Tópicos | universidades federais

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) apresentou uma nota pública em suas redes sociais sobre o orçamento e infraestrutura das universidades federais. A associação conta com 69 universidades federais e dois centros federais de educação tecnológica (Cefets).

Na postagem, a Andifes declara que as Instituições Federais de Ensino Superior (Nes) enfrentam uma “situação dramática” por causa dos constantes cortes orçamentários de anos anteriores que, segundo eles, afetou “negativamente o ensino, a pesquisa, a extensão e a inovação, de excelência reconhecida nacional e internacionalmente”.

##RECOMENDA##

A presidenta da associação Márcia Abrahão afirma que reconhece os avanços no diálogo com o Governo Federal e com o Congresso Nacional e o compromisso do Ministério da Educação (MEC). Porém, os recursos repassados às universidades federais em 2023 foram “insuficientes”. 

A reitora ainda destaca que o aumento das bolsas de graduação e pós-graduação que estava planejado pelo MEC não foi repassado e que esta situação deixou as “universidades em uma situação crítica no último trimestre do ano, à beira da insustentabilidade”.

O artigo também apresentou a preocupação com um orçamento do Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2024 que é menor ao montante conquistado em 2023 com a PEC de transição. 

A Andifes organizou uma série de pedidos para que as Universidades Federais e Cefet's possam ter uma reconstrução sustentável nas suas condições de funcionamento. A primeira delas é o complemento de R$ 500 milhões no orçamento das universidades federais ainda em 2023.

A associação também pede por um acréscimo de R$ 2,5 bilhões nos recursos discricionários no PLOA 2024, somando um valor aproximado de R$ 8,5 bilhões, ainda inferior ao orçamento de 2017 corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

[@#video#@]

A divulgação, por parte do Governo Federal, do montante de recursos do PAC destinado às universidades federais para finalizar obras paralisadas, adquirir equipamentos e consolidar a expansão das instituições ocorrida nos últimos 15 anos foi outra exigência apresentada.

A presidenta Abrahão afirma que houve pouca alteração na situação das universidades mesmo após rodadas de reuniões com o Governo Federal e com o Congresso Nacional neste final de ano. 

Em reunião com a diretoria executiva da Andifes, o Ministro da Educação, Camilo Santana, se comprometeu a repassar R$ 150 milhões imediatos e buscar os restantes R$ 350 milhões fora do Ministério da Educação, em esforço conjunto com a associação. A reitora reconhece que o MEC está se esforçando para disponibilizar os recursos mas declara que a situação ainda não foi resolvida.

Já em relação ao orçamento, a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou proposta de emenda que adiciona R$ 2,5 bilhões ao orçamento das universidades federais. Porém, o Relatório Setorial da Educação do PLOA 2024, aprovado no dia 13 de dezembro, destina apenas R$ 14 milhões a mais para as instituições. 

O montante e a destinação dos recursos do PAC ainda são desconhecidas por parte da Andifes. O Conselho Pleno da associação divulga que a situação “prejudica o planejamento das instituições e mantém a situação dramática da infraestrutura física”, além de enfatizar a urgência das medidas apresentadas para realizar o processo de reequilíbrio do orçamento das universidades federais.

“O processo vem a fim de assegurar o cumprimento adequado da missão social, acadêmica e científica das nossas instituições, que, apesar dos desafios enfrentados, permanecem unidas pela democracia, constituindo-se em referência exitosa da educação superior no país”, afirma, em nota, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior.

Auxílio estudantil, bolsas de pesquisas e projetos acadêmicos serão diretamente prejudicados pelo bloqueio de R$ 3,2 bilhões de verbas de custeio para as universidades federais de todo o País. Segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). O corte foi anunciado pelo governo esta semana.

Presidente da entidade de reitores, Marcus David diz que a redução dos recursos para as universidades deve chegar a 14,5% do total. Para ele, a medida vai "inviabilizar o funcionamento das instituições nesse 2º semestre", com impacto direto sobre alunos mais pobres.

##RECOMENDA##

Já o bloqueio no orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, também já confirmado, será de R$ 2,9 bilhões. Deve paralisar, conforme entidades científicas, pesquisas importantes sobre covid-19 e meio ambiente. O corte total do orçamento anunciado pelo governo federal e publicado nesta terça-feira, 1º, no Diário Oficial da União é de R$ 8,2 bilhões.

Na Universidade Federal de Minas (UFMG), o dinheiro bloqueado deve corresponde a uma redução superior a R$ 30 milhões, segundo a reitoria. Se o corte for mantido, "comprometerá o funcionamento e a manutenção da universidade, com forte impacto nas ações de ensino, pesquisas e extensão, além da assistência estudantil, inviabilizando o apoio a estudantes mais necessitados", segundo explicou a reitora Sandra Regina Goulart.

"Esses cortes reduzem a atuação das universidades como agentes mitigadores do aumento das condições de vulnerabilidade da nossa população, que tem sido fortemente afetada com a pandemia de covid-19 e com a crise econômica", apontou, em nota.

Reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Marcelo Fonseca disse que o bloqueio é "uma tragédia". Segundo ele, torna impossível manter compromissos, bolsas e planos previstos para este ano.

"Na prática, esses dois bloqueios (das verbas do MEC e do MCTI) inviabilizam o funcionamento da ciência brasileira e dessas instituições, institutos e universidades que são tão cruciais para o País", afirmou Fonseca.

"O orçamento de 2022 já era claramente insuficiente para o funcionamento das nossas instituições neste ano. É uma tragédia nacional que logo a ciência, as universidades e os institutos de pesquisa que tiveram esse papel estratégico reconhecido por todos num momento de pandemia paguem quase a metade da conta desse reajuste aos funcionários federais."

Para a coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, Tatiana Roque, o corte na ciência e tecnologia deve atingir bolsas do CNPq, além de outras verbas essenciais à pesquisa.

"Já o corte na educação pode prejudicar as verbas para o funcionamento da universidade e assistência estudantil", afirmou. "Uma catástrofe, especialmente neste momento de volta da pandemia, em que as universidades precisam muito de investimentos."

Marcus David, também reitor da Federal de Juiz de Fora (UFJF), concorda com o colega. "O bloqueio compromete gravemente a manutenção da universidade, afetando diretamente projetos de pesquisa, de inovação, de extensão e de cultura, além de ameaçar a permanência dos estudantes em situação vulnerável, vinculados à assistência infantil", explicou David.

Segundo o reitor Emmanuel Tourinho, da Federal do Pará (UFPA), o corte na instituição equivale a uma perda de R$ 28 milhões, de um orçamento que já era R$ 10 milhões mais baixo do que o de 2019", afirmou. "Uma condição de financiamento que já era crítica, torna-se, neste momento, absolutamente insustentável."

Presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Helena Nader estima que o corte de verbas na ciência deve impactar pelo menos 30 projetos de pesquisa. Entre eles, estão estudos sobre covid-19, biodiversidade e sustentabilidade, além de pesquisas na Antártida.

O Partido Socialista Brasileiro (PSB) entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra os dois Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) que a Controladoria-Geral da União (CGU) impôs a dois professores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) que criticaram o presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais, em janeiro deste ano. Para a legenda, os atos da "impuseram inconstitucional censura à liberdade de expressão e liberdade de cátedra de docentes de universidades públicas". O caso foi distribuído para relatoria do ministro Ricardo Lewandowski.

Na ação protocolada na noite da última quinta-feira, 4, o PSB pede a concessão de medida cautelar para determinar a suspensão de qualquer tipo de apuração ou punição administrativa e judicial contra docentes ou servidores públicos com base na manifestação de opinião direcionada ao governo federal ou ao presidente da República nos locais de trabalho, especialmente os procedimentos que tenham por base a interpretação do artigo 117, inciso V, da Lei 8.112/1990, que proíbe o servidor público de promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição.

##RECOMENDA##

Segundo a legenda, a pretexto de aplicar o dispositivo citado - como no caso dos professores da UFPel -, a Corregedoria Geral da União "impõe verdadeira censura a professores de Universidades Públicas e demonstra a intenção do Governo Federal de impedir a livre manifestação de pensamento e de punir servidores que manifestem descontentamento ou teçam críticas a medidas adotadas pelo governo ou a atos praticados pelo Presidente da República".

"Ao retirar dos professores a livre manifestação de ideias e opiniões, bem como ao praticar reiterados atos intimidatórios e persecutórios contra a livre manifestação de professores de universidades públicas, a conduta da Corregedoria-Geral da União representa patente retrocesso em direitos fundamentais, especialmente à liberdade de expressão, à liberdade de cátedra, bem como ao pluralismo de ideias, que constituem a base da autonomia constitucional conferida às universidades públicas", defende ao partido.

Os Termos de Ajustamento de Conduta questionados pelo PSB foram assinados pelo ex-reitor da UFpel Pedro Hallal e o pró-reitor de Extensão e Cultura Eraldo dos Santos Pinheiro. Ambos foram alvos de alvo de processos preliminares em razão de críticas feitas durante uma "live" sobre o encerramento do mandato do ex-reitor. Os procedimentos foram abertos a partir de uma denúncia do deputado bolsonarista Bibo Nunes (PSL-RS).

"Quem tentou dar um golpe na nossa comunidade foi o presidente da República, e eu digo presidente com "p" minúsculo. Nada disso estaria acontecendo se a população brasileira não tivesse votado num defensor de torturador, em alguém que diz que mulher não merecia ser estuprada ou no único chefe de Estado do mundo que não defende vacinação", declarou Hallal na ocasião. Já o pró-reitor Eraldo dos Santos Pinheiro classificou Bolsonaro como "genocida" que "vem minando, destruindo as estruturas já precárias de nossas instituições".

No pedido ao Supremo, o PSB diz ainda que a prática administrativa da CGU "está inserida num contexto de constantes ataques à liberdade acadêmica e à autonomia das Universidades e Institutos Federais, que são indevidamente tratadas como instituição de 'oposição' pelo próprio Presidente da República".

"Trata-se de prática com claro intuito de coibir, intimidar e punir administrativamente os Docentes que, no exercício de sua liberdade de expressão e liberdade de cátedra, manifestem descontentamento ou atual contexto político ou teçam críticas ao Governo Federal ou ao Presidente da República".

Como mostraram o Estadão, na mesma semana em que os TACs foram assinados, o Ministério da Educação encaminhou ofício às universidades federais de todo o País alertando que manifestações políticas nas instituições podem configurar "imoralidade administrativa" e serem alvo de punições disciplinares.

O documento encaminhado às instituições era acompanhado de uma representação assinada pelo procurador Ailton Benedito, do Ministério Público Federal e apoiador do presidente Jair Bolsonaro. O ofício acabou sendo cancelado após forte repercussão negativa e críticas dentro do MPF, tendo a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão desautorizado a recomendação, classificando a mesma como uma "iniciativa isolada".

Nesta sexta-feira (23), a Secretaria de Educação Superior, do Ministério da Educação (MEC), instituiu um grupo de trabalho que tem objetivo de promover a discussão, a elaboração e a apresentação de estratégias para a ampliação da oferta dos cursos de nível superior, na modalidade de educação a distância (EAD), nas universidades federais. O texto foi publicado no Diário Oficial da União (DOU).

O grupo de trabalho será composto por representações da Secretaria de Educação Superior (Sesu); da Associação Universidade em Rede (UniRede); da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED); da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP); além de representantes das universidades federais.

