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A Sociedade Musical Curica, conhecida como Banda Curica, inicia, nesta quarta-feira (6), uma agenda de apresentações de música instrumental pelas escolas públicas da cidade de Goiana, na Zona da Mata Norte do Estado. A iniciativa inédita, tem como proposta aproximar o público estudantil e a comunidade escolar para valorização da música instrumental produzida na região. A primeira apresentação será realizada no Sesc Ler, em Goiana, às 9h, para uma plateia de aproximadamente 300 alunos de escolas municipais e estaduais da cidade.

Com 175 anos de história, completados em 2023, a banda conta com mais de 80 músicos. São jovens negros, filhos de dona de casa, trabalhadores rurais, e que moram na área urbana e rural. A Curica tem um acervo musical de 800 títulos catalogados, de todos os gêneros, entre clássicos, barrocos, dobrados, marchas de procissão, músicas religiosas e MPB. Ao som dos instrumentos clássicos, como oboé, clarone e o flautim, a banda promete trazer, para dentro das apresentações, um valioso legado da cultura popular da Zona da Mata Norte, que serão executados em uma peça que exalta sonoridade do maracatu rural, coco de roda, ciranda e cavalo marinho.

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Com repertório musical cheio de sofisticação e variedade, o grupo que já marcou presença nas comemorações da Abolição da Escravatura (1888), da Proclamação da República (1889), e participou das festas em homenagem a D. Pedro II, que esteve em visita à cidade, em 06 de dezembro de 1859, há exatos 164 anos, agora, vai ao encontro do público estudantil para apresentar toda a sua história, musicalidade e cultura instrumental.

“A mostra será realizada no formato de aula-espetáculo. Queremos possibilitar que a plateia possa ouvir e interagir com os músicos e instrumentos. Nós temos um papel importante na formação de novos artistas, renovação dos próprios integrantes, como maestro, diretores e instrumentistas. Também queremos seguir preservando este trabalho de transformação de sonhos e vidas de muita gente” explica o Maestro Everton Luiz. O tempo de apresentação será das 9h às 11h.

Entre os muitos nomes ilustres que já fizeram parte do quadro de sócios da Banda Curica, consta o ex-presidente da República, Getúlio Vargas ( 1951 a 1954), e o interventor federal do Estado, natural do Rio Grande do Sul, Flores da Cunha. Como na maioria das bandas existentes no país, a sede da Curica também funciona como uma escolinha de música. A ideia é proporcionar para que crianças de origem humilde recebam orientação musical, e de graça. Todo o trabalho é realizado com apoio dos voluntários e seus auxiliares.

A banda, além de ser responsável pela contínua preparação de novos artistas, traz no histórico a passagem de nomes consagrados. “Temos um papel social, cultural e histórico na história e vida dos goianienses e do Brasil. Ter uma instituição com 175 anos, que segue fazendo a diferença na cultura do nosso Brasil, para nós, é motivo de muito orgulho” diz, emocionado, o presidente da instituição musical, Edson Silva.

O projeto, realizado com apoio da Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo de Pernambuco, por meio dos recursos do Funcultura; e parceria da Secretaria Estadual  e Municipal de Educação, contará com mais três audições. A agenda deve ser realizada dentro do calendário do ano letivo de 2024. Para saber mais e ficar por dentro das próximas apresentações basta acessar o site: https://www.curica.org/.  Outras informações: https://www.facebook.com/BandaCurica/; https://www.instagram.com/bandacurica/

*Da assessoria de imprensa

O festival de música instrumental brasileira Som Na Faixa anunciou a programação completa da sua 4ª edição, que ocorre de 9 a 18 de julho, a partir das 19h, com transmissão online para todo o Brasil, através do  Facebook e YouTube da Muda Cultural, realizadora do evento. Ao todo, serão seis apresentações, com nomes da cena musical brasileira, para o público assistir gratuitamente de suas casas.

