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Na tarde da última quarta (17), Pernambuco perdeu uma de suas grandes referências da cultura popular. Guitinho da Xambá, cantor, compositor, percussionista e ativista cultural de Olinda, faleceu aos 38 anos, após sofrer um AVC. A notícia foi confirmada pelas redes sociais do Grupo Bongar, fundado por ele. O velório e enterro do artista acontecem nesta quinta (18).

Guitinho foi internado no Hospital Esperança, em Olinda, no dia 1º de fevereiro, para se submeter a uma cirurgia que trataria a Síndrome de Cushing, doença rara que estava causando aumento da glicose, da pressão arterial e deixando o artista com o rosto e o abdomen inchados. No dia 10, o músico sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e precisou ser transferido para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). 

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A família chegou a fazer uma campanha nas redes sociais pedindo doação de sangue para Guitinho, que acabou não resistindo e teve a morte encefálica confirmada na tarde da última quarta (17). Também pelas redes sociais, a família informou que o velório do músico será realizado nesta quinta (18), no Centro Cultural Xambá, em Olinda, a partir das 11h. O enterro acontece à tarde, no Cemitério de Beberibe. 

Legado

Guitinho da Xambá deixa um expressivo legado na manutenção da cultura popular pernambucana e das tradições da comunidade quilombola da Xambá. Além do Grupo Bongar, fundado por ele em 2011; o músico também trabalhava no Centro Cultural Grupo Bongar, que desenvolvia diversas atividades culturais e formativas para a população. 

Nas redes sociais, vários fãs e amigos lamentaram a partida do músico. Nomes como Lenine, Publius, Karynna Spinelli, Karina Buhr, Cannibal, e vários grupos de cultura popular de diferentes segmentos, manifestaram seu pesar com postagens e homenagens. 

Através de nota oficial, o Governo de Pernambuco também lamentou a morte de Guitinho. "Apesar da pouca idade, Guitinho sempre foi uma referência na cultura popular pernambucana e na defesa e no registro de nossa ancestralidade africana. Destaco não apenas seu trabalho no Grupo Bongar, mas também sua participação atuante na luta por uma política pública de Cultura para o setor. Deixo minhas condolências aos familiares e a todos que fazem a Nação Xambá", afirmou o  presidente da Fundarpe, Marcelo Canuto.

Já o secretário de Cultura, Gilberto Freyre Neto mencionou o talento e energia do músico. "Será sempre lembrado pela grande contribuição que deu na retomada do Terreiro de Xambá. Foi uma liderança jovem, com um talento incrível para a música. Está marcado para sempre na cultura de Pernambuco. Desejo muita força à família e aos que integram o Grupo Bongar e a Nação Xambá nesse momento de dor. Que ele siga seu caminho de luz".

 

 

A crise de saúde instaurada pela pandemia do novo coronavírus veio acompanhada da impossibilidade de muitos profissionais executarem seu trabalho. Quem vive de arte e cultura tem sentido isso de maneira expressiva, pela proibição da realização de eventos, shows e festas, uma das primeiras determinações governamentais desde o início da luta contra o vírus. Desprovida de políticas públicas que lhes auxilie de maneira mais eficaz, a classe artística tem se unido para tentar ajudar uns aos outros. Um dos exemplos disso é o Edital Cultura Ancestral Contemporânea Pernambucana em Casa, elaborado pelo Centro Cultural Grupo Bongar - Nação Xambá, que vai contemplar mestres e brincantes da cultura popular de Pernambuco. 

Idealizado pelo grupo Bongar em parceria com a marca de instrumentos Contemporânea, o edital vai selecionar três mestres e dois brincantes dacultura popular para receber uma ajuda financeira emergencial. Em entrevista ao LeiaJá, Guitinho da Xambá, integrante do grupo Bongar e articulador do Centro Cultural, explicou a motivação da iniciativa: “Vivemos literalmente na linha de frente da cultura popular que sempre é a mais atingida nos momentos de não-crise e com crise, principalmente. Há grande dificuldade de receber cachês dos mestres e brincantes, então o Bongar hoje faz uso do seu capital político. Também necessitamos de ajuda , mas já que temos algumas parcerias que dão condições para a gente articular e trazer pro nosso povo da cultura ações que possam atender às nossas necessidades,  é uma forma que a gente encontrou de colaborar. A gente tá muito preocupado com a economia cultural do Estado”. 

