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O governo cedeu à pressão dos Estados e municípios não produtores de petróleo e deve abrir mão de 4% a 5% da participação especial sobre a exploração de petróleo. A informação foi divulgada hoje pelo líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN). Ele ponderou, no entanto, que é impossível fechar um acordo para a questão sem que os Estados e municípios produtores abram mão de parte da arrecadação dos recursos provenientes de royalties a partir de 2012.

"A reunião hoje vai pegar fogo. O Rio de Janeiro não quer abrir mão (de receitas de royalties)", disse, referindo-se a uma nova reunião que irá discutir o assunto, a ser realizada hoje, às 14h30, no ministério de Minas e Energia. O encontro vai reunir o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa, e líderes da base do governo no Congresso.

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O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse hoje que a questão da distribuição dos royalties da exploração de petróleo entre Estados deverá ser decidida nas próximas semanas, "haja o que houver". "Com a reunião de ontem no Ministério da Fazenda, a União definiu sua estratégia e apresentou uma proposta em que abre mão de recursos dentro de suas possibilidades. Isso é suficiente para bater o martelo em breve", disse o ministro, após participar de evento no Rio.

Lobão descartou que haja a inclusão de bônus extras a serem pagos sobre as novas áreas do pré-sal que serão leiloadas no futuro, e também disse que o governo "não é favorável" ao aumento do valor da participação especial para as empresas que já estão operando, como sugeriram os Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.

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Segundo ele, "todo mundo tem que ceder um pouco" e a União e os Estados produtores terão que abrir mão de 4% da arrecadação. "Os Estados produtores, em especial o Rio de Janeiro não concordaram muito, porque acham que vão perder, mas na prática, em números absolutos mostram que não perdem nada, apenas deixam de ganhar".

Indagado sobre a perspectiva de os municípios fluminenses irem à Justiça caso percam recursos na arrecadação, como vêm ameaçando, Lobão minimizou: "São muito poucos municípios ganhando muito. O risco judicial sempre existe e se o veto for aprovado no Congresso a própria União vai apelar na Justiça."

Licitações

De acordo com o ministro, se a questão dos royalties for resolvida este ano, o primeiro leilão do pré-sal sob o novo marco regulatório, que utiliza o modelo de partilha, deverá ocorrer até o final de 2012. Mas se houver a "judicialização do processo", isso pode levar mais tempo. "Recorrer à Justiça é o pior dos mundos", destacou.

Lobão rechaçou a sugestão de jornalistas de que este "atraso" em novas licitações seria favorável para a Petrobras, já que a companhia está com investimentos elevados, de US$ 224 bilhões até 2015, além da necessidade de desenvolver as áreas da cessão onerosa. "A Petrobras não precisa de recursos. A Petrobras tem condições de cumprir esses investimentos e não está atolada de compromissos, como se diz. Mas se precisar, a Petrobras sempre será socorrida. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) já faz este papel e estará sempre ali dando este apoio e prestando o socorro quando a Petrobras precisar", disse Lobão.

Na entrevista, ele ainda comentou que o Brasil deverá levar adiante seu programa nuclear a despeito dos acidentes internacionais. "A cada acidente aprendemos que temos de tomar mais cuidados com a segurança", disse. Ele ainda comentou que o novo marco regulatório da mineração deverá ser enviado ao Congresso nas próximas semanas. "Tenho expectativa de que a presidente Dilma possa mandar em poucas semanas. Ela aguarda apenas parecer da Fazenda sobre royalties e regulamentação", disse.

Segundo ele, o principal objetivo do novo marco regulatório é dobrar a cobrança de royalties. "Hoje no mundo todo a taxa é de 9%, 10% e 11%, enquanto no Brasil está entre 0,8% e 3%", disse. Para ele, "nenhum projeto se inviabiliza" no País com a taxa proposta de 4%.

O governo não descarta nenhuma proposta sobre a nova divisão dos royalties do petróleo. A informação foi dada hoje pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, referindo-se à sugestão apresentada ontem pelo governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, para que sejam elevadas em 30% as três faixas de alíquotas das Participações Especiais (PE) pagas pelas empresas exploradoras de petróleo.

"O governo não admite nada, nem deixa de admitir tudo por enquanto. Todas as propostas significam uma tentativa de resolver o impasse. Nós temos agora que examiná-las", disse. Segundo Lobão, o Ministério de Minas e Energia está finalizando uma "proposta firme" que será apresentada no dia 14, conforme acordado com os parlamentares, na tentativa de evitar a derrubada do veto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à chamada emenda Ibsen, que prevê a distribuição igualitária dos royalties do petróleo entre todos os Estados.

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Sobre a proposta de desoneração para aumento da produção de etanol, Lobão disse que está sendo finalizada pelo Ministério da Fazenda e evitou falar detalhes sobre qual imposto seria reduzido ou teria a alíquota zerada. "A Fazenda é que sabe", disse. Ele ressaltou, porém, que "o importante é saber da decisão do governo de incentivar o setor".

O governo quer adiar para o dia 5 de outubro a votação do projeto de lei que trata da distribuição dos royalties do pré-sal. A informação foi dada hoje pelo senador Wellington Dias (PT-PI), que participou de reunião no Ministério da Fazenda, com os ministros Guido Mantega, Ideli Salvatti (Relações Institucionais), técnicos do governo e parlamentares. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, também participou do início do encontro.

Segundo Dias, ficou acertado que o governo fará duas rodadas de negociações no Congresso antes da votação: uma na semana do dia 14 de setembro e outra no dia 29 de setembro. O último acordo que envolvia a discussão sobre o projeto fixava em 22 de setembro a data para votação.

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Segundo o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (PT-SP), o ministro da Fazenda ligará ainda hoje para o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), fazendo "um apelo" para a mudança da data da votação. Teixeira disse que, durante a reunião, foram discutidas várias propostas, entre elas a de aumentar a tributação sobre as petroleiras via participação especial e da cobrança dos próprios royalties.

Segundo ele, essa proposta foi apresentada hoje pelo senador Francisco Dornelles (PP-RJ) em audiência pública sobre o assunto, realizada no Senado, e reiterada na reunião no Ministério da Fazenda.

 

SENADO

O Senado realizou na manhã desta quarta-feira uma audiência pública das comissões de Assuntos Econômicos, Desenvolvimento Social e Infraestrutura do Senado Federal para discutir uma estratégia para alcançar o consenso sobre a nova legislação que vai definir critérios de distribuição dos royalties. Cerca de vinte senadores estiveram presentes, entre os quais os pernambucanos Humberto Costa (PT) e Armando Monteiro Neto (PTB). Também participaram os governadores de Pernambuco, Eduardo Campos (PE), Sérgio Cabral (RJ), Renato Casagrande (ES) e Geraldo Alckmin (SP).

“Já há um relativo consenso de que nenhuma legislação pode ser aprovada que resulte na retirada das receitas que hoje financiam os estados chamados produtores. Falta, agora, combinar uma forma na qual o pré-sal sirva para reduzir as desigualdades regionais em vez de acentuá-las. E, para isso, é preciso ver com atenção a questão dos investimentos da Petrobras, que precisam ser distribuídos de forma equilibrada pelo país”, afirmou Eduardo Campos.

O diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) Helder Queiroz disse nesta quinta-feira em palestra promovida pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) que ainda não há uma definição sobre a realização este ano da 11.ª Rodada de Licitação de Blocos Petrolíferos.

"Nos próximos dias haverá uma definição precisa sobre se haverá ou não ainda este ano", afirmou ele. De acordo com Queiroz, a ANP está pronta para realizar a rodada, que é aguardada com expectativa pelas empresas de óleo e gás. Ele disse que a agência aguarda apenas a publicação da data do leilão no Diário Oficial da União.

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O primeiro semestre de 2011, período no qual a Petrobras registrou lucro líquido recorde de R$ 21,928 bilhões para o intervalo dos seis primeiros meses do ano, também marcou uma geração de fluxo de caixa líquido de R$ 27,172 bilhões. O resultado representa um incremento de 18% em relação ao acumulado do primeiro semestre de 2010.

A geração de fluxo de caixa líquida no segundo trimestre de 2011 totalizou R$ 14,248 bilhões, com expansão de 10% ante o mesmo intervalo do ano passado. O crescimento, segundo a Petrobras, foi influenciado pelo aumento das vendas e preços do petróleo, efeitos que também tiveram relevância nos dados semestrais.

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Câmbio

O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, afirmou que boa parte do ganho financeiro de R$ 2,8 bilhões da empresa no segundo trimestre se deu graças ao impacto cambial, com a desvalorização do dólar e valorização do real. Inicialmente, Barbassa afirmou que quase todo o valor se devia a impacto cambial, mas depois informou que o efeito do câmbio respondeu por R$ 1,3 bilhão do total.

Barbassa destacou, em entrevista à imprensa, que espera que a queda no preço do barril de petróleo que vem sendo verificada ultimamente represente uma tendência. Para ele, a estimativa é de que as curvas de preços do mercado internacional e doméstico se igualem com a queda no valor do barril e a manutenção dos preços praticados pela estatal.

Segundo Barbassa, a falta de reajuste dos principais combustíveis (gasolina e diesel) provocou um descolamento das curvas de derivados. "Houve afastamento maior, mas a curva parece que está tendendo a se igualar, com o preço caindo no mercado americano, e porque não houve neste espaço de tempo para um reajuste de preços dos principais derivados (gasolina e diesel). Parece que a volatilidade diminuiu mas vamos ver para onde vai esta curva.", comentou.

Para Barbassa, o País ficou também em desvantagem no segundo trimestre porque houve um aumento na diferença de preços entre o petróleo produzido aqui e o Brent. "A diferença existe porque o petróleo brasileiro é mais pesado, no final do quarto trimestre do ano passado estava em torno de US$ 4 e agora está em US$ 8, com o barril de petróleo nacional sendo exportado por US$ 109 ante uma média do Brent de US$ 117".

Barbassa também destacou que com a alta do preço internacional do barril no mercado ao longo do primeiro semestre de 2011, houve também maior pressão sobre os custos de extração. "O preço internacional mais alto estimula a indústria a elevar preços dos bens que compramos para fazer o desenvolvimento da produção de petróleo", disse.

O custo de extração encerrou o segundo trimestre deste ano em R$ 20,93 por barril. com participações governamentais este valor chega a R$ 55,14, ante R$ 19 e R$ 50,66 respectivamente no primeiro trimestre.

Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) precisam que o petróleo custe cerca de US$ 100 por barril no mercado internacional para equilibrarem seus respectivos orçamentos, disse uma autoridade do Golfo Pérsico.

Como a média de preço do petróleo tipo Brent nos últimos meses ainda está em US$ 110 por barril, provavelmente o cartel ainda tem espaço de manobra e não precisará agir para sustentar o valor da commodity. A autoridade disse que, por causa disso, ainda é muito cedo para dizer se haverá uma reunião de emergência do grupo.

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Na quinta-feira, preocupações com o vigor da economia mundial fizeram o preço do petróleo tipo Brent - mais utilizado como referência internacional - cair 5%. Na sexta-feira, houve leve recuperação. A volatilidade dos mercados, no entanto, gerou receios de que os produtores da commodity possam antecipar uma reunião prevista para dezembro.

Se houver uma mudança negativa na direção do mercado, "os membros da Opep vão avaliar" se devem se reunir, mas o grupo "não toma decisões de forma apressada", disse a autoridade do Golfo, acrescentando que os países do cartel precisam do petróleo "na faixa dos US$ 100 por barril para manterem seus orçamentos equilibrados".

Uma outra autoridade da Opep disse que embora ainda seja muito cedo para dizer se haverá uma reunião de emergência do cartel, os membros do grupo vão acompanhar de perto o efeito do rebaixamento no rating de crédito dos EUA sobre o mercado. As informações são da Dow Jones.

A definição sobre a divisão dos royalties que serão cobrados na exploração do pré-sal pode acabar na Justiça. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que, se os governadores não chegarem a um acordo sobre como repartir os recursos arrecadados com a cobrança da compensação financeira e o Congresso insistir em manter a sistemática de rateio vetada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a decisão acabará nas mãos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Se o Congresso derrubar o veto, o Palácio do Planalto só tem um recurso: recorrer ao STF para ver se consegue uma solução", disse Lobão. O embate sobre os royalties voltou a ganhar espaço depois que os governadores do Norte e do Nordeste ameaçaram forçar suas bancadas no Congresso a derrubar o veto do ex-presidente Lula, caso um novo modelo de distribuição do dinheiro não seja definido até meados de julho, quando se inicia o recesso parlamentar.

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"Se o Congresso derrubar o veto, o Palácio do Planalto só tem um recurso: recorrer ao STF para ver se consegue uma solução"

Um dos porta-vozes do grupo, o governador de Sergipe, Marcelo Déda, admite que os chamados Estados produtores - como Rio e Espírito Santo - têm direito a uma parcela maior dos recursos. Porém, segundo ele, diante do potencial de petróleo a ser retirado da região, um novo modelo de distribuição precisa ser definido.

Ao sancionar a lei que definiu o modelo de exploração do pré-sal no fim do ano passado, o ex-presidente Lula acabou vetando o sistema de divisão de royalties aprovado pelos parlamentares. A fórmula previa um rateio dos recursos seguindo as regras dos fundos de participação de Estados e municípios (FPE e FPM), o que provocaria uma grande perda de receita para os cofres fluminense e capixaba.

Em seu lugar, Lula enviou um projeto restabelecendo a divisão acordada entre o Planalto e os governadores do Rio e do Espírito Santo em novembro de 2009. A proposta está encalhada na Comissão de Minas e Energia da Câmara desde o início do ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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