O line-up do festival conta com shows de artistas do calibre de Toninho Ferragutti, Neymar Dias, Ricardo Vignini, Osni Ribeiro, Gabriel Souza, Nayra Jaine, Fabiola Beni, Alessandro Penezzi, Arnaldo Freitas, Marina Ebbecke, Gabriel Souza e Nayra Jaine. A apresentação é da violeira, violonista, compositora, cantora e apresentadora Adriana Farias.    

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A abertura do festival acontece na sexta-feira (9), às 19h, com Fabiola Beni, que ao lado de sua viola, promete uma verdadeira imersão nas raízes da música caipira e da MPB, através de seus dedilhados de violão. Cantora, compositora e musicista, Fabiola conta com mais de 10 anos de experiência na bagagem. Seu currículo carrega vivências como a de dividir o palco com as cantoras Nanny Soul, Izzy Gordon e Tássia Reis, além de tocar guitarra e cavaco na Groove de Bamba, que já abriu shows para Di Mello e Sandrá de Sá.

Às 19h, do sábado (10), é a vez da viola de lata de Ricardo Vignini tomar conta do festival. Conhecido por trazer em seu trabalho interpretações para clássicos como Led Zeppelin, Metallica e Sepultura, o músico já dividiu o palco com artistas norte-americanos como Bob Brozman e Woody Mann. Natural de São Paulo, o artista é produtor e pesquisador da cultura popular do Sudeste. E, além da carreira solo, integra o grupo de rock rural Matuto Moderno, assim como a dupla Moda de Rock, com Zé Helder.

Alessandro Penezzi e Arnaldo Freitas assumem a programação do domingo (11). Compositor, arranjador, professor e exímio violonista de 6 e 7 cordas, Alessandro, que nasceu em Piracicaba, cresceu no ambiente das rodas de choro e desde cedo teve sua escuta orientada pelo sotaque brasileiro. Além do violão, Penezzi também se expressa muito bem com o bandolim, cavaco, violão tenor e flauta transversal. Já Arnaldo Freitas com sua técnica apurada e interpretação emocionante, é um dos principais violeiros da nova safra da música instrumental brasileira. Arranjos ousados são marca registrada do músico que executa também, obras autorais, mostrando sua versatilidade e influências de outros ritmos e vertentes, como o choro, o flamenco e a música de fronteira. A dupla se apresenta às 19h.

Na sexta (16), às 19h, a viola de contrastes do trio Marina Ebbecke, Gabriel Souza e Nayra Jaine promete encantar o público. Violeira paulistana radicada em Jundiaí, Marina Ebbecke tem como influências, além da música caipira, o clube da esquina, o rock, folk e a MPB. Gabriel Souza, que desde 2017 é parceiro de palco de Marina,  tem como foco a viola instrumental e a construção de seu repertório autoral. O músico apresentará suas influências no universo da viola caipira e também seu trabalho na busca de uma estética contemporânea que amplie as possibilidades sonoras do instrumento. Atriz, percussionista e produtora cultural louveirense, Nayra Jaine iniciou os estudos musicais em , na Banda Marcial de Louveira. Ingressou na Emesp Tom Jobim, em 2016 e atualmente atua como produtora no Coletivo Abertamente, além de representar a percussão na banda Jasper e a Gana.

No sábado (17), Osni Ribeiro Duo e sua rabiola cantam temáticas que habitam o inconsciente coletivo do interiorano e daqueles que apreciam a vida no mato. À exemplo do luar, o amor, a religiosidade, a natureza e a boa e velha prosa. Embora beba dessa fonte, a obra de Osnir vai além do lamento sertanejo, muito comum no cancioneiro caipira. O show de Osnir está marcado para às 19h.

O festival encerra a sua programação do domingo (18), com uma super festa na roça de Neymar Dias e Toninho Ferragutti. Um dos grandes multi-instrumentistas brasileiros, Neymar Dias é paulistano e carrega nas memórias uma história afetiva com a música e sua vastidão de estilos. Com uma musicalidade ímpar, Neymar começou a tocar diversos instrumentos sozinho. Autodidata, aprendeu viola caipira, guitarra, violão, baixo elétrico, guitarra havaiana e bandolim, o que o fez desenvolver um conhecimento aprofundado sobre a música regional brasileira.

