Tópicos | combate ao racismo

O prefeito de Olinda Professor Lupércio (Solidariedade), em parceria com a Comissão de Igualdade Racial da OAB Olinda, anunciou o lançamento da Cartilha Antirracista, voltada para crianças e adolescentes. Em visita a uma escola da cidade, o chefe do Executivo municipal exaltou que o combate ao racismo “precisa ser diário e deve acontecer já na escola”. 

Na ocasião, o gestor contou parte da sua história de vida e confessou ter percebido, quando fazia a 7ª série aos 20 anos, que os estudos “também podiam mudar a minha vida”. “E não foi diferente. Eu estudei, terminei meu primeiro e segundo grau, entrei na faculdade, fiz o curso de matemática, militei pelo movimento estudantil, depois fiz o curso de direito. Com isso, rompi preconceitos e hoje me orgulho da minha cor”. 

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“Pela primeira vez eu vou ter uma seleção onde vão olhar as minhas habilidades e não a cor da minha pele”. Essas palavras expressam o sentimento do estudante de engenharia de produção Marcos Madeira, 31 anos. Ele participou da primeira seleção destinada a pessoas negras promovida pela cervejaria Ambev, que assim como a varejista Magazine Luiza, recebeu diversas críticas sobre a decisão após repercussão das oportunidades.

Representatividade em postos de trabalho

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Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 64,2% da população desempregada e 66,1% da população com mão-de-obra subutilizada são representadas por pessoas negras. Ou seja, através desses dados podemos considerar que mesmo sendo mais de 56% da população brasileira, pessoas negras ainda não são maioria em postos de trabalho com algum prestígio.

Hoje, Marcos está em seu primeiro ano de estágio - viabilizado pelo programa “Representa”-, e atua na área de relações corporativas na Ambev. Morador da cidade de São Paulo, ele é um dos primeiros a fazer um curso superior e a alcançar um cargo de destaque dentro de sua família.

“Quando a gente pensa no racismo  - sistema político fundado sobre o direito de uma raça considerada pura e superior sobre outra - e como ele é construído, no preconceito, a pessoa negra é sempre colocada num local de ser inferior”, explicou o futuro engenheiro de produção, sobre referências negras. “Então, quando você vê uma grande empresa que abre um processo seletivo você não se enxerga nela”, completou.

Marcos é filho de Marilene Pereira Madeira, que em toda sua vida profissional atuou como auxiliar de serviços gerais. De origem simples, Marilene estudou até o terceiro ano do ensino fundamental. O filho conta que dona Marilene sempre foi muito rígida quanto aos estudos e que desde de muito cedo foi estimulado a buscar alternativas profissionais para além da qual Marcos conhecia.

“Eu entrei primeiro na faculdade, e isso certamente causou um impacto com relação aos meus irmãos”, relembrou. “Depois minha irmã mais velha acabou entrando e até já se formou, e meu irmão mais novo ainda não entrou na faculdade, mas ele já tem essa referência dentro da casa dele que eu acho fundamental”, comemorou. Antes do cargo na cervejaria, o jovem trabalhava como dog walker - passeador de cães, em inglês - desde os 15 anos e custeava seus estudos com a função.

Mesmo com a vontade de mudar a sua realidade, indo pelo caminho indicado pela mãe, Marcos relata que as condições nunca eram as mesmas. “Sempre é tudo muito injusto quando nós estamos falando sobre negros e brancos”, enfatizou.

“Sempre vai ser injusto para a pessoa negra, porque ela está mil vezes atrás. Ela nunca parte da mesma linha de partida”. “Nós entendemos que os processos como injustos, porque a maior parte das experiências que as pessoas que estamos concorrendo tem a gente não tem”, desabafou Marcos, ao analisar como geralmente ocorre as seletivas.

A reflexão de Marcos, mostra-se similar a outros relatos vistos nas redes sociais. Atualmente trabalhando na Magazine Luiza como trainee, Emilene Lopes Angelo, contou a sua experiência com processos seletivos em seu perfil no LinkedIn e comemorou a iniciativa da empresa em promover uma seleção que oferece condições mais justas a pessoas que não tiveram as mesmas oportunidades.

