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O número de mortos em decorrência da pandemia causada pelo novo coronavírus se aproxima de 30 mil no Brasil. Com a recomendação de isolamento social no período pandêmico, a grande maioria das vítimas da Covid-19 não pôde ter a tradicional reunião familiar para rituais como velório e enterro ou cremação.

Além de terem que lidar com o luto, parentes e amigos ainda podem sofrer mais com a dor de não conseguir homenagear, de modo digno, muitos dos que partiram em virtude da doença. A partir da impossibilidade das famílias em realizar, como de costume, a maioria dos cerimoniais que envolvem o momento de morte, as psicanalistas Erica Azambuja, de 40 anos e Marilia Velano, de 38, idealizaram o Memorial Santinho.

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A página, que está no ar na Internet desde o final de abril, é um ambiente exclusivo para homenagear os que morreram após terem contraído o vírus. Por meio de uma dedicatória e a fotografia de um objeto que representa o convívio da pessoa com a família, a reverência fica eternizada.

De acordo com Marilia, a iniciativa surgiu da necessidade de celebrar a importância que cada ente tem na vida de seus pares. "Pela impossibilidade de simbolização dessas perdas, para que este trabalho de luto tenha seu lugar merecido e seja pontuado com a importancia que foi a vida da pessoa em relação à continuidade dela para os que ficaram", explica.

"A escolha de um objeto é um movimento para quem está enlutado recordar traços, características, histórias da vida, é um ato civilizatório para dar um lugar merecido aos que partem", acrescenta a psicanalista.

Segundo Marilia, os pedidos de inclusão no acervo virtual são oriundos das redes sociais e do empenho da rede de apoio psicossocial Memorial das Vítimas do Coronavírus no Brasil. "Fomos percebendo a necessidade de oferecer nossa escuta clínica para familiares que hoje vivem uma situação devastadora", comenta.

De acordo com ela, o trabalho do Santinho pode colaborar para que os entes aceitem a perda e sigam mesmo sem recursos psíquicos, como o de não ver o corpo do morto ou não ter o encontro com demais entes, no momento de despedida. "O que  tentamos fazer tem a ver com um remendo, uma costura fina, uma escrita conjunta para que este luto seja vivenciado e simbolizado pelo sujeito e pela sociedade", ressalta.

Mesmo sendo o luto um processo individual, o acervo simbólico também abrange o modo de como cada pessoa lida com a perda. "Este processo é muito singular e cada um vai vivenciá-lo de uma maneira, no seu tempo, com seus recursos", aponta Marilia.

Para a psicanalista, apesar do sentimento particular, o acervo digital também pode responder a questionamentos sobre o que a perda daquele ente querido significa. "Se é possível dizer algo que seja universal e inerente a todos, é tentar procurar um lugar, uma escuta, laços com outros objetos de amor, que podem ser as pessoas, mas tambem pode ser trabalho que te traga de volta a vida", completa Marilia.

O bloco afro Olodum completou nesta terça-feira (25) 38 anos de fundação. O aniversário foi marcado pela assinatura de termo de compromisso com o governo da Bahia para criação do acervo digital do Centro de Documentação e Memória do Olodum. A partir da digitalização, imagens, áudios e documentos do bloco estarão disponíveis online em um portal na internet.

No total, 234 mil peças devem compor o acervo digital do Olodum, como adereços, abadás, livros, documentos, fitas cassete e vídeos que narram a trajetória do bloco, além de discos de ouro, troféus, medalhas e homenagens recebidas em vários países.

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O termo foi assinado pela secretária de Promoção da Igualdade Racial da Bahia, Fábia Reys, e pelo presidente do Olodum, João Jorge Rodrigues.

“É uma ação extremamente importante, que resgata toda a história da transformação do Olodum, de todos os trabalhos sociais que ele tem feito. Isso reforça o papel dele [Olodum] no processo educacional, ao reconhecer todo esse processo voltado para a formação de jovens entre15 e 19 anos, de percussão, de dança afro, da memória do povo negro da Bahia. A gente parabeniza a história do Olodum, que é o nosso grande patrimônio da Bahia”, disse a secretária.

O Olodum desenvolve atividades de combate ao racismo e de incentivo à cultura entre jovens negros.

“Estamos devolvendo à nossa cidade e ao nosso estado um pouco do que a gente acumulou, agora em forma de documentos digitais, que terão uma visão mais ampla das fantasias, dos momentos, dos memoriais, das músicas e dos fatos históricos que nós vivemos. Recebemos aqui Nelson Mandela, Paul Simon, Michael Jackson, e isso foi fundamental para abrir a Bahia para o mundo. Cabe ao Olodum repercutir esse conhecimento e devolvê-lo à Bahia e ao mundo de uma forma mais moderna e digital”, disse o presidente do bloco, que destacou o aproveitamento do portal para a educação formal.

