliação da ansiedade.

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Membros da comunidade acadêmica foram convocados por meio das redes sociais e site da universidade para participar da pesquisa. No levantamento, mais da metade das pessoas analisadas se considerou sedentária ou pouco ativa nos últimos três meses.

A insegurança alimentar foi verificada em 41,5% dos entrevistado, número mais elevado que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que constatou 25,8% em 2013. O pesquisador ainda convida os membros da comunidade a participarem da nova etapa de coleta, na qual o foco será em informações sobre o período após o primeiro ano de pandemia.

A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) ofertará 2.918 oportunidades por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que em sua primeira edição de 2021 terá inscrições de 6 a 9 de abril. As vagas serão distribuídas em sete campi.

Segundo a Unifesp, do total de vagas, 1.453 serão direcionadas à ampla concorrência, enquanto 1.465 são para o sistema de cotas. Ciências sociais, administração, biomedicina e geografia estão entre os cursos ofertados no processo seletivo.

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Para participar do Sisu, o candidato deverá ter feito a edição 2020 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cujo resultado sairá em 29 de março. No site da instituição de ensino é possível consultar os pesos e notas mínimas das graduações.

A previsão é que o resultado do Sisu seja divulgado no dia 13 de abril deste ano. Para mais informações acesse o site do Sistema.

Atuando em unidades de saúde da capital, no auge da pandemia da Covid-19, o que o neurologista infantil e pediatra Vinícius - que pediu para omitir o sobrenome - mais temia aconteceu. Ele contraiu o coronavírus e viu seus familiares também se infectarem. Entre maio e junho, ele teve de lutar contra a doença e ser o médico da mulher, dos dois filhos - um deles recém-nascido -, da sogra e de dois avós. Foi um estresse intenso que deixou marcas, não só físicas. Só não foi pior porque a mulher, psiquiatra, o ajudou a manter o equilíbrio.

Para avaliar até que ponto a pandemia está mexendo com os nervos dos profissionais de saúde, pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) estão selecionando 500 médicos da linha de frente contra a Covid-19 para conhecer o impacto, entre eles, da Síndrome de Burnout. Também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, o problema afeta 32% dos trabalhadores brasileiros, segundo a International Stress Management Association (Isma-BR). Seus sintomas são cansaço extremo, sensação de incapacidade, dor abdominal e resistência a ir para o trabalho.

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"Com a crescente demanda de pacientes infectados pelo novo vírus, com o risco de morte sempre presente, prevemos um aumento do estresse ocupacional no setor. A probabilidade é de que a situação seja mais grave nos epicentros da epidemia, como o Estado de São Paulo", explicou a autora da pesquisa, Gabriela Correia Netto. O projeto terá supervisão da professora Laura Camara Lima. Serão avaliados 250 médicos que atuam diretamente no Covid-19 e outros 250 de outras áreas.

O cenário não é fácil. Pesquisa de junho da Associação Paulista de Medicina ouviu 1.984 profissionais em todo o País. O que revelou: 69% manifestaram ansiedade; 63,5%, estresse; 49%, exaustão emocional - 76% atendem mais de 20 pacientes por dia. E 60% trabalham na linha de frente da Covid-19.

O desafio não para aí. Um em cada três médicos presenciou episódios de agressões a colegas e outros profissionais em áreas de atendimento ao longo da pandemia. A maioria dos 72% que admitem não ter pleno conhecimento da pandemia diz estar na linha de frente da doença por questão humanitária.

Um exemplo concreto: do início da pandemia até 30 de julho, 3.047 profissionais de saúde se afastaram do trabalho na Secretaria Municipal de Saúde paulistana. Reconhecendo a relevância do problema, a secretaria desenvolve desde abril um projeto piloto de assistência à saúde mental dos servidores que os atende no hospital de campanha do Anhembi.

Riscos da Síndrome de Burnout

A Síndrome de Burnout, diz a professora Laura, afeta profissionais que se relacionam com pessoas. "O trabalho do médico, do enfermeiro, implica lidar com a dor, o sofrimento e a morte. Médicos não podem errar. Têm de enfrentar escolhas éticas, como decidir por uma cirurgia, por um diagnóstico. Imagina o que é fazer uma escolha entre quem vai para a UTI e quem não vai."

Outra característica da Burnout é a perda no nível de confiança na profissão e na própria Medicina. "Embora o trabalho dos médicos esteja sendo reconhecido e exaltado, há casos de preconceito, de xingamentos e agressões", diz Laura. O terceiro fator, acrescenta a supervisora, é a despersonalização, quando o profissional não aguenta mais o contato com os pacientes. O sentimento heroico inicial se transforma em indiferença, aparecem a insônia e a irritabilidade.

Outro exemplo

A auxiliar de enfermagem Janaine Silva, que mora em Sorocaba, ainda luta para superar os traumas das semanas em que atuou na UTI de um hospital público referenciado para Covid-19. "Muitos colegas estavam sendo afastados por causa do contágio e fomos chamadas para cobrir as vagas. Era desesperador. Antes de sair, tomava todos os cuidados para não levar para casa o maldito vírus, chegava e tirava as roupas, tomava banho, evitava meus filhos. Após meu primeiro plantão na UTI Covid lembro que, ao sair e subir na moto, meu único sentimento era de tristeza, medo, insegurança. Afinal, tinha dois filhos me esperando."