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Para se inscrever é necessário ser natural de Pernambuco e residente no Estado. O mestre ou brincante deverá enviar um vídeo se apresentando. É permitido o auxílio de algum músico percussionista, caso o proponente não toque qualquer instrumento, desde que sejam respeitadas as orientações de distanciamento. As inscrições começam nesta segunda (18) e seguem até o dia 26 de maio. Os contemplados serão anunciados nas redes sociais do Bongar e da Contemporânea 10 dias após o encerramento das inscrições. Mais informações podem ser obtidas através do e-mail culturaancestralemcasa@gmail.com.

Além de auxiliar os mestres e os brincantes durante esse tempo de grave crise no país, Guitinho espera conquistar novas parcerias para que mais ações como esta possam ser desenvolvidas e a ajuda possa chegar a mais artistas. “Infelizmente (agora) só vamos atender cinco pessoas, mas a ideia é que futuramente outros parceiros se aproximem e a gente amplie este número, especialmente para as culturas indígena e afro”.


 

O Grupo Bongar celebra 18 anos de muito coco no próximo sábado (17). A festa que comemora a maioridade do grupo acontece no Centro Cultural Grupo Bongar, localizado na Comunidade Xambá. Parte da renda da venda dos ingressos será revertida para a compra de novas lâmpadas para o lugar. 

Criado em 2001 com o propósito de difundir a cultura do povo Xambá, o Bongar tornou-se um dos maiores difusores da musicalidade desse povo. Em 18 anos de história, o grupo já passou por importantes festivais de música, inclusive no exterior, e tem cinco CDs lançados, além de um DVD. E outubro, o grupo lança seu sexto disco, Macumbadaboa. 

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Na festa que celebra a maioridade do grupo, neste sábado (18), os anfitriões recebem alguns convidados. Entre eles, o forrozeiro Maciel Melo, o cantor Maciel Salu e integrantes de diversos grupos de coco. A abertura do evento será feita pelo Xambá das Yabás, formado pelas senhoras yabás do Terreiro Xambá, com cantos de terreiro e sambas de roda. 

Serviço

18 anos do Grupo Bongar

Sábado (17) - 18h30

Centro Cultural Grupo Bongar (Rua Severina Paraíso da Silva, 5330 – São Benedito – Olinda – Por trás do TI Xambá)

R$ 15

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Um dos principais ritmos pertencentes à tradição da cultura nordestina, o coco é marcado pela presença de elementos percussivos e une influências indígenas e africanas. Muitas são as variações que marcam essa musicalidade, cada uma com sua particularidade rítmica, como de praia, de roda, desafio e catolé, entre outros.

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Em Olinda, cidade Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, a tradição do coco se mantém viva e é passada de geração para geração. Nomes como Selma do Coco, Mestre Galo Preto, Mestra Ana Lúcia e Zeca do Rolete são sinônimos de resistência e amor pelo ofício deixado como herança.

Em uma época que era muito raro mulheres puxarem uma roda de Coco, Mestra Ana Lúcia, ao lado de sua Mestra Jovelina, ultrapassaram as barreiras e subiram aos palcos.  Ana Lúcia, que recebeu o título de mestre coquista das mãos de Ariano Suassuna, explica que o coco sempre esteve presente na sua vida. “Desde pequena eu ouvia meu pai cantando e perguntava o que era aquela música. Muitas vezes, eu repetia o que ele dizia e perguntava se estava certo”, conta Ana Lúcia, ao LeiaJá.

A Mestra relata que todas as irmãs cantavam coco, mas após o casamento todas deixaram de se apresentar. Mas ela continuou insistindo: “Certo dia, meu marido disse: ‘Você tem que escolher entre o Coco ou eu’. Não tive dúvida, escolhi o Coco e nele estou até hoje”, confessa. Ao Lado das filhas, netos e bisnetos, Ana Lúcia sobe aos palcos e, mesmo com pouco recurso, organiza as apresentações no bairro do Amaro Branco, em Olinda.

Ana Lúcia, em entrevista ao LeiaJá, fala com orgulho sobre o ritmo que a consagrou como mestra e que pretende levar para todos os cantos. Confira:

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Criado em 2001 com a proposta inicial de ser um grupo de cultura popular, o Bongar é referência musical, religiosa e social na Xambá. A tradição do coco veio de forma natural, herança familiar. “Nossas referências são nossos pais. A tradição que está presente já foi herdada por todos nós”, explica Guitinho da Xambá, vocalista do Bongar.

O grupo hoje é referência para as novas gerações de coquistas que surgem na periferia da cidade histórica. “É uma responsabilidade enorme, porque a referência desses jovens é a gente. Agora tem uma galera jovem muito boa e que está transformando o ritmo sem perder a essência. Eles falam do contexto em que vivem, da comunidade a qual pertencem", expõe Memé da Xambá, integrante do grupo.

Eles falam que, por mais que haja a aceitação do ritmo, o movimento é de resistência diante das políticas culturais, que mostram a cultura regional como folclórica e 'item de decoração'. “A gente vê, nas salas dos gestores, elementos da cultura popular como item de decoração. No entanto, penamos para conseguir espaço”, ressalta Guitinho.

Os integrantes do Bongar falam que o ritmo se encaixa em qualquer lugar e que mantê-lo é sinônimo de resistência. “É incrível como o Coco cabe em qualquer beco, em qualquer lugar. Ele vem tendo espaço, mas a gente vem resistindo para manter a essência”, contam. Durante entrevista ao LeiaJá, o Bongar conversou sobre tradição, religiosidade, música, história e resistência, marcas do Coco feito na Xambá. Acompanhe:

Carregado de simbolismos, religiosidade, tradição e ancestralidade, o Grupo Bongar, da Comunidade Xambá, fará o lançamento do CD “Samba de Gira”neste sábado (18), e o local contemplado para o lançamento é Olinda, no Centro Cultural Grupo Bongar, às 19h. O disco traz uma proposta ideológica sobre a cultura com vivências da Nação Xambá, além da intimidade com o universo da Jurema, culto afro-indígena bastante presente em diversos terreiros em Pernambuco. O ingresso custa R$ 10.

A banda que já existe há 15 anos irá lançar seu quarto disco e de acordo com o vocalista do grupo, Guitinho da Xambá, o disco Samba de Gira consegue traduzir o que, de fato, o Bongar é. “Em Samba de Gira conseguimos conectar dois mundos com os quais convivemos diariamente na Xambá, tendo a música tradicional como o fio condutor, nos mostrando o quanto ao conectarmos nossa espiritualidade somos capazes de revelar uma criatividade em parceria com o legado cultural que herdamos dos nossos ancestrais. Isso vira música capaz de nos colocar ao lado de artistas consagrados igualitariamente”, afirma o cantor.

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A produção musical do disco foi realizada pelo paulista Beto Villares e coprodução pelo pernambucano Juliano Holanda. O repertório é composto por cantos tradicionais do cancioneiro da Jurema, com composições de Guitinho da Xambá e ainda parcerias de Adiel Luna, Sapopemba e Juliano Holanda nas música Bananeira Chorou, um samba de roda e um samba de macumba.

O CD de lançamento foi gravado em locais como Teatro Hermilo Borba Filho, Terreiros Xambá e de Dona Marinalva (filha de santo da Xambá). Também foram utilizados os estúdios Carranca e CTCD de Peixinhos, com participação de artistas como Juçara Marçal, Chico César, Lirinha, Sapopemba, Siba, Adiel Luna, Maciel Salú, Juliano Holanda, Beto Villares, Jam Silva, Gabriel Policarpo e a comunidade Xambá.