Um dos principais acordeonistas do país, Toninho Ferragutti é compositor e arranjador. Em seu currículo constam duas indicações ao Latin Grammy: o disco “Festa Na Roça” (2014), em parceria com Neymar Dias e “Sanfonemas” (2000). Cresceu no ambiente musical do interior de São Paulo. Filho de instrumentista e compositor, ainda menino, ganhou seu primeiro instrumento do pai e foi incentivado a estudar música. Sua formação se deu no Conservatório Gomes Cardin, em Campinas.

Programação

Sexta-feira, 09/07 - 19h

Fabiola Beni Instrumental  

 

Sábado, 10/07 - 19h

Viola de Lata (Ricardo Vignini) + oficina

 

Domingo, 11/07 - 19h

Alessandro Penezzi e Arnaldo Freitas

 

Sexta-feira, 16/07 - 19h

Viola de contrastes (Marina Ebbecke, Gabriel Souza e Nayra Jaine)

 

Sábado, 17/07 - 19h

Rabiola (Osni Ribeiro Duo)

 

Domingo, 18/07 - 19hh

Festa na Roça (Neymar Dias e Toninho Ferragutti) + oficina

*Da assessoria de imprensa

Na próxima quarta-feira (14), o rabequeiro Seu Luiz Paixão se apresentará junto com os músicos Gilú Amaral, Hugo Gila e Raphael Beltrão no Teatro Arraial Ariano Suassuna, que fica na Rua da Aurora. A apresentação, que terá início às 19h30, faz parte do Circuito Aurora Instrumental, que tem por objetivo promover a diversidade, renovação e tradição da música instrumental.

Seu Luiz Paixão construiu sua carreira de rabequeiro através da tradição dos cavalos-marinhos e das festas de forró em engenhos da Mata Norte pernambucana. Ao longo da carreira, o artista mesclou outros estilos como world music, coco de roda, samba ska, salsa e merengue. O ingresso do show custa R$ 20 (R$ 10 a meia-entrada) e pode ser adquirido através do site Sympla ou na bilheteria do teatro, a partir das 18h30.

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Serviço

Seu Luis Paixão no Aurora Instrumental

Quarta (14) | 19h30

Teatro Arraial Ariano Suassuna (Rua da Aurora, 457 - Boa Vista)

R$ 10 a R$ 20

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Entre os dias 22 e 30 de setembro o Festival Malakoff DUOS levará musica instrumental para a Torre Malakoff, no bairro do Recife Antigo, área central da cidade. O evento reunirá 24 músicos, entre eles Arrigo Barnabé, Robertinho Silva, Paulo Braga, Spok, Beto Hortis, Paulo Rafael e Betto do Bandolim. O ingresso para cada dia de show custa R$ 2. 

Além das apresentações musicais, o Malakoff DUOS também contará com oficinas gratuitas que serão realizadas no Paço do Frevo, nos dias 20, 21 e 22 de setembro e ministradas por alguns dos instrumentistas que farão shows no encontro. As inscrições podem ser feitas no site do equipamento cultural.

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O Malakoff DUOS está na quinta edição. O projeto iniciou em 2009 com o objetivo de  unir músicos que nunca tocaram juntos e que, às vezes, nem sequer se conhecem. 

Serviço

 Festival Malakoff Duos

Sábado (22) a Domingo (30)

Torre Malakoff (Praça do Arsenal, s/n - Recife)

R$ 2 (por show)

Mhano Silvha, músico acordeonista e produtor cultural pernambucano, está de volta ao Recife após uma temporada de 12 anos residindo em Estocolmo, na Suécia. Ele apresenta, no dia 21 de julho, no Teatro de Santa Isabel, o concerto Mhanodeon, no qual mostra o resultado deste intercâmbio cultural.

Durante o tempo que viveu na Europa, Mhano desenvolveu diversos projetos e introduziu o forró pé de serra em países como a Finlândia e a própria Suécia. E por trocar experiências com músicos de várias partes do mundo ele passou a tocar, também, a World Music. Egito, Macedônia, Brasil, Suécia, Albânia, Cabo Verde, Argentina e Zâmbia são alguns dos países que estarão representados no espetáculo.

