Tópicos | Selma do Coco

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Um dos principais ritmos pertencentes à tradição da cultura nordestina, o coco é marcado pela presença de elementos percussivos e une influências indígenas e africanas. Muitas são as variações que marcam essa musicalidade, cada uma com sua particularidade rítmica, como de praia, de roda, desafio e catolé, entre outros.

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Em Olinda, cidade Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, a tradição do coco se mantém viva e é passada de geração para geração. Nomes como Selma do Coco, Mestre Galo Preto, Mestra Ana Lúcia e Zeca do Rolete são sinônimos de resistência e amor pelo ofício deixado como herança.

Em uma época que era muito raro mulheres puxarem uma roda de Coco, Mestra Ana Lúcia, ao lado de sua Mestra Jovelina, ultrapassaram as barreiras e subiram aos palcos.  Ana Lúcia, que recebeu o título de mestre coquista das mãos de Ariano Suassuna, explica que o coco sempre esteve presente na sua vida. “Desde pequena eu ouvia meu pai cantando e perguntava o que era aquela música. Muitas vezes, eu repetia o que ele dizia e perguntava se estava certo”, conta Ana Lúcia, ao LeiaJá.

A Mestra relata que todas as irmãs cantavam coco, mas após o casamento todas deixaram de se apresentar. Mas ela continuou insistindo: “Certo dia, meu marido disse: ‘Você tem que escolher entre o Coco ou eu’. Não tive dúvida, escolhi o Coco e nele estou até hoje”, confessa. Ao Lado das filhas, netos e bisnetos, Ana Lúcia sobe aos palcos e, mesmo com pouco recurso, organiza as apresentações no bairro do Amaro Branco, em Olinda.

Ana Lúcia, em entrevista ao LeiaJá, fala com orgulho sobre o ritmo que a consagrou como mestra e que pretende levar para todos os cantos. Confira:

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Criado em 2001 com a proposta inicial de ser um grupo de cultura popular, o Bongar é referência musical, religiosa e social na Xambá. A tradição do coco veio de forma natural, herança familiar. “Nossas referências são nossos pais. A tradição que está presente já foi herdada por todos nós”, explica Guitinho da Xambá, vocalista do Bongar.

O grupo hoje é referência para as novas gerações de coquistas que surgem na periferia da cidade histórica. “É uma responsabilidade enorme, porque a referência desses jovens é a gente. Agora tem uma galera jovem muito boa e que está transformando o ritmo sem perder a essência. Eles falam do contexto em que vivem, da comunidade a qual pertencem", expõe Memé da Xambá, integrante do grupo.

Eles falam que, por mais que haja a aceitação do ritmo, o movimento é de resistência diante das políticas culturais, que mostram a cultura regional como folclórica e 'item de decoração'. “A gente vê, nas salas dos gestores, elementos da cultura popular como item de decoração. No entanto, penamos para conseguir espaço”, ressalta Guitinho.

Os integrantes do Bongar falam que o ritmo se encaixa em qualquer lugar e que mantê-lo é sinônimo de resistência. “É incrível como o Coco cabe em qualquer beco, em qualquer lugar. Ele vem tendo espaço, mas a gente vem resistindo para manter a essência”, contam. Durante entrevista ao LeiaJá, o Bongar conversou sobre tradição, religiosidade, música, história e resistência, marcas do Coco feito na Xambá. Acompanhe:

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher Negra o PSDB-Mulher irá homenagear nesta quinta-feira (23), com o troféu “Dona Santa”, 11 mulheres pernambucanas. A cerimônia será realizada na Câmara Municipal do Recife, ás 16h. 

O evento fará uma saudação póstuma à cantora Selma do Coco, Patrimônio Vivo de Pernambuco, que faleceu em maio deste ano e contará com a participação de Lia de Itamaracá, uma das homenageadas, e as filhas de Selma. Na solenidade ela fará uma apresentação semelhante a que será promovida no Festival de Inverno de Garanhuns. Haverá, ainda, recital e uma breve palestra a sobre a mulher negra no Brasil e em Pernambuco.