##RECOMENDA##

“Os membros do GT e respectivos suplentes serão indicados pelos titulares das unidades que representam e designados pelo Secretário de Educação Superior”, diz o texto. Esse grupo terá reuniões mensais, por videoconferência.

De acordo com o documento, o grupo é de caráter consultivo. Dentre as atribuições estão realizar a interlocução com as instituições de ensino superior das regiões para identificar as possibilidades de cursos na modalidade de EAD; e contribuir na proposição de estratégias de ampliação da oferta desses cursos.

Além disso, o grupo irá ajudar na elaboração de indicadores e mecanismos de acompanhamento dos resultados do Projeto de Expansão da Educação Superior, que será feito de forma digital, assim como atuará em conjunto com a Secretaria de Educação Superior nas elaborações de documentos e análises técnicas para que esta ampliação ocorra de forma assertiva.

Por fim, os membros participantes serão considerados como prestadores de serviço público, no entanto sem remuneração. Os componentes terão o prazo de 180 dias para conclusão dos trabalhos e apresentação dos resultados. A medida entra em vigor no dia 3 de novembro.

LeiaJá também

--> Fies: resolução permite renegociar contratos vencidos

--> Enade 2019: Confira as médias dos cursos avaliados

Nessa quinta-feira (8), o Ministério da Educação (MEC) realizou uma cerimônia virtual para lançar o “Capacitação 4.0”, programa de aperfeiçoamento profissional dentro de instituições de ensino federais, com estudantes atuando como trainees para, sob orientação de professores, atender a demandas do mercado de trabalho. O programa é o resultado de uma parceria do MEC com a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). 

A ideia é que o programa tenha uma abordagem prática, com os alunos trabalhando diretamente em projetos de inovação, buscando soluções tecnológicas e científicas para empresas. Os estudantes passarão por um processo seletivo e, em seguida, os aprovados receberão uma bolsa permanência de valor não informado pelo MEC, além de um certificado ao final do programa. 

##RECOMENDA##

A aprendizagem será avaliada por meio de um método desenvolvido pelo Senai, no qual todos os professores que vão supervisionar o trabalho dos alunos serão treinados. “Trata-se de uma proposta inovadora como política pública educacional, com potencial de apontar caminhos pioneiros na abordagem necessária para oferecer formação aos estudantes em um mundo em constante transformação”, comentou o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (MEC), Wandemberg Venceslau. 

Para o ministro da Educação, Milton Ribeiro, as transformações que ocorrem em ritmo acelerado no mercado de trabalho, impulsionadas pela tecnologia, mostram a importância do novo programa. "A nossa era é marcada por intensas transformações geradas a partir da inserção da tecnologia em todos os contextos da nossa vida. Isso ocorre na indústria e na economia. Na educação, também, não é diferente. Por isso, cada vez mais, o Ministério da Educação tem se mobilizado para buscar e oferecer respostas a essa nova realidade social, abranger uma nova perspectiva de educação, a educação para o mundo 4.0”, afirmou o ministro da Educação.

*Com informações do MEC

LeiaJá também

--> Projeto oferece 1.440 vagas em capacitação on-line

O vice-presidente a República, General Hamilton Mourão, afirmou, nesta quarta-feira (26), que é a favor do pagamento de taxa em Universidades Federais. A declaração foi durante palestra na Aula Magna do semestre 2020.2 das instituições de ensino superior que integram o grupo Ser Educacional. 

No momento, o vice-presidente Mourão respondia a uma pergunta feita pelo fundador do grupo Ser Educacional, Janguiê Diniz, sobre medidas de financiamento pensadas pelo Governo Federal para a inclusão de 83% da população brasileira em idade universitária no ensino superior, levando em consideração que boa parte desse percentual não dispõe de recursos para pagar pelos estudos. 

##RECOMENDA##

Em resposta, o vice-presidente afirmou que o Brasil enfrenta uma crise fiscal grave, que impossibilita o direcionamento de mais recursos para maiores gastos sociais. “Em torno desses problemas sociais, vamos colocar uma linha de crédito para nós conseguirmos trazer essa parcela da população que não consegue ingressar no ensino superior, seja pela dificuldade em prosseguir com os estudos ou pela falta de recurso financeiros para arcar com os custos com a faculdade”, afirmou Mourão. 

O vice-presidente ainda expõe uma solução possível baseada em um “pensamento de longa data”, sobre a possibilidade de pagamento de mensalidade nas Universidades Federais. “Nós temos dentro da Universidade Federal, gente que poderia pagar seus custos, que está recebendo ensino gratuito de graça e, posteriormente, não devolvendo nada para o País”, declarou Mourão. 

Para exemplificar, Mourão falou sobre seus filhos que estudaram em unidades de ensino superior federal e que, nesse caso, ele “poderia ter pago algo”. “Temos que pensar, hoje, seriamente e sem preconceitos. Ver o que seria um recurso para aqueles jovens que precisam de financiamento, e pagar uma universidade privada”, propôs. “Seria uma compensação muito justa isso aí”, completou Mourão. 

O encontro foi acompanhado por mais de 180 mil estudantes dos cursos presenciais e EAD das marcas UNINASSAU, UNAMA, UNG, UniNorte, UNINABUCO e UNIVERITAS distribuídos por todo o Brasil. A palestra gratuita foi aberta ao público.

O Ministério da Educação (MEC) anunciou que pretende reduzir cerca de 18,2%, valor equivalente a mais ou menos R$ 1 bilhão, do orçamento para despesas discricionárias (não-obrigatórias, destinadas a investimentos e auxílios, por exemplo) de universidades e institutos federais em 2021. O motivo, segundo o ministério declarou por meio de nota ao LeiaJá, é uma redução no mesmo percentual, determinada pelo Ministério da Economia, nas despesas discricionárias do próprio MEC, o que significa uma perda de aproximadamente R$ 4,2 bilhões para a pasta. 

