A greve de funcionários nas universidades federais tem prejudicado em alguns Estados a realização de matrícula dos aprovados no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2012 para o segundo semestre. Lideranças grevistas do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) (Assufba-Sindicato) impediram nesta sexta-feira que os estudantes aprovados pudessem fazer matrícula na UFRB, única universidade federal baiana que aceita o sistema como método de seleção.
De acordo com a assessoria da UFRB, as lideranças grevistas bloquearam a entrada do Pavilhão de Aulas I, onde seriam realizadas as matrículas, em Cruz das Almas, 146 quilômetros a oeste de Salvador, e instruíram os estudantes a retornar. A Universidade Federal do Ceará (UFC) e o Instituto Federal de Educação do Ceará (IFCE) resolveram nesta sexta-feira suspender a matrícula dos aprovados no Sisu. A matrícula está suspensa até o fim da greve dos servidores técnico-administrativos. Os poucos candidatos que compareceram aos campi para efetuar a matrícula foram informados da suspensão da primeira chamada da matrícula. Não houve tumulto.
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No Rio de Janeiro, porém, a greve de funcionários nas universidades federais não tem prejudicado por enquanto a realização de matrícula dos aprovados no Sisu. Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ufrj), as 3,5 mil vagas estão sendo preenchidas por meio de pré-matrícula on line, sistema adotado desde o ano passado. A fase de efetivação das matrículas, que ocorre após a realização da 1ª e 2ª chamadas e deve ser feita obrigatoriamente de forma presencial, ainda não tem data definida.
Na Universidade Federal Fluminense (UFF), as matrículas para as 1.154 vagas oferecidas pelo Sisu estão sendo realizadas normalmente. No próximo ano, quando 100% das 10 mil vagas da UFF forem oferecidas pelo sistema, a instituição espera adotar o mesmo método empregado pela UFRJ. Na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), a matrícula ocorrerá nos dias 04 e 05 de julho.
Em Minas Gerais, a matricula também ocorreu normalmente na Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). A direção da instituição e o comando grevista entraram em acordo para permitir a realização das matrículas, que tiveram prazo estendido de dois para nove dias por causa da paralisação. Já a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) não está recebendo inscrições agora porque a nota do Enem é apenas um componente da avaliação, que junta-se aos demais para formar a nota de classificação no vestibular da instituição. Já a Universidade Federal das Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) adota o Sisu integralmente, mas a admissão dos alunos é feita apenas uma vez por ano, em janeiro.
A greve de alunos, professores e funcionários da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) não deve atrapalhar a seleção de novos alunos para os cursos do segundo semestre. De acordo com a assessoria de comunicação da universidade, a seleção será feita entre os participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que já se inscreveram no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e o processo, com base no desempenho, é automático.
A universidade fará um vestibular no campus de São Carlos apenas para uma turma especial, com candidatos de origem indígena. A greve, nessa unidade, se restringe aos técnicos administrativos, segundo a assessoria. No campus de Araras, a greve também é parcial. Em Sorocaba, houve adesão total de alunos, professores e funcionários à paralisação que, no próximo dia 4, completa um mês.