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A criação do troféu que marca o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino Americana e Caribenha – que é comemorado em 24 de julho – é de iniciativa da presidente do PSDB Mulher PE, a ex-deputada Terezinha Nunes. O artista plástico Ferreira é quem assina o troféu Dona Santa.

As 11 homenageadas foram escolhidas por se destacarem em suas áreas de atuação. São elas: a cantora Lia de Itamaracá (Cultura), Lenira Maria de Carvalho (Sindicato das Domésticas), a deputada federal Luciana Santos (política), Laudjane Domingos (historiadora), Judite Botafogo (presidente do ITV-PE), Luciana Araújo (Revista Jurema), Graça Araújo (Comunicação), Isabel Gonçalves (Confederação Nacional dos Artesãos) e Denise Botelho (Pesquisadora em Sexualidade, Raça, Gênero e Educação), a parteira Maria dos Prazeres, e a coordenadora do GT de Racismo do Ministério Público do Estado, a procuradora Maria Bernadete Figueiroa.

Selma Ferreira da Silva, de 85 anos, a cantora e compositora "Selma do Coco", internada no Hospital Miguel Arraes, em Paulista, desde o dia 11 de abril por conta de uma fratura no fêmur, veio a óbito às 16h50 deste sábado (9), depois de uma parada cardíaca seguida por falência múltipla de órgãos. 

Selma nasceu em 1935, em Vitória de Santo Antão, zona da mata sul de Pernambuco, de onde aos dez anos de idade, veio morar no bairro da Mustardinha, no Recife. Conheceu o coco de roda com seus pais, ao participar de festas juninas. Selma se casou com um caminhoneiro e teve 14 filhos. Ficando viúva muito cedo, aos trinta anos, no final dos anos 1950, mudou-se com os filhos para a Cidade Alta de Olinda, e se transformou em tapioqueira para conseguir sobreviver. Decidiu, também, combinar a culinária pernambucana com a dança do coco, visando atrair a atenção dos turistas.

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Ela foi descoberta pela mídia em meados da década de 1990, quando tinha 64 anos. Começou a ser conhecida, desde então, como Selma do Coco e Rainha do Coco. A Rainha passou a se apresentar em todas as festas populares do Recife, de Olinda, Itamaracá e Itapissuma. Para atender aos pedidos dos fãs, gravava músicas de sua autoria, em fitas produzidas artesanalmente, e vendia o material durante as apresentações. Seu sucesso não tardou a chegar: ela vendeu, também, shows, e viajou para a Europa, com o apoio de um etnomusicólogo alemão. Em terras germânicas, finalizou um disco (ainda inédito no Brasil), só com o coco de roda.

Alguns consideram que 1996 é o ano que marcou o início da ascensão de Selma. Nessa data, ela se apresentou, em um pequeno palco, no Festival Abril pro Rock, em meio à efervescência do Movimento Mangue Beat. Na ocasião, a cantora se destacou bastante, conquistou o público presente e aumentou a legião de admiradores.

Fonte: VAINSENCHER, Semira Adler; Lóssio, Rúbia. A dança do coco. Recife: Fundação Joaquim Nabuco/Centro de Estudos Folclóricos Mário Souto Maior, n. 304, ago. 2005. (Série Folclore)

Começa nesta quinta-feira (20), em Olinda, o Festival Coco de Roda Zumbi. O evento vai até a próxima sexta-feira (21) e traz Leci Brandão como uma das principais atrações. Entre os artistas que compõem a programação do evento estão Valdi Afonjahh, Aurinha do Coco e Selma do Coco. A entrada é gratuita.

A abertura do festival, nesta quinta às 20h no Largo do Guadalupe, fica a cargo do Coco do Amaro Branco, Aurinha do Coco, Selma do Coco e Valdi Afonjah. Já na sexta-feira, às 20h, se apresentam Zé de Teté, Bongar, Coco de Umbigada e a carioca Leci Brandão.

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O festival também promove seminários sobre a Consciência Negra na Bilioteca Municipal de Olinda e oficinas sobre o Coco de Roda no Centro Cultural Coco de Umbigada.

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