Quando a final do campeonato de Futebol Americano foi jogada, em 1967, haviam três formas de acompanhar o Super Bowl: ir até o estádio, ouvir a narração pelo rádio ou assistir na televisão. Se você tivesse acesso à tecnologia de ponta, na época, poderia até mesmo assistir ao jogo em cores.
Este ano, empresas ofereceram uma ampla gama de opções para melhorar a experiência dos torcedores, através do uso das redes sociais e tecnologias baseadas na Web. Tanto que, na opinião do jornal Washington Post, o campeonato deste ano será lebrado como o Super Bowl da “segunda tela”, já que anunciantes, a “indústria” do futebol e todos os que têm negócios relacionados ao evento competiram para chamar a atenção do torcedro nos momentos em que ele não estava apenas focado no jogo e na televisão.
O streaming online oficial transmitiu o jogo com 4 câmeras de diferentes ângulos, possibilidade de voltar e pausar. E apesar das críticas do TechCrunch, vaelu pela inciativa inédita, até então. O site também tentou acompanhar toda a discussão online nas redes sociais, Twitter e Facebook, através de um widget. O Super Bowl deste ano atingiu a incrível marca de 12,2 mil tuites por segundo, de acordo com o próprio Twitter, tornando-se o evento campeão em interações no microblog.
Opções de segunda tela
A Google lançou o site "Game Day With Google", que oferecia recursos especiais ao longo do Super Bowl Sunday. Às 8h da manhã já era possível acessar o portal para ver algumas receitas de lanches para o jogo, além de ler algumas informações prévias sobre a competição. E com a nova obsessão do Google são as redes sociais, o site também oferecia um recurso chamado "Veja o que seus amigos estão dizendo".
A empresa promoveu ainda uma videoconferência no Google+ (através do recurso Hangout) com personagens do New York Giants, pouco antes do jogo.
A cidade de Indianápolis, onde o Super Bowl aconteceu na noite de ontem (5/2), tem uma central de mídias socais de 2.800 metros quadrados. Pessoas especializadas em internet pesquisaram perguntas sobre a cidade em um raio de 80 quilometros para responder às dúvidas dos internautas. Eles também indicaram vagas de estacionamento e, em geral, tentaram responder a todas as perguntas postadas no Facebook, Twitter, Google+ e salas de bate-papo.
A NFL (National Football League) lançou um aplicativo para iOS e Android para quem foi ao jogo. O software móvel oferecia mapas do estádio e dos arredores, destacando restaurantes e empresas próximos. O aplicativo também oferecia vídeos e informações sobre cada um dos jogadores e equipes do Super Bowl, bem como um banco de dados sobre as edições anteriores.
Anúncios sociais
E não só o jogo, mas principalmente a publicidade também se tornou mais social. Este ano um spot de 30 segundos durante o Super Bowl custou em média 3,5 milhões de dólares. Assim, os anunciantes tentaram aproveitar ao máximo a interação social na internet. Mais de 80% das propagandas ofereciam algum tipo de componente social ou integração com aplicativos.
Cerca de metade dos cerca de 50 anúncios criados para o Super Bowl foram postados online. As empresas tentaram criar virais antes do jogo. A Audi chegou a afirmar ser a primeira anunciante do Super Bowl a usar uma hashtag do Twitter em um anúncio. A hashtag #ProgressIs era vinculada a um concurso.
A única razão para a Audi ter dito isso? Seu comercial foi um dos primeiros a irem ao ar no último domingo (5/2). O executivo do Twitter, Adam Bain, chegou a prever que pelo menos metade dos anúncios qexibidos durante o jogo contariam com o uso de hashtags.
Nenhuma hashtag no ano passado; hashtags em 50% dos anúncios neste ano: A integração das redes sociais está acontecendo muito rápido.
A Coca-Cola mostrou os seus ursos polares assistindo e reagindo ao jogo em tempo real em um site dedicado ao evento. Os ursos, que apareceram em comerciais de TV com certa regularidade no passado, nos Estados Unidos, desta vez conversaram com os visitantes do site sobre o jogo.
Grandes questões
Será que todas essas tecnologias vão melhorar a experiência de acompanhar jogos daqui por diante? E realmente aumentarão o apelo da publicidade?
Em geral, eu acho que sim. O desafio para as empresas é que todos estão fazendo isso. Cada espectador do Super Bowl provavelmente escolheu apenas um pequeno número das centenas de opções disponíveis durante o jogo.
A experiência de mídia social usada provavelmente pela maioria das pessoas foram mesmo os bons e velhos Facebook, Twitter e Google +, com uma enxurrada de publicações disparadas a cada grande ou péssima jogada e touchdown. O show da madonna, no Intervalo, também foi muito comentado, principalmente por usuários de fora dos Estados Unidos, chegando a atingir o pico de 10,2 mil tuítes por segundo. "Eventos de TV", como o Super Bowl e o Oscar são grandes controladores de mídia social.
O Super Bowl sempre foi um evento social. O que é diferente agora é que as mídias sociais e a Internet transformaram a geografia e a proximidade em fatores irrelevantes.
Não sei se a criatividade dos anunciantes realmente valeu a pena. Mas eu acho que os telespectadores ganharam. É mais divertido aumentar o alcance de um evento como o Super Bowl com as redes sociais.