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A Justiça Federal em Goiás tornou réus o ex-deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) e o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, por corrupção. Em decisão de 31 de janeiro, o juiz Rafael Ângelo Slomp, da 11.ª Vara Federal de Goiás, recebeu denúncia da Procuradoria da República.

O caso é desdobramento da Operação Monte Carlo. Segundo a denúncia, Cachoeira pagou "mensalinho", entre R$ 20 mil e R$ 25 mil, a Leréia para que ele "usasse seu mandato para atender aos interesses da organização comandada por Cachoeira". Leréia disse que seu advogado protocolou a defesa no processo. O advogado de Cachoeira não foi localizado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Andressa Mendonça, a mulher do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, pagou, nesta terça-feira (31), a fiança de R$ 100 mil, em dinheiro. Ela tinha até três dias, a partir de ontem (30), para pagar, conforme medida cautelar, do juiz Mark Yoshida Brandão, da 13ª Vara da Justiça Federal, em Goiânia. Caso não cumprisse a determinação, seria expedido mandado de prisão contra ela.

A mulher de Carlos Cachoeira ficou três horas detida na segunda-feira na Polícia Federal em Goiânia (GO), quatro dias após ela oferecer, ao juiz federal Alderico Rocha Santos, da 11ª Vara da Justiça Federal, um dossiê contra ele, em troca da liberdade do marido.

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O juiz assumiu o processo da Operação Monte Carlo, que prendeu Carlos Cachoeira e mais 80 pessoas, no mês de fevereiro. Todos, de acordo com a PF, estavam envolvidos num esquema de exploração de jogos eletrônicos ilegais, em Goiás.

Andressa Mendonça foi enquadrada no artigo 333 do Código Penal, por "oferecer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar atos de ofício".

Agora, ela responde por crime de corrupção ativa. Mas foi liberada por não ter sido presa em flagrante.

Na próxima semana, a mulher do bicheiro Carlinhos Cachoeira e o juiz Alderico Rocha Santos passarão por acareação na PF, em Goiânia (GO).

O delegado Sandro Paes Sandre, da Policia Federal em Goiás, disse que Andressa Mendonça, a mulher do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi liberada às 12h15 desta segunda-feira (30). Ela saiu sem óculos escuros, cabeça baixa, sem dar entrevistas e sem distribuir sorrisos como de hábito.

De acordo com a Policia Federal, a mulher de Cachoeira teria procurado o juiz federal Alderico da Rocha Santos, em seu gabinete, na quinta-feira (26), momentos após a audiência dos réus na Operação Monte Carlo. Foi quando ela disse ao juiz estar de posse de uma dossiê, contra ele, que seria veiculado por uma revista de circulação nacional. Ainda escreveu, em um papel, o nome de outras três pessoas que seriam denunciadas por meio do suposto dossiê. O juiz entendeu a ameaça dela como corrupção ativa, prevista pelo Código Penal e acionou a Policia Federal.

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O delegado da PF disse em entrevista coletiva que Andressa pagará fiança de R$ 100 mil, mas tem um prazo de três dias para efetuar o depósito, em dinheiro, no banco. Caso contrário, será decretada sua prisão preventiva. O delegado informou, ainda, que Andressa Mendonça está proibida de ter contato ou visitar o contraventor Carlos Cachoeira, atualmente detido no Presídio da Papuda (DF).

Como está sendo monitorada pela PF, ela também está impedida de entrar em contato com pessoas vinculadas ao processo da Operação Monte Carlo. A PF informou que a mulher do bicheiro chorou muito no momento em que foi detida. Na casa dela, a policia apreendeu dois computadores, tablets, celulares e documentos.

A mulher do bicheiro Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça, foi convocada nesta segunda-feira (30) pela Polícia Federal a prestar esclarecimentos sobre uma suposta tentativa de subornar um juiz da Justiça Federal.

De acordo com a PF, a mulher de Carlinhos Cachoeira teria oferecido vantagens ao juiz Alderico da Rocha Santos visando obter decisão favorável no processo que investiga seu marido, na Operação Monte Carlo, deflagrada há cinco meses pela PF.

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Andressa foi conduzida à Superintendência da PF, que cumpriu o mandado de condução coercitiva. O mandato foi expedido pela Justiça Federal em Goiás. Ela está na PF desde às 9h da manhã desta segunda-feira (30).