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No palco, Mhano será acompanhado por uma banda de oito músicos, entre instrumentistas e backingvocals. Ele também receberá convidados como os guitarristas Junior Xanfer e Jau Silvha, a violonista e cantora Gizelle Dias, a bailarina Patricia Maureen, o baixista Ricardo Lubby, o acordeonista Bruno Raça Negra, a cantora Surama Reis, a celista Valquiria Janie, a percussionista Jessica do Vale e o duo de bailarinos Celio Rocha e Marília Souto. 

Confira esse e muito mais eventos na Agenda LeiaJá.

Serviço

Mhanodeon

21 de julho | 19h30

Teatro de Santa Isabel (Praça de República, s/n - Santo Antônio)

R$ 30 e R$ 15 (até 20 de julho)

R$ 40 e R$ 20 (no dia do evento)

A homenagem ao mestre Dominguinhos que a produção do MIMO Olinda queria realizar nesta edição vai ter que ficar para uma próxima vez. A assessoria do evento emitiu um comunicado nesta terça-feira (12) para comunicar uma alteração na programação do evento com o cancelamento do show Saudades Dominguinhos, previsto para o dia 7 de setembro, domingo de encerramento do festival, na Praça do Carmo de Olinda. Para ocupar o palco no lugar, às 18h, a direção artística do festival convidou o projeto Areia e Grupo de Música Aberta.

O tributo ao sanfoneiro pernambucano não poderá mais ser realizado porque o violonista Yamandu Costa, diretor da proposta, fraturou o pulso e deverá ficar afastado dos palcos por quatro meses.  A apresentação contaria com a participação dos acordeonistas Bebê Kramer, Toninho Ferragutti e Adelson Viana.

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Já o projeto Areia e Grupo de Música Aberta conta com Walter Areia (Mundo Livre S/A) no contrabaixo e na direção musical, a maestria do saxofonista Ivan do Espírito Santo (maestro da Orquestra Contemporânea de Olinda), com o acordeonista Julio Cesar (SpokFrevo Orquestra) e o baterista Cássio Cunha (Alceu Valença). Na ocasião, o grupo irá apresentar, pela primeira vez em palco aberto ao público, o concerto do DVD homônimo lançado em abril deste ano.

Foram anunciados nesta sexta-feira (1º) os vencedores do primeiro Prêmio MIMO Instrumental – concurso que tem como objetivo revelar novos talentos da música instrumental. Foram escolhidas quatro atrações, cada uma irá se apresentar em uma das cidades em o MIMO é realizado – Olinda, Ouro Preto, Paraty e Tiradentes.

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Os quatro melhores classificados foram o pianista capixaba Hercules Gomes, que fará um recital em Ouro Preto; o trombonista paulista Jorginho Neto, que se apresentará com seu grupo em Olinda – no dia 7 de setembro, às 16h, na Praça do Carmo; o ensemble carioca Quarteto de Clarinetas Ômega que fará um concerto em Paraty e a CouttoOrchestra, de Sergipe, selecionada para se exibir em. Os ganhadores, além de entrar na programação oficial do festival, receberão o prêmio no valor de R$ 2 mil.

Foi divulgada nesta terça-feira (29) a programação completa do MIMO, que será realizado em Olinda entre os dias 4 e 7 de setembro. Além do pianista Chick Corea, que já havia sido confirmado pela produção do evento, artistas como o catalão e mestre da viola Jordi Savall,o percussionista indiano Trilok Gurtu e o cantor jamaicano Winston McAnuff – que fará show de lançamento do disco A New Day, ao lado do acordeonista francês Fixi – irão se apresentar nas igrejas históricas da cidade. 

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A grade de também conta com artistas brasileiros. Além dos nomes internacionais o MIMO irá receber o cantor e compositor Jorge Mautner, que fará um show com a Banda Tono, com a participação do cantor e percussionista Otto e o grupo pernambucano Bongar.

