Uma operação policial, deflagrada na quinta-feira (13), desarticulou duas quadrilhas de tráfico de drogas no município de Vitória de Santo Antão, na Mata Sul do Estado. Foram detidos 12 suspeitos durante a Operação Tapacurá, além de mais 33 pessoas ao longo das investigações iniciadas em outubro de 2010. Os líderes das duas quadrilhas agiam de dentro de presídios de Pernambuco.
Apesar do foco no município de Vitória, a operação também cumpriu mandados de prisão em Gravatá, no Agreste, e Arcoverde, no Sertão. Entre os presos está o Sargento Pedro Francisco Ribeiro, do 18º Batalhão da Polícia Militar (BPM), acusado de envolvimento com três homicídios e tráfico.
##RECOMENDA##Ambas as quadrilhas atuavam em Vitória. Josemir Soares da Silva, vulgo “Mica”, era líder de um dos grupos e já responde por homicídio, tentativa de homicídio, tráfico de drogas, associação para o tráfico, porte ilegal de arma de fogo e roubo qualificado. O chefe da segunda quadrilha, José Antônio de Souza Silva, vulgo “Toinho Neto do Veterinário”, responde por homicídio e roubo qualificado e apresenta traços de crueldade. “Toinho pedia para que seus homens o ligassem no momento do homicídio para que ele pudesse ouvir o crime”, comenta o delegado Alisson Pontes, titular da Delegacia de Vitória de Santo Antão.
Para o Coronel Lindjonhson Félix, do 21º BPM, a realização da operação enfrentou uma série de obstáculos. “Hoje os traficantes andam com poucas drogas, uns quatro papelotes, e logo se livram delas, indo buscar mais aos poucos. Outro ponto era o local, principalmente próximo ao rio Tapacurá, em vias sem saneamento, de difícil acesso”, destaca. O coronel também lembra que pelo menos duas prisões feitas no ano passado foram precedidas de troca de tiros.
Além das 45 pessoas presas, foram apreendidas 15 armas; 119 munições; 22.160 gramas de maconha; 1,18 gramas de cocaína; 105,58 gramas de crack e mais 11 pedras de crack. De acordo com o delegado Alisson Pontes, 90% das drogas vinham de Arcoverde. Algumas prisões foram feitas quando os suspeitos tentavam praticar homicídios, sendo salvas, no mínimo, dez vidas.
Os detidos vão responder por tráfico, associação para o tráfico e homicídio. Se somadas, as penas podem passar dos 30 anos de reclusão.