Apesar de todos os cuidados, a profissional de saúde não escapou do vírus. "Comecei a sentir uma terrível dor nas costas, acompanhada de uma tosse seca, não quis acreditar... Eu via de perto como era o progresso da doença. Estava com a Covid. Fui colocada em isolamento, eu e as crianças, por 15 dias. Foram terríveis." Ela conta que, nesse período, embora tivesse apoio a distância dos colegas, teve de enfrentar sozinha a doença. "Começaram a surgir bolhas em meu tórax e rosto, era impossível dormir pela falta de ar e eu não conseguia levantar. O pior era ficar sem contato com ninguém, sendo cuidada só por meus filhos, apavorada só de imaginar que poderia contaminar as crianças."

A maior aflição, segundo ela, era não saber qual seria seu destino. "Afinal, quantos óbitos eu vi, quantos corpos levei até o necrotério, pessoas novas, velhas, magras, obesas, já não existia um padrão. Graças a Deus saí dessa. Só tenho uma certeza: após a Covid-19, nunca eu e nenhum dos meus colegas de profissão seremos os mesmos."

Impacto

Com as respostas aos questionários, as pesquisadoras da Unifesp vão comparar o estresse na linha de frente com o de não envolvidos diretamente e montar uma escala, comparando os dados com pesquisas anteriores à pandemia. Os médicos interessados podem acessar a pesquisa no site da Escola Paulista de Medicina.

O diretor de defesa profissional da Associação Paulista de Medicina, João Sobreira de Moura Neto, acha que os médicos sairão mais experientes e humanizados da pandemia. "Vai haver uma mudança de sentimento, vamos sair com uma necessidade de conhecer melhor as pessoas. Acredito que os médicos vão ter esse sentimento de humanismo mais aguçado."

Na China, estudo indicou risco elevado de dano mental

Um estudo com 1.257 profissionais de saúde que atuaram no combate ao novo coronavírus em 34 hospitais da China apontou um risco elevado de aparecimento de danos à saúde mental. A pesquisa, publicada em março na revista da Associação Médica Americana (Jama), mostrou que pessoas que trabalharam na linha de frente da Covid-19 relataram sintomas como depressão, ansiedade e insônia. A prevalência foi maior entre enfermeiras.

A maioria dos participantes tinha entre 26 e 40 anos (64,7%) e era do sexo feminino (76,7%). Mais de 60% dos entrevistados trabalhavam em Wuhan, onde os primeiros casos da doença foram registrados.

De acordo com a pesquisa, 71,5% dos profissionais relataram angústia, 50,4% falaram que tiveram sintomas de depressão, 44,6% disseram ter tido ansiedade e 34% relataram que sofreram com insônia.

Exaustão e terapia se tornam rotina no combate à pandemia

Ansiedade e medo são os principais distúrbios apresentados por profissionais de saúde atendidos durante a pandemia do novo coronavírus por um sistema de consulta a distância criado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Chamado Telepan Saúde, o sistema já atendeu cerca de 300 profissionais em todo o País. Há casos em que houve a decisão pelo afastamento de profissionais atendidos, que chegaram a apresentar quadros de depressão e risco de suicídio.

A plataforma foi criada no início da pandemia, em março, a partir de artigos sobre o tema publicados em outros países, conforme explica o psiquiatra e coordenador do sistema, Helian Nunes, da Associação Brasileira de Neuropsiquiatria e professor da UFMG. O atendimento é feito por enfermeiros, psicólogos e psiquiatras, todos voluntários.

O atendimento e as orientações aos que recorrem ao Telepan acontecem por dois grupos - um para casos mais simples e outro para os mais graves, em que é recomendado atendimento presencial. Para ter acesso à consulta, os profissionais entram no site do sistema. De acordo com Nunes, os enfermeiros são os que mais procuram o serviço. "É o grupo mais vulnerável, não só pela carga horária, por estarem no front, mas também por vulnerabilidade salarial", diz o coordenador.

Assistente de um Centro de Atenção Psicossocial da Prefeitura de São Paulo, Adriana Domingos Ferreira, de 43 anos, recorreu ao Telepan com quadro de pânico e tristeza. Casada e mãe de uma menina, passou a trabalhar com medo ao longo da epidemia, mas a situação piorou depois de ter tido contato com quatro pacientes que contraíram a Covid-19. "Temos caso de depressão entre parentes, e decidi que não passaria minha situação a eles." Na avaliação da assistente social, a busca pelo programa evitou o pior. "Não fosse isso, não conseguiria me recuperar mais".

Ansiedade

Com dez anos de profissão, a fisioterapeuta Ivanízia Soares viveu em Natal, no Rio Grande do Norte, realidades opostas. Enquanto salvava vidas na UTI de um hospital público, o forte estresse do dia a dia a levou a crises de ansiedade e choro.

Ivanízia se divide entre dois hospitais públicos de Natal que se tornaram referência do novo coronavírus, o Municipal e o Infantil Maria Alice Fernandes. Desde março, viu o aumento de serviço e a escassez de profissionais intensivistas. "Houve um crescimento exponencial nos atendimentos, mas sem ampliação dos quadros", afirma.

A cada turno de seis horas, ela atende entre 6 e 10 pacientes. Durante a pandemia, a carga de trabalho aumentou em decorrência do estado grave da maioria dos internados nas UTIs. "A gente já não conseguia mais dar conta. Abriram leitos de UTI, mas não contrataram fisioterapeutas."

A fisioterapeuta passou 15 dias afastada dos hospitais e só retornou ao ambiente de trabalho após iniciar sessões de terapia com um psicólogo. "Hoje, sinto melhora graça a esse tratamento", afirma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e testada no Brasil, pode ter registro liberado em junho de 2021, segundo reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

A expectativa dos especialistas é obter o registro emergencial da vacina, o que leva pelo menos 12 meses. A pesquisa de Oxford é considerada a mais avançada do mundo pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a entidade, existem 163 vacinas contra o coronavírus sendo desenvolvidas globalmente, sendo que 23 estão na fase de testes em humanos. 

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Ao todo, 50.000 pessoas estão participando dos testes da vacina de Oxford, 10% delas no Brasil (2.000 em São Paulo, 2.000 na Bahia e 1.000 no Rio de Janeiro).  

"Com a quantidade de pessoas que estão recebendo a vacina no mundo, é possível que tenhamos resultados promissores no início do ano que vem e o registro em junho", afirmou Soraya Smaili, reitora da Universidade Federal de São Paulo, em entrevista para a GloboNews. 

O Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) da Unifesp coordena a aplicação dos testes em São Paulo, iniciada em junho com voluntários da área da saúde. Devido ao caráter emergencial, a instituição conseguiu reduzir de 18 para 12 meses o período de testes da terceira fase, última etapa dos estudos.

'É preciso respeitar tempo do estudo'

Na Fase 3, parte dos voluntários recebe a vacina e outra parte um placebo. 

"A vacina de Oxford é uma candidata bastante forte e está bem avançada, [mas] é preciso respeitar o tempo do estudo. E precisa ter os resultados, pelo menos, dos seis primeiros meses, para saber qual o conjunto dos resultados", disse Smaili.

A vacina mais rápida já criada, contra a caxumba, levou quatro anos para ficar pronta. 

"Juntando todos os resultados, eles poderão ter o registro em 12 meses, ou seja, junho do ano que vem", complementou a reitora da Unifesp.

Da Sputnik Brasil

Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) realizaram um estudo em escala global com pessoas infectadas pelo HIV e conseguiram eliminar o vírus do organismo de um paciente brasileiro de 35 anos que teve o diagnóstico em 2012. A estratégia foi intensificar o tratamento, e a pesquisa será apresentada nesta terça-feira, 7, na 23ª Conferência Internacional de Aids, o maior congresso sobre o tema do mundo. Apesar do resultado promissor, ainda não é possível falar em cura da aids.

De acordo com a universidade, os resultados representam mais um avanço nas pesquisas que, um dia, podem levar à descoberta da cura da aids. No mundo, três casos já são considerados como cura erradicativa, em que o HIV foi completamente removido: um paciente de Berlim, outro de Londres e um em Düsseldorf, também na Alemanha. Todos eles passaram por transplante de medula óssea, então este caso brasileiro seria o primeiro a conseguir um bom resultado apenas com tratamento medicamentoso.

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Coordenada pelo infectologista Ricardo Sobhie Diaz, diretor do Laboratório de Retrovirologia do Departamento de Medicina da instituição, a pesquisa da Unifesp contou inicialmente com 30 voluntários que apresentavam carga viral do HIV indetectável no organismo e faziam tratamento padrão com coquetéis antirretrovirais. Eles foram divididos em seis grupos e cada um recebeu uma combinação de medicamentos, além do tratamento padrão.

O grupo que apresentou melhor resultado recebeu dois antirretrovirais a mais que os outros: uma droga mais forte chamada dolutegravir e o maraviroc, que "força" o vírus a aparecer, fazendo com que ele saia do estado de latência, uma espécie de esconderijo no organismo. Com isso, ele pode ser destruído pelo medicamentos. Ainda segundo a Unifesp, outras duas substâncias prescritas potencializaram os efeitos das substâncias, a nicotinamida e a auranofina. Diaz constatou que os testes em células, em animais e em humanos confirmam a maior eficiência da nicotinamida contra a latência do que outros dois medicamentos usados para esse fim e testados conjuntamente.

O paciente brasileiro começou a se tratar com medicamentos antirretrovirais dois meses após o diagnóstico de HIV, em 2012. Quatro anos depois, ele participou da pesquisa da Unifesp e realizou o tratamento por 48 semanas. Depois de 14 meses, o vírus continua sem ser detectado o organismo dele. "Esse caso é extremamente interessante, e eu realmente espero que possa impulsionar mais pesquisas sobre a cura do HIV", disse Andrea Savarino, médica do Instituto de Saúde da Itália que co-liderou o estudo.

O infectologista José Valdez Ramalho Madruga, coordenador do Comitê de Aids da SBI, destaca que a grande vantagem desse estudo é que o resultado foi obtido apenas com medicamento oral. Os outros casos conhecidos na ciência tiveram o transplante de medula como princípio. "É uma pesquisa muito interessante e um dado extremamente promissor. A chance de reproduzir isso em larga escala e muito maior", diz o pesquisador do Centro de Referência e Tratamento DST/Aids.

Ele pondera, no entanto, que esse foi um estudo à prova de conceito, ou seja, com um número pequeno de participantes para ver se a metodologia funciona. "Cabe estudo maior. A perspectiva agora é reproduzir esse estudo com maior número de pacientes."

Andrea Savarino também alertou que os outros quatro pacientes do grupo que recebeu a mesma combinação medicamentosa não tiveram o vírus eliminado do organismo. "Pode ser que o resultado não seja passível de reprodução. Este é um primeiro estudo, que precisará ser ampliado." Na conferência em que o estudo foi apresentado, médicos discutiram os resultados e pediram cautela, segundo relata o jornal The New York Times.

Steve Deeks, pesquisador de HIV na Universidade da Califórnia, San Francisco (UCSF) disse que é muito cedo para dizer se o homem está realmente livre do vírus até que outros laboratórios independentes confirmem os resultados. Ainda assim, afirmou, não está claro se o status do paciente é resultado da combinação de tratamento que ele recebeu. "Essas são descobertas empolgantes, mas são muito preliminares", disse Monica Gandhi, especialista em HIV da UCSF.

Segundo ela, a nicotinamida tem sido usada em outros estudos sem esses resultados e nenhuma droga "funcionou até agora em termos de remissão a longo prazo". O fato de ser apenas um caso levanta dúvidas, apesar de ser promissor. Os pesquisadores do estudo devem testar o sangue do paciente para identificar se ele continuou ou não com os medicamentos antirretrovirais, o que poderia ter comprometido os resultados.

A pesquisa em torno de um tratamento eficaz contra o HIV também incluiu o desenvolvimento de uma espécie de vacina com as chamadas células dendríticas (células imunes), que conseguiu "ensinar" o organismo a encontrar as células infectadas e destrui-las.

Os desafios para a cura da aids

A infectologista Tania Vergara, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), explica que, atualmente, dois tipos de cura são consideradas para a aids: uma erradicativa ou esterilização, em que o HIV é completamente removido, e outra funcional ou chamada remissão do HIV, cujo objetivo é atingir um controle da infecção que se sustente mesmo na ausência de terapia antirretroviral (TARV). Esse tratamento atua para impedir a replicação do vírus nas células ativas.

Porém, o maior desafio para a cura é atingir o reservatório de células inativas onde o vírus fica adormecido, ou latente, nas quais os medicamentos atuais não são capazes de agir. Porém, sabe-se que a latência viral é um processo reversível e o HIV volta a se multiplicar na ausência da terapia antirretroviral eficaz.

"No período de uso da TARV, esse pool latente de células diminui lentamente, mas pode levar em torno de 70 anos para ser extinto, embora haja evidências de que ocorra uma redução em quatro anos seguido por um platô, o que pode estar relacionado à capacidade das células infectadas de se proliferarem", diz Tania.

Segundo ela, outro entrave é que o reservatório latente pode se formar em compartimentos do corpo humano onde o sistema imunológico e a terapia não o reconhecem devido a barreiras físicas e celulares. "Para pensar em cura, o caminho parece ser de abordagens múltiplas. Quanto mais precoce o início da TARV e o controle da replicação viral, menor poderá ser o reservatório latente do HIV, melhor a imunidade inata e melhor a resposta imunológica", afirma a especialista da SBI. Para ela, o protocolo apresentado no evento pelo infectologista Ricardo Sobhie Diaz "parece representar um grande avanço no sentido da cura".

A Conferência Internacional de Aids é organizada pela Sociedade Internacional de Aids (International Aids Society, ou IAS, em inglês) a cada dois anos e tem apoio do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids). O evento, que debate descobertas científicas sobre o HIV no mundo todo, ocorreria neste ano em San Francisco, nos Estados Unidos, mas será realizado de maneira virtual por causa da pandemia.

A pandemia do coronavírus também está afetando a distribuição de medicamentos para pacientes do HIV ao redor do mundo. Nesta segunda-feira, 6, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que 73 países alertaram que correm o risco de ficar sem antirretrovirais. Vinte e quatro países relataram que estão com baixo estoque e sofrem com interrupções no fornecimento desses medicamentos que salvam vidas.

Até o fim de 2018, o mundo tinha 37,9 milhões de pessoas vivendo com HIV, segundo a Unaids. De acordo com o Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2019, do Ministério da Saúde do Brasil, a taxa de detecção de aids vem caindo no País nos últimos anos. Em 2012, a taxa foi de 21,7 casos por 100 mil habitantes, passando para 20,6 em 2014 e 18,9 em 2016. Em 2018, a taxa chegou a 17,8. O documento informa, ainda, que de 1980 a junho de 2019, foram identificados 966.058 casos de aids no Brasil, sendo que a média anual é de 39 mil novos casos nos últimos cinco anos.

