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O ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB), condenado a 20 anos e um mês por peculato e lavagem de dinheiro no processo do Mensalão tucano, fez um novo apelo por liberdade ao Supremo Tribunal Federal. Preso em cela especial no Corpo de Bombeiros de Belo Horizonte, ele quer responder o processo em liberdade até julgamento de seu recurso ao Superior Tribunal de Justiça.

Segundo o advogado Maurício de Oliveira Campos Júnior, o recurso especial contra a condenação já foi admitido pelo Superior Tribunal de Justiça e aguarda tramitação, "circunstância que se amolda como luva aos requisitos legais do periculum in mora e do fumus boni iuris a justificar a concessão de efeito suspensivo".

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"Vale reiterar, a propósito, que foi justamente quanto a este último tópico que o recurso especial foi admitido pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, o que só reforça a fumaça do bom direito essencial à concessão do efeito suspensivo em quaisquer das instâncias, suspendendo-se a execução provisória da pena em virtude da forte tendência da mesma sofrer modificação", escreve.

O recurso especial foi processado pelo STJ e está sob relatoria do ministro Jorge Mussi. A defesa entrou com pedido para que o apelo tenha efeito suspensivo sobre a execução da pena, que foi indeferido pelo relator. Inconformados, os advogados pediram reconsideração ao presidente da Corte, João Otávio de Noronha, que também rejeitou. Contra as decisões, moveu habeas corpus, que já foi também indeferido pelo STJ. Agora, os advogados recorrem ao STF.

Condenação

Azeredo cumpre pena em regime fechado desde maio de 2018, quando o Tribunal de Justiça de Minas Gerais rejeitou seu último apelo possível à segunda instância. Ele foi sentenciado por supostamente ser um dos principais articuladores de esquema que desviava recursos do Banco do Estado de Minas Gerais e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais em benefício de sua campanha de reeleição, em 2998. Na disputa, o tucano foi derrotado por Itamar Franco. O esquema segundo MP utilizava agências de publicidade de Marcos Valério para a movimentação dos recursos.

Último apelo

Em 22 de maio de 2018, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), rejeitou, por 5 a 0, o último recurso cabível contra a condenação do ex-governador de Minas Gerais. Os magistrados determinaram ainda emissão imediata de mandado de prisão contra o tucano. Por 4 a 1, desembargadores rejeitaram pedido da defesa para que o tucano aguardasse em liberdade o julgamento de embargos declaratórios.

Azeredo chegou a ser considerado foragido, mas se entregou na tarde do dia seguinte da ordem de prisão. O tucano conseguiu na Justiça o direito de ficar preso em unidade da Polícia Militar de Minas Gerais sem a necessidade da utilização de uniforme do sistema prisional do Estado.

O juiz da Vara de Execuções Penais de Belo Horizonte, Luiz Carlos Rezende e Santos, elencou as condições da prisão do tucano, que incluem o cumprimento da pena em uma Sala Especial e o uso de suas próprias roupas. Também está proibido o uso de algemas no tucano, "salvo em situações excepcionalíssimas".

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) confirmou nesta quarta-feira, 23, a condenação de primeira instância do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB), acusado dos crimes de lavagem de dinheiro e peculato, no esquema conhecido como mensalão mineiro.

O julgamento foi concluído por volta de 0h30 desta quarta. Dois desembargadores votaram pela manutenção da decisão de primeiro grau e um, contra. A pena da sentença proferida em dezembro de 2015 foi reduzida de 20 anos e 10 meses de prisão para 20 anos e 1 mês. O tucano vai recorrer em liberdade.

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Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), o ex-presidente do PSDB participou de desvios de dinheiro de estatais para abastecer sua campanha à reeleição ao governo em 1998 - ele perdeu a disputa para Itamar Franco.

Na sustentação oral, o procurador Antonio de Pádua Marques Júnior afirmou que Azeredo "tinha toda a compreensão do que estava se passando".