O valor reduzido terá um impacto mais significativo nas receitas que as universidades obtém do Tesouro Nacional. A arrecadação própria das universidades, no entanto, não sofreu cortes diretamente feitos pelo MEC. “Ressalta-se que as fontes próprias das universidades dependem do potencial arrecadador e da estimativa apresentada por cada universidade em separado. Dessa forma, não houve corte para as receitas próprias por parte do MEC”, afirmou o ministério. 

##RECOMENDA##

Para defender a mudança no orçamento, o Ministério da Educação argumentou ainda que “em razão da crise econômica em consequência da pandemia do novo coronavírus, a Administração Pública terá que lidar com uma redução no orçamento para 2021, o que exigirá um esforço adicional na otimização dos recursos públicos e na priorização das despesas”. 

O MEC afirmou também que tem buscado minimizar os impactos da crise econômica através de medidas adotadas pela pasta, como a liberação de 100% dos recursos alocados diretamente nas universidades federais na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2020 e a liberação de aproximadamente R$ 450 milhões em recursos adicionais para as universidades voltados a projetos de redução de despesas. 

A proposta de redução orçamentária precisa constar na LOA 2021 e, para tanto, ser aprovada no Congresso Nacional. Segundo o ministério, o Projeto de Lei Orçamentária para 2021 deve ser apresentado ainda em 2020. 

LeiaJá também

--> FNDE libera recursos financeiros para escolas integrais

O Programa Novos Caminhos, do Ministério da Educação (MEC), que oferece cursos de qualificação profissional e tecnológica, anunciou 24.730 mil novas vagas em cursos on-line a distância, ministrados por 11 institutos e universidades federais.

A lista de cursos, que têm duração de 160 a 400 horas e serão iniciados em agosto, além de seus respectivos editais, é publicada no site de cada instituição de ensino. As inscrições para os processos de seleção já estão abertas e devem ser feitas até o dia 27 de julho. 

##RECOMENDA##

Os inscritos serão selecionados por sorteio e serão aceitas candidaturas de pessoas de todo o Brasil, uma vez que os cursos são completamente a distância. Confira, a seguir, a lista de instituições de ensino que estão ofertando as vagas: 

Instituto Federal Goiano;

Instituto Federal Baiano;

Instituto Federal de Alagoas;

Instituto Federal do Amazonas;

Instituto Federal do Maranhão;

Instituto Federal do Norte de Minas Gerais;

Instituto Federal de Rondônia;

Instituto Federal do Triângulo Mineiro;

Instituto Federal do Tocantins;

Universidade Federal do Rio Grande do Norte;

Universidade Federal de Viçosa

LeiaJá também

--> Inscrições abertas para 4.430 vagas em cursos gratuitos

--> UFPE abre seleção de mestrado em engenharia de produção

Na tarde desta quarta-feira (1º), o Ministério da Educação (MEC) realizou uma coletiva de imprensa na qual foram anunciadas ações para apoio ao retorno às aulas presenciais em universidades e institutos federais. Entre as medidas, estão a elaboração de um protocolo com normas de biossegurança e a aquisição de pacotes de internet para estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica terem acesso ao ensino remoto e híbrido (parte presencial, parte a distância). 

Internet móvel

##RECOMENDA##

De acordo com o secretário Secretário Executivo do MEC, Antonio Paulo Vogel, o projeto do Ministério é dar apoio às universidades e institutos oferecendo pacotes de dados de internet móvel (3g e 4g) para acesso dos alunos a sites específicos para fins educativos. As limitações de navegação a sites considerados impróprios deverá ser definida pelas instituições de ensino. 

“O MEC defende o retorno às aulas e entendemos que Institutos Federais e universidades vão ter que compartilhar ensino presencial e a distância, porque o afastamento seletivo vai ter que continuar existindo, mas as atividades têm que continuar”, afirmou Vogel. 

A previsão é que o processo licitatório para definição da empresa que prestará o serviço seja feito na próxima semana, com implementação do serviço a partir de 20 de julho para um quantitativo de 400 mil a 1 milhão de alunos com renda familiar per capita de até 1,5 salários mínimos. 

A estimativa do alcance da iniciativa foi feita através de pesquisas junto às instituições de ensino e, segundo Wagner Vilas Boas de Souza, secretário de Educação Superior do ministério, “será muito mais barato do que o particular adquirir o plano ou se cada universidade ou instituto fosse adquirir [os planos de internet]”. Ele afirmou, ainda, que as universidades e institutos poderão utilizar recursos próprios para ampliar a oferta para um número maior de estudantes. 

A razão para que o enfrentamento à falta de acesso à internet por parte de estudantes de baixa renda tenha sido o fornecimento de pacotes de dados é que, segundo o secretário executivo, “mais de 90% dos alunos têm algum equipamento que acessa a internet, o maior gargalo não é o equipamento, é a internet”.

Ainda segundo Antonio Paulo Vogel, a maioria dos alunos contemplados, cerca de 40%, é da região Nordeste do país. O modelo no momento será implementado apenas para o ensino superior, mas com a possibilidade de que secretários de educação básica busquem adotar estratégias semelhantes.

Nelson Simões, diretor geral da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), defende a discussão de uma estratégia para conectividade nos domicílios dos estudantes, uma vez que a rede móvel tem limitações de alcance e cobertura fora de áreas urbanas. Questionado pelo LeiaJá sobre como será feita a prestação do serviço de conectividade e da parte remota do ensino híbrido a alunos que residem em áreas remotas e distantes dos centros urbanos, como zonas rurais, ele afirmou não ter “uma resposta técnica”, alegando, em seguida, que esses estudantes “possivelmente” terão que se deslocar para ter acesso à internet.

“Banda larga fixa ainda tem uma penetração bastante limitada às áreas urbanas. Nas áreas rurais é um pouco pior o cenário, a gente tem uma cobertura menor. São áreas que não têm acesso à telefonia e possivelmente isso vai implicar que as pessoas que vivem nessas áreas e já têm estratégias se desloquem a um centro mais urbano, a pontos que podem ser abertos de rede wi-fi”, declarou.

Protocolo de biossegurança 

O MEC também divulgou um protocolo de biossegurança com orientações gerais para o retorno às atividades de ensino presenciais. O documento, segundo o secretário de Educação Superior, Wagner Vilas Boas de Souza, foi elaborado em parceria com entidades de ensino superior e equipes de saúde e “não é uma regra engessada, é uma diretriz". "Trata de medidas protetivas pessoais e coletivas, atividades laborais, transporte coletivo, entre outros”, acrescentou.

O secretário esclarece, ainda, que apesar de ter sido elaborado e pensado para as universidades e institutos federais, o protocolo também pode servir para auxiliar universidades privadas e secretários de educação estaduais e municipais, no que couber, a formular diretrizes para o retorno na educação básica.

O secretário explica também que tanto universidades quanto institutos federais têm autonomia para definir o momento do retorno de suas atividades, baseados, entre outras situações, nas determinações das autoridades sanitárias de cada região do País. Assim, segundo ele, não há previsão de data para retorno das atividades e a decisão não será centralizada no ministério. 

“Não consigo falar uma data de volta às aulas, eu, MEC, não tenho esse poder. Cada rede de ensino vai definir suas datas. Cada um vive suas dificuldades e potenciais, não tem como de forma centralizada definir uma data. Cada instituição de ensino e cada universidade”, disse Wagner Vilas Boas de Souza. 

LeiaJá também

--> Governo de PE prorroga suspensão de aulas presenciais

--> Live debate como será a volta às aulas após pandemia

Na próxima quarta (17) e quinta-feira (18), a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) realizará o I Congresso Andifes, com o tema “Realidade e Futuro da universidade federal”. O evento será virtual e tem como objetivo apresentar experiências e as reflexões das universidades diante dos impactos da pandemia de Covid-19. 

Segundo João Carlos Salles, reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e presidente da Andifes, “o congresso é uma forma de consolidar reflexões e melhorar a qualidade dos desacordos e dos consensos, prezando a palavra e as formas legítimas de argumentação, defendendo a democracia e a universidade pública”. Confira a programação completa do evento.

##RECOMENDA##

LeiaJá também

--> Andifes quer suspensão das atuais datas do Enem

O presidente Jair Bolsonaro recuou da decisão de dar poder ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, para nomear reitores de universidades federais e revogou a medida provisória sobre o tema. A MP autorizava o chefe da pasta a escolher reitores durante a pandemia de covid-19.

O recuo de Bolsonaro ocorre após uma reação do Congresso contra a medida.

##RECOMENDA##

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), chegou a devolver a MP para o governo, sem avisar Bolsonaro, anulando os efeitos da norma.

Desde 1988, só três MPs haviam sido devolvidas pelo Legislativo, nos governos José Sarney, Lula e Dilma Rousseff.

A atitude fez o presidente da República ligar para o presidente do Congresso nesta sexta-feira, 12.

De acordo com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Jorge Oliveira, Bolsonaro atendeu a uma sugestão de Alcolumbre ao revogar o texto. Apesar disso, a devolução tinha o poder de cancelar os efeitos da medida.

A medida afetava 25% das universidades, cujos dirigentes têm mandato que se encerra até o fim do ano. Entre as 16 instituições que seriam afetadas este ano estão a Universidade de Brasília (UNB), a Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), de São Carlos (UFSCar) e do Paraná (UFPR).

O Congresso oficializou a devolução da medida provisória que permitia o governo nomear reitores de universidades federais durante a pandemia do novo coronavírus. A decisão, tomada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), foi publicada em edição extra do Diário do Congresso Nacional.

Na prática, a devolução anula os efeitos da medida provisória.

##RECOMENDA##

O governo ainda pode recorrer da decisão, atitude considerada improvável por articuladores do Planalto.

Ao justificar o ato, Davi Alcolumbre considerou a medida assinada pelo presidente Jair Bolsonaro como inconstitucional.

Alcolumbre não citou um erro formal da MP, mas o mérito, mandando um recado político ao governo.

O presidente do Congresso apontou dispositivos da Constituição que garantem "gestão democrática do ensino público e autonomia administrativa às universidades".

Além da constitucionalidade, uma MP não pode ser reedita se outra norma com o mesmo temor perdeu efeitos no mesmo ano. Foi o caso da MP 914/2020, que mudava as regras de nomeação dos reitores. O texto perdeu a eficácia no último dia 2 por não ter sido votado no Congresso.

Desde 1988, só três MPs haviam sido devolvidas pelo Legislativo, nos governos José Sarney, Lula e Dilma Rousseff.

A decisão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), de devolver uma medida provisória assinada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, levou o chefe do Executivo a telefonar para o parlamentar nesta sexta-feira, 12. Apesar do ruído, a conversa foi amena, segundo apurou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

A MP dava poder ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, para nomear reitores de universidades federais durante a pandemia do novo coronavírus.

##RECOMENDA##

No Congresso, Alcolumbre era pressionado para devolver a medida, anulando imediatamente os efeitos do texto. E tomou a decisão sem comunicar Bolsonaro, com quem mantém uma relação de diálogo.

A atitude pegou articuladores do Planalto de surpresa.