Serviço

Lançamento do 4º Cd do Grupo Bongar

Sábado (18) |19h

Centro Cultural Grupo Bongar

(81) 99927.6258

Ingresso: R$ 10


Nesta terça (15), a bandavoou sobe ao palco do Teatro de Santa Isabel para lançar seu mais novo disco, . O show contará com a participação de convidados especiais como o cantor e pianista Zé Manoel, o grupo Bongar, o compositor Juliano Holando e a ex-vocalista da banda, Luiza Magalhães.

passeia por ritmos como samba, bolero e pop com arranjos que flertam com o rock numa demonstração de que a bandavoou não sente a necessidade de se prender a um único segmento musical ou rótulo. O disco autoral traz, também, uma produção poética rgistrada em declamações que funcionam como alicerce entre as canções. 

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O grupo pernambucano está na estrada há quatro anos e já contabiliza no currículo dezenas de shows e participações em festivais de música, tendo sido vencedor de alguns deles como o Fun Music - Festival Universitário de Música, na Bahia e o Samsung e-Festival canção. No show desta terça, além das músicas do novo CD, o grupo tocará também algumas já conhecidas do seu público. 

Confira este e muito mais eventos na Agenda LeiaJá.

Serviço

bandavvou - lançamento do CD

Terça (15) | 20h30

Teatro de Santa Isabel (Praça da República, s/n – Bairro de Santo Antônio)

R$ 30 e R$ 15

 

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Os produtores culturais Roger de Renor e Nilton Pereira prepararam uma programação intensa para o Som Na Rural desta sexta-feira (14), a primeira edição após o incidente com a Prefeitura do Recife (PCR). O evento terá início às 19h e conta com as presenças de Zé Brown, Clayton Barros, Fred Zeroquatro, Wander Wildner, Malícia Champignon e Grupo Bongar, entre outras atrações.

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“A programação dessa sexta-feira (14) está cheia de coisas legais. Vai ter o lançamento dos trabalhos musicais do grafiteiro Galo e do violonista Allan Sales, além das apresentações de Zé Brown, Clayton Barros, Fred Zeroquatro, Wander Wildner com a galera do Malicia Champignon e Grupo Bongar com Siba e Maciel Salú”, revela o produtor do Som Na Rural.

Entrevista: Roger de Renor critica "toque de recolher"

“Quem passar por lá vai conferir a galera do Maracatu Nação da Ilha, que faz um trabalho de formação com a meninada da Ilha de Deus. Além deles, o pessoal da Marcha das Vadias confirmou que vai encerrar a caminhada por lá e representantes dos grupos Direitos Urbanos e Direitos Culturais do Facebook farão uma fala sobre o episódio com a Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano do Recife (SEMOC)”, completa Roger. 

Proibição e liberação por parte da PCR

Na sexta passada (7), a SEMOC cancelou uma edição do Som Na Rural no meio da realização do evento. A medida gerou repercussão nas redes sociais e entre a classe artística, principalmente nos grupos Direitos Urbanos e Direitos Culturais do Facebook, inclusive com pedidos de exoneração do secretário João Braga por conta do caso.  

Para apagar o incêndio a Prefeitura do Recife convocou uma reunião de última hora nesta segunda (10), que contou com a presença de Roger de Renor, Nilton Pereira, dos secretários João Braga (SEMOC), Felipe Carreras (Secretaria de Turismo e Lazer) e Carlos Percol (Secretaria de Comunicação), e do presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Roberto Lessa.

No encontro ficou definido que o Som Na Rural continua com o apoio da Prefeitura do Recife durante as duas próximas edições, marcadas para acontecer nesta sexta (14) e no dia 21 de fevereiro. E a partir de agora, qualquer evento cultural realizado em área pública contará com o apoio da Secretaria de Cultura do Recife para conseguir as licenças necessárias, sem muita burocracia.

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