O procurador afirmou ainda ter ficado provado que o tucano se reuniu com o empresário Marcos Valério, acusado de repassar por meio de suas empresas de publicidade recursos para a campanha de Azeredo. "Há ainda 72 ligações (telefônicas) entre Marcos Valério e Azeredo", afirmou.

O advogado do tucano, Castellar Modesto Guimarães, também em sustentação, afirmou que as ligações telefônicas "surgiram muito tempo depois" e que o MPE desprezou provas importantes no processo que poderiam afastar o tucano de envolvimento no esquema. "Azeredo vive um martírio sem explicação", disse. "Vamos aguardar a publicação da decisão para avaliarmos os recursos a serem impetrados. Esperamos a reforma da sentença."

Na denúncia contra Azeredo, de 2007, o MPE afirmou que o tucano, como governador, participou do desvio de R$ 3,5 milhões de estatais como a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) para sua campanha. Os recursos foram repassados pelas empresas de publicidade de Marcos Valério, condenado a 37 anos de prisão pela participação no mensalão federal, que veio à tona no governo Lula.

Em fevereiro de 2014, já réu no mensalão mineiro, o tucano, que à época era deputado, renunciou ao cargo, o que fez com que o processo fosse enviado à primeira instância, em Minas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A defesa do ex-presidente do PSDB e ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo, condenado a 20 anos e 10 meses de prisão no mensalão do PSDB, afirmou na apelação encaminhada nesta segunda-feira, 9, ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que a responsabilidade pela captação de recursos de publicidade de estatais mineiras durante sua reeleição em 1998 foi do publicitário Eduardo Guedes.

Guedes foi secretário de comunicação de Azeredo e, de 2009 a 2014, prestou serviços à Executiva Nacional do PSDB e atuou como conselheiro e assessor próximo do atual presidente da sigla, senador Aécio Neves.

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Em 61 páginas, o recurso dos criminalistas Castellar Modesto Guimarães Filho e Castellar Modesto Guimarães Neto pede a absolvição do tucano, condenado em dezembro do ano passado pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. Ele foi o primeiro nome do partido condenado por envolvimento no escândalo envolvimento no escândalo envolvendo Marcos Valério, sentenciado a 37 anos de prisão por atuar como operador do esquema petista no governo federal durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Tribunal não tem data para julgar o caso de Azeredo e, caso decida por manter a condenação, ele já pode ter de cumprir pena na prisão.

"Em sentido diverso do sustentado pelo Ministério Público Federal, a prova dos autos atestou, com absoluta clareza, que a solicitação para a destinação de verba a título de patrocínio, se deu única e exclusivamente por ato de Eduardo Guedes, então Secretário de Estado Adjunto de Comunicação Social", afirmam os defensores do tucano.

Na época secretário do governo Azeredo, Guedes atuou para captar recursos de estatais mineiras para os eventos esportivos Enduro da Independência, Mundial de Supercross e Iron Biker. Os eventos foram patrocinados pelas estatais Comig (Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais, atualmente Codemig), Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) e o extinto Bemge (Banco do Estado de Minas Gerais, privatizado em 1998).

Os patrocínios foram operados por meio da SMP&B Comunicação e da DNA propaganda, usadas por Marcos Valério para abastecer os esquemas tucanos que, segundo um MPF serviu como "laboratório" para o do PT. Segundo a sentença em primeira instância, teriam sido desviados destes contratos ao menos R$ 3,5 milhões do dinheiro da publicidade para o caixa 2 da campanha à reeleição de Azeredo, que acabou derrotado por Itamar Franco.

Guedes é réu em outra ação do mensalão mineiro, acusado de peculato e lavagem justamente por ter atuado para captar os recursos, e seu interrogatório está marcado para o dia 10 de junho. Sua empresa manteve contrato com o PSDB de 2009 a 2014, ano em que ele deixou de assessorar Aécio e a Executiva Nacional do PSDB para evitar a exposição política do tema durante o período eleitoral.

