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A Polícia Civil de Pernambuco detalhou, na manhã desta quinta-feira (19), no Recife, a “Operação Ponto Final” que resultou na prisão de dez vereadores de Caruaru, Agreste do Estado. Os parlamentares presos nessa quarta-feira (18) cobravam propina do Executivo Municipal e de empresários, em troca da aprovação de Projetos de Lei, na Câmara de Vereadores. Durante coletiva, também foi levantada a possibilidade de envolvimento de outras pessoas no esquema.
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Segundo o chefe geral da Polícia Civil em Pernambuco, Osvaldo Morais, as investigações foram iniciadas há seis meses por meio de informações recebidas de pessoas não identificadas. “Através de denúncias anônimas que nos chegaram aqui, nós passamos a fazer um procedimento preliminar e chegamos às informações que as elas procediam”, confirmou frisando que as investigações não irão parar por aí.
À frente da investigação da “Operação Ponto Final”, o delegado e gerente de Controle Operacional do Interior I, Erick Lessa, informou que havia informações do esquema desde o mês de junho de 2013. “O foco da investigação existiu a partir de um Projeto de Lei encaminhado pelo Executivo a Câmara Municipal de Caruaru, solicitando a aprovação de um pedido de empréstimo a Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 250 milhões”, disse, referindo-se ao projeto de BRT para a mobilidade Urbana na cidade.
O delegado informou que os parlamentares utilizavam o esquema de solicitação de dinheiro para outros projetos e também solicitavam propinas as empresas vencedoras das licitações. “Nós temos informações de que haveria possíveis solicitações tanto ao Executivo Municipal, quanto a empresários da cidade, pelos próprios vereadores de só aprovar ou reprovar projetos, se tivesse barganha financeira”, acrescentou.
De acordo com a Polícia Civil, todos os dez mandados de prisão preventiva foram realizados nessa quarta (18) em Caruaru, porém, outros três vereadores (Severino Porfírio, Ranílson dos Santos e Gilberto Silva) e o secretário municipal, Davi Queiroz, foram conduzidos coercivamente para prestar depoimentos.
Ainda segundo Lessa, os valores exigidos chegavam a R$ 2 milhões, mas apesar da solicitação ou exigência de propina, o executivo não atendeu as exigências. “Os valores chegavam a R$ 2 milhões para serem divididos entre todos os vereadores, mas a Prefeitura de Caruaru não aceitou isso”, afirmou, detalhando a participação dos vereadores. “Seis vereadores da oposição e cinco da situação solicitavam de forma criminosa, valores para aprovação de projetos”, explicou.
Conheça os vereadores – Até agora, a Polícia Civil divulgou dez nomes envolvidos com o caso, mas outro parlamentar que não teve o nome relevado, também está em investigação, além de empresários locais. Conheça os vereadores:
José Evandro Francisco da Silva (DEM) – “Evandro Silva” – Além do Mandato de Prisão Preventiva foi autuado em fragrante por posse ilegal de arma de fogo. Na sua propriedade, foram encontradas duas espingardas sendo calibre 36 e outra 32 e um revólver calibre 38;
Aníbal Eduardo de Miranda Barros Cantarelli (PSDB) – Conhecido como Eduardo Cantarelli;
Erivaldo Soares Florêncio (PROS) – Chamado de Val das Rendeiras;
Jadiel José do Nascimento (PROS) – Popularmente conhecido como pastor Jadiel;
Jaílson Soares de Oliveira (PPS) - "Jajá"
Lorinaldo Florêncio de Morais (Solidariedade) – Conhecido como “Louro de Juá”;
Averaldo Ramos da Silva (PMN) - Chamado de Neto;
Joseval Lima Bezerra (DEM) – Val de Cachoeira Seca – Além do Mandato de Prisão Preventiva foi autuado em fragrante por posse ilegal de armas de fogo (um revólver calibre 38, uma espingarda calibre 32, um rifle calibre 38, e uma espingarda calibre 12);
José Givaldo Francisco de Oliveira (PP) – Sivaldo Oliveira;
Cecílio Pedro da Silva (PTB) - Além do Mandato de Prisão Preventiva também foi autuado em fragrante por posse ilegal de armas de fogo – um revólver calibre 38.
Crimes – Os parlamentares são suspeitos de envolvimento com corrupção passiva – por solicitar dinheiro; concussão – por exigir vantagem indevida e organização criminosa por se dividirem entre líderes e organizadores.
Estatísticas – A “Operação Ponto Final” segue em segredo de justiça e deverá ser concluída em dez dias com possibilidade dos vereadores ficarem inelegíveis. Segundo a Polícia Civil foram aprendidos durante a operação oito armas, 167 munições e cumprido 13 Mandatos de Busca e Apreensão Domiciliar, além dos dez de Prisão Preventiva. Também foram recolhidos R$ 50.625,50 e 55 euros (em dinheiro) e R$ 165.137,50 (em cheque). Os valores ainda serão analisados se provém de forma lícita ou ilícita.