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A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, divulgada nesta quarta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que, na população de 18 anos ou mais de idade, 40,3% foram classificados como insuficientemente ativos, ou seja, não praticaram atividade física ou praticaram por menos do que 150 minutos por semana considerando lazer, trabalho e deslocamento para o trabalho.

No Brasil, 47,5% das mulheres eram pouco ativas em 2019. Já os homens apresentaram uma taxa de 32,1%. Mais da metade (59,7%) das pessoas de 60 anos ou mais de idade era insuficientemente ativa, e o grupo de idade menos sedentário foi o de 18 a 24 anos de idade (32,8%), seguido do grupo de 25 a 39 anos (32,9%).

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Na PNS 2019, 34,2% dos homens com 18 anos ou mais praticaram o nível recomendado de atividade física no lazer, enquanto para as mulheres este percentual foi de 26,4%. No mesmo período, a média brasileira foi de 30,1%. Em 2013, esta média foi de 22,7%, enquanto os percentuais de homens e mulheres foram de 27,3% e 18,6%, respectivamente.

São considerados indivíduos fisicamente ativos no lazer aqueles que realizam qualquer prática de atividade física fora do âmbito da escola ou trabalho, por exemplo, por mais de 150 minutos para as consideradas moderadas ou 75 minutos para as classificadas como vigorosas na semana. São exemplos de atividades físicas moderadas: caminhada, musculação, hidroginástica. Já corrida, basquete, futebol, ginástica aeróbica e tênis são tidos como atividades vigorosas.

No âmbito doméstico, estimou-se que 15,8% dos adultos praticavam atividade física por no mínimo 150 minutos semanais, tais como faxina pesada ou atividades que requerem esforço físico intenso. Este indicador mostrou-se fortemente concentrado no público feminino, no qual 21,8% praticavam 150 minutos de atividade física nas tarefas domésticas, enquanto no público masculino foi de 9,1%.

Consumo de álcool

Além do sedentarismo, a PNS, feita em 108 mil domicílios em parceria com o Ministério da Saúde, investigou outros fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas, como o consumo de álcool.

No ano passado, 26,4% da população com 18 anos ou mais costumava consumir bebida alcoólica uma vez ou mais por semana, o que representa aumento de 2,5 pontos percentuais em relação a 2013 (23,9%).

Em 2019, a proporção de homens que tinham o hábito de consumir bebida alcoólica ao menos uma vez por semana era de 37,1%, superior ao observado entre as mulheres (17%). A proporção de mulheres que consumiam bebida alcoólica uma vez ou mais por semana cresceu 4,1 pontos percentuais frente a 2013 (12,9%) enquanto o percentual dos homens ficou praticamente estável (36,3%).

Entre as pessoas que dirigiam carro ou motocicleta, a PNS estimou a proporção de indivíduos que dirigiram após o consumo de bebida alcoólica. Este percentual, para o Brasil, foi de 17%, o equivalente a 7,2 milhões de pessoas. Essas taxas foram maiores entre homens (20,5%) do que entre as mulheres (7,8%).

Alimentação

Segundo o IBGE, a alimentação adequada e saudável representa importante condição para a manutenção da saúde e bem-estar, enquanto evidências crescentes têm demonstrado a relação entre as doenças crônicas e o consumo de alimentos não saudáveis como os ultraprocessados.

A PNS 2019 considera como consumo recomendado a ingestão de hortaliças ou frutas pelo menos 25 vezes por semana, tendo um consumo mínimo de cinco frutas (inclusive suco de fruta natural) e cinco hortaliças por semana. Em 2019, 13% das pessoas, no Brasil, tiveram o consumo recomendado de frutas e hortaliças, dos quais 15,4% entre as mulheres e 10,2% entre os homens.

A proporção de pessoas que consumiram cinco ou mais grupos de alimentos ultraprocessados foi 14,3%. As pessoas residentes em áreas rurais registraram percentual menor (7,4%) em relação aos residentes das áreas urbanas (15,4%).

