Tópicos | piada do fascismo

O deputado estadual do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo (PSOL), acredita que a ascensão das teses de extrema-direita no Brasil, com o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) aparecendo em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto para a disputa pela Presidência, é conjuntural e "não prospera a médio prazo". Em entrevista ao LeiaJá, o psolista alertou, entretanto, que não se pode “fazer piada do fascismo” porque “ele pode se transformar em pesadelo”, como aconteceu nos Estados Unidos com a eleição do presidente Donald Trump. 

“Você tem uma extrema direita perigosa, antidemocrática, facista. Acho que esta extrema-direita é passageira. É conjuntural, porque ela é outsiders, baseada no medo e no ódio e isso não prospera em médio prazo. Isso tem uma força conjuntural e não estrutural”, frisou ao ser questionado como avaliava a ascensão de Bolsonaro na corrida presidencial.

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“Mesmo assim temos que dar importância ao fascismo e olhá-lo com o cuidado que ele merece. O governo Trump pode servir para dar exemplo, não podemos achar que é uma piada porque ela se transforma em pesadelo, mas acho que pela fragilidade do Bolsonaro, de programa e histórica, [a ascensão dele] é mais conjuntural de medo, ódio e descrença, do que efetivamente enquanto um projeto que possa se consolidar no Brasil”, acrescentou Marcelo Freixo. 

Outras candidaturas

O deputado do Rio de Janeiro também rebateu o discurso antipolítico pregado por Bolsonaro e outros nomes. “Negar a política é uma maneira de fazer política. Tem um monte de outsider dizendo por aí, votem em mim… Acho ruim para o Brasil a ideia de salvador da pátria. Não existe a possibilidade de alguém participar da política sem ser político. Não existe uma mágica. Essa história do outsider é muito enganosa”, destacou.

Durante a entrevista, ele disse que a “dinâmica política que vivemos hoje é de uma imprevisibilidade” grande e, por isso, não dá para prever o que acontecerá em 2018. O PSOL está se articulando para lançar o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, para concorrer ao cargo.

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Desafios para a esquerda

O cenário do “medo e do ódio” pontuado por Marcelo Freixo traz desafios para a esquerda. Segundo ele, uma das maneiras disso ser amenizado é com a esquerda passando a ouvir mais do que falar. “A esquerda tem que aprender a ouvir, enxergar e trazer esses setores de lutas reais [os movimentos sociais] para um projeto maior de esquerda no Brasil. Por isso que eu digo, não cabe a um partido, mas um conjunto de espaço de diálogo e escuta. Na luta por moradia, por exemplo, boa parte são evangélicos, não dá para gente juntar essas pontas e pensar neste sentido de uma concepção de esquerda que não passa nos mesmos caminhos de sempre?”, indagou.

Sob a ótica de Freixo, é preciso parar de acreditar que em setores da sociedade tradicionalmente conservadores terão apenas pessoas alinhadas ao mesmo pensamento. “Não dá para esquerda achar que todos os evangélicos são reacionários e votam todos na direta. Não tem evangélico progressista? Que entenda o debate de gênero? Possa ser garantidor dos direitos humanos? Claro que tem e acho que não são poucos. Precisamos fazer o debate real da vida das pessoas”, salientou.

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