Tópicos | solicita

O presidente Jair Bolsonaro foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) para solicitar que o arquipélago de Fernando de Noronha fosse federalizado. Na última quinta-feira (24), o mandatário protocolou o pedido de liminar em ação civil ordinária contra o Estado de Pernambuco.

Na petição judicial da ação, o Governo Federal alega que o Estado de Pernambuco descumpriu o "Contrato de Cessão de Uso em Condições Especiais da Ilha de Fernando de Noronha", assinado em 2002 pelo então governador Jarbas Vasconcelos (MDB) e o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O pedido de liminar diz que o "domínio sobre o Arquipélago de Fernando de Noronha é de titularidade integral da União” e pede que seja determinado ao Governo do Estado “o imediato cumprimento do inteiro teor do Contrato de Cessão de Uso em Condições Especiais da Ilha de Fernando de Noronha".

##RECOMENDA##

No dia anterior à solicitação, o presidente esteve em visita oficial ao estado, comparecendo a um evento militar ao lado de Anderson Ferreira e Gilson Machado. Em abril de 2021, Bolsonaro editou uma norma que afrouxa a legislação ambiental do arquipélago, permitindo construções com mais de 450 metros quadrados.

A Justiça já havia decidido que o Estado de Pernambuco tinha primazia para manter e conceder à iniciativa privada um forte de Nossa Senhora dos Remédios em Noronha, contra um pedido da União. O conflito por Noronha foi intensificado pelas recentes críticas do ministro do Turismo, Gilson Machado, à gestão estadual das ilhas. Ele é pré-candidato a senador de Pernambuco pelo PL, o mesmo partido do presidente.

Nesta quarta (29), a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou o arquivamento do inquérito contra o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo Bolsonaro no Congresso Nacional. Em junho, o parlamentar havia sido indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

A manifestação da PGR foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), apontando ausência de provas contra o senador. O documento é assinado pela subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo.

##RECOMENDA##

O relatório da PF havia apontado que operadores financeiros realizaram pagamentos para empresas ligadas ao senador. Em depoimento, delatores declararam que os repasses eram propinas destinadas a Bezerra Coelho.

"Restou demonstrado que Fernando Bezerra de Souza Coelho e Fernando Bezerra de Souza Coelho Filho receberam direta e indiretamente R$ 10.443.900,00 pagos pelas empreiteiras OAS, Barbosa Mello e Constremac/Mendes Junior entre os anos de 2012 a 2014. Ocorre que tais vantagens são indevidas eis que realizadas em contrapartida à execução de obras atreladas ao Ministério da Integração Nacional, à época em que o primeiro estava à frente do órgão", diz o relatório da delegada Andréa Pinho Albuquerque da Cunha.

Por sua vez, a PGR alega que foram realizadas oitivas de quase 100 pessoas para confirmar o relato do delator João Carlos Lyra, operador financeiro que diz ter feito repasses de empreiteiras para Fernando Bezerra. "Os episódios aconteceram há quase uma década e o amplo relatório da autoridade policial mostra que não foram envidados esforços para a produção de provas, chegando este Ministério Público Federal, associado aos trechos relatados pelo órgão policial, a uma conclusão: em relação ao agora senador Fernando Bezerra Coelho, embora citado diversas vezes, nada de concreto se apurou", escreveu a subprocuradora-geral.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando