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Políticos, celebridades e influenciadores de esquerda que fizeram críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva são alvo de ataques da militância petista nas redes. As ofensas, apontam algumas dessas personalidades, não têm diferença em comparação ao que faziam, no mesmo espaço, os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

"Descobri algo tão ruim quanto o antipetismo da direita e da extrema-direita na mídia neoliberal e no X (ex-Twitter): o hater-gado-petista que não aceita qualquer crítica ou revelação de fato ruim em relação a membros do governo Lula ou ao próprio Lula", escreveu o ex-deputado federal Jean Wyllys no X.

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Em entrevista a um podcast, o ex-parlamentar, hoje filiado ao PT, disse que foi alvo de uma "sabotagem" do ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta, e que Pimenta é um "mau-caráter". Wyllys tinha sido abraçado pela primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, e iria assumir um cargo na secretaria de Comunicação, o que não aconteceu.

Há pouco menos de dois meses, ele foi acolhido pela militância petista em Brasília em um ato que marcou seu retorno ao País depois de quatro anos no exterior.

Depois de discussão com militantes nas redes, Wyllys sinalizou que, se quiser, o PT pode expulsá-lo pela conduta. "Se o PT quiser, expulse-me. Se o partido tentar me silenciar e me constranger, eu mesmo saio. Não sou gado", disse. "Lula e Janja vão sempre contar com meu carinho e trabalho, assim como todos os petistas que admiro. Mas petista que agir com mau-caratismo será tratado como tal. Quem manda em mim sou eu, não o PT."

Ele não foi o único a ser alvo de ataques nos últimos dias. Renê Silva, fundador da ONG Voz das Comunidades, encampou uma campanha pedindo uma ministra mulher e negra para substituir Rosa Weber, que se aposentará neste ano, no Supremo Tribunal Federal (STF) e também foi criticado.

"Só acho engraçado que falam de bolsonaristas e agem da mesma forma!", afirmou Renê. "A gente incomoda tanto assim? O mal é que vocês querem ficar sendo antirracistas apenas no discurso, mas seguindo a prática da branquitude."

O humorista e apresentador Gregório Duvivier também organizou uma campanha para uma indicação de uma mulher negra no STF e foi reprovado. Ao Estadão, Duvivier disse que petistas até disseram que ele estaria sendo financiado pelos Estados Unidos para mover a iniciativa. "Você olha e pensa que não quer fazer parte desse gado. Tem um povo terraplanista de esquerda", afirmou.

No X, o influenciador e jornalista William De Lucca condenou ataques feitos por integrantes esquerda contra outras personalidades deste grupo. "Lamento profundamente essa estratégica fratricida em público. Não contem comigo para isso", escreveu.

Entusiasta da campanha da extrema-direita na Argentina, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) vem incentivando a candidatura do ultraliberal Javier Milei e comemorou o resultado das eleições primárias à presidência do país. Conhecido por discursos marcados por palavrões e propostas radicais, o candidato alcançou 32,57% dos eleitores e saiu na frente para o pleito de 22 de outubro. 

O resultado desse domingo (13) mostrou que o governo de Fernández vai encarar um grande desafio para tentar manter um de seus representantes. O filho do ex-presidente brasileiro foi às redes sociais para mostrar seu apoio a Milei e disse que a vitória superou as expectativas: "sonho", considerou. 

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"Se fizesse 25% já seria vitorioso, obteve mais de 30%. Um ano atrás era um sonho, daí virou meta e hoje é realidade. Um excelente começo para o que pode ser a mudança real que a Argentina precisa", publicou em seu perfil nas redes sociais. 

Eduardo ainda criticou o atual presidente argentino, Alberto Fernández, que não lançou candidatura de reeleição, e fez uma leitura sobre os reflexos da possível vitória de Milei como um facilitador para a volta da direita no Brasil.  

"Com vizinhos livres do socialismo o Brasil tem um ambiente mais favorável retomar o caminho da liberdade", publicou o parlamentar.

No dia em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o fim da emergência de saúde pública da Covid-19, o ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, culpou a esquerda pelas mais de 701 mil vítimas fatais da doença no Brasil. Nessa sexta-feira (5), em entrevista à Revista Oeste, o cardiologista defendeu a postura do governo Bolsonaro ao longo da pandemia. 

Quarto e último ministro da Saúde de Bolsonaro após uma troca constante desde o início da crise sanitária, Queiroga sugeriu que, em pouco mais de um ano e meio à frente da pasta, conseguiu reconstruir o sistema de saúde do Brasil. 

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“Recuperamos o que a esquerda destruiu no passado”, afirmou o ex-ministro. “Fecharam 40 mil leitos de terapia intensiva. Acho que a esquerda é grande culpada pelos óbitos que tivemos no Brasil. Eles destruíram o sistema de saúde, e nós tivemos de recuperá-lo durante a pandemia”, complementou. 

LeiaJá também: Bolsonaro teria tomado três doses de vacina, diz PF

Com a entrada do governo Lula, os novos integrantes da pasta identificaram 38,9 milhões de vacinas contra a Covid-19 fora da validade. Antes mesmo do prejuízo de R$ 2 bilhões, o ex-presidente e membros do primeiro escalão do antigo governo desistimulavam a campanha de imunização. Os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid também indicaram atraso na compra das doses imunizantes e indícios de corrupção no processo de aquisição

Queiroga foi categórico e garantiu que “não houve atraso na compra” de insumos para o Brasil. "Temos certeza que trabalhamos para fortalecer o Sistema Único de Saúde, para aumentar sua capacidade de vigilância e melhorar a condição da atenção primária à saúde”, defendeu.

A deputada Luizianne Lins (PT/CE) foi eleita, no último dia 15, presidente da Comissão dos Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial (CDHMIR). Com 18 membros titulares e 17 suplentes, a comissão é uma das permanentes da Casa Legislativa, levantando debates e promovendo a implementação de propostas acerca do que defendem. A CDHMIR existe há 25 anos. Dentre as suas principais frentes estão o recebimento, avaliação e investigação de denúncias relativas a ameaça ou violação de direitos humanos.

