Tópicos | Operação Raio X

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu por unanimidade acompanhar o voto do relator, desembargador Olindo Menezes, e conceder habeas corpus para soltar o administrador de hospitais Fernando Rodrigues de Carvalho. Carvalho era acusado de ser o elo entre o grupo político do ex-governador Márcio França (PSB) e as fraudes no Hospital geral de Carapicuíba, na Grande São Paulo, flagradas pela Operação Raio X, que investigou a ação da máfia da Organizações Sociais da Saúde em 27 cidades de quatro Estados, que provocou prejuízos de R$ 500 milhões ao Erário.

Carvalho estava detido no Centro de Ressocialização de Limeira, no interior do Estado. Esta é a segunda vez que o administrador é libertado pelo STJ após ter a prisão decretada pela Justiça paulista. Na primeira vez, ele era acusado de pertencer á organização criminosa da Saúde em um caso que está sendo analisado em Birigui (interior paulista). Solto em 2021, ele teve a prisão novamente decretada em razão de novas provas que surgiram em Carapicuíba, outra cidade em que a máfia atuaria desviando recursos da Saúde.

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Interceptações telefônicas mostram que Carvalho mantinha contatos com um guia espiritual, contando em conversas todos os detalhes da ação da organização criminosa. Parte do dinheiro desviado teria sido usado para o pagamento de propinas, além da compra de imóveis e festas com prostitutas. Uma de suas colegas no hospital fechou com o Ministério Público um acordo de delação premiada. Em seu voto, o relator do habeas corpus voltou atrás de duas decisões anteriores, ambas de 2021, em que havia negado a libertação do acusado.

O desembargador havia escrito em uma delas que "há trechos de interceptação telefônica que apontam a aquisição de imóvel com desvio de verba pública, em conversa com Regis, um dos integrantes do grupo, além de que estaria se utilizando de contas de seu filho para dificultar o rastreamento e outras anotações e depósitos relativos aos montantes obtidos. Por fim, denota-se, ainda, a existência de evidências de que estaria em tratativas para abertura de uma nova organização social, indicando a perpetuação da conduta supostamente ilícita".

Olindo Menezes, em seu voto de novembro de 2021, destacara ainda a "profusão de imputações feitas". Ao negar a liminar, o ministro disse que o acusado integraria a cúpula da organização criminosa, "participando, em tese, de todas as 235 condutas criminosas, fato este que acentua a sua periculosidade social. Ou seja, mesmo que os delitos não tivessem sido cometidos com violência, ele deveria responder ao restante do processo preso. Agora, no dia 5 de abril, quando examinou o mérito do habeas corpus, o magistrado mudou de ideia.

Escreveu então que os dados do relatório do caso podem dar "a impressão de que se trata de acusado de alto coturno em termos de periculosidade e de potencial retorno ao crime". Mas afirmou que esse fato deve ser "visto com prudência (e paciência processual), pois as numerosas imputações, velhas no tempo, ainda não passam de aspiração acusatória, a depender de segura confirmação instrutória, e nem justificam, por si sós, a prisão" antes da condenação do acusado. O desembargador acolheu a argumentação da defesa e decidiu o Por isso, revogar a prisão.

Ao mesmo tempo, Olindo Menezes determinou medidas alternativas. Ele determinou que o réu não poderá exercer qualquer atividade "na OSS Associação da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu (que cuidava do hospital em Carapicuíba), ou de empresas que celebram contrato de prestação de serviços com a OSS". Também determinou a apresentação a cada dois meses, para verificar a manutenção da inexistência de riscos ao processo e à sociedade, quando o réu deverá informar suas atividades e justificá-las. O relator ainda o proibiu de mudar de residência sem prévia autorização judicial e o proibiu de ter contato com pessoas acusados no caso.

Na tarde de 29 de junho de 2020, o piloto Hugo Trindade enviou uma foto de uma bolsa recheada de notas de cem e cinquenta reais para sua mulher. "Pagava nossas contas, amor! Um milhão. E no bagageiro da frente tem mais 6 milhões", disse Trindade, eufórico. Ele se preparava para decolar de Belém rumo a São Paulo com a dinheirama e apenas dois passageiros: o médico Cleudson Montali e o empresário Nicolas Morais, apontados como cabeças de uma organização criminosa especializada em desvios milionários na área da saúde.

O Pará foi a "Serra Pelada" da maior organização criminosa descoberta no País que atuava na Saúde. Só no Estado, diz a PF, o grupo desviou R$ 455 milhões em contratos públicos para a gestão de hospitais de campanha em meio à pandemia da Covid-19.

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Ambos foram alvo da Operação SOS, da PF naquele Estado, que chegou a cumprir buscas em endereços do governador Helder Barbalho (MDB), e a prender três secretários do governo. No mesmo dia, sofreram buscas na Operação Raio X, da Polícia Civil de São Paulo, que levou à condenação de Cleudson a 200 anos de prisão por desvios e corrupção.

Cleudson e seus colegas conseguiram contratos de R$ 1,2 bilhão para gerir cinco hospitais apenas entre 2019 e 2020. As OSSs de Cleudson subcontrataram mais de 200 empresas de médicos a ele ligados usadas para escamotear os desvios.

Em grande parte, o dinheiro foi usado na compra de fazendas e gado em nome de um laranja escolhido pelo médico, o homem por trás de organizações sociais contratadas para gerir os hospitais. Já Nicolas, conhecido na quadrilha como "Gordinho Bandido", é visto como o lobista do grupo no Pará. Sua missão era garantir novos contratos por meio da aproximação com políticos.

Entre eles estava o então secretário de Transportes, Antonio de Pádua de Deus de Andrade, que acabou preso. Apontado como beneficiário de R$ 331 mil de repasses de Nicolas, ele mantinha uma relação com o operador, que se desgastou em razão do desejo de Andrade de obter carros de luxo.

"SW4 e a BMW. E aí, meu irmão. Tá bom! Importante nesse momento. Os dois. Blindado", pediu Andrade a Nicolas, em agosto de 2020. "Tô na procura amigo... dá X6, tá? Faz dias, essa semana toda, o cara tá atrás e a outra tá vindo", respondeu o operador em um diálogo interceptado pela PF. Andrade cobrou a chegada do carro diversas vezes. "Quando a X6 chega ? 'Tá' muito difícil assim", disse, irritado com a demora.

Cestas

O grupo de Cleudson é investigado também em razão da empresa Kaizen, que fechou um contrato de R$ 73 milhões para a distribuição de cestas básicas na pandemia. "O cara que trouxe nós pra cá, que é ligado ao governo aí, pegou um sócio pra fornecer um milhão e meio de cesta básica, aqui pro Estado do Pará", disse Régis Pauletti, apontado como operador financeiro de Cleudson. Ao saber dos valores do contrato, outro integrante da organização disse: "Nossa Senhora, Ricardo, tem muita gente que vai ficar rico com isso né?"

Até na aquisição das cestas, haveria uma "comissão embutida", confessou um integrante do grupo em uma mensagem. Com o telefone grampeado, Pauletti contou ter dito a Cleudson que a empresa não passava de fachada. Com ajuda de Nicolas, o grupo teve de promover um evento de entrega de cestas básicas com a presença do governador. Funcionários dos hospitais geridos por Cleudson entraram no evento.

"Fomos à noite lá, 'pegamo' os pião do hospital e... que hoje o governador foi lá fazer uma filmagem, fazer entrevista tudo, pras televisão. Aí eu tive que organizar. E hoje liguei pro Glauco. Vê se tem alguma firma que faz isso e se entrega aqui pra nós, 'prucê' ganhar dinheiro", diz Pauletti.