“Vai ser importante para educação escolar, em conhecimentos como o de Madagascar, do Egito, da Etiópia. Os estudantes poderão aprender por uma plataforma que cabe na mão. A oferta de conteúdo vai ajudar um pouco na formação dessas pessoas”, acrescentou João Jorge.

Agora ficou mais fácil obter informações online sobre a Literatura de Cordel.  Isso por que um acervo com mais de 12 mil peças foram disponibilizadas pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos (EUA), por meio do seu Escritório no Rio de Janeiro. Os pesquisadores e admiradores desse gênero literário popular da cultura brasileira poderão acessar o acervo digital "Brazil Cordel Literature Web Archive", através do site da biblioteca.

Segundo informações, o Escritório da Biblioteca do Congresso no Rio de Janeiro e a Divisão Hispânica da Biblioteca do Congresso em Washington têm trabalhado conjuntamente com o American Folklife Center (AFC) para que essa coleção de cordéis se torne uma das maiores do mundo. São mais de 12.000 peças e entre elas, a famosa coleção de Sol Biderman e algumas datadas da década de 1930. Para capturar o trabalho dos repentistas, o Escritório também adquiriu CDs e DVDs, além de outros títulos de cordéis. Alguns deles já estão disponíveis no site do Escritório. 

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O acervo digital da Biblioteca Pedro Aleixo, da Câmara dos Deputados, será ampliado. Serão digitalizadas 200 obras raras, que datam dos séculos XVI ao IX, que poderão ser acessadas gratuitamente. Uma delas, a mais antiga, é um tratado geográfico de 1522, época em que ainda se considerava a Terra o centro do universo.

“Com a digitalização, estamos ampliando significativamente o acesso a esse material. O usuário poderá, em sua casa ou em seu trabalho, acessar o conteúdo integral desses livros. Ao mesmo tempo, estamos preservando esses volumes”, disse a gerente do projeto, Cristina Silvestre, segundo a Agência Câmara de Notícias.

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As obras foram escolhidas dentre o acervo de 4.600 livros. Foram selecionadas as mais antigas e danificadas. Para ter acesso às obras já digitalizadas, os interessados podem entrar no site da Câmara. A iniciativa é da Coordenação de Biblioteca e da Coordenação de Preservação de Conteúdos Informacionais da Câmara.

Com informações da Agência Câmara de Notícias 

Quase 30 documentos inéditos que integram a obra do escritor José de Alencar, considerado o fundador do romance brasileiro, começam a ser recuperados. O projeto Digitalização dos Manuscritos de José de Alencar foi lançado nesta sexta-feira (4), às 15h, em Fortaleza, no Ceará.

“[Os técnicos e professores da Universidade Federal do Ceará (UFC)] estão trabalhando com uma firma de digitalização especializada. São diversos manuscritos, muitos que não estão no Ceará, mas, na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. É uma série de anotações, cadernos, romances iniciados e não terminados. Este material será digitalizado e disponibilizado na Casa de José de Alencar, que pertence a UFC e vai servir para estudo e pesquisa”, explicou Luís Carlos do Nascimento, gestor de patrocínio cultural da Petrobras.

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O projeto de digitalização será feito com um scanner de baixa luminosidade, adequado para captar imagens de documentos frágeis e de difícil manipulação, como os textos encadernados do escritor. Nascimento lembrou que o projeto reforça a proposta de descentralização dos patrocínios culturais no país, abrindo espaço para iniciativas originadas, principalmente, no Nordeste brasileiro. “O programa tem esse olhar especial para projetos fora do eixo Rio-São Paulo”, acrescentou.

Entre os documentos inéditos que serão preservados com a digitalização estão cadernos com fragmentos de textos de José de Alencar que já foram publicados, como o livro autobiográfico do escritor intitulado Como e Por Que Sou Romancista. Outro documento que vai integrar o acervo digital é o ensaio antropológico Antiguidade da América, divulgado há pouco mais de um ano pelos especialistas em literatura da UFC.

“É um autor que merece ser redescoberto e há muito material inédito que precisa ser divulgado. Ano passado publicamos dois manuscritos inéditos dele [o ensaio Antiguidade da América e Raça Primogênita] e agora queremos dilatar isso divulgando um número maior de material que, ainda que inacabados, contribuem decisivamente para redescobrir o autor do ponto de vista crítico”, avaliou Marcelo Peloggio, professor de literatura brasileira da Universidade Federal do Ceará que integra o grupo responsável pela digitalização da obra de José de Alencar.

Segundo Peloggio, outro manuscrito que merece destaque é o romance que não foi concluído, Os Contrabandistas. “Há cópias, infelizmente em estado ruim, deste primeiro romance que ele havia escrito, quando ele tinha 18 anos. Infelizmente não será possível a reprodução total porque o material está muito deteriorado, mas, ainda assim, é um material interessante que mostra que nossa memória cultural precisa ser retrabalhada. Tem também anotações e rascunhos do Alencar. É curioso observar, por exemplo, que ele fazia revisão de material que já havia sido publicado, além de croquis de peças teatrais”, acrescentou o especialista em literatura.

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