Casos descritos na ciência

Tania Vergara diz que existem três casos considerados como cura erradicativa. O pioneiro foi o do americano Timothy Ray Brown, hoje com 54 anos, que, além de HIV, também tinha leucemia. Para superar a doença, após sessões de quimioterapia sem grandes efeitos, a equipe médica realizou um transplante de medula. O HIV precisa de uma proteína presente no sangue para se reproduzir e algumas pessoas não a produzem, em razão de uma rara mutação genética que as deixam imunes ao vírus.

A estratégia - inédita e certeira - foi encontrar um doador que se encaixasse nesses parâmetros para destruir o sistema imunológico original e criar um novo mecanismo de defesa para eliminar o vírus. Após vencer o HIV, em 2007, Brown ficou conhecido como "paciente de Berlim", já que vivia na cidade alemã. Para combater a leucemia, o americano precisou de um novo transplante de medula, do mesmo doador.

Cerca de 12 anos depois, a estratégia da doação de medula voltou a dar certo, dessa vez em um paciente de Londres. Os cientistas descreveram o caso como "remissão em longo prazo".

O terceiro caso seria de uma pessoa conhecida por "paciente de Düsseldorf", cidade na Alemanha, que ainda está em acompanhamento após fazer tratamento para leucemia mieloide aguda. Ele também recebeu transplante de medula óssea, em fevereiro 2013, de um doador que não tinha o receptor ao qual o HIV se liga para penetrar nas células. A pessoa teve a terapia antirretroviral suspensa em novembro 2018 e continua com a carga viral do HIV indetectável.

Um estudo brasileiro, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), coordenado pelo infectologista Ricardo Sobhie Diaz, conseguiu eliminar o vírus HIV de um paciente que já era soropositivo há sete anos. Em entrevista à CNN Brasil, o paciente, que preferiu não se identificar, mostrou o teste para diagnóstico de HIV realizado este ano, atestando que ele não tem mais o vírus no organismo. “Eu me sinto livre”, declarou.

Iniciada em 2013, a pesquisa foi feita unicamente com pessoas que estavam com o vírus indetectável — ou seja, aquelas que têm a carga viral baixa e, por isso, não transmitem a doença, mesmo que sejam portadoras do vírus. Foram recrutadas pessoas que haviam iniciado o tratamento há pouco tempo e também pacientes em tratamento que apresentavam carga viral indetectável há mais de dois anos. 

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Os estudos foram paralisados por causa da pandemia de coronavírus mas uma nova fase da pesquisa deverá ser realizada, abrangendo mais 60 participantes, incluindo mulheres. Na primeira fase foram selecionados apenas pacientes homens.

Até hoje, apenas dois casos de cura do HIV foram reconhecidos pela ciência: Timothy Ray Brown, o “paciente de Berlim”, e Adam Castillejo, o “paciente de Londres”. Ambos foram submetidos a um transplante de medula óssea. Por uma mutação rara, eles ficaram livres do vírus HIV.

O Grupo Fleury divulgou nesta segunda-feira, 22, que vai realizar a seleção de dois mil candidatos brasileiros que participarão da terceira fase de testes da vacina contra o coronavírus desenvolvida pela Universidade de Oxford, da Inglaterra. Com os brasileiros, serão no total cerca de 50 mil voluntários que vão participar dos testes da vacina no mundo em diferentes estudos.

Anunciado no começo deste mês, o estudo é conduzido no Brasil pela Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O Grupo Fleury vai fornecer cerca de dois mil exames de diagnóstico da covid-19 do tipo sorológico, utilizado para detectar o desenvolvimento de anticorpos contra o coronavírus, durante a seleção de candidatos. Quem já foi infectado não poderá integrar o experimento, porque acredita-se que essas pessoas já produziram imunidade contra a doença.

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De acordo com o Grupo Fleury, a maioria dos brasileiros selecionados será de profissionais da área de saúde, homens e mulheres entre 18 e 55 anos. Eles serão divididos em dois grupos: um tomará a vacina e o outro será testado com a vacina-controle MenACWY, também conhecida como vacina meningocócica conjugada. Para saber a eficácia da vacina, os pesquisadores vão comparar os dois grupos: o percentual de pessoas vacinadas que não desenvolveu a doença e a proporção de indivíduos testados com a vacina-controle que acabou infectada pelo coronavírus.

"Se o primeiro time, o das pessoas testadas com a vacina, tiver um percentual superior de imunidade em comparação àqueles que tomaram a vacina-controle, a conclusão é a eficácia da vacina", explica o Dr. Celso Granato, infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury. "Tudo indica, infelizmente, que o Brasil ainda está em uma curva ascendente de contágio. Nesse contexto, a realização de estudos de testes de vacina se torna vantajosa, uma vez que grande parte da população ainda não desenvolveu imunidade contra o novo coronavírus", acrescentou.

A vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford é produzida a partir de uma versão enfraquecida do vírus do resfriado comum, o adenovírus, que contém material genético da proteína Spike do SARS-CoV-2. Após a vacinação, a proteína é produzida, o que estimula uma resposta do sistema imunológico contra a infecção pela covid-19. Em abril, a vacina passou pela primeira fase de testes, o que incluiu um grupo de mais de mil pessoas entre 18 e 55 anos no Reino Unido. Desde então, foram iniciadas as fases dois e três dos testes, e agora conta com cerca de 50 mil voluntários, incluindo neste total os dois mil voluntários do projeto liderado pela Unifesp, em São Paulo.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, e também seu irmão Arthur, se tornaram sócios do único professor que deu uma nota acima da mínima no concurso em que o ministro concorreu sozinho (e quase foi reprovado) para se tornar professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em 2014.

O Centro de Estudos em Seguridade (CES), fundado pelos três, lucrou até R$ 45 milhões em um contrato firmado com o Governo do Estado de Goiás, utilizando irregularmente o nome da universidade federal. As informações são de uma reportagem da Revista Fórum.

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De acordo com a revista, quando o ministro prestou concurso em 2014, houve dúvidas acerca da legalidade do certame e resistência à realização da seleção de candidatos com título de mestre (que Weintraub tinha acabado de adquirir) e não apenas de doutorado. Naquele ano, 32 concursos foram realizados e apenas o atual ministro foi aprovado com a nota mínima, 7, concorrendo sozinho uma vez que os outros cinco candidatos desistiram da prova. 

A banca era composta por professores de diversas instituições de ensino: FGV, PUC, FEA-USP, Mackenzie e Unifesp. Um deles reprovou Weintraub, com uma nota 6. Outros três o aprovaram com a nota mínima e apenas um lhe deu 8 pontos.

Ricardo Hirata Ikeda, professor da Unifesp, foi um dos primeiros professores da instituição, onde já participou de conselhos, comissões e presta consultoria, além de ser membro da Comissão de Bancas e ter fundado o departamento de Ciências Contábeis da universidade, onde o irmão do ministro, Arthur Weintraub, se tornou coordenador. Nesta posição, o professor esteve a par dos processos de seleção dos irmãos Weintraub e também da esposa do ministro, Daniela.

Ainda segundo a reportagem, cerca de um ano após a entrada de Weintraub na Unifesp, ele, o irmão e o professor Ricardo Hirata Ikeda fundaram o Centro de Estudos em Seguridade (CES), descrito no currículo Lattes do ministro como “uma associação civil sem fins lucrativos fundada por professores dos cursos de Atuária e Contabilidade da UNIFESP, que tem como missão a excelência científica e técnica em Seguridade”. 

Apesar da definição dar a entender que há uma ligação entre o centro e a universidade, um funcionário não identificado declarou à reportagem que “O CES nunca obteve a aprovação e o acompanhamento mencionados. Ele não foi nem sequer apreciado pela Congregação do campus Osasco, órgão máximo de deliberação do campus, quanto mais pelo Conselho Universitários (CONSU) da UNIFESP”.

Diante do uso irregular do nome da instituição, em 2018 a Unifesp abriu uma sindicância que o ministro classifica como “perseguição política da Unifesp”. A universidade emitiu uma nota em seu site oficial esclarecendo que a sindicância foi concluída comprovando a irregularidade, mas sem abertura de processo administrativo.

O CES é também responsável por publicar a Revista Brasileira de Previdência, que tem Arthur Weintraub no corpo editorial e é responsável por aprovar e divulgar os artigos publicados pelo ministro, que são critério de seleção para o concurso. 

Em 2016, o Centro de Estudos em Seguridade fechou um contrato assinado por Ikeda, Abraham e Arthur Weintraub, com o Governo do Estado de Goiás, no valor de até R$ 45 milhões de acordo com a taxa de sucesso, para execução de serviços de recuperação de valores relativos a dívidas de médio e de longo prazo. À reportagem da revista, o funcionário não identificado da Unifesp declarou que “O ministro, seu irmão e colegas (alguns dos quais nomeados por eles para cargos no MEC) utilizaram da Unifesp e de seu prestígio para amealhar vantagens financeiras e oportunidades de negócios. Vantagens sobre o qual a Unifesp nunca foi recompensada, uma vez que o CES se apresentava como um Centro (órgão complementar) a ela vinculado”. 

Nas redes sociais, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, já reagiu à publicação da reportagem negando as acusações, que classificou como “mentiras”. Ele também dirigiu ofensas à revista que fez a reportagem e fez ameaças de processo. “Terão que provar na justiça”, disse ele. Também à revista, o Ministério da Educação declarou que o ministro não comentará mais o caso pois já se manifestou pelo Twitter. Confira:

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Após a Universidade Federal do Pará, outras duas universidades que utilizam as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) suspenderam a divulgação do listão de aprovados. O motivo alegado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) foi a ação movida pela Justiça Federal de São Paulo, determinando a suspensão do resultado do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). 