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Programação MIMO Olinda 2014

4 de setembro

20h30 |Trilok Gurtu Band (Índia) - Igreja da Sé

22h30 | Chick Corea & The Vigil (EUA) - Praça do Carmo

 

de setembro

18h | CHAARTS (Suíça) - Mosteiro de São Bento

19h | Renata Rosa e Emily Loizeau (França) - Seminário de Olinda

20h30 | Jordi Savall e Héspèrion XXI (Espanha) - Igreja da Sé

22h30 | Winston McAnuff & Fixi (Jamaica/França) – Praça do Carmo

00h30 | Bassekou Kouyate & Ngoni Ba (Mali) - Praça do Carmo -

 

de setembro

18h | Sonia Wieder-Atherton (França) – Igreja do Carmo 

19h | James Duncan Mackenzie Band (Escócia) – Seminário de Olinda 

20h30 | Egberto Gismonti e Part. Esp. Jaques Morelenbaum (Brasil)– Igreja da Sé

22h30 | Grupo Bongar (Brasil) - Praça do Carmo

00h30 | Jorge Mautner - Part. Especial Otto – Praça do Carmo

 

de setembro

16h |Vencedor do Prêmio MIMO Instrumental - Praça do Carmo 

18h | Saudades, Dominguinhos, por Yamandu Costa, Toninho Ferragutti, Bebe Kramer e Adelson Viana (Brasil) - Praça do Carmo

 

 

O país das cantoras também é afortunado pelo enorme elenco de bons instrumentistas, mas a canção prevalece maciçamente. A música instrumental brasileira sempre ficou estigmatizada como algo hermético, para poucos, apesar da popularização de gêneros como o choro e o samba-jazz. Porém, como o metropolitano que se diz cosmopolita, mas não conversa com o vizinho, músicos tradicionais tendem a menosprezar colegas e bandas de estilos mais pop e festivos.

Pois esses que vêm quebrando preconceitos de músico que toca para impressionar outro músico, nem por isso fazem trabalhos menos elaborados. Com shows e discos de perfil mais dançante e menos "cabeça", bandas como Bixiga 70, Orquestra Brasileira de Música Jamaicana, Macaco Bong, Abayomy Afrobeat Orquestra, Orkestra Rumpilezz e músicos como Guilherme Kastrup, Thiago França e Webster Santos fogem do padrão choro-baião-jazz-samba, sem negar as influências das tradições brasileiras.

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As ações do programa mineiro Conexão, que atua pela primeira vez em São Paulo, com shows de encerramento dessa etapa do projeto neste e no próximo fim de semana (inaugurando a ocupação cultural do Largo da Batata), refletem essa tendência. "A ideia dessa programação é mesmo fugir do rótulo de que música instrumental é só pra músicos ou iniciados", diz Alysson Brenner, curador da Conexão SP. "Por isso trouxemos grupos que têm comunicação maior com o público e quebram um pouco esse estigma. Essa foi a proposta para encerrar o evento e tem também esse clima de celebração, quer dizer, a música instrumental também combina com esses momentos."

Mauricio Fleury, produtor, tecladista e guitarrista da superbanda Bixiga 70, acredita que hoje o público tem mais acesso à música em geral (incluindo instrumental), está mais interessado em ouvir sons diferentes, atentar para detalhes, e com isso "a abordagem mudou". "No nosso caso, acho que também o que faz a história rolar é que é um som instrumental dançante. Sempre foi nossa intenção fazer uma coisa que carregasse a informação da música instrumental, elaborada, mas que fosse também divertida, pra festejar, celebrar", diz o músico.

O Bixiga 70 lançou recentemente o segundo e ótimo álbum, que leva apenas o nome da banda, em que vai além do estilo afrobeat do primeiro, incorporando ritmos afro-latinos e afro-brasileiros. "Evidentemente passa pela nossa formação a tradição musical brasileira como o choro. A gente sempre se empolgou com o som de Hermeto Pascoal e de Frank Zappa, que também tem várias músicas instrumentais maravilhosas", conta Fleury. "Tem vários diálogos musicais dentro da banda, com afrobeat, com dub, que não é necessariamente aquela guerra dos improvisos. Tem um pouco de influência do jazz e do funk, mas a gente tenta fazer um negócio com uma cara diferente."

O percussionista, baterista e produtor Guilherme Kastrup, em conversa com músicos do Bixiga 70, "ao ver um show deles lotado de gente jovem se divertindo", lembrou-se da época de sua iniciação musical. "A canção no Brasil é soberana, mas, quando eu era adolescente, nos meados dos anos 80, artistas como Hermeto, Aquarela Carioca, Paulo Moura, Egberto Gismonte e Naná Vasconcelos lotavam lugares grandes como Circo Voador, Parque Lage e Parque da Catacumba. A música instrumental tinha muito público", lembra.

Na década de 1990, ele viu esse público se perder e a impressão que ficou foi a de que "a busca excessiva pelo virtuosismo foi tornando a música instrumental brasileira mais hermética, as pessoas foram se cansando de tanta nota, velocidades extremas e harmonias cada vez mais complexas". "Agora, sinto que existe uma renovação de anseios de quem faz música instrumental. Uma busca por novas estéticas, novas fontes de inspiração, e uma procura por restabelecer o contato com o público", diz Kastrup.

Enfim, sem menosprezar a tradição, trabalhos como o de Kastrup, do Bixiga 70, a fusão de jazz com toques do candomblé da Rumpilezz e o rock do Macaco Bong, entre outros, vão abrindo caminhos para recuperar um certo público de música instrumental que se distanciou do gênero. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PROGRAMAÇÃO

SEXTA

Orquestra Brasileira de Música Jamaicana, Banda Black Rio, Batuque Manouche e DJ Beto Chuquer no Estúdio (Rua Pedroso de Morais, 1.036, tel. 3814-7383). R$ 5

SÁBADO

Banda Mantiqueira, Daniel Mã, Areia de Grupo de Música Aberta, Aláfia e DJ Samuca no Centro Cultural Rio Verde (Rua Belmiro Braga, 119, tel. 3034-5703). R$ 5

DOMINGO

Macaco Bong, Orkestra Rumpilezz e Bixiga 70 no Largo da Batata. Grátis

CONEXÃO SP

Estúdio (Avenida Pedroso de Morais, 1.036, Pinheiros, tel. 3814-7383). Sexta, 20 h.

R$ 5.

Grupos e artistas da música instrumental pernambucana podem se inscrever para a convocatória da terceira edição do Projeto Arraial Instrumental, que acontece no Recife, no segundo semestre (de 10/08 a 14/12), no Teatro Arraial. As propostas devem ser enviadas até o próximo dia 29, na sede da Fundarpe ou pelos Correios. Na Fundarpe as inscrições devem ser feitas na Diretoria de Gestão de Equipamentos, no segundo andar da sede do órgão, das 9h às 16h. As inscrições feitas pelos Correios são enviadas via Sedex para: Rua da Aurora, 463/469, Boa Vista, Recife-PE, CEP: 50050-000. A convocatória e anexos estão à disposição no site da Fundarpe e no Teatro Arraial.

Serviço

Convocatória até 29/06
Diretoria de Gestão de Equipamentos ( 2º andar da Fundarpe,  Rua da Aurora, 463/469, Boa Vista)
www.fundarpe.pe.gov.br
Teatro Arraial  (Rua da Aurora, 457  Boa Vista)

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Há tempos que a ideia que se tem da música instrumental tem sido desmistificada. Em outra época, o erudito - composto por concertos de música clássica - restringia o público a frequentar grandes teatros e acompanhar sinfonias e orquestras. Ou a contemplação em shows intimistas de concertos de jazz, entre pianos, trompetes e saxofones.

Na capital pernambucana, onde o Frevo é o ritmo que dita as festas mais populares, orquestras do gênero também sempre foram bem aceitas. Principalmente pelo fato das letras estarem diretamente ligadas a música, no próprio subconsciente dos ouvintes. O Hino do Elefante de Olinda, executada apenas por instrumentos, é um clássico exemplo deste poder - até onde chega e como toca o coração e a memória das pessoas, que se satisfazem com instrumentos.