Pauletti foi flagrado confessando que a quadrilha comprava kits de exame contra a Covid-19 por US$ 8 e repassava ao Pará por US$ 40. No começo da pandemia, ele contou em um telefonema que desviou três respiradores artificiais para atender a ele e aos familiares da organização criminosa, enquanto o equipamento faltava em hospitais gerenciados pela quadrilha. "Porque se der o surto, bicho, nós temos respirador. Cê monta em casa mesmo."

O jornal O Estado de S. Paulo procurou a defesa de Andrade, Nicolas, Cleudson e Pauletti, mas não os encontrou. O governo do Pará informou que encerrou o contrato com as organizações sociais dirigidas pelos citados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Interlocutores do ex-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), alimentam a versão de que, além do fator eleitoral, a operação aberta nesta quarta-feira, 5, pela Polícia Civil pode ter relação com um processo movido contra o governador João Doria (PSDB).

Em outubro, França entrou com uma notificação para o tucano se explicar por atribuir a ele a divulgação do vídeo íntimo que circulou nas eleições de 2018, quando Doria foi eleito para o Palácio dos Bandeirantes. Desde que a gravação veio a público, o governador questiona sua autenticidade e atribui as cenas ao que se chama de deepfake - quando técnicas de inteligência artificial são usadas para criar vídeos falsos, mas realistas.

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"Foi o tal do Márcio Cuba, esse o Márcio França. Esse é um desqualificado completo", diz o governador ao podcast Inteligência Ltda em julho do ano passado. "E tem um vereador, um outro, desculpa, um idiota que é amigo dele, que fez essa, essa, maldade, nos provamos inclusive com especialistas que aquilo era uma produção, era fake", acrescenta Doria no programa.

A declaração levou França a acionar a Justiça. O pedido foi para obrigar Doria a responder sete perguntas, incluindo em quais provas sustenta a afirmação sobre o vídeo. Caso não houvesse explicação, alerta o documento, o pessebista poderia entrar com uma queixa-crime por calúnia e difamação, 'com o fim de resguardar sua honra'.

Pré-candidato ao governo de São Paulo, França não parece encampar a tese e, segundo apurou o blog, insiste que o fator definidor para a deflagração da operação foi mesmo a proximidade das eleições. Em nota divulgada mais cedo, após ser alvo de buscas da Polícia Civil, ele disse que a operação foi baseada em 'fatos produzidos por autoridades com medo de perder as eleições' e apontou abuso de poder político na investida.

"Já venho há tempos alertando que um grupo criminoso em SP tenta me impedir de expressar a verdade. Sabem que não compactuo com eles, que querem tomar conta do Estado de SP. Se depender de mim, não vão conseguir. Aliás, já enfrentei adversários muito mais qualificados. Não vão ser os meus atuais concorrentes, notórios mentirosos, que me farão recuar" , diz o texto.

De olho na corrida pelo Palácio do Planalto, Doria tem evitado comentar os ataques. Até o momento, ele avalia que a melhor estratégia é deixar as acusações sem resposta. Procurado, o governo não se manifestou.

Desdobramento da Operação Raio X, que investiga suspeitas de desvios em contratos firmados entre prefeituras e organizações sociais na área da Saúde, a ofensiva aberta na manhã de hoje apura se Márcio França recebeu doações de campanha do grupo sob suspeita.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se solidarizou com o ex-governador e pré-candidato ao governo de São Paulo Márcio França, após operação da Polícia Civil de São Paulo cumprir mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao político do PSB em uma nova etapa da Operação Raio X.

"Nossa constituição é clara sobre a presunção de inocência. Que se investigue tudo, mas com direito de defesa e sem espetáculos midiáticos desnecessários contra adversários políticos em anos eleitorais. Minha solidariedade para Márcio França", escreveu o petista em seu perfil no Twitter nesta quarta-feira, 5.