Denunciado pelo Ministério Público Federal, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, usou seu tempo de defesa para fazer declarações de amor a Andressa Mendonça, sua companheira há três anos. O contraventor disse que não responderia aos questionamentos relacionados ao processo, ressaltando que gostaria de fazer "um bom debate" com os procuradores sobre as provas colhidas durante as investigações da operação Monte Carlo. No entanto, diante das falhas processuais, disse Cachoeira, decidiu permanecer em silêncio.

"Ela me deu uma nova vida. Te amo, tá?", disse o bicheiro à Andressa que, na sequência, declarou seu amor ao companheiro do meio do público. No início do depoimento, Cachoeira afirmou que casaria assim que o Ministério Público o liberasse. Andressa já aceitou o pedido. O casório foi adiado por conta da prisão do noivo. Os dois moravam juntos na casa que era do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), no bairro Alphaville. Hoje se encontram semanalmente na Penitenciária da Papuda. Contudo, a empresária, que acompanhou os dois dias de audiência, já avisou que se ele permanecer detido vai diminuir o ritmo das visitas por conta do assédio da imprensa e do ambiente "pesado" da cadeia.

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Preso preventivamente há 148 dias, Cachoeira disse estar sofrendo com seu estado de "leproso jurídico". Ao juiz, ele explicou que as decisões judiciais são sempre contrárias e que tem poucos votos favoráveis nos tribunais. Bem humorado e sorridente, Cachoeira falou por aproximadamente cinco minutos. O tom "teatral" do bicheiro já era esperado por membros do MP.

Depoimento

Cachoeira foi o quarto réu a falar. Todos os sete - Geovani Pereira está foragido -- usaram o direito constitucional de permanecer em silêncio. Responderam apenas perguntas de qualificação e, em alguns casos, fizeram desabafos.

Gleyb Ferreira chorou ao falar da prisão. Homem de confiança de Cachoeira no esquema, segundo a denúncia do MP, ele alegou que foi preso injustamente. Ele se disse humilhado por conviver com marginais, estupradores e traficantes na cadeia. "Só entendo que não há justiça dentro da justiça." O desabafo de Gleyb levou sua mulher a cair no choro. Ela foi consolada pelas esposas dos demais réus.

Lenine Araújo insistiu que as provas obtidas pela PF são ilegais. Primo de Cachoeira e empresário até 2007 de jogos legais, Araújo não quis responder se tinha um aparelho Nextel habilitado nos EUA. "Sou católico fervoroso, frequentador do terço dos homens e colaborador de uma creche que alimenta mais de 200 crianças", defendeu-se.

O ex-vereador de Goiânia Wladimir Garcêz também afirmou que foi preso injustamente e que não tem rádio habilitado nos Estados Unidos. Segundo ele, o aparelho apreendido pelo PF está registrado em nome de sua mulher e foi comprado no Brasil. Ele completou dizendo que o " Wladimir" citado em alguns trechos da operação é outra pessoa. A defesa do ex-vereador vai pedir esclarecimentos dos fatos.

As audiências de instrução do processo dos oito réus da Monte Carlo foram encerradas nesta quarta na Justiça Federal de Goiás. Alderico Rocha dos Santos, juiz responsável pela instrução do processo, concedeu prazo de três dias para que a defesa apresente os pedidos de diligência. A expectativa é de que o julgamento ocorra em 30 dias. Santos não se manifestou sobre a manutenção da prisão de Cachoeira. A defesa vai entrar com um novo pedido de habeas corpus. O MPF pediu condenações superiores a 20 anos de prisão.

Testemunha de acusação, o agente da Polícia Federal Fábio Alvarez Shor afirmou que o agente Wilton Tapajós, assassinado na última semana em Brasília, foi abordado por policiais militares durante as investigações da operação Monte Carlo. Alvarez foi questionado nesta terça pelo Ministério Público Federal sobre a vulnerabilidade do trabalho policial e a infiltração de integrantes da organização criminosa nas forças de segurança pública. O agente foi uma das duas testemunhas de acusação ouvidas nesta terça na primeira audiência de instrução do processo. Outras sete devem prestar depoimento na quarta-feira, dia 25.