"Eu não quero chutar uma coisa que eu não sei, mas eu desconfio que quem for no campo só da simples devolução pode estar errando", afirmou o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), para quem Alcolumbre deveria ter conversado com Bolsonaro e costurado um acordo.

Oito partidos apresentaram uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) pela derrubada da medida provisória que permite ao governo escolher de reitores temporários para universidades federais durante o período da pandemia da Covid-19 no País.

Assinam o documento PSB, PDT, PT, PSOL, PCdoB, Rede, Partido Verde e o Cidadania. No documento, as legendas afirmam que a medida viola o princípio da gestão democrática do ensino público, previsto na Constituição. "A MP retira das próprias instituições de ensino a autonomia para deliberar, de acordo com as circunstâncias locais específicas, sobre a adoção de meios alternativos de consulta da comunidade acadêmica", diz a representação.

##RECOMENDA##

A Adin pede a suspensão imediata dos efeitos da medida. A MP elimina a necessidade do processo de consulta pública ou lista tríplice para embasar a definição dos nomes. Na prática, o presidente da República Jair Bolsonaro poderá intervir diretamente no comando e restringir a autonomia das instituições.

O presidente da república Jair Bolsonaro (sem partido) editou a Medida Provisória (MP) que autoriza o ministro da Educação, Abraham Weintraub, a escolher reitores e vice-reitores temporários das universidade federais durante o período de pandemia causada pelo novo coronavírus. A MP 979 foi publicada nesta quarta-feira (10) no Diário Oficial da União e já está em vigor. 

A possibilidade da seleção feita por Weintraub será realizada mediante término de mandato durante a crise sanitária. O texto exclui a necessidade de consulta à comunidade, professores e estudantes ou, ainda, a formação de lista tríplice para escolha de dirigentes das instituições federais de ensino, durante o período de emergência sanitária. 

##RECOMENDA##

“Não haverá processo de consulta à comunidade, escolar ou acadêmica, ou formação de lista tríplice para a escolha de dirigentes das instituições federais de ensino durante o período da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente da pandemia da Covid-19”, diz trecho da MP.

Para validar a proposta, o texto da MP precisa ser aprovado pelo Congresso em até 120 dias e assim não perder a validade. Em 2019, no final de dezembro, Bolsonaro editou MP sobre o tema, no entanto o escrito não foi analisado pelo Congresso e perdeu a validade. 

Na MP publicada hoje cita que não é válida às instituições federais de ensino cujo processo de consulta à comunidade acadêmica ou estudantil para a escolha dos dirigentes tenha sido concluído antes da suspensão das aulas presenciais, que ocorreu desde março passado.

Universidades federais conduzem no Brasil pelo menos 823 pesquisas relacionadas ao novo coronavírus. Além disso, há pelo menos 96 ações de produção de álcool e produtos sanitizantes e 104 ações de produção de equipamentos de proteção individual, como protetores faciais, máscaras de pano e aventais.

O balanço, que envolveu 46 das 67 instituições federais foi divulgado hoje (11) pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), por meio de videoconferência. Atualmente, a maior parte das universidades federais está com as aulas suspensas para evitar a propagação do novo vírus. No entanto, de acordo com o presidente da Andifes, João Carlos Salles Pires da Silva, as instituições não deixaram de trabalhar e de ocupar a linha de frente no combate à covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

##RECOMENDA##

As universidades foram responsáveis, até o momento, por exemplo, pela produção de mais de 990 mil litros de álcool gel, mais de 910 mil litros de álcool líquido e mais de 160 mil protetores faciais. Há também, pelo menos 53 ações de testagem para o novo coronavírus, responsáveis pela realização de 2,6 mil testes por dia. Nos hospitais universitários, as instituições disponibilizaram mais de 2,2 mil leitos normais e quase 500 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

De acordo com a reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Lucia Campos Pellanda, que participou da coletiva de imprensa, as pesquisas vão desde a identificação do genoma do novo vírus, o que poderá possibilitar a produção de uma vacina, do trabalho em sistemas informatizados para computar os casos do novo coronavírus, identificando onde eles estão por georreferenciamento, à estudos para produção de testes a custos mais baixos, uma vez que os testes produzidos hoje dependem de componentes importados. 

“As universidades públicas, assim como o Sistema Único de Saúde (SUS) têm tido as respostas mais eficazes nesse momento. Evidentemente, estão dando respostas com as condições que têm. Estamos sofrendo uma defasagem orçamentária que se não houvesse permitiria respostas mais robustas das universidades. Acho que as universidades estão enfrentando isso com seriedade imensa e é isso que esses números apresentam”, ressaltou o presidente da Andifes. 

Volta às aulas

De acordo com Silva, não há uma orientação única da Andifes em relação à retomada das aulas nas universidades. O presidente da associação destaca que isso depende de cada instituição e do contexto em que está inserida. As universidades organizaram um grupo para discutir as condições para que essa retomada seja feita de forma segura.

Segundo Silva, o ano letivo de 2020 poderá se estender até 2021. “Não podemos confundir o calendário do ano letivo, dos semestres letivos, com ano civil, o que significa que nossas atividades letivas de 2020 podem entrar no ano de 2021”.

A reitora da UFCSPA explica que a volta precisa ser planejada para não representar risco de contaminação. “Universidades atraem pessoas de todos os estados. São locais de grande circulação, nos campi e nas cidades. Podem representar a volta de um surto epidêmico. Geralmente, nos planos de retomada controlada nos estados, as universidades são as últimas que voltam”, diz e acrescenta: “[Agora] estamos voltados para o enfrentamento da pandemia, docentes, discentes e técnicos estão trabalhando na linha de frente”.

Enem

Sem previsão para o retorno das aulas, o presidente da Andifes, defende que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) considere adiar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O exame é usado como forma de ingresso, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), em universidades públicas de todo o país.

“Não podemos dissimular a gravidade da situação e simular normalidade. Sem dúvida alguma, seria irresponsável da nossa parte”, diz. “Não podemos realizar um exame se a sua realização significar agravar desigualdades, deixar pessoas, abandonar pessoas, nesse momento. A Andifes não defenderia jamais isso”, acrescenta.

Segundo ele, o pedido de adiamento do Enem em função da pandemia feito pelas universidades do Rio de Janeiro é algo importante, a ser levado em consideração pelo Inep. “Talvez, seja necessário, para além da sinalização para as providências burocráticas formais, a indicação que isso não será feito em prejuízo dos estudantes e em prejuízo das instituições”.

A aplicação da prova impressa do Enem foi mantida nos dias 1º e 8 de novembro, segundo o Inep, para dar segurança aos estudantes de que a prova ocorrerá esse ano. Já o Enem digital, inicialmente mantido, foi adiado para os dias 22 e 29 de novembro.

 

O governo Jair Bolsonaro poderá nomear 24 dirigentes de universidades federais e nove de institutos federais de ensino em 2020, segundo o Ministério da Educação (MEC). O presidente publicou esta semana medida provisória (MP) com novas regras para a escolha de reitores, o que restringe a autonomia das instituições para organizar seus processos eleitorais. A pasta diz que o objetivo é reduzir a judicialização na nomeação de dirigentes - houve sete ações na Justiça sobre o tema este ano - e tornar o trâmite mais seguro e transparente. Reitores contestaram a medida.

Pela lei, a escolha do dirigente é feita em etapas. Primeiro, a comunidade acadêmica elege a lista tríplice de candidatos. Depois, o presidente escolhe um deles, o que foi mantido na MP. Desde 2003, a tradição era indicar o mais votado, mas Bolsonaro rompeu com a prática este ano. A MP fixa pesos diferentes de voto para professores, funcionários e alunos na eleição dos reitores. O novo texto reforça o peso de 70% para o voto de docentes (já previsto em leis anteriores) e, agora, define pesos para os votos de técnicos e alunos (15% para cada categoria).

##RECOMENDA##

Muitas federais optam pela votação paritária - informal - na comunidade acadêmica para formar a lista tríplice. Depois, o resultado é chancelado pelo órgão responsável e enviado ao presidente. Há casos em que os derrotados se retiram da disputa e a lista é formada só pelo vencedor e outros apoiadores. A MP diz que a lista deve incluir os candidatos por ordem decrescente de votação.

Conforme nota do MEC divulgada nesta quinta-feira, 26, o objetivo da MP "é fortalecer a governança no processo de escolha de reitores". Só no último ano, foram judicializados sete processos referentes à nomeação de reitores decorrentes, diz a pasta, "da instabilidade proporcionada pelo atual método disposto na lei". O ministério diz ainda que a mudança deixa o processo mais "seguro, transparente e valoriza o corpo docente". Afirma ainda que a norma garante autonomia do reitor para a escolha de sua equipe técnica, como o cargo de vice.

A Associação de Reitores das Federais, Andifes, e a Frente Parlamentar de Valorização das Universidades questionaram o uso de uma MP para fazer a mudança. Segundo as entidades, não há urgência que justifique o uso da medida provisória e seria necessário debate com a comunidade acadêmica e o Congresso. A MP é válida até ser analisada pelo Legislativo, o que deve ser feito em 120 dias a partir da publicação do texto, em 24 de dezembro.

O MEC ainda esclareceu que será permitida a recondução ao cargo de reitor uma vez - a redação da medida provisória abriu dúvida sobre essa possibilidade, válida hoje segundo a legislação. A MP prevê eleição obrigatória e direta, sem necessidade de passar pelo conselho universitário, órgão máximo de cada instituição. O voto será facultativo e, preferencialmente, eletrônico. O mandato é de quatro anos e foi extinta a reeleição. Veda ainda o reitor enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que torna inelegível para cargo eletivo o condenado em ação criminal.

O Senado Federal divulgou, nesta quinta-feira (26), detalhes da Medida Provisória editada pelo presidente Jair Bolsonaro na última terça-feira (24). Agora, segundo o texto, Bolsonaro poderá não acatar o nome mais votado da lista tríplice de candidatos às reitorias de universidades e institutos federais, modificando assim o atual processo de escolha.

No modelo anterior à MD, professores, alunos e funcionários das universidades escolhem o reitor por meio de uma votação com três nomes. O mais votado é eleito reitor.  “A MP 914, no entanto, estabelece que o presidente poderá escolher qualquer um dos três nomes apresentados, não necessariamente o mais votado”, informou o Senado Federal.

##RECOMENDA##

Apesar de a escola ser uma prerrogativa do presidente, tradicionalmente o governo federal confirmava os nomes mais votados para a gestão das universidades. Agora, a nova regra passa a valer também para os institutos federais e para o Colégio Dom Pedro II, instituição de ensino federal situada no Rio de Janeiro.  

Também ficou decidido que a consulta à comunidade acadêmica em prol da formação da lista tríplice para reitor se torna obrigatória. A Medida Provisória diz que, preferencialmente, o procedimento deverá ser feito em formato eletrônico.

“O voto, que é facultativo, será dado pelos servidores efetivos do corpo docente de cada instituição, que terão peso de 70% na escolha dos nomes. Servidores efetivos técnico-administrativos terão peso de 15%. Os alunos também terão peso de 15%. Pelo critério, o porcentual de votação final do candidato vai se basear na média ponderada de cada segmento. A maioria das universidades não impõe pesos diferentes para os integrantes das comunidades acadêmicas”, detalhou o Senado.