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Com uma agenda ainda incipiente, tendo registrado apenas duas reuniões, um seminário e uma audiência pública, o ponto de maior tensão é, até o momento, a lista dos titulares que assumiram a comissão para a nova legislatura. Um dos que se destaca é o do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). O deputado mais votado do país é também o que responde por transfobia e homofobia devido a seu comportamento na plenária da casa legislativa. No último dia 8 de março, ele colocou uma peruca loira na cabeça e se apresentou na tribuna como “Nikole”. A atitude foi considerada ofensiva por outras bancadas da Casa.

Do Partido Liberal (PL), outros dois parlamentares dividem espaço com Ferreira na Comissão: Gilvan da Federal (ES) e Helio Lopes (RJ). Os deputados são do mesmo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que defendeu em seu governo ideias conservadoras, fazendo claras referências machistas e homofóbicas em suas falas. O deputado Helio Lopes carregou o sobrenome do ex-presidente durante a campanha eleitoral de 2018, quando foi eleito deputado federal pela primeira vez. Ele chegou a ser condenado, em março deste ano, a pagar uma indenização de R$ 50 mil aos irmãos Luccas e Felipe Neto, após tê-los acusado falsamente de pedofilia.

O bloco da direita na comissão ainda é composto pelos deputados: Clarissa Tércio (PP/PE), Felipe Francischini (UNIÃO/PR), Geovania de Sá (PSDB/SC), Glaustin da Fokus (PSC/GO), Prof. Paulo Fernando (REPUBLICANOS/DF) e Rodrigo Valadares (UNIÃO/SE).

Clarissa Tércio, quando era deputada estadual, fez parte do grupo de evangélicos que bloquearam uma maternidade pública no Recife para impedir a entrada de uma menina de 10 anos que foi estuprada no Espírito Santo e foi encaminhada ao local para realizar um aborto. Na época, Tércio fazia parte do Partido Social Cristão (PSC), e junto com outros colegas e seguidores, bloqueou a entrada de pessoas no hospital, e chegou a chamar a criança, vítima de violência sexual, de “assassina”.

Já como deputada federal, Tércio foi condenada a pagar uma indenização de R$ 10 mil a um casal trans por ter exposto imagens de suas vidas íntimas nas redes sociais, com comentários transfóbicos. Ela também esteve sob investigação por ter participado dos atos golpistas no dia 8 de janeiro em Brasília.

A próxima atividade agendada da comissão é uma audiência pública, marcada para a próxima quarta-feira (4), onde será debatido o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou o Twitter, nesta quarta-feira (22), para insinuar que a esquerda está por trás do plano para matar o ex-juiz da Lava Jato e senador, Sergio Moro (União Brasil). A desarticulação deste plano orquestrado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) deflagrada hoje.  

Na publicação, Bolsonaro cita o ex-prefeito petista, Celso Daniel, morto em 2002, o seu próprio nome e o ano em que foi vítima de uma facada, 2018, e menciona Moro. 

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"Em 2002 Celso Daniel, em 2018 Jair Bolsonaro e agora Sérgio Moro. Tudo não pode ser só coincidência. O Poder absoluto a qualquer preço sempre foi o objetivo da esquerda", escreveu o ex-presidente, que está nos Estados Unidos desde o dia 30 de dezembro.

Os criminosos planejavam matar Sergio Moro e o promotor de Justiça de São Paulo, Lincoln Gakiya. No post, Bolsonaro também se solidariza com os dois. 

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O ator Juliano Cazarré fez um desabafo nas redes sociais, nesta segunda-feira (26), após receber críticas pela participação no prêmio Melhores do Ano, do Domingão com Huck, exibido no domingo (25).

Seguidores comentaram que o ator estava com uma postura muito séria. Em seu desabafo, Cazarré disse que o programa foi gravado em uma sexta-feira e que, por causa de atrasos, ele precisava "render" a babá que cuidava de seus filhos.

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"Tive uma enxurrada de ódio aqui no Instagram e estava sem entender o porquê. Muita gente falando que eu estava sério, me xingando, por causa de política. Eu estava sério mesmo, porque não estou vivendo uma situação fácil, nossa filha está na UTI há meses. O programa estava marcado para às 15h, mas começou a ser gravado às 17h", declarou. A filha Maria Guilhermina tem problema cardíaco e está internada em hospital.

Cazarré também disse que foi criticado por questões políticas. "Tinha um vídeo meu dando um abraço no Silvero e gente dizendo que ele teve que segurar o vômito por estar abraçando um bolsonarista. Tem muita gente que tem uma obsessão política imbecil e tão grande que não consegue ver nada além de bolsonarismo e PT."

"Eu tenho posicionamento conservador, não acredito numa revolução, no progressimos. Quem me segue sabe disso. Tenho valores cristãos", continuou o artista. "Desde que Bolsonaro assumiu, nunca coloquei uma frase sobre esse governo aqui. Não quer dizer que concorde com p* nenhuma, mas eu não sou de esquerda."

Ele criticou os atores que recebem prêmio e falam sobre política. "Acho caído demais essa história. É muito chato. Quem disse que as pessoas estão interessadas na nossa posição política? Isso divide as pessoas. É hora de confraternização."

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O projeto de lei sobre os direitos das pessoas transgênero, que os deputados da Espanha devem votar nesta quinta-feira (22), provoca divisões tanto na coalizão de esquerda que governa o país como dentro do movimento feminista.

"A igualdade real e efetiva das pessoas trans" e a garantia dos direitos LGBTQIA+ estão entre as propostas principais do Ministério de Igualdade liderado pelo Podemos, partido de esquerda radical e parceiro minoritário na coalizão do governo liderado pelo socialista Pedro Sánchez.

Se os deputados aprovarem o projeto - como é provável -, e o mesmo também passar pelo Senado, a Espanha se transformará em um dos poucos países do mundo a autorizar a autodeterminação de gênero apresentando apenas uma solicitação pessoal.

"As pessoas trans e a comunidade LGBTQIA+ não podem esperar mais para o reconhecimento de todos os seus direitos", assegurou em outubro a ministra de Igualdade, Irene Montero, representante do Podemos, prometendo que daria o máximo para conseguir sua aprovação.

A lei permitirá aos cidadãos maiores de 16 anos mudar o nome e a menção relativa a seu sexo nos documentos de identidade, sem que seja necessário apresentar qualquer atestado médico nem confirmar que se submeteu a um tratamento hormonal durante pelo menos dois anos, como se exige atualmente para os maiores de idade.

Com a nova lei, os jovens a partir de 12 anos também poderiam solicitar a mudança no Registro Civil, mas apenas sob algumas condições, algo que foi objeto de duras discussões no governo nos últimos meses.

- Luta interna -

Rechaçado totalmente pela direita, o polêmico projeto não gerou tensões apenas na coalizão, mas também causou divisões no movimento feminista.

Para figuras de peso do feminismo espanhol, a lei representa um retrocesso nos direitos das mulheres e poderia gerar problemas para os jovens, uma postura que é tachada de "antitrans", e inclusive "transfóbica", por parte das defensoras da inclusão do coletivo.

Com este projeto de lei, "estão introduzindo um cavalo de Troia no feminismo", estimou Lola Venegas, porta-voz da Aliança Contra o Apagamento das Mulheres, que teme que a autodeterminação de gênero represente "um retrocesso brutal" aos direitos das mulheres.

Com esse texto, as pessoas do sexo masculino que mudarem de gênero "poderão competir nos esportes femininos" ou "entrar em presídios de mulheres", indicou.

Também preocupa os opositores da lei o direito à autodeterminação para os menores de idade, que poderão mudar de gênero, a partir dos 14 anos, se contarem com a assistência de seus tutores legais no processo, e a partir de 12 anos com autorização judicial.

Apesar de os socialistas terem pressionado para introduzir uma emenda que obrigasse a estender o aval judicial para os jovens de 14 e 15 anos, a proposta acabou sendo rejeitada.

Dentro do Partido Socialista, as divisões foram ainda mais profundas, levando, inclusive, a veterana ativista Carla Antonelli - a primeira mulher trans que se elegeu deputada regional na Espanha - a deixar o partido em outubro, após décadas de militância.

"Se o socialismo não for corajoso, não é socialismo", escreveu na época Antonelli no Facebook, lamentando que seus anos de trabalho pela autodeterminação de gênero tenham terminado em um "pesadelo dantesco, de transfobia, exclusões, humilhações internas e externas".

Enquanto faz gestos e busca uma fórmula para acomodar apoiadores do centro político e liberais no seu futuro governo, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta pressão de aliados recentes e históricos do campo da esquerda. A busca é por espaços na administração federal que não fiquem circunscritos a pastas identitárias ou de menor relevância.

Pela primeira vez desde junho de 2004, quando foi fundado o PSOL - a partir de uma dissidência do PT -, um governo petista não deverá enfrentar oposição à esquerda no Congresso Nacional e nos movimentos sociais e sindicatos.

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Depois de abrir mão de lançar candidato próprio à Presidência pela primeira vez em 2022, o PSOL, que elegeu 12 deputados federais, vai reunir sua direção nacional no próximo dia 17 para deliberar sobre o apoio ao governo Lula. Ainda existem resistências internas, mas a ala pró-Lula tem maioria para formalizar o alinhamento. Ao mesmo tempo, negocia espaços no primeiro escalão.

Lula sinalizou à legenda que deve criar o Ministério dos Povos Indígenas e nomear para o comando da pasta a deputada eleita Sonia Guajajara (SP), mas a pasta não satisfaz a legenda. O PSOL disputa com o PSB o Ministério das Cidades e quer emplacar no órgão que deve ser recriado o deputado eleito Guilherme Boulos (SP).

Nos primeiros mandatos de Lula, o PSB comandou o Ministério da Ciência e Tecnologia, mas agora o partido do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin aumentou a fatura. O ex-governador paulista Márcio França conta com o apoio da sigla para comandar a pasta das Cidades, uma das mais influentes do governo.

Criado em 2003 no primeiro mandato de Lula para tratar de políticas de saneamento, habitação e mobilidade, o ministério sempre foi o mais cobiçado por partidos aliados por sua capilaridade política com as prefeituras. No governo Dilma Rousseff, por exemplo, a pasta foi comandada por Gilberto Kassab em troca do apoio do PSD ao governo no Congresso. O dirigente partidário deixou o cargo após o partido apoiar o impeachment.

No governo Michel Temer (MDB), o ministério ficou com o PSDB, nas mãos do então deputado Bruno Araújo, hoje presidente da sigla. Em 2019, Jair Bolsonaro fundiu a pasta com a Integração Nacional e criou o Ministério do Desenvolvimento Regional.

Promessa

Na campanha, Lula prometeu recriar o Ministério das Cidades. Se o PSB vencer essa queda de braço, o PSOL vai tentar emplacar a Secretaria de Habitação da pasta, já que essa é a área de atuação de Boulos. O deputado eleito pretende se projetar para a disputa pela Prefeitura da capital paulista em 2022.

Entre os petistas, porém, a avaliação é de que o ministério pode ser "reservado" a um partido do centro com força no Congresso para garantir governabilidade. Neste caso, o PSD de Kassab é novamente lembrado.

Se o comando da pasta de Cidades gera disputa ente PSOL e PSB, a sigla de Alckmin leva vantagem em outra concorrência: o comando do Ministério da Justiça, que poderá ser chefiado pelo senador eleito Flávio Dino (MA), mas como cota pessoal de Lula. O ex-governador do Maranhão já comanda o trabalho de transição nessa área.

Velha-guarda

O PV, que está na federação com o PT e o PCdoB, fez chegar ao presidente eleito a mensagem de que também quer espaço na Esplanada e cobrou uma reunião com a presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, para tratar do assunto. Os "verdes" temem perder espaço no debate ambiental para a Rede, partido da ex-ministra Marina Silva, favorita para voltar ao ministério. Como "plano B", o PV quer indicar nomes para Cultura, Esporte ou Turismo.