Wilton Tapajós teria sido abordado durante uma diligência na casa de Sônia Regina de Melo, servidora pública lotada na Delegacia Regional de Luziânia (GO). "Ele teve que usar histórias de coberturas para preservar o trabalho", contou Alvarez, explicando que não teria como fazer qualquer relação da morte do colega com a operação da PF. O policial disse que Tapajós justificou que estava lendo a Bíblia enquanto esperava seu chefe ligar. Por coincidência, o agente recebeu uma ligação da superintendência da PF na mesma hora e os PMs deixaram o local.

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De acordo com a denúncia do MPF, Regina era responsável pela captação de policiais para atuação na organização criminosa e fazia a intermediação entre exploradores diretos e policiais.

O agente Alvarez disse que também foi abordado por policiais militares durante uma missão em Goiânia. Outra equipe da PF teria sido interceptada por PMs em Anápolis.

O procurador Daniel de Resende afirmou que várias diligências da PF coincidiram com abordagens policiais porque os locais onde funcionavam as casas de jogos ou a residência de investigados havia uma espécie de "segurança informal" feita por policiais.

Defesa

Advogados de defesa usaram os depoimentos dos agentes para tentar desqualificar as interceptações telefônicas. Dora Cavalcanti, advogada de Cachoeira, insistiu em perguntas que explicassem quais agentes tiveram acessos às escutas, como são feitas as gravações na PF e como foram produzidos os relatórios de encontros fortuitos. MPF e agentes da PF sustentam que a investigação não foi baseada exclusivamente nas escutas e que foram feitos trabalhos de campo.

Conduzida pelo juiz federal Alderico da Rocha Santos, a audiência começou às 9h15 e durou 10 horas. Os advogados tentaram no início e no fim da sessão suspender os trabalhos. O magistrado indeferiu os pedidos e pediu celeridade nos depoimentos.

Familiares e advogados dos réus chegaram logo cedo. Andressa Mendonça, namorada de Cachoeira, foi uma das primeiras. Sorridente, ela disse que não conseguiu dormir à noite. A maquiagem, no entanto, escondeu qualquer sinal de olheiras ou de cansaço. De terno, Carlinhos Cachoeira entrou no auditório escoltado por agentes da PF e também distribuiu sorrisos. Durante os depoimentos, Cachoeira roeu unha, passou a mão no rosto e conversou com os outros réus. De acordo com o MPF, um laudo da PF atestou a capacidade psicológica de Cachoeira. A avaliação, segundo os procuradores, comprova que o contraventor está apto a prestar depoimento.

A defesa dos réus da operação Monte Carlo pediu nesta terça-feira (25) à Justiça Federal de Goiás o adiamento das audiências de instrução e julgamento de oito dos 81 denunciados pelo Ministério Publico Federal. Entre eles Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Até o momento, o juiz Alderico Santos indeferiu os pedidos.

A advogada de Cachoeira, Dora Cavalcanti, sustenta que as diligências solicitadas pela defesa não foram cumpridas integralmente. Já Leonardo Gagno, que defende o sargento aposentado Idalberto Matias e o empresário Jose Olímpio Queiroga, questionou o direito à ampla defesa.

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A audiência começou às 9h15 no auditório da Justiça Federal de Goiás. Cachoeira e Gleyb Ferreira, únicos réus ainda presos, chegaram ao prédio da Justiça por volta das 8h30 com uma grande escolta policial. Na parte da manhã, serão ouvidos agentes da PF que acompanharam as investigações. Na parte da tarde, as testemunhas de defesa.

Familiares dos réus acompanham a audiência no auditório. Cachoeira distribuiu sorrisos ao chegar no local.

O inquérito da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal (PF), ainda não está em poder da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) de Cachoeira. Ao enviar documentos solicitados pela comissão ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro relator do caso, no Supremo, Ricardo Levandowski, informou que os documentos fornecidos referem-se apenas à Operação Vegas.

De acordo com o comunicado enviado por Levandowski à presidência da CPMI, e lido durante a reunião de hoje (2) pela comissão, os documentos da Monte Carlo não chegaram nem ao STF já que ainda estão em trâmite na 11ª Vara Federal em Goiânia. As 15 mil páginas recebidas hoje do STF, pela manhã, pela CPMI, referem-se apenas à Operação Vegas, de acordo com o presidente da CPMI, Vital do Rêgo (PMDB-PB).

As duas operações investigaram as atividades e ligações políticas do empresário Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, que foi preso em 29 de fevereiro por suspeita de envolvimento com jogos ilegais. Ele está no Presídio da Papuda, em Brasília.

Também não chegou à CPMI a representação feita pelo procurador-geral de República, Roberto Gurgel, contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), suspeito de ligação com Carlinhos Cachoeira.

Sem acesso ainda aos documentos, as discussões sobre o sigilo do inquérito e os possíveis vazamentos dos dados das investigações deram o tom da primeira reunião da CPMI, convocada para apresentar o roteiro de trabalho. O senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), que foi investigado quando era presidente da República e passou por um traumático processo de impeachment, defendeu que não se deve tolerar vazamentos ao longo do processo.

Já o deputado Sílvio Costa (PTB-PE) retrucou: "É impossível não ter vazamento aqui [na CPMI]. Vai ter sim e ponto final", disse.

Maior empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Delta Construções S.A. teria negociado facilidades em contratos diretamente com a cúpula do Governo do Distrito Federal (GDF), em troca de favores de campanha eleitoral, como indicam grampos da Polícia Federal.

Em conversas gravadas na Operação Monte Carlo, aliados do contraventor Carlinhos Cachoeira - acusado de comandar uma rede de jogos ilegais no País - revelam que a diretoria da empresa no Rio "cobrava a fatura" de doações eleitorais ao pressionar o Palácio do Buriti por nomeações e a liberação de verbas.

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Em 2010, a Delta consta como doadora de R$ 2,3 milhões apenas a comitês partidários no País. Do total, R$ 1,1 milhão foi destinado ao Comitê Nacional do PT e o restante ao PMDB. Não consta na prestação de contas do governador do Distrito Federal eleito, Agnelo Queiroz (PT), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) doação da construtora.

Com Agnelo eleito, segundo a PF, a Delta tentava emplacar aliados em cargos-chave de administrações regionais e do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) de Brasília, o que facilitaria seus negócios. Além disso, tentava receber débitos do GDF por serviços supostamente prestados.

Segundo revelam os grampos, o então diretor da empresa no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, enfrentava dificuldades para atingir seus interesses, ao que os diretores da Delta no Rio tiveram de tomar as rédeas. "Como ele (Cláudio) tá no pé da goiaba e a chefia do Rio é que ficou na negociação de campanha, as autoridades do Rio que mexeram, vieram e cobraram a fatura", relatou num telefonema o araponga Idalberto Matias, o Dadá, aliado de Cachoeira, ao ex-assessor especial da Casa Militar do GDF Marcelo Lopes, o Marcelão, que aguardava para conversar com o chefe de gabinete de Agnelo, Cláudio Monteiro.

A conversa foi interceptada pela PF em 31 de março de 2011, dia em que Monteiro foi nomeado para o cargo. "O Cláudio não participou da negociação da campanha. Quem participou da campanha foi os picas (sic) do Rio e os picas do Rio estão dizendo que o Cláudio não tá dando conta de resolver o problema", acrescenta Dadá ao interlocutor. Dadá diz a Lopes que Monteiro precisa entender que Abreu, da Delta, tem chefe. "Em cima dele, tem uma porrada de gente."

Reunião

Emissários da Delta no Rio teriam ido a Brasília em 31 de março de 2011 conversar com representantes do GDF.

Num diálogo, Dadá conversa com um funcionário da empreiteira identificado como Andrezinho. Possivelmente, trata-se de André Teixeira Jorge, motorista do engenheiro Cláudio Abreu.

Nos diálogos, o araponga explica que Cláudio Abreu está "sem moral" com o governo e que, diante disso, caberia aos seus superiores acionar o "01". Segundo a PF, "01" era o tratamento dado pela quadrilha ao governador Agnelo. Na mesma ligação, os dois contam que a lista de nomeações no GDF seria levada ao secretário de Governo, Paulo Tadeu (PT).

Dias depois, a Delta conseguiu liberar o pagamento de faturas. Na mesma data, o SLU emitiu nota de empenho de R$ 2,8 milhões em favor da Delta, paga na segunda-feira seguinte.

Ao longo do ano, a Delta recebeu R$ 92 milhões do GDF, em faturas não raro negociadas pela organização de Cachoeira nos bastidores, como mostram os grampos. Os diálogos sugerem ainda uma relação de proximidade entre Cachoeira e o dono da Delta, Fernando Cavendish.

Defesa

Procurada pelo Estadão, a Delta confirmou que Cavendish e Cachoeira se conhecem, tendo sido apresentados "socialmente". "Não há e nem jamais houve convívio maior nem outra relação profissional entre eles. Como a apresentação se deu em um evento social sem maior relevância, não há lembrança específica sobre datas ou assuntos tratados em conversas pessoais", diz nota da empreiteira.

A Delta informou desconhecer "os trechos, o teor e as motivações" das gravações. Segundo a empresa, Dadá não era um de seus funcionários e Abreu foi afastado em 8 de marco em razão das suspeitas levantadas na Monte Carlo. "Ele tinha relações pessoais com o empresário Carlos Augusto Ramos. A extensão e a profundidade dessas relações estão sendo investigadas." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Senadores defenderam nesta tarde que o Conselho de Ética da Casa investigue a suspeita de que integrantes da cúpula da "máfia dos caça-níqueis", comandada por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, tenham se reunido no apartamento funcional de Demóstenes Torres (sem partido-GO) em Brasília para tratar de negócios do grupo. Grampos telefônicos feitos pela Polícia Federal, divulgados na edição desta quarta do jornal O Estado de S. Paulo, indicam um acerto do grupo para se reunirem no apartamento de Demóstenes em dezembro de 2010.

"Após a Páscoa, vamos investigar tudo isso", afirmou o presidente do DEM, José Agripino (RN) ao Grupo Estado, ao classificar mais uma vez o caso Demóstenes, que deixou nesta terça o partido, como superado. "Entendo que tudo é grave. O fato é como uma cereja no bolo", disse o senador Pedro Taques (PDT-MT).

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O encontro, segundo as investigações, ocorreu no Bloco C da Quadra 309, na Asa Sul, em Brasília. Participaram da conversa, de acordo com o inquérito, Cachoeira e outras duas pessoas do grupo. Demóstenes estava em Brasília no dia, mas a PF não conseguiu concluir se ele esteve na reunião.

Ao defender uma apuração do encontro nas dependências de um apartamento do Senado, o presidente do PMDB, Valdir Raupp (RO), quer uma rápida solução da Casa para o caso. O conselho reúne-se na próxima terça-feira para eleger seu presidente, que será responsável por conduzir o pedido do PSOL de abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra Demóstenes. "Tem que ser um processo rápido. Nós não podemos demorar mais com isso", afirmou Raupp.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta quarta que as informações divulgadas pela imprensa a respeito da operação que prendeu o empresário do jogo do bicho Carlos Ramos, o Carlinhos Cachoeira, não vazaram da Polícia Federal. Entre os dados tornados públicos estão conversas do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e de outros parlamentares. A oposição tem reclamado de "vazamento seletivo" de informações.

"Acho muito ruim que informações vazem. Garanto que não vazaram da Polícia Federal. A partir do momento que você tem o processo podendo ser acessado por dezenas de advogados, dezenas de pessoas, é óbvio que é impossível controlar esse tipo de informação", afirmou o ministro.

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Ele destacou que a investigação está em andamento há três anos e as informações só vazaram recentemente. "Apenas eu garanto que não houve vazamento nenhum da Polícia Federal. Durante o período em que o processo estava na Polícia Federal não houve vazamento".

O ministro rebateu ainda os argumentos do advogado de Demóstenes, Antonio Carlos de Almeida Castro, de que as provas seriam nulas. "A Polícia Federal cumpriu rigorosamente seu papel. Os fatos são colocados sob a luz do sol nos autos. Caberá agora ver como os tribunais apreciarão esses fatos". Cardozo afirmou ainda ser natural o questionamento por Castro ser advogado de um dos investigados.

A chefe de gabinete do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), pediu exoneração do cargo na noite de terça-feira. Eliane Pinheiro teve o nome citado nas investigações da Polícia Federal sobre as atividades do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Relatório elaborado pela PF revelou que Eliane teria recebido informações sigilosas do empresário e, a exemplo do senador Demóstenes Torres (ex-DEM), teria um telefone para conversar com Cachoeira, preso em fevereiro acusado de chefiar esquema de jogos de azar. Ao jornal Folha de S.Paulo, a ex-chefe de gabinete negou envolvimento com Cachoeira e que se tratava de outra pessoa nos telefonemas gravados pela polícia.

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Segundo a assessoria de imprensa do governo de Goiás, Eliane entregou o pedido de demissão na noite de terça, depois de o órgão ser procurado por veículos de comunicação para comentar o conteúdo das investigações.

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