A defesa de Azeredo afirma que as acusações do Ministério Público Federal se baseiam apenas em "presunções", reiteram os argumentos de que Azeredo não tinha conhecimento da movimentação financeira de sua campanha eleitoral e responsabiliza, além de Guedes pelos patrocínios das estatais, o então tesoureiro da campanha Cláudio Mourão pela captação de recursos junto ao operador do mensalão Marcos Valério. Tudo isso, segundo os advogados, teria ocorrido sem o conhecimento do tucano na época.

"Em razão da plena delegação de poderes, o recorrente não tomou conhecimento dos empréstimos disponibilizados por Cláudio Mourão, à época de sua candidatura, fato que foi levado ao seu conhecimento apenas findas as eleições", diz a apelação. "Percebe-se, com absoluta clareza, que as afirmações da acusação decorrem de absoluta presunção, inexistindo nos autos qualquer prova segura que as alicerce", seguem os defensores alegando que não há prova para responsabilizar o tucano.

Além disso, os defensores de Azeredo, pedem que, caso o Tribunal de Justiça não absolva o ex-governador de Minas, seja concedida pelo menos a redução de sua pena, a mais dura para um político do mensalão.

A reportagem tentou contato com Eduardo Guedes mas ele ainda não retornou. Cláudio Mourão não foi localizado para comentar o caso.

A assessoria de Aécio diz que o senador "desconhece o assunto e não guarda com ele nenhuma relação".

A Justiça mineira deve decidir nas próximas semanas a situação do ex-deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG), acusado de envolvimento no chamado mensalão mineiro. O processo contra o tucano que tramitava no Supremo Tribunal Federal (STF) já foi recebido no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, mas, foi distribuído para um juiz diferente da que já está encarregada de julgar outros oito réus que também são acusados de participarem do esquema, em processo que tramita desde 2009 na 9ª Vara Criminal.

A ação contra Azeredo foi distribuída para a 11ª Vara Criminal do fórum e o juiz Marcos Henrique Caldeira Brant já abriu vistas para o Ministério Público Estadual (MPE) se pronunciar sobre o caso. Antes, o magistrado fez um relatório no qual informa que as alegações finais da acusação e da defesa já estão nos autos - foram apresentadas ainda no STF - e o processo está pronto para ser julgado. Brant também abrirá vistas da ação para a defesa de Azeredo.

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Na última audiência do processo que já tramitava em Belo Horizonte, no último dia 8, a juíza Neide da Silva Martins, da 9ª Vara Criminal, informou que pretendia julgar a ação de Azeredo antes, pois a ação que preside ainda está em fase de instrução.

Para o promotor João Medeiros, responsável pela acusação neste caso, seria "mais razoável" que o processo contra Azeredo também fosse analisado pela magistrada "considerando que são os mesmos fatos". "Em relação a esse processo, ele pode entender que há uma conexão com o outro, mas isso não é obrigatório. Nada impede que ele seja responsável pelo julgamento", observou, referindo-se a Marcos Henrique Caldeira Brant.

A ação também foi encaminhada para os promotores que atuam junto à 11ª Vara Criminal, que pode solicitar novas diligências ou ratificar as alegações finais apresentadas no STF. Em sua manifestação apresentada em fevereiro, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a condenação do então deputado a 22 anos de prisão.

O representante do MPE mineiro pode decidir ainda encaminhar o caso para a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, que já está a cargo da acusação no outro processo, no qual são acusados, entre outros, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e seus ex-sócio Ramon Hollerbach e Cristiano de Mello Paz.

João Medeiros afirmou que é difícil fazer uma previsão do prazo para que o caso seja julgado, já que a defesa de Azeredo ainda terá chance de se manifestar novamente no caso. "Ela (defesa) pode querer postergar isso (decisão) e é natural que tenha esse interesse", observou o promotor. No início da noite desta sexta-feira, 29, o jornal O Estado de S. Paulo tentou falar com o advogado José Gerardo Grossi, responsável pela defesa de Azeredo, mas ele não foi encontrado.

O ex-deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG), réu no processo do mensalão mineiro, disse ontem, em Belo Horizonte, que pretende participar das futuras campanhas tucanas de Aécio Neves à Presidência e de Pimenta da Veiga para o governo de Minas. "Sou fundador do partido. Vou defender o Pimenta e o Aécio", afirmou.

Ex-presidente nacional do PSDB, Azeredo dividiu com os correligionários o palco do evento no qual foram confirmados os nomes da futura chapa majoritária encabeçada por Pimenta - o candidato a vice será o presidente da Assembleia Legislativa de Minas, deputado estadual Dinis Pinheiro (PP), e o ex-governador Antonio Anastasia (PSDB) vai concorrer a uma vaga no Senado.

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Azeredo renunciou ao cargo de deputado federal em fevereiro deste ano após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedir sua condenação a 22 anos de prisão por envolvimento no mensalão mineiro - um esquema, conforme a acusação do Ministério Público Federal, que consistiu no desvio de recursos públicos para a campanha do tucano, então governador de Minas e candidato à reeleição, em 1998. Naquela eleição, Azeredo foi derrotado no segundo turno por Itamar Franco.

Após a renúncia, o Supremo Tribunal Federal decidiu mandar para a Justiça de Minas a ação penal contra o ex-deputado federal, que perdeu a prerrogativa do foro privilegiado. A ação estava pronta para ser julgada no Supremo, mas ainda não desceu para a Justiça de primeira instância.

Caso a ação seja juntada ao processo contra 12 réus que tramita na 9.ª Vara Criminal de Belo Horizonte, a análise não deve ocorrer antes de 2015, pois ele ainda se encontra na chamada fase de instrução, de oitiva de testemunhas e réus. O Ministério Público de Minas já afirmou que vai entrar com recurso para que a ação contra Azeredo seja julgada em separado, o que pode fazer com que o julgamento ocorra ainda neste ano.

A preocupação na campanha de Aécio é com a possibilidade de o julgamento ocorrer no período eleitoral, o que poderia causar danos à futura campanha do presidenciável tucano.

Ontem, Azeredo, que afirma ser inocente e nega responsabilidade em eventuais crimes cometidos na campanha de 1998, disse que tem "condição moral" de participar das campanhas presidencial e estadual. "Estou participando e vou continuar participando (das campanhas de Aécio e Pimenta) porque tenho muito mais condição moral que muita gente que está por aí", disse após o evento.

Os pré-candidatos também falaram sobre a presença do ex-deputado na campanha, mas nenhum dos dois quis entrar em detalhes. Segundo Aécio, Azeredo poderá participar da campanha presidencial "da forma que ele achar adequada". Mas questionado sobre a presença do correligionário nos palanques, mudou de assunto: "Vamos falar de Minas, vamos falar do Brasil. Isso aí eu já respondi".

Pimenta disse que Azeredo participará da campanha pelo governo de Minas "como for conveniente". "Pesam contra ele acusações. Nunca foi condenado por nada." Ao ser perguntado como seria a participação conveniente, o ex-ministro disse que "ninguém está interessado nesse assunto, quer saber como vai ser o próximo governo".

Renúncia

Azeredo disse que renunciou porque "não queria prejudicar ninguém". Citou apenas seus "companheiros" de partido. "Estava muito sentido mesmo. Quem tem moral, vergonha na cara, fica sentido quando é injustiçado. Tinha sido injustiçado e não estava bem de saúde."

O então deputado deixou o cargo um dia antes de evento no qual foi confirmado o nome de Pimenta para a disputa pelo governo de Minas. O ex-ministro foi indiciado recentemente pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro em um inquérito - instaurado no ano passado, como desdobramento da denúncia do mensalão mineiro - que investiga o repasse de R$ 300 mil das empresas de Marcos Valério para Pimenta em 2003. O ex-ministro nega irregularidades e diz que recebeu por prestar serviços advocatícios.

Em sua defesa, Azeredo alega inocência e afirma que a acusação é baseada em provas "forjadas" pelo lobista Nilton Monteiro, que está preso. "Gostaria que divulgassem minha defesa, não apenas aquela loucura do procurador", disse ontem, se referindo às alegações finais apresentadas por Janot ao STF. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O prefeito de Montes Claros, Ruy Adriano Borges Muniz (DEM-MG), primeiro suplente de Eduardo Azeredo, apresentou nesta segunda-feira, 24, sua carta de renúncia ao mandato de deputado federal. Muniz deveria assumir o cargo na Câmara dos Deputados após a renúncia de Azeredo, que responde judicialmente pelo chamado "mensalão mineiro" e renunciou na última semana para se dedicar à sua defesa no processo.

Ao optar por continuar sendo prefeito, Ruy Muniz abre espaço para Edmar Moreira (PTB-MG), que já foi convocado pela Câmara dos Deputados. De acordo com a Secretaria Geral da Casa, a carta de renúncia de Muniz será lida ainda nesta segunda em plenário. Moreira deve tomar posse como deputado federal nesta terça-feira, 25.

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Em 2009, Edmar Moreira ficou conhecido como "deputado do castelo" por possuir uma propriedade em São João Nepomuceno, no interior de Minas Gerais, aos moldes das construções medievais europeias, com 36 suítes, jardins e um lago. À época, Moreira, que era corregedor da Câmara dos Deputados, foi acusado de não declarar o imóvel no Imposto de Renda.

Relator do processo do mensalão mineiro, o ministro Luís Roberto Barroso defendeu nesta sexta-feira, 21, que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a instância que julgará o ex-deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) crie um padrão para casos futuros de políticos que renunciam ao mandato para escapar do julgamento na mais alta corte do País.

Denunciado pelo procurador geral da República, Rodrigo Janot, pelos crimes de peculato e formação de quadrilha, Azeredo renunciou na última quarta-feira, 19, ao mandato na Câmara. Os ministros do Supremo decidirão se o processo será transferido para a primeira instância da Justiça mineira ou se continua no Supremo. Janot pede de Azeredo seja condenado a 22 anos de prisão.

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"Esta matéria é uma jurisprudência ainda em construção. Espero que, nesta questão de renúncia, se consiga padronizar uma posição geral. A discussão é precisamente saber até que momento é legítima a renúncia e a partir de qual momento deve ser tratada como manobra inaceitável", afirmou Barroso, depois de dar a aula inaugural para alunos de Direito da PUC-Rio.

Se for transferido para a Justiça comum, o processo pode se arrastar por anos e evitar o desgaste do PSDB em ano eleitoral. Os tucanos negam que a renúncia de Azeredo, ex-governador de Minas Gerais e ex-presidente do PSDB, seja uma manobra para tirar o caso do Supremo, onde a previsão é de julgamento este ano.

Dois casos semelhantes tiveram decisões opostas no STF. Em 2010, o Supremo entendeu que a renúncia do então deputado Natan Donadon (sem partido-RO) não o livrava do julgamento naquela corte e rejeitou o pedido de transferência para a primeira instância. Donadon foi condenado pelo STF por peculato e formação de quadrilha e cumpre pena da Penitenciária da Papuda, em Brasília.

Em 2007, o ex-governador e então deputado Ronaldo Cunha Lima (PSDB-PB), acusado de tentativa de homicídio qualificado contra o ex-governador da Paraíba Tarcísio Burity (PMDB), escapou do Supremo ao renunciar ao mandato poucos dias antes do julgamento. O processo foi transferido para a Justiça da Paraíba. Cunha Lima morreu em 2012 sem ser julgado.

"O julgamento de parlamentares é um fenômeno relativamente recente no Supremo, porque anteriormente tinha que haver licença da Casa Legislativa e normalmente a licença não vinha. Não há grande massa de precedente. Nos debates internos no Supremo há referências a não se reconhecer a renúncia após o início do julgamento, há manifestações de não se reconhecer a renúncia depois que o processo tenha sido pautado e há manifestações no sentido de não se reconhecer após o final da instrução (fase anterior ao julgamento). É sobre isso que estou refletindo", disse Barroso.

O relator reiterou a decisão de não anunciar a decisão sobre o futuro de Azeredo antes da conclusão do processo do mensalão do PT, que iniciou a fase de apreciação dos recursos contra condenações por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Na aula inaugural, Barroso disse que tem "obsessão" pela reforma política. "Vivemos um momento de escassez da boa política. Essa é a marca da atualidade do Brasil. Precisamos romper a inércia, há necessidade urgente de reforma política. Vivemos hoje um descolamento entre a classe política e a população", afirmou o ministro, que, no Supremo, votou contra a possibilidade de doação de empresas a políticos nas campanhas eleitorais. "O dinheiro é o grande eleitor do Brasil", afirmou. "Se (uma empresa) apoia três ou quatro (candidatos), ou está sendo achacada ou visa vantagens futuras e indevidas".

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O ex-ministro Pimenta da Veiga foi oficializado pré-candidato ao governo de Minas nesta quinta-feira, 29, em evento em Belo Horizonte marcado pelo constrangimento de lideranças do partido quando questionados sobre a situação do ex-deputado Eduardo Azeredo (MG). Ele renunciou ao cargo na quarta-feira (19), com o peso sobre a cabeça de um pedido de 22 anos de prisão feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde o tucano responde a acusações de peculato e lavagem de dinheiro por envolvimento no chamado mensalão tucano.

Apesar de o presidente nacional da legenda e possível candidato tucano à Presidência, senador Aécio Neves (MG), negar que a situação do correligionário seja um problema para o partido, se mostrou visivelmente indisposto de falar sobre a questão. Apenas repetiu que Azeredo é "conhecido e reconhecido e respeitado pelo mineiros como um homem de bem" e, questionado sobre a possibilidade de o PT usar o tema para ataques ao PSDB na campanha eleitoral, foi direto: "não temos que rebater nada. Nossa história fala por nós". "Sobre esse assunto eu já falei o que eu tinha a dizer", declarou, encerrando a breve entrevista que concedeu após o evento oficial.

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Após ter a pré-candidatura ao governo de Minas oficializada, Pimenta também saiu em defesa do ex-deputado, a quem disse ter "grande respeito e apreço". "Até porque o que há por enquanto são acusações. Não temos nenhuma dificuldade em falar e enfrentar o assunto", disse. Mas, questionado sobre a participação do colega na campanha, admitiu que a questão precisa ser "examinada". "O que ele nos disse é que pretende agora dedicar todo seu tempo à defesa de sua honra. Se ele requisitar alguma coisa, vamos examinar. Mas quer dedicar seu tempo a provar sua inocência, o que é extremamente justo", afirmou.

Azeredo estava ausente do evento, realizado no clube Mackenzie, na região centro-sul da capital mineira, mesmo local onde foi lançada a pré-campanha do atual governador do Estado, o também tucano Antonio Anastasia. Para Pimenta da Veiga, o ex-deputado não compareceu "porque renunciou e está afastado da vida pública". "Ele é permanentemente convidado. Mas foi uma decisão pessoal", salientou. Já o presidente do diretório mineiro do PSDB, deputado federal Marcus Pestana, disse apenas que "todos os deputados (do partido) foram convidados".

Coube a Pestana fazer a defesa de Azeredo no plenário da Câmara na quarta-feira, já que a carta de renúncia foi entregue ao presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pelo filho do então parlamentar, Renato Azeredo. Eduardo Azeredo é acusado de participar de esquema de desvio de recursos de estatais em 1998 para financiar sua campanha pela reeleição ao governo de Minas.

Com a renúncia do deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG), sua vaga deverá ficar para Edmar Moreira (PTB-MG), que em 2009 ficou conhecido como "o deputado do castelo". Ele é o segundo suplente na coligação, mas herdará o posto porque o primeiro suplente, Rui Adriano (PSDB-MG), foi eleito prefeito de Montes Claros em 2012.

Moreira ganhou notoriedade em fevereiro de 2009, quando se revelou que ele era o dono de um imóvel semelhante a um castelo medieval, construído em São João Nepomuceno (MG). Enorme, além de lago, piscinas e mármore por toda parte, o casarão tinha 36 suítes, uma delas de três andares, e deveria abrigar um hotel. Está até hoje inacabado. Na ocasião, Moreira pertencia ao DEM e tinha acabado de ser eleito segundo-vice-presidente e corregedor da Câmara dos Deputados. Assumiu já avisando que não iria fiscalizar ninguém.

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Acusado de usar notas de uma empresa de sua propriedade para receber dinheiro da Câmara, teve de se demitir do cargo de corregedor. Em 2010 tentou voltar à Câmara, candidatando-se pelo PR, mas ficou na suplência.

Relator do processo criminal do mensalão mineiro contra o deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que renunciou ao mandato nesta quarta-feira, 19, o ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, disse que ainda não decidiu se a ação continuará no STF ou se será transferida para a Justiça de 1ª Instância. Barroso ressaltou, entretanto, que o processo não corre risco de prescrição.

"Como regra geral, quando a pessoa deixa de ter esse tipo de foro, a competência deixa de ser do STF. Essa é a regra geral. No entanto, há precedentes em que o STF considera que a renúncia se deveu a uma manobra processual e tem deixado de declinar da competência para as instâncias inferiores. Não estou dizendo que esse seja o caso. Vou analisar", afirmou o ministro. Ele observou que os precedentes referiam-se a casos em que o processo estava em fase final, já pautado para julgamento.

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"Vou fazer uma reflexão e tomar uma decisão. Eventualmente até decidir se vou levar a matéria em questão de ordem para o plenário", disse o ministro. "Até o relator pode decidir monocraticamente, mas é possível, depois de uma reflexão que eu ainda não tive tempo de fazer, que eu opte por levar ao plenário", afirmou. Ele disse que soube pela imprensa da renúncia de Azeredo, nesta quarta.

O ministro descartou a possibilidade de prescrição do julgamento se o processo for remetido para a primeira instância em razão da renúncia ao mandato do deputado. "O processo já está instruído. Não há risco real de prescrição", afirmou, no intervalo da sessão do Supremo.

No Brasil, autoridades, como deputados, somente podem ser processadas perante o STF. Esse direito é conhecido como foro privilegiado. Mas, em tese, quando o congressista perde ou renuncia ao mandato, o processo deve ser remetido à 1ª Instância.

Renúncia

Eduardo Azeredo (PSDB-MG) apresentou nesta quarta-feira, 19, sua carta de renúncia à Câmara dos Deputados. Em três páginas, o tucano, que é réu no processo do mensalão mineiro, reclamou de ataques e pressões de adversários e disse que não aceitará que seu nome e o de seu partido sejam "enxovalhados".

"Minhas forças já se exaurem, com sério risco para a minha saúde e para a integridade de minha família. Não aceito que o meu nome continue sendo enxovalhado, que meus eleitores sejam vítimas, como eu, de mais decepções, e que sejam atingidos o meu amado Estado de Minas Gerais e o meu partido, o PSDB", afirma Azeredo.

Na carta, Azeredo diz que uma "tragédia" desabou sobre ele e sua família e que as acusações da Procuradoria-Geral da República "são desumanas". "As alegações injustas, agressivas, radicais e desumanas da PGR formaram a tormenta que me condena a priori e configuram mais uma antiga e hedionda denúncia da Inquisição do que uma peça acusatória do Ministério Público", declara.

Azeredo enfatizou que a denúncia da PGR tem como base testemunhos e documentos falsos e que ele não é culpado de peculato e lavagem de dinheiro, como acusa a Procuradoria-geral da República. Ele ressaltou que foi transformado em "alvo político" para compensar os delitos dos outros. "Insisto que as responsabilidades de um governador são semelhantes e proporcionais às de um presidente da República!", escreveu.

Colaborou Felipe Recondo

Relator do processo criminal contra Eduardo Azeredo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso afirmou que ainda não decidiu se a ação continuará no STF ou se será transferida para a Justiça de 1ª Instância.

