Tópicos | Alto Zé do Pinho

"Punkrock, hardcore, sabe onde é que faz? Lá no Alto Zé do Pinho!". Os versos são da Devotos, banda pernambucana que se diferencia não só pelo peso de seu som, mas por ter conquistado uma carreira sólida - de 28 anos - com a mesma formação de origem e sem sair de sua comunidade, cantada na música que abre esta matéria e em tantas outras de seu repertório. A Devotos mostra a força do seu som em um show, nesta sexta (15), no Estelita. A Plugins também sobe ao palco para completar a noite. 

Apesar de ter sido incluída no rol de bandas 'mangue' de Pernambuco, a Devotos surgiu bem antes do Manguebeat, quando em 1988, Cannibal (vocalista e baixista), Celo (baterista) e Neílton (guitarrista), se juntaram no Alto José do Pinho - comunidade periférica do Recife onde moravam e moram ainda, ou mantém suas raízes - pela vontade de se comunicar através da música. "O Devotos foi uma banda feita para falar sobre seu cotidiano e até hoje é assim. A gente não faz por obrigação", diz o vocalista Cannibal. Influenciados pelo movimento punk de São Paulo, eles fundaram um grupo musical que, anos mais tarde, viria a ser referência na cena underground pernambucana e, sobretudo, na sua própria comunidade.

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Oriundos de um lugar inundado de cultura popular - o Alto é casa de agremiações de maracatu de baque virado, caboclinho e afoxés, entre outros - os caras souberam se colocar neste meio e extrair dele elementos que somaram na sua música e imagem. Para o jornalista Wilfred Gadêlha, especialista nas cenas do metal e punk pernambucanos, este é um dos trunfos da Devotos: "Eles conseguiram uma interação com outras cenas que não só a do punk, souberam interagir muito inteligentemente com o Mangue e foi aí que eles cresceram, conseguindo agregar mais público por conta desse ecletismo".

Outro diferencial da banda é não ter deixado seu Estado de origem para tentar a carreira nos grandes eixos, como é comum de se ver no meio musical local. A Devotos preferiu ficar em casa e fazer disso uma verdadeira bandeira. Eles construíram um caminho de parceria com sua comunidade e o trabalho social fluiu naturalmente. A Rádio comunitária Alto Falante - idealizada por eles e outros músicos da localidade - deu voz à comunidade e às bandas que não param de nascer na periferia. Este movimento mudou a imagem do Alto e acabou por levar pessoas de diferentes lugares e classes até lá. "O devotos consegue provar q você consegue ser da periferia e nao ser taxado de marginal, pra molecada que cresce lá isso é essencial. Eles são um exemplo para a comunidade", afirma Wilfred.

Se não abandonaram as raízes, os Devotos por outro lado expandiram seu horizonte, e o de diversas bandas que se espelharam neles nestas quase três décadas de um som rápido, pesado e contundente. Já foram várias as turnês pelo Brasil e por diversos outros países, onde a banda tem público cativo.


Novo disco

Após um hiato de quatro anos sem lançar discos, a Devotos se prepara para a chegada de um novo trabalho com previsão de lançamento para setembro de 2016. Ainda em estúdio, o CD está sendo composto à medida que as gravações avançam: "É um disco meio caldo de cana", brinca o baterista Celo. O álbum é de inéditas e será lançado nos formatos de CD e vinil, no Brasil e na Europa. No show desta sexta(15), a banda antecipa o que vem por aí e manda duas músicas do novo disco para saciar a curiosidade dos fãs. Assista ao vídeo da entrevista com trio que forma a Devotos. 

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Confira este e outros eventos na Agenda LeiaJá.

Serviço

Devotos

Sexta (15) | 22h

Estelita  (Av. Saturnino de Brito, 385 - Cabanga)

R$ 15

O Centro Social Dom João Costa, no Alto Zé do Pinho, Zona Norte do Recife, receberá na próxima sexta-feira (27) a exibição de documentários e reportagens de rádio que foram realizados pelos alunos dos cursos de Comunicação Comunitária, projeto da TV Capibaribe em associação com a Rádio Alto-Falante. As sessões dos trabalhos, que tiveram como tema a cultura pernambucana e brasileira, terão início às 15h. A entrada é gratuita e aberta ao público.