A pesquisa também constatou que o tabagismo está em declínio no Brasil. Em 2019, entre a população com 18 anos ou mais de idade, a prevalência de usuários de produtos derivados de tabaco, fumado ou não fumado, de uso diário ou ocasional foi de 12,8% (20,4 milhões de pessoas), contra 14,9% em 2013.

Quatro em cada cinco adolescentes no mundo são sedentários, especialmente as meninas, diz um estudo que será publicado nesta sexta-feira pela OMS, que recomenda uma hora diária de atividade física para melhorar a saúde e evitar doenças.

Para estimar o número de pessoas de 11 a 17 anos que não cumprem esta recomendação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) analisou - pela primeira vez - dados reunidos em 146 países entre 2001 e 2016 entre 1,6 milhão de estudantes.

Em escala mundial, 81% dos adolescentes escolarizados - 85% das meninas e 78% dos meninos - não cumpriram a recomendação da OMS em 2016, contra 82,5% em 2001.

Ninguém sugere que esta tendência tenha sido invertida recentemente, afirmou Leanne Riley, coautora do estudo, durante a apresentação à imprensa do estudo, que sairá na revista The Lancet Child & Adolescent Health.

Uma das causas da falta de atividade física é a "revolução eletrônica", que mudou o comportamento dos jovens, já que as telas nos tornaram "menos ativos", explica Riley.

Ele também destacou a insegurança crescente que, por exemplo, dificulta aos adolescentes irem à escola a pé ou de bicicleta. Por outro lado, os jovens são cada vez mais estimulados a estudar, segundo a principal autora da pesquisa, Regina Guthold, que incetiva os professores a favorecer o deslocamento diário dos alunos "de forma lúdica".

- Crianças mais ativas -

O percentual de adolescentes que não segue a recomendação da OMS vai de 66% em Bangladesh a 94% na Coreia do Sul.

Ao contrário, outros países onde a falta de atividade física é menos frequente são Índia, devido ao local que o críquete ocupa, e Estados Unidos, graças à boa qualidade da educação física nas escolas, à grande cobertura midiática que o esporte tem e a boa acessibilidade aos clubes.

Em geral, o número de meninos e meninas que não realizavam atividade física suficiente diminuiu sutilmente entre 2001 e 2016 de 80% a 78%, mas não houve mudanças no caso das meninas, e a cifra se manteve perto de 85%.

Na maior parte dos países, a diferença entre a proporção de meninos e meninas aumentou. "Por motivos culturais", as meninas costumam ficar menos motivadas a praticar um esporte ou uma atividade física, como ir à escola de bicicleta, diz Guthold.

As maiores diferenças de gênero se observam na Irlanda e nos Estados Unidos. Estes países "fizeram muito por promover uma participação esportiva maciça, mas se trata de acontecimentos que tendem a interessar mais os rapazes", explicou Riley.

Só em quatro países do mundo as meninas que vão à escola são mais ativas que os meninos. São eles: Tonga, Samoa, Zâmbia e Afeganistão.

Por outro lado, o estudo da OMS não mostra "nenhum vínculo evidente" entre o grupo de renda dos países e a insuficiência da atividade física dos adolescentes escolarizados. As taxas de inatividade são elevadas em todas as categorias de países.

A região onde os jovens são mais inativos é a Ásia-Pacífico, tanto para meninos quanto para meninas. A prevalência menor foi observada em países ricos para os meninos e na Ásia meridional para as meninas.

Segundo a OMS, os adolescentes deveriam acumular pelo menos 60 minutos diários de atividade física de intensidade moderada a sustentada. Diante da sedentarização da sociedade, os países fixaram o objetivo de reduzir em 15% a inatividade física dos adultos e dos adolescentes entre 2018 e 2030.

"Fixamos metas ambiciosas, mas não as estamos alcançando. Temos que fazer mais para frear o avanço da obesidade neste grupo etário e promover melhores níveis de atividade física", destacou Riley.

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