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A cena independente tem se movimentado e aderido a essa vertente musical há algum tempo. Muitos músicos, geralmente jovens, se destacam ao optar pelo instrumentalismo. Em um ou outro ritmo – muitas vezes, na junção de vários – contam histórias inenarráveis sem o auxílio de palavras.

Uma tela em branco

Entre melodias doces, acalentadas pela escaleta, e outras, que se tornam vibrantes com a guitarra, A Banda de Joseph Tourton revela um infindável mundo de possibilidades que a música instrumental permite. “Quando você não tem a objetividade de uma letra, abre um leque de interpretações”, afirma o baixista, Rafael Gadelha.

“A gente quer dar uma tela branca para que a pessoa possa pintar da forma que quiser. Então, a música seria a trilha sonora de uma construção de pensamento, a partir de significados próprios, de acordo com o que ela carrega de sentimentos”. É dessa maneira que o guitarrista Túlio e os integrantes da Kalouv definem – sem rotular – a atmosfera sonora de sua música. E é exatamente assim que acontece: a música instrumental proporciona e abre caminhos para a imaginação, especialmente no que diz respeito à jovialidade do som.

Não deixa de ser uma "viagem", ainda que sonora. Pode-se julgar impossível desvincular a imaginação do fazer/ouvir música instrumental. Diferente de músicas vocalizadas, nas quais os elementos-chave estão entregues e a mensagem está explicitada em palavras, este tipo requer maior desprendimento. “A sensibilidade para absorver a mensagem da música sem letra é diferente. É algo bastante abstrato. Existem várias possibilidades de interpretação”, revela Thiago Correia, contrabaixista da banda Epcos.

No caso do Ska Maria Pastora, a música se aproxima do público através de suas próprias raízes. É a memória carnavalesco-afetiva dos ouvintes que ativam o corpo, fazendo-o cair na dança. A essência ska da banda une-se ao frevo e ao reggae, resultando em um contagiante prazer musical. “É música de linguagem universal, cada um interpreta de um jeito. Não tem como colocar uma barreira, vai da ‘vibe’ de cada um”, destaca o percussionista, Léo Oroska.

Tão jovens?

Realmente foi-se o tempo em que músicas instrumentais estavam restritas a músicos mais experientes. A juventude ousa, arrisca, aprimora e consegue encontrar estilo e espaço no mercado fonográfico – ainda que independente. Muitas vezes a iniciativa instrumental surge de afinidades (ou complementações) sonoras entre músicos, vividas em momentos de descontração. Nem sempre o surgimento de uma banda instrumental se deve à ausência de vocalista, é mais uma opção de liberdade. “Desde o ínicio a ideia era ser instrumental mesmo, isso vem da formação musical minha e do meu irmão, que foi paralela. A gente pensava em trilhas sonoras, banda de apoio”, afirma Thiago (Epcos), com 24 anos de idade, assim como seu irmão gêmeo, Rodrigo, parceiro musical.

Já Rafael (d'A Banda de Joseph Tourton) conta que a banda surgiu "sem pretensão alguma", sem querer ser banda. "Juntamos para fazer música, nos reunir, brincar, e fechamos. A gente começou depois de ver um DVD da banda (recifense) Embuás. Nela, ninguém canta, ninguém escreve. Assistimos o DVD e encaramos a possibilidade de fazer algo instrumental também”, afirma o jovem, de 21 anos.

A Kalouv também não fica atrás: a idade dos músicos variam entre 21 e 24 anos. Contudo, o número de réveillons passados não reflete na maturidade sonora da banda. Idependente da estrada que o grupo já percorreu, as experiências individuais - que agora se tornam coletivas – traduzem-se nas notas narrativas de suas canções. A Ska Maria Pastora também reflete a jovialidade, mas de uma maneira diferente. Ao reinventar os clássicos do frevo, dando uma roupagem “ska”, o grupo renova o tradicional ritmo e traz jovens adeptos, que mergulham na novidade trazida à tradição.