No relato, Emilene diz que na reta final de sua graduação a sua meta era “ser trainee em uma grande empresa”, mas que uma das barreiras era o inglês avançado, um obstáculo na evolução nas seletivas. “E aí surgiu o programa da Magazine Luiza que pedia inglês intermediário e eu pensei 'não tenho nada a perder, vou tentar'. Passei pelo teste de inglês e assim fui sendo aprovada de etapa em etapa”, relembrou com felicidade.

O ano era 2015 e Emilene tinha sido aprovada para a turma daquele ano. “Essa foi a oportunidade de ouro da minha vida. Eu, preta e pobre, estava tendo a chance de entrar em um programa de jovens talentos em uma grande empresa”, disse, ao LeiaJá. Ao finalizar o relato, a profissional demonstra gratidão pela oportunidade que teve na "Magalu" e comemora o lançamento do programa trainee 2021, destinado apenas a pessoas negras.

Se formos basear as experiências trazidas em dados, iremos identificar que apenas 4,7% das posições executivas são ocupadas por pessoas negras, ou seja, ao passo que subimos na pirâmide dos cargos, menos representativa racial existe. Os dados são da Instituto Ethos e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Para ampliar os apontamentos, conversamos com a advogada e presidenta da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB/PE), Manoela Alves. A magistrada explica que “o artigo quinto da constituição vai falar que todos são iguais perante a lei, mas na prática sabemos que somos diferentes”.

Nesse sentido, iremos “entender essa igualdade como uma igualdade material, que é aquela que vai nos levar a entender que nós precisamos tratar desiguais de forma desigual na medida de sua desigualdade”, ou seja, através desse “tratamento desigual é que iríamos poder de fato igualar [as oportunidades]”, explica Manoela. “Então, é por isso que nós falamos hoje de equidade”, diz.

Como exemplo, há o modelo de seleção para pessoas negras realizada pela Ambev. Segundo a gerente de Gente e Gestão, Rosi Teixeira,  o programa fez o “exercício de olhar para nosso ambiente corporativo e identificamos, por exemplo, que a diversidade étnica e inclusão racial são pontos a serem desenvolvidos”.

Além da definição de público, outras mudanças foram feitas com o objetivo de oportunizar acessos aos jovens negros universitário dentro da cervejaria. “Além de eliminar o teste de inglês do processo de estágio, a cervejaria  adotou seleção às cegas, que não avalia idade, gênero, curso ou faculdade. A Ambev quer deixar nossas portas abertas e incluir cada vez mais pessoas e ajudá-las a se desenvolverem. A companhia não olha para o curso ou para a proficiência em inglês, porque o importante é o candidato ter 'fit' com a cultura - que estimula a curiosidade, incentiva que os talentos assumam desafios e tenham mentalidade de dono nos projetos”, explica Rosi. 

Para a advogada Manoela Alves, atitudes como essas vão além da empregabilidade. “O próprio Estatuto da Igualdade Racial também pressupõe o apoio às políticas afirmativas calcadas nas questões raciais numa perspectiva de garantir igualdade de oportunidades a todas pessoas, de todas as raças, dentro das instituições”, afirma a profissional. 

Manoela garante ainda  que não há ilegalidade com relação a processos seletivos destinados a um grupo social específicos. Pelo contrário: ela afirma que o Supremo Tribunal Federal (STF) “reconheceu a constitucionalidade de processo de cotas para pessoas negras acessarem o ensino superior”, por exemplo.

E reforça que “esse tipo de política não pode ser vista como uma política desmerecedora do trabalho ou da competência da população negra. Pelo contrário, precisa entender essas políticas afirmativas numa perspectiva de inclusão social e entender também numa perspectiva de garantir as mesmas oportunidades para todas e todos no contexto específico” que viabilize “mais uma oportunidade de ascender profissionalmente nos espaços das instituições corporativas”.

Repercussão

Visto com entusiasmo por muitos jovens negros, o anúncio de vagas voltadas apenas para grupos afrobrasileiros gerou debates em todo Brasil. Entre elogios e até processos no Ministério Público, alegando “racismo reverso”, pessoas da sociedade civil organizada expõem que o conceito é equivocado. 