Já o PCdoB, aliado de primeira hora de Lula desde 1989, foi contemplado nos governos do PT com o Ministério do Esporte, pasta de baixo orçamento e poder limitado de atuação. No terceiro mandato de Lula, porém, os dirigentes do partido pedem agora um ministério mais robusto. As opções que a legenda colocou à mesa foram Trabalho, Turismo, Cultura ou Ciência e Tecnologia.

Como Lula tem dito que pretende reforçar a presença feminina no governo, o PCdoB apresentou os nomes de Luciana Santos, vice-governadora de Pernambuco e presidente do partido, e da deputada federal fluminense Jandira Feghali, que tem bom trânsito na área cultural. Outro nome na lista é de Davidson Magalhães, do PCdoB baiano.

Lideranças da legenda também dizem em conversas reservadas que gostariam de indicar a ex-deputada Manuela d'Ávila (RS) ou o deputado Orlando Silva (SP), ex-ministro do Esporte, para a Comunicação Social. Neste caso, porém, seriam indicações como parte da cota pessoal de Lula.

Em outro aspecto importante, o terceiro mandato presidencial do petista vai começar em 2023 em uma situação inédita de ausência de oposição nos movimentos sociais, onde o PSOL tem forte atuação, especialmente na área sindical. Antigos adversários, como a Força Sindical, ligada ao Solidariedade, a UGT, que está na área de influência do PSD, e sindicatos ligados ao PSOL estão agora se reorganizando em torno do governo federal. Esse movimento, porém, pode ser impactado por uma eventual agenda mais ao centro, o que enfraqueceria os governistas de esquerda.

Transição

Procurados, os dirigentes dos partidos não quiseram se pronunciar porque temem que qualquer declaração agora possa tumultuar as negociações em um momento delicado. Dos mais de 300 integrantes nomeados para o grupo de transição, aproximadamente um terço é de filiados ao PT. O PSB do futuro vice-presidente Geraldo Alckmin tem 15 representantes no gabinete instalado no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.

Ao todo, há integrantes de 17 partidos na equipe de transição, inclusive do Centrão, como o PP, hoje aliado de Bolsonaro no Congresso. O deputado Neri Geller e a senadora Kátia Abreu, ambos ex-ministros, são filiados ao PP e estão no grupo de agricultura. Kátia foi uma das aliadas mais fiéis da então presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment, em 2016.

A transição também conta com representantes do MDB (9), partido da senadora e provável ministra Simone Tebet, PCdoB (7), PSOL (8), PSD (7), Rede (6), PDT e PV (3 cada), Avante, Cidadania, Solidariedade (2 cada), Agir, Pros, PSDB e PTB (1 cada).

O PSB ganhou assentos no núcleo temático de ciência, Tecnologia e Inovação, entre os quais o vice-presidente da Fundação João Mangabeira (FJM), Alexandre Navarro. A legenda também possui representantes no grupo de turismo e no de cidades.

Na equipe que vai discutir políticas públicas voltadas aos indígenas, que devem ser incorporadas ao futuro Ministério dos Povos Originários, o PSOL é quem tem mais representantes, com dois nomes: as deputadas eleitas Sônia Guajajara (SP) e Célia Xakriabá (MG). A legenda é a terceira com a maior quantidade de filiados na transição.

Articulação

PCdoB

Aliado de Lula desde 1989, partido ocupou o Ministério do Esporte nos governos petistas. Agora quer uma pasta maior e com orçamento mais robusto. As opções postas na mesa são os Ministérios da Cultura, do Trabalho ou da Ciência e Tecnologia.

PSB

O partido comandou o Ministério da Ciência e Tecnologia nos governos Lula, mas em 2015 as bancadas pessebistas na Câmara e no Senado apoiaram o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Agora a legenda quer indicar o ex-governador de São Paulo Márcio França (foto) para o Ministério das Cidades.

PSOL

Legenda que nasceu de uma dissidência do PT, o PSOL vai apoiar o governo do presidente Lula pela primeira vez. A sigla tenta emplacar o deputado federal eleito Guilherme Boulos (foto) no Ministério das Cidades, ou ficar com a Secretaria da Habitação. Lula ofereceu Povos Indígenas.

PV

O Partido Verde quer espaço no Ministério do Meio Ambiente no governo que se inicia em janeiro de 2023, mas a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP), uma referência na área e ex-ministra da pasta, é favorita.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No dia em que recebeu o presidente Jair Bolsonaro (PL), nessa terça-feira (4), a direção da Assembleia de Deus declarou que vai punir fiéis que defenderem pautas de esquerda. O alerta foi emitido em um informe assinado pela 49º Assembleia Geral Ordinária da Convenção Fraternal das Assembleias de Deus de São Paulo (Confradesp). 

A carta ameaça representar membros contrários à ideologia defendida por Bolsonaro ao conselho de ética para que sejam aplicadas de medidas cautelares. O alvo seria àqueles que "defendem pautas de esquerda dentro da cosmovisão marxista", sob a justificativa de se basear em uma "filosofia em choque com princípios cristãos". 

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A convenção é comandada por José Wellington Bezerra da Costa, pai do deputado federal bolsonarista Paulo Freire da Costa (PL). O documento ainda destacou outros pontos para influenciar o voto dos fiéis. Segundo a Folha de S. Paulo, que obteve acesso ao circular, a diretoria da Assembleia de Deus rechaçava a participação de Lula (PT) na eleição e reforçava o "apoio expresso" do ex-presidente a "religiões demonistas". 

De acordo com os líderes evangélicos, a candidatura do petista "defende pautas favoráveis à desconstrução da família tradicional, à legalização total do aborto, à erotização das crianças, à ideologia de gênero, à liberação das drogas ilícitas, à relativização da Bíblia Sagrada, à censura à liberdade religiosa e ao aparelhamento da educação com ideologia marxista". Contudo, nenhum dos pontos é abordado no plano de governo do ex-presidente.

Uma parte da esquerda decidiu deflagrar movimento pelo voto útil em Flávia Arruda (PL), ex-ministra da Secretaria de Governo de Jair Bolsonaro (PL), na disputa pelo Senado no Distrito Federal. O apoio inusitado acontece diante da possibilidade de outra ex-ministra de Bolsonaro, Damares Alves (Republicanos), ganhar a eleição. De acordo com a pesquisa Ipec divulgada nesta terça-feira, 27, as duas estão com 28% das intenções de voto. A candidata do PT, Rosilene Correa, pontuou 12% no levantamento.

A disputa também divide a base bolsonarista no DF. A primeira-dama Michelle Bolsonaro apoia Damares, já a ex-mulher de Bolsonaro, Ana Cristina Valle, mãe de Jair Renan Bolsonaro, postou uma foto ao lado da ex-ministra da Segov e anunciou apoio a ela para o Senado. O presidente tem evitado se envolver na eleição e não declarou voto em nenhuma das duas.

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Nomes como Antonio Tabet, fundador do Porta dos Fundos, e Joanna Maranhão, ex-nadadora olímpica afirmaram que a candidata do PT deve ser esquecida e pregaram um "voto útil".

Embora as duas tenham sido ministras de Bolsonaro, Damares, que comandou a pasta de Mulher, Família e Direitos Humanos causa mais oposição dos eleitores progressistas. A candidata do Republicanos é conhecida por entrar em confronto com pautas caras à esquerda e critica de forma recorrente o aborto e feminismo. Na pesquisa anterior do Ipec, divulgada na semana passada, Damares estava com 21% das intenções de voto. Nesta semana, ela cresceu sete pontos enquanto Flávia manteve os mesmos 28% da semana passada.

A ideia do voto útil na ex-ministra da Secretaria de Governo, porém, não é unanimidade nos partidos de oposição a Bolsonaro. Pedro Ivo Batista, candidato a senador pela federação Rede-PSOL, disse no Twitter que "votar em Damares ou Flávia Arruda é perpetuar a destruição do nosso Cerrado". Em resposta, Flávia declarou que, se eleita, pode "construir um diálogo" com Pedro Ivo, algo que, na avaliação dela, Damares não faria. Em outra postagem, a deputada do PL procurou se distanciar do bolsonarismo e disse que é "indepedente" e não carrega "ismos" na sua história. Procurada pelo Estadão, a candidata do PL disse que não tinha conhecimento das postagens em sua conta na rede social e depois apagou as mensagens.

A deputada Flávia Arruda é do mesmo partido de Bolsonaro, mas costuma se afastar das pautas ideológicas identificadas com o bolsonarismo e não se envolve com confrontos com movimentos sociais. Embora o PL seja hoje a legenda que abriga o presidente, a sigla já foi base do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A legenda faz parte do Centrão, grupo de partidos que apoiam qualquer governo em troca de cargos.

Em resposta ao movimento de voto útil na adversária, Damares reforçou que é "a candidata da direita, do conservadorismo e do bolsonarismo". O Distrito Federal é uma das poucas unidades da federação onde Bolsonaro tem a preferência das intenções de voto. De acordo com Ipec divulgado na terça, o presidente pontuou 46% contra 32% de Lula. "Brasília é Bolsonaro e Damares. O meu crescimento nas pesquisas é explicado pelas minhas propostas, pela minha história, pelas minhas lutas e por representar as famílias do DF", disse a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos ao Estadão.

Após o movimento favorável à candidata do PL, a petista Rosilene Correa teve que se manifestar nas redes sociais para conter a debandada. A candidata do PT publicou uma foto de Flávia e pediu para que ela não seja votada.

Flávia Arruda é mulher do José Roberto Arruda, ex-senador e ex-governador do DF. O marido de Flávia tenta uma vaga como deputado federal. Ele foi preso e perdeu o cargo de governador no escândalo político em que foi flagrado em vídeo recebendo dinheiro não declarado.

Diferentemente do que disse o presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira (2), políticos de esquerda se solidarizaram quando ele levou uma facada na campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG), em setembro de 2018. Mais cedo, Bolsonaro afirmou que a "esquerda ficou calada" naquela época ao comentar e lamentar o ataque à vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, na noite de ontem.

Entre os políticos que se manifestaram em 2018 está Fernando Haddad (PT), então candidato à Presidência da República pelo PT e nome do partido ao governo paulista em 2022. "Repudio totalmente qualquer ato de violência e desejo pronto restabelecimento a Jair Bolsonaro", escreveu Haddad no Twitter cerca de 1h após o atentado.

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Guilherme Boulos (PSOL), outro candidato à época, que hoje disputa uma vaga à Câmara, também foi ao Twitter: "Soube agora do que ocorreu com Bolsonaro em Minas. A violência não se justifica, não pode tomar o lugar do debate político. Repudiamos toda e qualquer ação de ódio e cobramos investigação sobre o fato".

Ciro Gomes (PDT), também candidato à Presidência em 2018 e em 2022, escreveu há quatro anos: "Repudio a violência como linguagem política, solidarizo-me com meu opositor e exijo que as autoridades identifiquem e punam o ou os responsáveis por esta barbárie".

Gleisi Hoffmann, presidente do PT, disse à época, em vídeo compartilhado pela conta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: "Lamentável. Nenhum ato de violência pode ser admitido. A violência não é justificável. Na política temos que nos ater ao enfrentamento de ideias".

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o senador Lindbergh Farias (PT) e a candidata Vera Lúcia (PSTU) também prestaram solidariedade.

Um outdoor vertical que convocava a população para os atos de 7 de setembro em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) foi removido de um prédio de Porto Alegre, nesta quarta-feira (17). A decisão do juiz eleitoral Márcio André Keppler Fraga ordenou a retirada pois o painel ligava a esquerda ao PCC.

O cartaz foi divido com a bandeira do Brasil em um fundo amarelo e o símbolo do comunismo e destacava: 'você decide'. Do lado vermelho, estavam elencados; aborto, bandidos soltos, povo desarmado, censura, MST, impostos e favorecimento do PCC e narcotráfico. Do outro lado, o material relacionada a direita: bandidos presos, povo armado, agronegócio, valores cristãos, liberdade e menos impostos.

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A ordem do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul veio após a ex-deputada Manuela D'Ávila (PCdoB-RS) marcar o juizado eleitoral em críticas contra a publicidade em seus perfis nas redes sociais. "Todas as mentiras das redes ganham as ruas em Porto Alegre. Isso é criminoso. Quem pagou?", questionou.

Manuela também marcou o Ministério Público, que encaminhou um pedido de averiguação e solicita que a empresa Life Mídias Urbanas LTDA forneça cópia dos contratos com o nome dos contratantes e notas fiscais do serviço, segundo a Folha de S. Paulo.

Após desistir da corrida presidencial para apoiar Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado federal André Janones (Avante-MG) usou as redes sociais para dizer que a esquerda deve mudar a linguagem para "conversar com os operários".

"Diferença entre Lula e Bolsonaro cai de 18 pra 9, com apenas 2 dias de auxílio em R$ 600,00. Ou a esquerda senta no chão da fábrica pra conversar com os operários ou já era. Detalhe: o chão da fábrica atualmente, são as redes sociais, em especial o Facebook", publicou Janones em uma rede social.

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O deputado fez referência à pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta semana. Em Minas Gerais, Lula tem 42%, ante 33% de Bolsonaro. A pesquisa anterior apontava Lula com 46% e Bolsonaro, com 28%. Minas é o segundo maior colégio eleitoral do País, com 10,41% dos votos do País.

Em outra publicação, o deputado argumentou que o PT deveria parar de usar alguns termos, como "renda mínima", e substituí-los por uma linguagem mais popular.

O parlamentar, que é conhecido pela sua presença marcante nas redes, acredita que o petista poderá ganhar mais notoriedade se conseguir se posicionar melhor no meio digital, um campo que Bolsonaro e sua base têm forte presença. Para Janones, o petista pode "esmagar" opositores quando passar a se dedicar, de fato, a estar presente nas redes sociais.

"Bolsonaro só domina aqui ainda, porque Lula não veio de fato pra cá, quando vier, esmagará a Bolsonaro, a mim, e a todos que se acham gigantes nas redes", disse o ex-candidato.

"Não existe maior na rede ou nas ruas, maior é maior, Lula é o maior líder político deste país, e sabe conversar com o povo como ninguém", disse.

Ainda que Bolsonaro seja líder nas pesquisas entre os evangélicos, com 43% da intenção dos votos, de acordo com levantamento feito pelo Datafolha, divulgado no último dia 29, há quem seja evangélico e seja contrário ao atual presidente da República. A Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito é um dos grupos em Pernambuco que vão na contramão do "modelo" de evangélicos que a sociedade estigmatiza, automaticamente, na maioria das vezes, como conservador e/ou bolsonarista. 

Inclusive, uma pesquisa do PoderData divulgada em maio mostrou que Lula vem crescendo entre os evangélicos, com 33%, e diminuindo a diferença com Bolsonaro que, na época, tinha 44% da ala

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O professor de história e membro da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, Diogo Xavier, que entrou na militância em 2012, contou que houve uma mudança na visão da igreja em relação a política desde então. “No começo, eu percebia que as pessoas achavam que crente não devia se meter em política. A discussão era de que isso era coisa desse reino e nós somos de outro reino. A partir de 2018 que essa chave virou com muita força para colocar o crente como sinônimo de bolsonarista”, observou. 

No entanto, de acordo com ele, nas eleições de 2014 a maior parte da igreja que frequenta votou na ex-presidenta Dilma (PT). “As pautas morais também sempre foram muito fortes, como aborto, LGBT, drogas”, disse. 

Questionado sobre se sentir taxado como bolsonarista, Diogo confessou que, por muita gente já conhecer a sua militância, acontece uma surpresa quando descobrem que ele é evangélico. “Mas tem sim uma questão de acharem que eu sou de direita em locais que não me conhecem”, finalizou. 

Ao relatar que a sua militância se firmou quando entrou na Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, em 2017, a jornalista e candidata a deputada estadual pelo PSOL, Ailce Moreira, explicou o movimento. “Ele surgiu como proposta evangélica progressista ao golpe sofrido pela ex-presidenta Dilma, e como lugar de demarcação de que existem, sim, evangélicos no Brasil que defendem a plenitude de direitos, os direitos humanos, que não estavam a favor do golpe naquela época e desde lá a gente vêm empreendendo ações para estar no combate, hoje, à política do bolsonarismo que tem guiado as igrejas de todo o Brasil”, contou. 

Para ela, diante do cenário brasileiro hoje, não existe nenhuma opção política que “demonstre força suficiente para que o projeto bolsonarista seja derrotado no Brasil, nas urnas e nas ruas”. “O apoio ao ex-presidente Lula não vem de forma acrítica, isenta de se implicar na construção desse projeto. Ele vem por perceber que apenas uma frente ampla é capaz de derrotar o bolsonarismo nas urnas e temos esperança de que, com o tempo, a gente consiga derrotar o bolsonarismo na mente e no coração das pessoas”, salientou. 

Com relação ao estereótipo, a jornalista desabafou sobre o desafio que tem sido se identificar como evangélica. “E, ao mesmo tempo, é muito importante a gente continuar dizendo que não é possível generalizar todas as pessoas que se identificam como evangélicas. O universo evangélico no Brasil é extremamente heterogêneo, de muitos contextos e pessoas diversas, colocando o seu corpo na linha de frente em defesa da vida das pessoas, assim como Jesus Cristo fez. 

De acordo com Ailce, a escola de fé e política da escola Martin Luther King, no bairro de Coqueiral, no Recife, a fé e política são pensadas a partir do evangelho do amor e da justiça. “É totalmente ao contrário do que a gente vê como resultado do governo Bolsonaro, que faz política de morte quando a gente tem o Brasil de volta ao mapa da fome, com 33 milhões de pessoas passando fome, quase 700 mil pessoas mortas por Covid-19, inúmeros escândalos de corrupção e gasto do dinheiro público, inclusive, envolvendo pastores”.

“Essa questão dele [Bolsonaro] se colocar como evangélico, a gente avalia como uma coisa puramente eleitoreira. Ele nunca participou de uma comunidade de fé evangélica. Inclusive, antes da ascensão política dele à Presidência, ele se identificava como católico. Não deixa de ser cristão, mas o discurso evangélico e a forma como ele tem usado a bíblia e as instituições evangélicas para se promover vem junto com o interesse político e eleitoral”, explicou. 

Ela desabafa que, diante do cenário brasileiro hoje, não existe nenhuma opção política que “demonstre força suficiente para que o projeto bolsonarista seja derrotado no Brasil, nas urnas e nas ruas”. “O apoio ao ex-presidente Lula não vem de forma acrítica, isenta de se implicar na construção desse projeto. Ele vem por perceber que apenas uma frente ampla é capaz de derrotar o bolsonarismo nas urnas e temos esperança de que, com o tempo, a gente consiga derrotar o bolsonarismo na mente e no coração das pessoas”, salientou. 

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o "filho 01" do presidente Jair Bolsonaro (PL), voltou a antagonizar a esquerda em suas redes sociais, alegando que o pai é a representação do “bem” em uma disputa “entre o bem e o mal” para o Brasil. Nas redes sociais, antecipou traços da campanha do atual chefe do Executivo, rejeitando a ideia da esquerda, representada majoritariamente por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltar ao poder. 

“Nós queremos que o Brasil continue com Liberdade. Eu repito: não queremos a esquerda comunista no poder. Não queremos fome, aborto, corrupção, vítimas fatais dos roubos de celulares... Bolsonaro é o bem e, agora, estamos numa luta do bem contra o mal”, escreveu Flávio. Junto à mensagem, publicou uma imagem de Jair Bolsonaro com uma criança no colo.  

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Esta semana, o parlamentar voltou à ofensiva contra os opositores, mesmo após a Suprema Corte decidir favoravelmente ao Partido dos Trabalhadores em uma ordem recente. Nessa terça-feira (19), o ministro Alexandre de Moraes ordenou a remoção de conteúdos falsos associando o PT ao Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores facções criminosas do país. 

Nas redes sociais, o senador declarou que a delação de Marcos Valério vinculando o PT ao PCC é apenas uma das "evidências do DNA criminoso do partido de Lula". A acusação foi feita após a decisão do magistrado ter determinado a remoção de conteúdos falsos já postados e novas publicações sobre o assunto em questão. 

Pré-candidato ao Senado pelo Paraná, o ex-ministro Sergio Moro (União Brasil) voltou a atacar a esquerda através do ex-presidente Lula (PT). Nesta segunda-feira (18), ele apontou que a vitória do petista e a volta dos seus aliados será uma "catástrofe".

Moro publicou a foto de um encontro de Lula com líderes dos partidos de esquerda em um teatro lotado. No evento, além da cúpula do PT, estão presentes nomes de fora da sigla, como o senador Randolfe Rodrigues (REDE), os deputados Alessandro Molon (PSB) e Jandira Feghali (PCdoB), e a vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB).

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“Além da catástrofe da possível eleição do Lula, temos que estar atentos ao que viria junto com ele. Sinceramente, o Brasil não merece isso”, escreveu o pré-candidato.

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Com uma pré-campanha ainda tímida, o ex-juiz se restringe a comentar sobre notícias do cenário político nas redes sociais e costuma criticar duramente o petista. Em seu primeiro material oficial após o lançamento da pré-candidatura, Sergio Moro propôs a valorização da família e das liberdades fundamentais.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a falar sobre possíveis consequências da volta da esquerda ao Palácio do Planalto. Cogitando um cenário de derrota, o mandatário disse que, caso a ala partidária saia vitoriosa no Brasil em outubro deste ano, nunca mais sairia do poder. A declaração foi feita em entrevista ao jornalista Tucker Carlson da TV americana "Fox News", nessa quarta-feira (29). 

"Se a esquerda voltar ao poder, na minha visão, nunca mais deixará o poder", disse o presidente Bolsonaro. Ele também afirmou que, neste mesmo cenário, o Brasil "seguirá o mesmo caminho da Venezuela, Argentina, Chile e Colômbia", que são liderados por líderes identificados com diferentes espectros da esquerda. Além dos citados, Peru, Bolívia, Suriname e Guiana também são comandados por políticos de esquerda. Os únicos países da América Latina que fogem à regra são Uruguai, Paraguai e Equador, comandados por presidentes de partidos de direita. 

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"Os perdedores serão a população brasileira e a própria esquerda. Toda a América do Sul será pintada de vermelho, se você me entende, e os EUA se tornarão um país isolado", acrescentou Bolsonaro. A conversa será exibida nesta quinta-feira (30) pela rede americana. O presidente e seus filhos conversaram com o apresentador por mais de uma hora, segundo Carlson. 

A pesquisa Datafolha mais recente indica que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresenta 47% das intenções de voto no primeiro turno, contra 28% do atual líder do Executivo. Uma vantagem de 19 pontos. 

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Atento às recentes vitórias de partidos de esquerda na América Latina, o presidente Jair Bolsonaro (PL) está preocupado com os impactos da “Onda Rosa” no Brasil. Diante do retrospecto desfavorável para a agenda ultraconservadora na região, sua campanha à reeleição se enfraquece no confronto ideológico estimulado por ele próprio.

Do México à Argentina, as principais economias da América Latina voltaram a eleger candidatos de esquerda após o baixo desempenho de gestões da direita. A frustração foi proporcional à expectativa em torno de figuras que se diziam afastadas da 'velha política' e prometeram reverter a taxa de desemprego puxada pela crise no financiamento de imóveis nos Estados Unidos, ainda no governo Obama, mas que reverbera até hoje.

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"O resultado foi um aumento de desemprego, de carestia e dificuldade. Não houve uma superação da crise em si, e isso foi um dos motivos do surgimento de uma nova onda progressista na América Latina e no mundo", avaliou o historiador e especialista em Ciência Política Thiago Modenesi.

Esquerda de volta através do voto

A escalada da ultradireita no ciclo eleitoral anterior se expandiu nas redes sociais, mas passou a ser freada nas urnas da América Latina.

Dessa forma ocorreu com o Macri, na Argentina, que foi derrotado pela chapa de Alberto Fernandez e Cristina Kirchner; no Chile, com a vitória de Gabriel Boric após escândalos de Piñera; na Bolívia e no Peru, que sofriam uma crise institucional e elegeram Luis Arce e Pedro Castillo; mais ao norte, com a primeira mulher presidente em Honduras, Xiomara Castro; com a escolha dos mexicanos por André Obrador, e recentemente, com a Colômbia, que elegeu seu primeiro presidente de centro-esquerda, Gustavo Petro.

Foto: Juan BARRETO / AFP

O mapa da região chegou a ser compartilhado por Eduardo Bolsonaro como uma tentativa de induzir o entendimento de uma ameaça ao conservadorismo nas Américas, como sugerido desde a derrota de Donald Trump e eleição de Joe Biden nos Estados Unidos.

A nova "Onda Rosa"

Reestruturada em uma conjuntura mundialmente polarizada, após a experiência com nomes como Evo Morales, Hugo Chávez e o próprio ex-presidente Lula, a esquerda aderiu a um tom mais moderado e flexível às pautas tradicionais.

“A gente tá vivendo uma segunda onda progressista, que a gente chama de 'Onda Rosa'. É claro que ela ajuda e cria as condições para uma possível vitória de centro-esquerda também no Brasil”, projetou Modenesi.

Com um discurso de reconstrução em cima dos escombros deixados pela direita, os candidatos priorizaram a retomada de direitos trabalhistas para se tornarem presidentes. Para o historiador, este seria outro pilar da insatisfação do eleitorado na América Latina.

Encontro de Alberto Fernandéz e Gabriel Boric, presidentes da Argetina e Chile, respectivamente. Foto: Reprodução/Facebook/GabrielBoric

"Também há a perda de direitos que foi vendida internacionalmente como uma medida necessária para a retomada da economia e a ideia de uma pauta democrática com a preservação dos países [...] essas forças de direita tinham o discurso de que eram nacionalistas e defendiam a pátria, mas o resultado foi o desmonte, em particular aqui no Brasil, que está bastante desgastado internacionalmente”, acrescentou.

Estratégia da união

Posicionada mais ao centro, em uma estratégia considerada positiva por Modenesi, a esquerda ao redor do Brasil passou por eleições apertadas e precisou se abrir para alianças com siglas de espectros habitualmente opostos, como a chapa Lula-Alckmin. Ser menos radical e ter a capacidade de conversar com outros setores foi fundamental para o retorno. 

“Quando forças de ultradireita se instalam no poder, não é um processo simples para retirá-las. A gente viu isso com Trump nos Estados Unidos, porque essas forças passam a utilizar de todos os expedientes e a dizer que o processo pode ser fraudado, que as eleições não valem, e isso exige uma frente 'amplíssima', que acaba tendo uma pauta maior e mais ampla que a esquerda”, complementou.

A vitória do novo presidente da Colômbia, Gustavo Petro, não foi comentada por Jair Bolsonaro (PL), mas deixou os filhos do presidente revoltados. Apesar de pregar a soberania nacional, os representantes da extrema-direita criticaram a eleição colombiana e insinuam que a América do Sul está em risco.  

Aos 62 anos, Petro se tornou o primeiro Presidente da esquerda na Colômbia após três tentativas. Ao lado da vice, Francia Márquez, ele defende o meio ambiente através da produção de energia limpa e o aumento de impostos para os ricos, sem desrespeitar a propriedade privada.  

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Após o resultado desse domingo (19), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi ao Twitter para atacar os eleitores do colombiano e seus apoiadores no Brasil. A vitória foi celebrada por Lula (PT) e Ciro Gomes (PDT), os dois pré-candidatos que mais ameaçam a reeleição de Bolsonaro, como mostram as pesquisas

"A responsabilidade do eleitor brasileiro só aumenta. Já não é mais 'tão somente' pelo Brasil, é por toda a região [...] o voto de esquerda são pessoas mal informadas ou sem caráter, que podem votar mesmo num condenado ou guerrilheiro", apontou em uma série de publicações ao citar a atuação do chefe de Estado colombiano no antigo M-19. 

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O senador Flávio (PL-RJ) se poupou a repostar as críticas dos irmãos e endossou o discurso do caçula na política, o vereador Carlos (Republicanos-RJ). “O voto 'lulo' pregado pelos “isentões” e pelos faria lulers no Brasil fez mais um na América Latina. Nada disso tem a ver com Jair Bolsonaro, mas somente com você! Basta olhar as catástrofes que nossos vizinhos estão sofrendo ou já sofreram. A escolha é dos senhores!”, pressionou o parlamentar da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. 

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Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado, 4, indicou que a identificação dos brasileiros com a esquerda cresceu e chegou ao maior índice histórico desde o início da pesquisa, em 2013. De acordo com o mais recente levantamento, 49% da população afirmou identificar-se com esse espectro ideológico (esquerda e centro-esquerda), enquanto 34% se identificaram com a direita e centro-direita. O centro, por sua vez, conta com 17%.

Na última pesquisa com esse questionamento, realizada em 2017, os índices estavam mais próximos. A esquerda atraia 41% da população e a direita, 40%.

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O levantamento ouviu 2.556 pessoas acima dos 16 anos em 181 cidades do País e foi desenvolvida com base em várias perguntas a respeito de temas que dividem as duas posições ideológicas, como armamento, drogas, impostos e homossexualidade.

A partir das respostas aos temas, o instituto determinou uma pontuação e separou os entrevistados em uma escala definida pelo próprio Datafolha.

Considerando temas de comportamento e economia, 17% das pessoas se identificaram com esquerda, 32% com a centro-esquerda, 17% com o centro, 24% com a centro-direita e 9 com a direita. O estudo tem uma margem de erro de 2 pontos percentuais, para mais ou menos.

Em 2013, a esquerda registrava 10%, e a centro-esquerda 31%. O centro tinha 20%, enquanto a centro-direita registrava 29% e a direita 10%. Os dados apontam crescimento na esquerda e redução tanto no centro quanto na direita.

A pesquisa mostrou também que de cada dez brasileiros, oito disseram que a homossexualidade deve ser aceita por toda a sociedade. Em 2017, esse número estava em 74% e no levantamento mais recente chegou a 79%. Por outro lado, a ideia de que a homossexualidade deve ser desencorajada reduziu de 19% para 16%. 6% não opinaram no estudo.

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