Sem preconceitos

Quem pensa que a música instrumental deixa lacunas, se engana. Não há a mínima necessidade de letras, na verdade, o que se requer é uma cabeça aberta e uma imaginação fértil. Segundo Thiago Correia, “as pessoas elogiam e dizem que não sentem falta” do vocal na sonoridade da banda.

“A ausência de voz amplia a quantidade de nichos que podemos nos estabelecer. Pessoas de diversos países, e que até costumam ouvir gêneros completamente distintos, se identificam por algo que está inserido no nosso som, que ganha atenção justamente por não contarmos a história com as palavras”, explica o guitarrista Túlio Albuquerque, sobre a relação que a música instrumental da Kalouv estabelece nos ouvintes.

As bandas

Epcos:

A partir da afinidade familiar e musical existente entre os irmãos Rodrigo (bateria) e Thiago Correia (contrabaixo), surgiu a banda Epcos, em 2009. Atualmente, realizam a troca de guitarristas para manter a ideia original de formação da banda, em trio. Além de Pernambuco, estados como Alagoas, São Paulo e Rio Grande do Norte já tiveram a oportunidade de ouvir seu som fusion.

Clique AQUI e conheça o som da Epcos.

A musicalidade da banda é construída com pitadas de rock clássico, jazz, funk americano e ritmos mais regionais como o baião e o samba. Expresso Dinamite é a música que deu nome ao primeiro EP da banda, que ainda conta com Nuvem Negra e Catuama Beach. No troféu Sonar PE, a banda concorre nas categorias "Melhor Apresentação ao Vivo” e “Melhor Instrumentista”.

 

 

 

Kalouv:

Formada no Recife no início de 2010, a banda é composta por cinco jovens que fazem, de suas memórias, uma grande melodia. Bruno Saraiva (teclado), Saulo Mesquita e Túlio Albuquerque (guitarras), Basílio Queiroz (baixo) e Rennar Pires (bateria) lançaram “Sky Swimmer” no final de 2010.

Clique AQUI e conheça o som da Kalouv.

Compondo o álbum – além da faixa homônima ao disco -, estão Waves, Beni, Agripa e outras três faixas que resgatam influências pós-rock e rock progressivo em suas melodias narrativas. Recentemente, a banda esteve entre as três finalistas do Bis pro Rock 2, concurso que elegeu uma banda para abrir o show de Los Hermanos no Abril pro Rock 2012.



A Banda de Joseph Tourton:

O experimentalismo dos quatro jovens resultou em liberdade e equilíbrio musical. Rafael Gadelha (baixo), Pedro Bandeira (bateria), Diogo Guedes e Gabriel Izidoro – entre sopro, cordas e teclados - compõem o painel sonoro da Tourton, surgida no final de 2007.

Clique AQUI e conheça o som d'A Banda de Joseph Tourton.

Homônimo da banda, o primeiro álbum foi lançado no segundo semestre de 2010, com canções como 16 minutos, 500 milhas e A Festa de Isaac. Esta última recebeu da desenhista e diretora Ianah Maia um videoclipe em animação que tem recebido destaque nos festivais de cinema do Recife. Tocar no Festival Coquetel Molotov proporcionou à banda visibilidade nacional, que a redirecionou para diversos outros estados. Este ano, a banda irá fazer parte do Festival Produto Instrumental Bruto (PIB), importante no cenário instrumental do país, que acontece nos dias 23 a 27 de maio São Paulo.

Ska Maria Pastora:

Foi o gosto pelo ska que reuniu sete amigos para fazer música instrumental. Além disso, a naturalidade do frevo que existe em todo o estado de Pernambucano se entranhou na música deles, assim como o reggae - um dos herdeiros do ska.

Recentemente, a Ska Maria Pastora lançou o primeiro CD, intitulado As margens do Rio Doce, que carrega consigo a fusão harmoniosa dessas três vertentes musicais. A banda lançou seu primeiro disco durante apresentação do festival Abril pro Rock 2012, em um show que cativou a o público.

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