A nota disponibilizada no site oficial da UFSC informa a suspensão do cronograma para matrícula de “candidatos a ingresso pelas notas do Enem (vagas suplementares para negros) e via Sistema de Seleção Unificada (Sisu)”. 

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Também foi afirmado que “em razão da indefinição quanto à divulgação das notas do Enem e da classificação pelo Sisu, somente após a informação oficial e definitiva repassada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), serão publicados o cronograma e os procedimentos de matrícula para essas modalidades de ingresso”. 

A Unifesp também emitiu uma nota oficial, comunicando a suspensão “do resultado do processo seletivo dos cursos que aderiram ao Sistema Misto de Seleção e do Curso EAD em Design Educacional da instituição”.

De acordo com a universidade, a suspensão do listão de aprovados visa “resguardar os direitos de todos(as) os(as) candidatos(as) inscritos(as) nos processos seletivos acima informados. Ainda segundo a nota, o processo seletivo será retomado “assim que o INEP/MEC responder aos questionamentos que compõem a decisão liminar e a questão for resolvida”. 

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Refugiados, portadores de visto humanitário e apátridas (pessoas que não têm nacionalidade legalmente reconhecida) poderão concorrer a 37 vagas de cursos de graduação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), para ingresso em 2020. O prazo de inscrições  vai de 2 a 15 de janeiro. 

As vagas são para os seguintes cursos: Bacharelado Interdisciplinar em Tecnologia e Ciências do Mar; Biomedicina; Ciências Ambientais; Ciências Atuariais; Ciências Biológicas; Ciências Contábeis; Ciências Econômicas; Educação Física; Enfermagem; Engenharia Química; Farmácia; Filosofia; Fisioterapia; História; Letras - Português; Letras - Português/Espanhol; Letras - Português/Francês; Letras - Português/Inglês; Licenciatura em Ciências; Nutrição; Pedagogia; Psicologia; Química; Química Industrial; Relações Internacionais; Serviço Social; Superior de Tecnologia em Informática em Saúde; Superior de Tecnologia Oftálmica; e Terapia Ocupacional. Elas estão distribuídas nos campi da Baixada Santista, Diadema, Guarulhos, Osasco e São Paulo.

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Os interessados deverão apresentar documentos que atestem que sua condição se encaixa nos critérios do edital de seleção. De refugiados e apátridas é exigida a apresentação de um documento expedido pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) ou por órgão competente do governo brasileiro. No caso de visto humanitário, a documentação deve ter sido emitida conforme as hipóteses previstas na legislação vigente ou ser apresentada na forma de autorização de residência/permanência no Brasil, concedida pelo governo brasileiro.

A prova será aplicada aos candidatos no dia 1º de fevereiro. Por meio de 25 questões objetivas, serão avaliados conhecimentos nas áreas de língua portuguesa, matemática, geografia, história, sociologia, filosofia, biologia, química e física. Além da prova de múltipla escolha, haverá uma redação, que deve ter no mínimo 12 linhas.  

A reserva de vagas para esse grupo foi aprovada pelo Conselho Universitário da Unifesp, em 13 de novembro. A instituição informa que oferecerá acompanhamento da Comissão de Apoio ao Ingresso e Permanência de Refugiados, para garantir a inclusão dos novos estudantes na comunidade acadêmica. Em nota, a instituição se compromete a assegurar o acesso a auxílio-permanência e "apoio na questão linguística, por meio de ações de programas de extensão, como o Memorial Digital do Refugiado (MemoRef), e outras da universidade e de entidades parceiras".

Refugiados, portadores de visto humanitário e apátridas (pessoas que não têm nacionalidade legalmente reconhecida) poderão concorrer a 37 vagas de cursos de graduação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), para ingresso em 2020. O prazo de inscrições vai de 2 a 15 de janeiro.

As vagas são para os seguintes cursos: Bacharelado Interdisciplinar em Tecnologia e Ciências do Mar; Biomedicina; Ciências Ambientais; Ciências Atuariais; Ciências Biológicas; Ciências Contábeis; Ciências Econômicas; Educação Física; Enfermagem; Engenharia Química; Farmácia; Filosofia; Fisioterapia; História; Letras - Português; Letras - Português/Espanhol; Letras - Português/Francês; Letras - Português/Inglês; Licenciatura em Ciências; Nutrição; Pedagogia; Psicologia; Química; Química Industrial; Relações Internacionais; Serviço Social; Superior de Tecnologia em Informática em Saúde; Superior de Tecnologia Oftálmica; e Terapia Ocupacional. Elas estão distribuídas nos campi da Baixada Santista, Diadema, Guarulhos, Osasco e São Paulo.

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A prova será aplicada aos candidatos no dia 1º de fevereiro. Por meio de 25 questões objetivas, serão avaliados conhecimentos nas áreas de língua portuguesa, matemática, geografia, história, sociologia, filosofia, biologia, química e física. Além da prova de múltipla escolha, haverá uma redação, que deve ter no mínimo 12 linhas. 

A reserva de vagas para esse grupo foi aprovada pelo Conselho Universitário da Unifesp, em 13 de novembro. A instituição informa que oferecerá acompanhamento da Comissão de Apoio ao Ingresso e Permanência de Refugiados, para garantir a inclusão dos novos estudantes na comunidade acadêmica. Em nota, a instituição se compromete a assegurar o acesso a auxílio-permanência e "apoio na questão linguística, por meio de ações de programas de extensão, como o Memorial Digital do Refugiado (MemoRef), e outras da universidade e de entidades parceiras".

 

A juíza Noemi Martins de Oliveira, da 5ª Vara Cível Federal de São Paulo, suspendeu trechos do decreto do governo Jair Bolsonaro que extinguiu cargos comissionados e funções de confiança na esfera federal. A medida alcança somente servidores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e atende pedido do Ministério Público Federal em ação civil pública contra a União.

De acordo com a Procuradoria, Bolsonaro extrapolou competência constitucional ao baixar o decreto 9.725, em março deste ano. A medida previa a extinção de diversos cargos e funções comissionadas, vagos e ocupados, da esfera federal. A medida previa a exoneração e dispensa de servidores que ocupassem as funções.

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Segundo o Ministério Público Federal, o decreto atingiu 117 servidores da Unifesp de forma inconstitucional, pois o presidente somente pode dar fim a funções e cargos vagos. Em caso de servidores que já ocupam as funções, a extinção deve ser feita por projeto de lei aprovado pelo Congresso.

A Procuradoria afirmou que a medida comprometeu as funções da Unifesp, levando a acúmulo de tarefas de servidores e prejudicando o atendimento a estudantes e a comunidade paulista em atividades acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão.

No autos, o governo afirmou que não cometeu nenhuma inconstitucionalidade ao baixar o decreto e sustentou que a autonomia financeira das universidades se refere à "prerrogativa de gerir os seus próprios recursos e coexiste com a disponibilidade orçamentária" e que o presidente e seus ministros são os responsáveis pela direção superior da administração federal.

A juíza Noemi, no entanto, apontou que a Constituição atribui ao presidente a competência de extinguir cargos e funções mediante decreto somente quando estão vagos, e "imputa expressamente à lei" a competência para dar fim a cargos ocupados por servidores.

A liminar concedida pela magistrada suspende trechos do decreto em relação a cargos já ocupados e que a União não considere exonerados ou dispensados os servidores atingidos pela medida na data de publicação do decreto.

O decreto editado por Bolsonaro em março passado deu fim a 21 mil cargos comissionados no governo federal para gerar economia anual de R$ 194,9 milhões, segundo cálculos do Planalto. No mesmo dia, foram extinguidos 5.100 postos e 1.487 gratificações. Os demais cortes foram conduzidos em abril e julho deste ano.

Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) vai ensinar português para imigrantes. O curso gratuito é oferecido pelo Laboratório de Investigação em Migração, Nação e Fronteira (Liminar) no campus Guarulhos da Unifesp. 

 O Liminar surgiu em 2009 e o curso gratuito é o primeiro projeto de extensão do grupo, que até então trabalhava só com pesquisa.” A ideia do curso de português surgiu através dos alunos que fazem parte do Liminar, por meio do interesse dos estudantes que participam do projeto e que desenvolvem pesquisas a respeito”, conta José Lindomar Coelho Albuquerque, professor de Ciências Sociais e coordenador de pesquisa do grupo.

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O objetivo do projeto é integrar jovens e adultos imigrantes à cultura brasileira. Além do professor que coordena o trabalho, alunos voluntários da Unifesp darão suporte aos participantes do curso. "Ensinar o idioma para quem não tem português como língua nativa, a mediação entre línguas, culturas e significados é sem dúvida o maior desafio", diz Albuquerque. "Uma das dificuldades também é o atual momento que estamos vivendo, de cortes nas universidades públicas, que acaba afetando projetos como este”, conclui .

As aulas começam no dia 11 de maio às 14h e vão até 30 de novembro, sempre aos sábados. As inscrições devem ser feitas pessoalmente no mesmo dia do início do curso. 

Serviço:

A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com o Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), está com inscrições abertas para cursos gratuitos de especialização na modalidade ensino à distância (EAD) para profissionais da educação e da saúde.

Para se inscrever, o candidato deve ter formação de nível superior em curso reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) e preencher o formulário de inscrição até o dia 14 de abril.

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Na área educacional, os interessados podem escolher os seguintes cursos: As Áfricas e suas Diásporas; Bullying, Violência, Preconceito e Discriminação na Escola; Educação em Direitos Humanos; Ensino de Filosofia no Ensino Médio; e Literaturas de Língua Portuguesa - Identidades, Territórios e Deslocamentos. Já na área da saúde, os cursos oferecidos são: Informática em Saúde e Saúde da População Indígena.

Os resultados do processo seletivo e convocações para matrícula serão divulgados no site da instituição de ensino a partir do dia 30 de abril. Ao final do curso, o aluno que cumprir e executar todas as exigências receberá certificado de pós-graduação lato sensu, em nível de especialização, expedido pela Unifesp e credenciado pelo MEC. Para mais informações, acesse o edital.

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