"Acabei de tomar conhecimento. Tem dez minutos. Vou fazer uma reflexão e tomar uma decisão. Eventualmente até decidir se vou levar a matéria em questão de ordem para o plenário", disse o ministro. "Até o relator pode decidir monocraticamente, mas é possível, depois de uma reflexão que eu ainda não tive tempo de fazer, que eu opte por levar ao plenário", afirmou.

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No Brasil, autoridades, como deputados, somente podem ser processadas perante o STF. Esse direito é conhecido como foro privilegiado. Mas, em tese, quando o congressista perde ou renuncia ao mandato, o processo deve ser remetido à 1ª Instância.

"Como regra geral, quando a pessoa deixa de ter esse tipo de foro, a competência deixa de ser do STF. Essa é a regra geral. No entanto, há precedentes em que o STF considera que a renúncia se deveu a uma manobra processual e tem deixado de declinar da competência para as instâncias inferiores. Não estou dizendo que esse seja o caso. Eu vou analisar", afirmou o ministro. Ele observou que os precedentes referiam-se a casos em que o processo estava em fase final, já pautado para julgamento.

Renúncia

Eduardo Azeredo (PSDB-MG) apresentou nesta quarta-feira, 19, sua carta de renúncia à Câmara dos Deputados. Em três páginas, o tucano, que é réu no processo do "Mensalão Mineiro", reclamou de ataques e pressões de adversários e disse que não aceitará que seu nome e o de seu partido sejam "enxovalhados".

"Minhas forças já se exaurem, com sério risco para a minha saúde e para a integridade de minha família. Não aceito que o meu nome continue sendo enxovalhado, que meus eleitores sejam vítimas, como eu, de mais decepções, e que sejam atingidos o meu amado Estado de Minas Gerais e o meu partido, o PSDB", afirma Azeredo.

Acusado de peculato e lavagem de dinheiro no esquema do mensalão mineiro, Eduardo Azeredo (PSDB-MG) vai renunciar ao mandato de deputado federal nesta quarta-feira (18). A estratégia é tentar atrasar o processo que tramita contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF). Com a renúncia, o tucano abre mão do foro privilegiado para que a ação seja remetida à primeira instância da Justiça mineira. Outro objetivo é não causar constrangimento à provável candidatura presidencial do senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Azeredo, que nega envolvimento no caso, não vai a Brasília para abrir mão do mandato. A carta de renúncia será entregue por seu filho, Renato Azeredo, ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). O teor do documento deve ser divulgado durante discurso em plenário do presidente do diretório mineiro do PSDB, deputado federal Marcus Pestana, previsto para esta quarta. Azeredo está em Belo Horizonte e alegou problemas de saúde para cancelar o pronunciamento que faria na semana passada.

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No início do mês, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entregou ao STF suas alegações finais no processo e pediu condenação de 22 anos de prisão e multa de R$ 451 mil para Azeredo. Pela denúncia, o tucano participou de desvio de recursos de estatais mineiras em 1998 para financiar sua campanha pela reeleição para o governo de Minas em esquema que também ficou conhecido como valerioduto tucano, devido ao envolvimento no caso do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, já condenado a mais de 40 anos de prisão pelo Supremo por participação no mensalão federal.

Após Janot entregar suas alegações finais à Corte, correligionários de Azeredo se dividiram. Parte saiu em defesa do ex-governador. Pestana, por exemplo, chegou a comparar sua situação à do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva diante do mensalão federal. Mas outra parte do tucanato já defendia sua renúncia por causa de possíveis constrangimentos que o caso poderia causar à candidatura presidencial de Aécio. A ação poderia ser julgada pelo STF - onde a condenação é considerada certa pelos próprios tucanos - próxima ao período eleitoral. Azeredo não atendeu o telefone na manhã desta sexta-feira.

A renúncia ao mandato era considerada como uma saída jurídica para Azeredo se livrar do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Com isso, a Corte terá de decidir se mantém o processo sob seus cuidados ou se o encaminha para a primeira instância, o que prolonga o caso e pode causar a prescrição de alguns crimes.

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