Realizados com patrocínio do Funcultura, os cursos tiveram duração de três meses e atingiram cerca de 250 alunos de comunidades do Recife. Os primeiros programas a serem exibidos serão o Voz Comunitária e Voz da Rua, com a participação de Beth de Oxum, Cajú e Napoleão Assunção. 

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Às 17h, o público poderá conferir os documentários Tu Visse a Cultura do Alto e Resistência Cultural, que abordam as questões da cultura e da comunicação nas comunidades envolvidas pelo projeto. Os vídeos contam com belas imagens de apresentações e entrevistas com o Maracatu Estrela Brilhante, o Afoxé Ylê de Egbá e a Escola de Samba Unidos do Escailabe, entre outros.

Serviço

Exibição de documentários e programas de rádio dos cursos de Comunicação Comunitária

Sexta (27) | 15h

Centro Social Dom João Costa (Rua Acaica, 70 – Alto do Zé do Pinho)

Gratuito

(81) 9472 8789

Desde segunda-feira (2) está sendo realizado a 10ª edição do Festival de Teatro de Rua do Recife, com a participação de grupos cênicos de várias regiões do país. Até sábado (7) o público ainda vai poder conferir espetáculos nos bairros de Santo Antônio, Coque, Mustardinha e Alto Zé do Pinho. A entrada é aberta ao público.

Nesta sexta-feira (6), às 16h, o grupo Arte e Riso (RN) apresenta o espetáculo Quem Aposta Come Brocha, na Praça do Diário (Bairro de Santo Antônio). No mesmo horário, mas na Praça Ator Barreto Junior (Coque), será realizada a peça Fabulário, da Cia Máscaras de Teatro (PE). Às 20h, a Academia da Cidade de Mustardinha recebe o espetáculo Cuscuz Fedegoso, do grupo Buraco d'Oráculo (SP).

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No sábado (7), o Buraco d'Oráculo leva a mesma peça à Praça do Diário, às 16h. Já no Alto Zé do Pinho, na Rua Cecília Reis, às 19h, será exibido o documentário Festival de Teatro de Rua do Recife – 10 Anos de Arte Pública, produzido Coletivo de Jovens Educadores. Em seguida, às 20h, o POESIS, grupo cultural do bairro, apresenta a Intervenção poética. O encerramento acontece às 21h, com apresentações musicais.

Este ano o evento homenageia Cafuringa e o seu boneco Joãozinho, o Grupo Teimosinho, Erikson Luna, Velho Dengoso, Mestre Inácio, Amir Haddad e Junio Santos, ícones da cultura de rua.

Programação

Sexta (6) 

16h: Arte e Riso (RN) - Quem Aposta Come Brocha

Praça do Diário (Santo Antônio) 

16h: Cia Máscaras de Teatro (PE) – Fabulário

Praça Ator Barreto Junior (Coque) 

20h: Buraco d'Oráculo (SP) - Cuscuz Fedegoso

Academia da Cidade de Mustardinha

Sábado (7)

16h: Buraco d'Oráculo (SP) - Cuscuz Fedegoso

Praça do Diário (Santo Antônio) 

19h: Exibição do documentário Festival de Teatro de Rua do Recife – 10 Anos de Arte Pública

Rua Cecília Reis, Alto José do Pinho

20h: POESIS, grupo Cultural do Alto José do Pinho - Intervenção poética

Rua Cecília Reis, Alto José do Pinho

21h: Festa de encerramento do festival - Banda Vôte o Que é Isso?

Rua Cecília Reis, Alto José do Pinho

Serviço

10° Festival de Teatro de Rua do Recife

Até sábado (7) | 16h, 19h e 20h

Bairro de Santo Antônio, Coque, Mustardinha e Alto Zé do Pinho

Gratuito

Desde sua formação, em 2009, a banda Babi Jaques & Os Sicilianos acumula 17 prêmios. O grupo recifense já circulou por 17 Estados das cinco regiões do Brasil, tendo participado de importantes eventos como Abril Pro Rock, Festival Pré-Amp e WebFestvalda. Deste último, aliás, saiu vencedor. A cantora Babi Jaques e seus 'sicilianos' embarcam agora na terceira turnê do ano, e ainda realiza shows fora do país, na Argentina. Para esta turnê, que se inicia nesta sexta (1°) em São Luiz (MA), estão agendadas 22 apresentações.

O sucesso da banda tem muito a ver com as estratégias usadas dentro e fora do palco. Investindo em um ambiente ambiente teatral, com ares de cinema em preto e branco e cuidado especial com o figurino, os Sicilianos têm conseguido se diferenciar e agradar com shows perfomáticos e cuidadosamente elaborados. Fora do palco, os integrantes criaram uma rotina de divisão de tarefas e autoprodução que gerou a produtora Coisa Nostra.

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Coisa Nostra é também o nome do primeiro disco do grupo, que criou uma ambientação própria para suas ideias. Na cidade fictícia Nostrife, já fizeram um documentário e se preparam para lançar até histórias em quadrinhos inspirados no universo da banda.

O baixista Thiago Lasserre conversou com o LeiaJá nesta nesta quarta-feira (30), no pé do Alto Zé do Pinho, na casa que funciona como produtora e estúdio do grupo, enquanto a banda cuidada dos últimos preparativos para iniciar a série de apresentações pelo Brasil e Argentina. Laserre explica um pouco do que é o universo criativo da banda e como o grupo se organizou como uma produtora para viabilizar o trabalho.

Como definir a Coisa Nostra?

Acho que cada vez mais há um diálogo entre o que queremos passar para o público e o nosso som. O principal hoje é a criação enquanto renovação do pensamento. Uma de nossas ideias atuais é desenvolver uma estética diferente para o palco porque a gente se posiciona lá de outra maneira. É pro cara que for assistir ao show entrar no clima mesmo. Todas as coisas, até a parte técnica da gente, dialogam com a história que a gente quer apresentar.

E que história é essa? Como foi idealizada a cidade fictícia Nostrife e o conceito da banda?

Essa 'viagem' surgiu porque estamos tentando fazer o teatro ganhar cada vez mais força no nosso trabalho. Percebemos também que era necessário desenhar os personagens. O enredo desde o começo tem um ar meio Tim Burton. Inclusive algumas coisas do nosso contexto tem muita influência do cinema, como o Poderoso Chefão, mas num contexto lúdico. Tudo aqui tem símbolo de algo que parte do real. Cada personagem representa um nicho de Nostrife, que é o mundo criado pela gente.

Uma onda que está dando força a isso é que a gente agora vai controlar toda a luz no palco a partir do computador. Vamos poder escolher a cor de cada música, enfatizar alguma situação, entre outras brincadeiras. Cada um tem uma luz amarela, todos tem uma luz de chão e a gente tem duas gerais que dão a cor. Elas se combinam com os ritmos também. Este é um grande lance que vai dar uma força visual.

Divulgação/Marcos BrunoComo é a mistura de outros formatos artísticos com a música da Babi Jaques e os Sicilianos?

A ideia é ultrapassar também o show. A gente vai lançar uma série de gibis que Well (guitarrista) desenha. Ele já fez o primeiro capítulo e através deles a pessoa vai começar a entender um pouco do contexto e da viagem disso tudo que a gente inventou. Vamos também tentar criar várias linguagens. A gente vai lançar uma série de vídeos cujo foco é a música, mas que dão vazão aos personagens. Fizemos seis vídeos: dois que falam do geral e quatro que representam os personagens, e as filmagens foram em locais com a cara deles. Eu, por exemplo, filmei numa casa toda em ruínas, um diálogo com meu personagem que é nostálgico, da Nostrife Velho. Isso vai fazer com que o público entenda mais um pouco sobre o que vem por trás da música.

Cada vez mais a gente tem trazido outros elementos além da música. O cara pode não curtir a banda, mas pode gostar do clipe, do gibi, da questão estética, do documentário que a gente fez. A gente quer é dialogar. Cada vez mais queremos também trabalhar com o cinema, haja vista que a pessoa hoje não escuta mais música, ela vê vídeo. Eu não tenho a mínima ideia de onde queremos chegar e onde isso vai parar.

Como é a rotina de trabalho da banda? Como são divididas as funções e como é que acontece a criação artística de vocês?