“Sobre as pessoas que acusam a empresa de racismo: primeiro, elas não sabem o que é racismo; segundo, elas estam sendo racistas; e terceiro, elas não têm o mínimo de conhecimento e de percepção do que é desigualdade racial na sociedade brasileira, neste caso, o ‘racismo reverso’ não existe”, detalhou Adrielly Gomes, ativista do movimento negro e graduanda em letras. “Essas pessoas estão agindo de má-fé e estão extremamente equivocadas”, pontuou.

Adrielly vai além e explica que é importante entender que o “racismo estrutural não fala só de pessoas especificamente e não só de instituições especificamente, nos está falando de uma sociedade como um todo”.

Nesse sentido, “as instituições e as pessoas são materializadas através da estrutura social, essa estrutura que nega direitos para as pessoas negras e indígenas em prol de grupos raciais dominantes, que são as pessoas brancas. Isso Silvio Almeida explica muito bem no livro 'Racismo Estrutural', inclusive”, conclui.

A ativista também aponta que ao “ver instituições tendo que abrir vagas especificamente para pessoas negras, já sabe que tem alguma coisa errada”, pois se há uma necessidade de promover ações como essas “é porque existe uma sociedade que ainda é pautada pela desigualdade racial, que pessoas negras ainda estão em desvantagem em relação às pessoas brancas”. 

Apesar da críticas negativas sobre a iniciativa, e diante do racismo estrutural, a gestora de Gente da Ambev, Rosi Teixeira, revela que a empresa continuará com o compromisso de ser “agente dessa mudança e ajudar na promoção de um ambiente cada vez mais diverso e inclusivo”.

“Estamos trilhando um caminho de evolução quando falamos sobre diversidade étnica e racial na companhia hoje. Até o momento, 49% da população da Ambev é negra ou parda, sendo 30% fazendo parte da nossa liderança, mas, nossa preocupação central é justamente construir uma cervejaria cada vez mais diversa”, diz Rosi, ao celebrar o resultado.

O resultado colocado pela gestora foi um dos primeiros pontos observados pelo estagiário Marcos Madeira durante a seletiva. O jovem conta que durante a entrevista presencial, ao notar a diversidade posta no grupo avaliador, sentiu que poderia se sentir acolhido no ambiente.

Passos para o futuro

Perguntados sobre a possibilidade de haver novos processos destinados a pessoas negras, a Ambev informou que há planos de “ampliar a representatividade étnica em nosso quadro, por isso, estender a seleção ao Programa de Trainee não é algo distante, mas uma proposta que pode ser estudada em um futuro próximo”.

Desempenhando um papel na área de comunicação externa e interna, Marcos continua investindo como pode em sua preparação para novas possibilidades profissionais. “Dentre meus planos na companhia, o meu próximo passo é ser trainee, e ir para algum cargo de liderança”, projetou o funcionário.

Em avaliação final, a presidenta da Comissão de Igualdade Racial da OAB/PE indica esse caminho como rico para a corporação, e fomenta que atitudes como essas auxiliam na desestruturação do racismo nas empresas saindo do lugar de  subalternidade através da equidade.

Contudo, Manoela, ressalta que “precisamos de diversidade de todas as naturezas, sendo de raça, gênero, posicionamento político e filosóficos, religiosos, pois nós somos diversas e diversos”, enumera. Em resumo, a advogada reforça que essa convivência plural deve se dar de forma respeitosa como um todo.

A editora Piraporiando, através do Programa de Educação para a Diversidade, oferece gratuitamente o e-book “Conteúdo antirracista para crianças e educadores”. O material, dividido em quatro categorias, é destinado educadores e pais, pretende combater a intolerância.  

Janine Rodrigues, fundadora da Piraporiando, explica que “este conteúdo é para aqueles que querem somar forças na educação antirracista, que compreenda que crianças negras, brancas e de todas as etnias precisam enxergar o negro na posição de protagonista de sua própria história, como aquele que, dentre outras coisas, produz conhecimento”.

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Com foco principal na educação básica, a seleção reúne 10 obras literárias afro-brasileiras para crianças, 6 referências de projetos de educação antirracista para aplicar em casa e em ambiente escolar, 10 vídeos para educadores, 10 filmes e clipes para crianças, todas as indicações com protagonismo negro.

Para adquirir o material é necessário preencher um formulário on-line, através do site da Piraporiando.