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O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, também se manifestou sobre a operação contra França e, assim como Lula, citou a presunção de inocência. "Nada contra investigar políticos, muito pelo contrário. O problema é o espetáculo extemporâneo", escreveu o político. "Reputação é obra de uma vida. Espero que tudo se esclareça o quanto antes".

França foi alvo de uma nova fase ostensiva de investigação que mira supostos crimes de formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro envolvendo desvios em contratos firmados entre prefeituras e organizações sociais na área da Saúde.

A Polícia Civil de São Paulo suspeita de uma suposta ligação entre o pré-candidato ao governo paulista, e o médico Cleudson Garcia Montali, apontado como líder do grupo investigado na Raio X. O médico já foi condenado em ações penais derivadas das apurações.

Em reação, França classificou a operação como 'política' e afirmou: "Não há outro nome para uma trapalhada, por falsas alegações, que determinadas 'autoridades', com 'medo de perder as eleições', tenham produzido os fatos ocorridos nesta manhã em minha casa".

O tom da nota divulgada pelo político do PSB foi semelhante à manifestação do pré-candidato à Presidência Ciro Gomes, que foi alvo de buscas em dezembro, no âmbito de investigação sobre supostas fraudes e pagamento de propinas a agentes políticos e servidores públicos envolvendo as obras no estádio Castelão, em Fortaleza, capital cearense, entre 2010 e 2013.

Na ocasião, o pedetista se disse vítima de uma ordem judicial "abusiva" e afirmou que o País vive sob um "Estado policial" na gestão de Jair Bolsonaro.

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, negou habeas corpus em que o ex-secretário de Saúde de Penápolis (SP) Wilson Carlos Braz pedia a extensão de decisão de soltura concedida ao ex-vereador de Birigui (SP) José Roberto Merino Garcia. Ambos foram denunciados pelo Ministério Público de São Paulo no âmbito da Operação Raio X por suposta participação em grupo criminoso que desviado cerca de R$ 500 milhões em recursos da Saúde.

A defesa de Braz alegou ao STJ que havia semelhanças entre a situação do ex-secretário de Saúde e a do ex-vereador, que teve sua prisão preventiva substituída por medidas alternativas no mês passado, por ordem do relator das investigações, ministro Nefi Cordeiro. Além disso, os advogados do investigado sustentaram que Braz não possui mais qualquer vínculo com a vida pública desde outubro de 2020, quando se exonerou a pedido do cargo de secretário.

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No entanto, ao analisar o caso, Humberto Martins viu "elementos demonstrativos" que indicam que Braz "ostentava importante posição na estrutura da organização criminosa". Segundo as investigações, o grupo teria usado organizações sociais para fechar contratos superfaturados na área da Saúde em vários municípios e Estados, entre 2018 e 2020, recebendo R$ 2 bilhões em repasses de verbas públicas.

Em sua decisão, o presidente do STJ reproduziu trecho da denúncia do MP-SP contra o ex-secretário: "o então Secretário de Saúde de Penápolis, Wilson Carlos Braz, chamado de Coronel Braz pelos co-investigados […]desempenhava tarefa indispensável na organização criminosa, tanto por força da influência política que possuía junto ao executivo, quanto em razão das manobras administrativas adotadas que causavam prejuízo ao erário municipal, além de dissimular quem buscava efetivar a fiscalização da prestação dos serviços da OSS, função esta legalmente incumbida a ele. Em contrapartida, recebia vantagem econômica indevida".

Nessa linha, Humberto Martins considerou que não havia "similitude fático-processual" para atender o pedido de extensão da defesa, considerando a "relevante posição ostentada na estrutura criminosa e as condições pessoais" de Braz.

O juiz Adriano Pinto de Oliveira, da 1ª Vara Criminal de Birigui, no interior de São Paulo, colocou 43 investigados na Operação Raio X no banco dos réus por crimes de peculato, corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa e fraude à licitação. Trata-se da segunda ação penal aberta com base na ofensiva que teve como objetivo "desmantelar grupo criminoso especializado em desviar dinheiro destinado à saúde mediante celebração de contratos de gestão entre municípios e Organizações Sociais".

De acordo com Adriano, há fortes indícios de que os denunciados integram organização criminosa especializada na prática de desvios de verbas públicas destinadas à saúde e lavagem de dinheiro, "havendo indícios ainda de que isso já vinha ocorrendo há certo tempo e que atuavam, em tese, em divisão de tarefas, tanto que parte da organização está sendo presa preventivamente em outros processos que também correm em outras comarcas".

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Em sua decisão, Adriano apontou que as investigações da Raio X descortinaram um esquema de desvio de dinheiro público extremamente orquestrado e sofisticado por meio de contratos de gestão não apenas nos municípios de Birigui, mas em diversos municípios do Estado de São Paulo e também em outros estados da Federação, por meio do qual a organização criminosa desviou milhões de reais de verbas públicas destinadas à saúde.

"Segundo a Autoridade Policial, entre os anos de 2018 a 2020, o grupo utilizou as organizações sociais para firmarem contratos nas Cidades de Barueri, Penápolis, Birigui, Guapiara, Lençóis Paulista, Ribeirão Pires, Araçatuba, Mandaqui, Guarulhos, Patos, Araucária, Vargem Grande Paulista, Capanema, Agudos, Santos, Carapicuíba, Sorocaba (SP) e Belém (PA), recebendo naquele período um repasse de verbas públicas próximo a R$ 2 bilhões, estimando-se que em torno de R$ 500 milhões foram desviados da saúde pública", registrou o juiz em sua decisão.

O Ministério Público de São Paulo denunciou na segunda, 5, cerca de 70 pessoas pela prática dos crimes de organização criminosa, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e fraude à licitação no âmbito da Operação Raio X, ofensiva aberta há uma semana para "desmantelar grupo criminoso especializado em desviar dinheiro destinado à saúde mediante celebração de contratos de gestão entre municípios e Organizações Sociais".

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado e os promotores de Justiça de Birigui e de Penápolis dizem ter identificado superfaturamento nos contratos celebrados com as OSs sob investigação e até mesmo a cobrança por serviços que nem eram realizados mediante a emissão de notas frias.

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Nas denúncias, a Promotoria pede que a prisões dos alvos da Raio X na última semana sejam convertidas em preventivas. Além disso, os investigadores querem que a Justiça determine o perdimento de bens obtidos pelos denunciados em favor do pode público.

A "Raio X" foi deflagrada na última terça-feira, 29, para cumprir 64 mandados de prisão temporária e 237 mandados de busca e apreensão expedidos pelos Juízos das Varas de Birigui e Penápolis, no interior de São Paulo. Algumas das ordens foram cumpridas até na Câmara Municipal de São Paulo e na Secretaria de Saúde do Estado.

De acordo com o MP-SP, a investigação conduzida pela Polícia Civil há dois anos, reuniu dados sobre movimentação financeira e interceptações telefônicas sobre a materialidade e a autoria dos crimes.

A operação foi aberta em simultâneo com a "S.O.S", que fez buscas no gabinete do governador Helder Barbalho (MDB), no Palácio dos Despachos, e prendeu o ex-chefe da Casa Civil e atual secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico Parsifal de Jesus Pontes, o Secretário de Transportes Antonio de Padua e o assessor de gabinete do governador Leonardo Maia Nascimento.

Segundo os investigadores, o esquema de desvios implantado em São Paulo teria sido replicado no Pará, levando à interligação das ofensivas por meio do compartilhamento de provas.

Na decisão que abriu a S.O.S., o ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça, mencionou as investigações conduzidas pelas autoridades paulistas. Segundo o magistrado, a Polícia de São Paulo identificou membros de um grupo criminoso responsável pelas organizações sociais Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Birigui e a Associação da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu, "assim como o modus operandi de esquema arquitetado para o desvio de recursos públicos da saúde".

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