Isso aqui (o estúdio da banda) de alguma forma ajuda a gente a esquecer da doidice que é viver. Aqui temos uma liberdade muito grande para poder criar. Não se trata de grana, é chegar e fazer o que se gosta de fazer. A gente produz tudo e todas as funções são bem divididas. É tudo concentrado na gente, tanto que existe agora a (produtora) Coisa Nostra pra dar esse auxilio. Chegamos num estágio em que não dá pra fazer tudo sozinho e estamos fazendo parcerias com outras pessoas e produtoras para poder crescer mais. Atualmente, a maior dificuldade nossa é a questão da sustentabilidade. Eu queria que a gente conseguisse pagar mais coisas que são necessárias para a manutenção do nosso trabalho. Esse tem sido o nosso maior calo.

Como é a sistemática da produção independente que vocês desenvolveram?

Até agora a gente não aprovou um projeto sequer. Na verdade, a gente gasta muito mais tempo pra produzir do que pra tocar. Ninguém bate na porta da gente querendo contratar o nosso show. A gente corre atrás, de fato, diariamente, insistindo bastante nos editais dos ciclos festivos de todo o Brasil. Outra coisa é que a gente trabalha com vários tipos de possibilidades. Dialoga com produção privada, com prefeitura, isso dentro de uma limitação. Esta é a terceira turnê nacional que a gente faz só esse ano. Chegamos a bater no Uruguai, e foi bacana pra caramba. Só foi ruim quando o carro quebrou e a gente levou um ‘fumo’ de grana. Mas foi legal sair do país. A gente tocou em cinco lugares, todos em Montevidéu. Foi bem bacana a resposta do público porque o pessoal de lá curte a música brasileira.

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A banda Babi Jaques & Os Sicilianos entra em turnê nacional pela terceira vez em 2013 para apresentar seu mais recente álbum, intitulado Coisa Nostra. Desta vez, com 22 shows marcados, os recifenses vão passar por três estados do Nordeste, São Paulo, Minas Gerais e ainda viajam para a Argentina, onde fazem quatro shows. A turnê já começa neste sábado, em São Luiz do Maranhão, e encerra no dia 15 de dezembro, em Ipatinga (MG).

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Thiago Lasserre, baixista do grupo, deu uma entrevista exclusiva ao LeiaJá nesta quarta-feira (29), momentos antes da banda pegar a estrada. O encontro aconteceu na casa do artista, localizada no Alto Zé do Pinho, Zona Norte do Recife, onde também fica o estúdio e a produtora deles. “O principal hoje na vida da gente é a história da criação enquanto renovação do pensamento. Acho que cada vez mais há diálogo entre o que queremos passar e o nosso som. A ideia é ultrapassar o show e se relacionar com outras linguagens”, comentou.

Com um trabalho que envolve diversas atividades artísticas num único trabalho, como artes visuais, cênicas, cinema e música, Babi Jaques & Os Sicilianos trazem à cena um grupo de mafiosos sicilianos que vive numa cidade fictícia chamada Nostrife. “Cada vez mais a gente tem trazido outros diálogos que não seja só a música. O cara pode não curtir a banda, mas pode gostar do clipe, do gibi que estamos montando, da questão estética, do documentário que a gente fez. O que queremos é dialogar”.

Segundo o baixista, todo o cenário do show faz parte desse contexto inventado pelo grupo, que surgiu da tentativa de investir mais nas performances teatrais. “A história desde o começo tem um ar parecido com os filmes de Tim Burton. Nosso contexto tem muita influência do cinema como, por exemplo, o Poderoso Chefão, mas num contexto mais lúdico”, disse Thiago. Além dele, a banda é formada por Alexandre Barros (bateria), Babi Jaques (voz) e Well (guitarra). O grupo, nascido em 2009, já passou pelas cinco regiões do Brasil e 17 estados e conquistou 17 premiações.

Quem realiza esta turnê é a Coisa Nostra Produções, fundada pela própria banda com o objetivo de facilitar a produção do grupo. Além disso, eles agora contam com o apoio da Garatuja Comunicação e Cultura. “A gente chegou num estágio que não dá pra fazer tudo sozinho e estamos construindo parcerias com outras pessoas e produtoras pra crescer mais”, avaliou Thiago.

Na noite desta segunda-feira (20), a banda pernambucana de rap Viruz se apresentou no Polo Alto José do Pinho, Zona Norte do Recife.

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