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Após o apagão da última terça-feira (15) que atingiu 25 estados e o Distrito Federal, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou ter reduzido carregamento das linhas de transmissão e adiado manutenções programadas como forma de garantir o fornecimento de energia.

As informações constam no Informe Preliminar de Interrupção de Energia no Sistema Interligado Nacional - IPIE), primeiro documento divulgado pelo ONS depois da ocorrência do apagão e que servirá como base para o diagnóstico final.

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“No momento, o sistema está sendo operado em condições mais conservadoras para garantir a segurança do atendimento conforme previsto nos Procedimentos de Rede. Entre as medidas tomadas pelo Operador, estão a redução no carregamento das linhas de transmissão e a postergação de manutenções programadas”, diz o informe divulgado nesta quinta-feira (17).

Relatório

Segundo o ONS, o relatório que irá detalhar as causas da interrupção de energia será concluído em 45 dias úteis. No dia 25 de agosto, está marcada a primeira reunião, com participação do Ministério de Minas e Energia, Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e agentes do setor, para avaliar as informações apuradas até o momento e o início da confecção do relatório. O segundo encontro ocorrerá em 1º de setembro.

O que se sabe

A interrupção começou às 8h30 do dia 15 de agosto, com queda no fornecimento de 19 mil megawatts, cerca de 27% da carga total (73 mil MW) naquele horário. O ponto de partida foi desligamento da linha de transmissão 500 kV Quixadá-Fortaleza II, pertencente à Eletrobras Chesf, com "uma atuação incorreta no sistema de proteção da linha, que operava dentro dos limites, ocasionou o seu desligamento".

“Na avaliação inicial, demonstrada às instituições do setor elétrico, a equipe técnica do ONS reiterou que um evento dessa natureza, de forma isolada, não seria suficiente para ocasionar a interrupção de energia elétrica observada na ocorrência em questão. O desligamento refletiu desproporcionalmente em equipamentos adjacentes e ocasionou oscilações elétricas (tensão e frequência) no sistema das regiões Norte e Nordeste”. Com a interrupção, houve uma separação nas interligações entre as regiões Norte e Nordeste das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

O operador afirma que depois de 600 milissegundos os chamados Proteções de Perda de Sincronismo (PPS) foram acionados e possibilitaram “a abertura controlada de linhas que compõem as interligações Norte - Nordeste, Nordeste - Sudeste e Norte - Sul, separando o SIN em três áreas elétricas”.

As cargas em todas as regiões passaram a ser recompostas em poucos minutos após a queda. De acordo com o operador, até as 10h, o fornecimento já havia sido normalizado nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O sistema foi totalmente restaurado às 14h49.

Foi inaugurado nesta terça-feira (21) um reforço no sistema elétrico do Agreste, visando atender oito cidades e os 250 mil moradores dos locais. De acordo com a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), foram investidos R$ 3,1 milhões na obra da Subestação Limoeiro e poderá proporcionar uma melhoria na atividade econômica local, a agroindústria. 

Serão atendidos os municípios de Limoeiro, Passira, Bom Jardim, Feira Nova, Cumaru, Salgadinho, João Alfredo, Orobó e Machados. Essas cidades têm como principais atividades econômicas a agroindústria, pecuária de grande porte e comércio de produtos artesanais, por conta disso, poderão ter benefícios maiores pela ampliação do serviço nos locais.

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De acordo com a Celpe, dentre os trabalhos - que custaram R$ 3,1 - realizados nas obras para ampliar e melhorar o suprimento das subestações de Limoeiro, Passira e Bom Jardim, a Celpe construiu uma seccionadora 69kV, para integração de quatro Linhas de Transmissão de 69kV e conexão da Subestação de Limoeiro 69/13,8kV. Além disso, reformas físicas foram realizadas e a substituição de equipamentos foi feita. Em aspectos técnicos, a Companhia explica que a Seccionadora e Subestação Limoeiro tem capacidade instalada de 18,75 MVA e permitirá maior flexibilidade e reconfiguração do sistema elétrico da região.

O governo admitiu ontem que o sistema elétrico brasileiro não tem a confiabilidade que se esperava. Uma falha em uma linha de transmissão entre Tocantins e Maranhão deixou sem luz, por cerca de quatro horas, milhões de pessoas em 11 Estados do Norte e Nordeste, o terceiro apagão de grandes proporções provocado por problemas técnicos em cinco semanas.

O ministro interino de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, chegou a sugerir que houve "sabotagem", mas em seguida descartou a hipótese e deixou claro que não sabe as causas do apagão. Ele enviou uma equipe ao local para investigar e prometeu um "pente-fino" no sistema para identificar eventuais gargalos.

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"O sistema elétrico brasileiro foi projetado e planejado para operar num determinado nível de confiabilidade. A partir do momento que tem redução de confiabilidade, agora recente, determinada pela sequência de eventos, tem de tomar as ações necessárias para que se reestabeleça a confiabilidade", disse.

O ministro também afirmou que, "probabilisticamente, essa sequência de eventos é impossível de ocorrer. É difícil entender como isso pode ocorrer". Sobre sabotagem, admitiu que esse é o "primeiro raciocínio" e que "não adianta tapar o sol com a peneira", mas descartou a possibilidade de o erro ter sido provocado intencionalmente.

Segundo o Operador Nacional do Sistema elétrico (ONS), um curto-circuito na linha de transmissão entre Colinas (TO) e Imperatriz (MA) foi responsável pelo apagão. A linha é operada pela Taesa, controlada pela Cemig, que trava com o governo uma disputa jurídica. A companhia quer renovar algumas concessões sob regras antigas, justamente quando o governo tenta reformular o sistema para reduzir a conta de luz em 16,2% para consumidores e até 28% para a indústria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Eletronuclear, que opera as usinas de Angra 1 e Angra 2, informou nesta segunda-feira (3) que Angra 1 foi sincronizada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) domingo (2), às 12h38, após a empresa solucionar problema eletrônico que resultou no desligamento da usina, na última sexta-feira. "A usina funciona normalmente, tendo atingido 100% de potência do seu reator às 10h28", disse a empresa, em nota.

A unidade foi desligada na manhã do dia 31 de agosto, em decorrência de um problema eletrônico no sistema de proteção do reator, que, entre outras ações, isola a água de alimentação dos geradores de vapor. Conforme explicou a Eletronuclear, o sistema enxergou uma baixa na pressão de uma das linhas de saída do gerador de vapor nº2 - o que efetivamente não aconteceu - e, por precaução, houve o desligamento automático da unidade.

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Técnicos da empresa verificaram que o sinal equivocado foi causado por um defeito em dois cartões do sistema de lógica de proteção do reator, que foram substituídos. "A falha ocorreu apenas nesta parte eletrônica e não houve dano na parte nuclear", acrescentou a Eletronuclear.

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