"Não houve conscientização. Pelo contrário", afirma a pesquisadora Meredith Clark sobre os protestos contra o racismo, tanto nas ruas dos Estados Unidos quanto nas redes sociais, após a morte de George Floyd, asfixiado por um policial.

Graças às plataformas, "as pessoas se sentem incomodadas. Veem o racismo em suas caras, reconhecem-se e reconhecem as vítimas. São afetadas. Mas a sua compreensão continua sendo superficial", diz Meredith, especialistas em mídias da Universidade da Virgínia.

Apesar das ações do movimento "Black Lives Matter", os intelectuais negros americanos apontam os limites das redes sociais. Eles duvidam, por exemplo, que a divulgação de vídeos que mostram a violência policial faça a opinião pública evoluir além de gerar reações viscerais. "É bom que possamos presenciar e acumular provas, mas se você está apenas no choque do momento, não tem tempo de refletir sobre os padrões", observa a professora da Universidade de Albany Kyra Gaunt.

A história de cidadãos negros mortos em contexto policial se repete. E a raiva gera distúrbios. "Queremos compartilhar vídeos repetidas vezes, porque é tão brutal, mas, ao mesmo tempo, não queremos, porque é traumatizante, e aí isto se torna normal", reflete a professora.

- 'Black Twitter' -

Kyra, uma etnomusicóloga, lembra que, antes, as redes sociais inspiravam um sentimento de liberdade. "Era uma forma de aqueles de nós que nunca haviam tido uma audiência, que se importavam com o que estávamos falando, muitos de nós acadêmicos negros e estudantes negros e ativistas sociais que encontraram seu caminho no Twitter, de termos uma voz pública. É uma forma de liberdade onde eu posso falar o que penso como uma pessoa de ascendência africana e não sentir que tenho que me censurar como quando estou cara a cara e sou a única pessoa negra na sala", comenta.

Kyra integra o chamado "Black Twitter", uma comunidade informal nascida no fim da década de 2000. "Eu reconhecia ali a minha humanidade. Reconhecia a experiência marginalizada transmitida pelo nosso tuíte", lembra.

Dez anos depois, ela deplora a desinformação que "engole a verdade". Outros não se conformam com as plataformas por que elas não eliminam as barreiras raciais e sociais, e sim as reproduzem.

"O principal problema de plataformas como o Facebook é que ficamos dentro de nossa caixa de ressonância", alerta a jornalista e escritora Joshunda Sanders. "Se na vida real você não socializa com negros, ou até socializa, mas é improvável que os mesmos te contem suas experiências racistas ou as pequenas agressões que costumam sofrer, então você não sabe a que eles estão expostos", afirma.

- Negro, militante -

Mas não há alternativa e a militância nas redes sociais tende a se impor de fato. "Estamos em uma posição de constante luta e conflito para sermos vistos como seres humanos, para sermos compreendidos como qualquer um, mas, ao mesmo tempo, temos que continuar com nossas vidas", assinala Meredith Clark, citando a "dupla consciência" da qual falava o sociólogo americano e ativista dos direitos civis William Edward Burghardt Du Bois.

Segundo Burghardt (1868-1963), os negros vivem com a percepção que os "não-negros" têm deles, além de sua própria percepção de si próprios.

"Viver e ser quem sou e neste corpo é uma forma de ativismo", reflete Redbone, artista do gênero burlesco. Instalada em San Francisco, mas originária de Minneapolis, ela vacilou antes das manifestações pela morte de George Floyd.

"Eu me questionava sobre o que fazer", diz, assinalando que, através das redes sociais, uma amiga a encorajou a reagir. Ela lembra que estava concentrada em sua rotina "e não prestava atenção no que havia diante dos meus olhos".

Como muitos artistas negros, Redbone busca arrecadar dinheiro através do Instagram e mobilizar sua comunidade a empreender ações como enviar cartas a autoridades, lançar petições ou divulgar conteúdos educativos. "Já sou ativista, ao mesmo tempo que produtora, negra e gay, fazendo o que amo. Mas isso não é suficiente."

O bloco afro Olodum completou nesta terça-feira (25) 38 anos de fundação. O aniversário foi marcado pela assinatura de termo de compromisso com o governo da Bahia para criação do acervo digital do Centro de Documentação e Memória do Olodum. A partir da digitalização, imagens, áudios e documentos do bloco estarão disponíveis online em um portal na internet.

No total, 234 mil peças devem compor o acervo digital do Olodum, como adereços, abadás, livros, documentos, fitas cassete e vídeos que narram a trajetória do bloco, além de discos de ouro, troféus, medalhas e homenagens recebidas em vários países.

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O termo foi assinado pela secretária de Promoção da Igualdade Racial da Bahia, Fábia Reys, e pelo presidente do Olodum, João Jorge Rodrigues.

“É uma ação extremamente importante, que resgata toda a história da transformação do Olodum, de todos os trabalhos sociais que ele tem feito. Isso reforça o papel dele [Olodum] no processo educacional, ao reconhecer todo esse processo voltado para a formação de jovens entre15 e 19 anos, de percussão, de dança afro, da memória do povo negro da Bahia. A gente parabeniza a história do Olodum, que é o nosso grande patrimônio da Bahia”, disse a secretária.

O Olodum desenvolve atividades de combate ao racismo e de incentivo à cultura entre jovens negros.

“Estamos devolvendo à nossa cidade e ao nosso estado um pouco do que a gente acumulou, agora em forma de documentos digitais, que terão uma visão mais ampla das fantasias, dos momentos, dos memoriais, das músicas e dos fatos históricos que nós vivemos. Recebemos aqui Nelson Mandela, Paul Simon, Michael Jackson, e isso foi fundamental para abrir a Bahia para o mundo. Cabe ao Olodum repercutir esse conhecimento e devolvê-lo à Bahia e ao mundo de uma forma mais moderna e digital”, disse o presidente do bloco, que destacou o aproveitamento do portal para a educação formal.

“Vai ser importante para educação escolar, em conhecimentos como o de Madagascar, do Egito, da Etiópia. Os estudantes poderão aprender por uma plataforma que cabe na mão. A oferta de conteúdo vai ajudar um pouco na formação dessas pessoas”, acrescentou João Jorge.

Ativistas de um grupo criado para protestar contra a violência policial contra os negros nos Estados Unidos invadiram a pista do aeroporto London's City, o que obrigou o desvio de vários voos. A polícia negociava com os nove ativistas do Black Lives Matter (BLM, As Vidas dos Negros Importam) que se acorrentaram na pista.

"Esperamos a chegada do material especial para retirar os manifestantes", destacou a polícia. O aeroporto informou sobre problemas em todos os voos por culpa dos protestos.

Os volos foram desviados para os aeroportos londrinos de Southend e Gatwick. A unidade britânica do Black Lives Matter reivindicou o protesto alegando que desejava chamar a atenção para "o impacto da poluição britânica" nos países africanos.

"Sete dos 10 países mais afetados pela mudança climática estão na África subsaariana", afirmou o grupo.

A presidenta Dilma Rousseff (PT) elogiou, nesta segunda-feira (28), a atitude do jogador brasileiro Daniel Alves e condenou a prática do racismo no futebol. Para a presidente, o atleta deu uma "resposta ousada e forte" aos que cometem este tipo de crime na prática esportiva. O brasileiro foi vítima de um episódio racista, nesse domingo (27), durante uma partida de futebol. Alves  se preparava para uma jogada, quando a torcida atirou uma banana no campo. O jogador descascou e comeu a fruta.

“O jogador Daniel Alves deu uma resposta ousada e forte ao racismo no esporte. Diante de uma atitude que infelizmente tem se tornado comum nos estádios, Daniel Alves teve atitude”, cravou a petista, ao comentar o assunto no seu perfil do twitter. A presidente também confirmou a adesão a uma campanha #somostodosmacacos, lançada pelo jogador Neymar. E já atraiu milhares de internautas.  “Neymar lançou a campanha "#somostodosmacacos" para mostrar que temos todos a mesma origem e que nada nos difere, a não ser nossa tolerância com o outro”, disse.

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Dilma contou ainda sobre o desejo dela de ter no Brasil uma Copa do Mundo livre do preconceito racial. “O Brasil na #CopaDasCopas levanta a bandeira do combate à discriminação racial. Vamos mostrar que nossa força, no futebol e na vida, vem da nossa diversidade étnica e dela nos orgulhamos. #CopaSemRacismo”, escreveu a presidente. 

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