A viagem do presidente Jair Bolsonaro à Itália está provocando as mais diversas reações. Em Pistoia, na Toscana, partidos de oposição e associações de esquerda, incluindo siglas LGBTQIA+, marcaram uma cerimônia para homenagear os soldados brasileiros caídos na luta contra o nazifascismo na Segunda Guerra Mundial para poucas horas depois da visita do brasileiro.
A iniciativa foi agendada para terça-feira (2), às 15h (horário local), após Bolsonaro concluir sua visita no Monumento Votivo Militar, que fica no lugar de um antigo cemitério de soldados do Brasil.
##RECOMENDA##O ato é organizado pelo Partido Democrático (PD), maior força de centro-esquerda na Itália, pela Associação Nacional dos Partisans Italianos (ANPI), Confederação-Geral Italiana do Trabalho (Cgil), principal sindicato do país, além de Arci, Libera, Pax Christi e outras entidades da comunidade LGBTQIA+.
A cerimônia em protesto ao mandatário brasileiro se soma às demais que já foram anunciadas, como o fato de o dom Fausto Tardelli não rezar no monumento aos soldados brasileiros, conforme dita a tradição da diocese.
Hoje cedo, a Diocese de Pistoia, inclusive, chegou a publicar um nota para criticar o líder do partido de extrema-direita Liga, Matteo Salvini, e pedir para que ele não use sua visita a cidade, onde irá encontrar Bolsonaro, para "comemorar mortes".
A oposição e vários grupos de ativistas de esquerda já programaram uma manifestação na manhã de terça-feira, na piazza Duomo, contra a presença de Bolsonaro em Pistoia.
A cidade de Pistoia tem uma forte ligação com a Força Expedicionária Brasileira (FEB) e abriga um cemitério militar e a tumba do soldado desconhecido como forma de homenagear os brasileiros mortos na Guerra. Anualmente, no dia 2 de novembro, é realizada uma comemoração pelos caídos na batalha.
Atualmente, na localidade de San Rocco, fora da cidade italiana, próximo ao Monumento Votivo, apenas um soldado desconhecido repousa depois que os corpos dos 500 militares que morreram lutando na Guerra foram transferidos para o Brasil ao longo das décadas.
Da Ansa