Conforme informações da MP, apenas professores em cargos efetivos poderão disputar as reitorias. Aos escolhidos caberá a possibilidade de escolha do vice-reitor, enquanto os campi serão dirigidos por diretores ferais, cujos nomes serão escolhidos e nomeados pelos reitores.

O novo formato proíbe a reeleição de reitores. Além disso, professor que tenha substituído o reitor por período superior a um ano não poderá concorrer na eleição posterior. Outra norma destaca que os concorrentes não poderão ser incluídos no contexto da Lei da Ficha Limpa.

“A MP traz ainda regra para a designação de reitor pro tempore, a ser escolhido pelo ministro da Educação quando houver vacância simultânea dos cargos de reitor e vice-reitor ou quando for impossível homologar o resultado da votação em razão de irregularidades verificadas no processo de consulta. O Ministério da Educação deverá divulgar quais serão os critérios exigidos para ‘assegurar a integridade, a confidencialidade e a autenticidade dos processos de votação eletrônica’”, informou o Senado Federal.

Apesar de estar em vigor, a Medida Provisória ainda deverá ser confirmada pelo Congresso Nacional em até 120 idas. No entanto, durante o recesso parlamentar, os prazos ficam suspensos; o retorno do Parlamento está previsto para 2 de fevereiro.

Uma medida provisória (MP) publicada em 24 de dezembro pela Presidência da República estabelece que a palavra final sobre a nomeação de reitores em universidades federais será do presidente Jair Bolsonaro, que poderá não acatar o nome vencedor da lista tríplice de candidatos apresentada pela instituição. A MP foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).

Tradicionalmente, o reitor é escolhido pelo corpo de professores das universidades, por meio de uma votação de uma lista tríplice. O mais votado dessa lista costuma ter seu nome sancionado pelo presidente, para um mandato de quatro anos. A MP 914, no entanto, fixa a regra de que o presidente poderá, a seu critério, escolher qualquer um dos três nomes que compuserem a lista tríplice indicada pela universidade. A regra também será aplicada a institutos federais de ensino.

##RECOMENDA##

Bolsonaro já tem ignorado os nomes vitoriosos de listas tríplices apresentadas por universidades, o que tem sido criticado pela comunidade acadêmica. Em agosto, por exemplo, o presidente nomeou o terceiro colocado na lista tríplice para reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC). No processo de consulta à comunidade acadêmica, o professor de Direito e advogado criminalista Cândido Albuquerque, de 62 anos, obteve apenas 610 votos (4,61% do total de votantes), enquanto o primeiro colocado obteve 7.772 votos.

No mesmo mês, Bolsonaro também nomeou o terceiro nome da lista tríplice da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), o professor Janir Alves Soares. Antes, o presidente já havia nomeado o segundo e terceiro colocados, respectivamente, para as federais do Triângulo Mineiro (UFTM) e do Recôncavo da Bahia (UFRB).

Apesar de a escolha do reitor ser prerrogativa do presidente, a nomeação de candidato menos votado rompe uma tradição que se mantinha desde 2003, na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A medida provisória estabelece que a consulta para a formação da lista tríplice para reitor, estabelece a MP, será feita, preferencialmente de forma eletrônica. O voto, que é facultativo, será dado pelos servidores efetivos do corpo docente de cada instituição, que terão peso de 70% na escolha dos nomes. Servidores efetivos técnico-administrativos terão peso de 15%. Os alunos também terão peso de 15%. Pelo critério, o porcentual de votação final do candidato vai se basear na média ponderada de cada segmento.

O cargo de reitor só poderá ser disputado pelos professores que ocupam cargo efetivo em cada instituição federal. O reitor poderá escolher o vice-reitor entre os demais docentes. Os campi serão dirigidos por diretores-gerais, que serão escolhidos e nomeados pelo reitor.

O Ministério da Educação deverá divulgar quais serão os critérios exigidos para "assegurar a integridade, a confidencialidade e a autenticidade dos processos de votação eletrônica" em cada votação.

O Ministro da Educação, Abraham Weintraub, reafirmou a existência de plantações de maconha e laboratórios que produzem drogas clandestinamente em universidades federais do Brasil na tarde desta quarta-feira (11). As afirmações foram feitas à Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, que o convocaram para prestar esclarecimentos sobre uma entrevista concedida ao Jornal da Cidade no mês de novembro, quando ele afirmou que as universidades federais são "madrastas de doutrinação", laboratórios de metanfetamina e "tem plantações extensivas" de maconha. 

“Mais do que a frase solta que há plantações de maconha nas universidades federais, as plantações são reflexo de um consumo exagerado, fora de controle, de drogas nas faculdades, isso eu tenho pesquisa e vou mostrar. Há, houve a utilização de um laboratório de química de uma universidade federal para produção de drogas sintéticas. Esse é um material amplamente acessível que eu encontrei na internet e passou em vários noticiários. A Universidade de Brasília não tinha uma oficina clandestina para fazer patins de patinação no gelo para patinar no lago paranoá porque não há demanda para isso. O que havia era uma plantação de maconha no campus”, disse Weintraub aos deputados. 

##RECOMENDA##

Confira o vídeo abaixo:

[@#video#@]

O ministro também afirmou que o consumo de drogas nas universidades federais do país é epidêmico e vem sendo enfrentado pelo governo para que todos os pagadores de impostos que chegarem à universidade encontrem um ambiente saudável. “Eu sou a favor da autonomia universitária para pesquisa, para ensino. Pode ensinar o que quiser, falar de Karl Marx, não tem problema. Agora, a polícia tem que entrar nos campi”, disse Weintraub. 

LeiaJá também

--> Weintraub terá que explicar declaração sobre universidades

--> Reitores cobram que Weintraub prove plantações de maconha

--> ‘Fracasso do país’, diz Weintraub sobre mural Paulo Freire

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando